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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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domingo, 9 de setembro de 2012

Cine Dica: Em Cartaz: Cara ou Coroa




Sinopse:São Paulo, inverno de 1971. João Pedro (Emílio de Mello) é um diretor de teatro que está bastante atarefado com os ensaios para uma nova peça. Nas folgas do trabalho ele recebe ocasionalmente a visita de um integrante do Partido Comunista, que não compreende as opções estéticas e políticas da peça, parcialmente financiada pelo partido. Paralelamente, Getúlio (Geraldo Rodrigues) e a namorada Lilian (Júlia Ianina), ambos idealistas, decidem colaborar com a resistência à ditadura militar, abrigando dois fugitivos. Eles decidem escondê-los na casa do avô (Walmor Chagas) de Lilian, um militar da reserva.

As pessoas agem das formas mais diversas, perante uma determinada situação em que vivem. No caso do período da ditadura militar, houve diversos tipos de pessoas, desde aquela a serviço (cegamente) do governo, como aqueles que fizeram de todas as formas para combater aquele equivocado período. O mais novo filme do diretor Ugo Giorgetti (O príncipe), procura não retratar um fato verídico naquele tempo, muito menos pessoas históricas, mas sim uma trama, na qual a maioria das pessoas que viveram naquela época pudessem se identificar, sendo através de personagens fictícios, que podem ou não ter realmente existido.
A trama nos joga em plena ditadura, mas não ficamos presos a fatos históricos, mas sim na forma em que as pessoas comuns se comportavam perante aquele período: do defensor do regime, para quem não quer saber de política, que vê, mas não enxerga, e de quem pertenceu um dia, mas que já está cansado e já teve a sua época. Não estamos diante de heróis ou vilões, mas sim pessoas presas num universo paranoico, no qual as deixam confusas e não sabendo em que direção irá tomar na vida. Mas é ai que surgem dois fugitivos (a serviço do partido comunista), que fazem de uma parte desses personagens, serem testados e conhecerem a si próprios. Muito embora, o roteiro não se prende a soluções fáceis, e fazem com que os personagens se apresentem do começo ao fim, de uma forma ambígua e levantando mais perguntas do que respostas sobre cada uma delas.

Embora o filme seja liderado por elenco jovem e semi-desconhecido, o filme nos brinda com interpretações magistrais de veteranos, como o ranzinza taxista (Otavio Augusto) que possui visão preconceituosa, acreditando cegamente nos ideais do governo na época, mas que não esconde certa bondade e inocência quando o assunto é sobre família. Porém, é Walmor Jhagas, ao interpretar um aposentado general, que nos brinda com um personagem de múltiplas camadas de personalidade, na qual nunca temos uma exata certeza, de ele estar tendo plena consciência ou não, da situação em que ele se passa em determinados pontos da historia.
Embora seja uma produção simples, o filme possui um visual fiel daquele período, graças uma reconstituição de época, que embora em sequencias fechadas, é eficaz. E ao terminar o filme, nos perguntamos sobre os destinos de cada um dos personagens, mas tendo uma absoluta certeza, que embora se apresentassem numa forma de parecerem estar sempre em cima do muro, eles tinham muito mais a oferecer do que nos podíamos imaginar. 


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sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Cine Dicas: Estreias neste final de semana (07/09/12)


Estou aproveitando esse feriado para recarregar minhas baterias, pois amanha, estarei participando da sessão com debate do filme Cara ou Coroa, com a presença do próprio cineasta do filme. Confiram as estréias desse final de semana e um ótimo feriadão para todos.
  
Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros

Sinopse: Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros explora a vida secreta de um dos maiores presidentes dos Estados Unidos em uma história não contada que definiu uma nação.
  
O Legado Bourne

Sinopse: 'O Legado Bourne' expande o universo Bourne criado por Robert Ludlum com uma história original que apresenta um novo herói: Aaron Cross (Jeremy Renner). Ele passou pelo mesmo tipo de recrutamento de Bourne no misterioso programa conhecido como Treadstone.

ParaNorman

Sinopse: Norman (Kodi Smit-McPhee) é um menino que fala com os mortos. Para salvar sua cidade de uma maldição secular, ele terá de lidar com zumbis, bruxas, fantasmas e, pior, adultos idiotas. Porém, em sua missão, o jovem aniquilador de feitiços poderá ter suas habilidades paranormais levadas além de seus limites.


Totalmente Inocentes

Sinopse: A comunidade do DDC está em guerra. O branquelo Do Morro (Fábio Porchat) e o travesti Diaba Loira (Kiko Mascarenhas) disputam o poder na comunidade. Alheio a isso, Da Fé (Lucas D' Jesus) acredita que precisa se tornar o chefe do morro para conquistar o amor de Gildinha (Mariana Rios), sua musa. Tudo piora quando o atrapalhado repórter Vanderlei (Fábio Assunção) forja uma capa que vai dar o que falar. A história traz ainda Felipe Neto como um narrador em intervenções pontuais.

Projeto Dinossauro

Sinopse: Uma equipe de filmagem segue em uma expedição exploratória até o Congo – na qual, escondidas bem no meio da floresta, eles acabam descobrindo algumas espécies de dinossauros que deveriam estar extintas há 65 milhões de anos. Mas o tempo amadureceu estes predadores, que um dia dominaram a Terra, e rapidamente os exploradores humanos são colocados no papel de presas, correndo por suas vidas. Quando as fitas desta viagem são encontradas, a verdade finalmente vêm à tona para quem achou que eles estavam extintos.

Cara ou Coroa

Sinopse: São Paulo, inverno de 1971. O diretor de teatro João Pedro, seu irmão Getúlio e a namorada Lilian são pessoas que, como tantas outras na mesma época, levam a vida entre problemas comuns, decisões corriqueiras e uma questão fundamental: engajar-se ou não na resistência política, atuando, ainda que modestamente, contra a ditadura militar.

Cosmópolis

Sinopse: Eric Packer (Robert Pattinson) é um milionário egocêntrico que acordou com uma obsessão: cortar o cabelo no seu barbeiro localizado do outro lado da cidade. Para isso, o gênio de ouro das finanças terá que atravessar, em sua limousine, uma caótica Nova York que irá revelar uma ameaça a seu império a cada quilometro percorrido. Com o ritmo alucinante do diretor David Cronenberg, e participações de Juliette Binoche, Paul Giamatti, Samantha Morton e Mathieu Amalric, ele está prestes a viver as 24 horas mais decisivas de sua vida.

Os Infiéis

Sinopse: A infidelidade masculina analisada a partir do ponto de vista de sete diretores: Michel Hazanavicius, Gilles Lellouche, Jean Dujardin, Emmanuelle Bercot, Fred Cavayé, Eric Lartigau e Alexandre Courtès. Cada um deles é responsável por uma esquete, que passa por uma conferência de hotel e também um grupo de apoio para viciados em sexo.


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Cine Dica: Em Cartaz: 360


Sinopse: A trama traz histórias de amor, raiva, traição e diversos relacionamentos ao redor do mundo numa verdadeira ciranda amorosa entre pessoas de diferentes gerações, nacionalidades, classes sociais e personalidades. Os cenários dessas histórias são Veneza, Paris, Londres, Rio de Janeiro, Bratislava, Denver e Phoenix.

Muitos críticos tem comparado a esse mais novo trabalho de Meirelles, com o filme Babel de   Guillermo Arriaga, mas aqui não há questões políticas, muito menos uma  historia que começa apartir de um tiro de espingarda, mas sim começa através de atos e conseqüências e da complicada vida de se conviver com elas.  Adaptação da peça A Ronda, o roteiro de Peter Morgan (Frost/Nixon, A Rainha) bate na mesma tecla, que num mundo tão conectado em que vivemos, sempre haverá atos que irão gerar conseqüências em outras pessoas, como por exemplo, uma prostituta que pode (sem querer) destruir um casamento, que por sua vez ambos estão traindo um ao outro, que acaba afetando uma desiludida brasileira, em que ela a caminho do aeroporto, conhece um senhor em busca da filha desaparecida há anos, e que ao mesmo tempo, ela conhece também um ex presidiário com um passado nebuloso.Parece confuso? Isso é apenas um resumo de uma enorme teia de eventos, mas onde cada uma delas, pode ser vistas como pequenas historias, que embora conectadas, funcionam isoladamente!    
Com tantos personagens pipocando na tela, nem todos acabam tendo o prestigio de ganhar um melhor aprofundamento em suas historias, como no caso do casal vivido por Jude Law e Rachel Weisz. Porém, a melhor sorte fica para o arco envolvendo Maria Flor, Anthony Hopkins e Ben Foster. Sendo que esse último possui o personagem melhor construído, graças ao seu ótimo desempenho, que é colaborado pela ótima fotografia de Adriano Goldman e do montador Daniel Rezende, que conseguem criar na telona todas as sensações e desconforto que o personagem  passa na tela. A montagem de Rezende em questão é outro trunfo da produção, na qual torna as tramas ágeis, e cria um belo jogo de cenas, onde inúmeras imagens se sobre põem umas as outras e fazendo das historias bem mais compreensíveis. Não é a toa que desde Cidade de Deus, Rezende tem sido um dos montadores mais requisitados do mercado cinematográfico.  
Embora não seja superior aos seus trabalhos anteriores (Ensaio sobre a cegueira é disparado o melhor de sua carreira), esse mais novo trabalho de Fernando Meirelles cumpre o que promete. Muito embora, a temática de inúmeros personagens conectados numa mesma teia de eventos, é algo que o diretor já usou e abusou o suficiente, ao ponto de começar a pensar a escolher novos horizontes, assim como alguns personagens vistos na trama.        

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quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Cine Dica: Em Cartaz: Procura-se um Amigo para o Fim do Mundo



Sinopse: Dodge (Steve Carell) foi abandonado pela esposa após descobrir que um meteoro se chocará com a Terra em um curto espaço de tempo. Decidido a recuperar o tempo perdido, ele sai numa viagem para encontrar uma namorada dos tempos de escola e acaba conhecendo Penny (Keira Knightley) no meio dessa confusa história.

Nas vésperas para o final do mundo (a quem diga que todos nos iremos dessa para melhor em 21 de dezembro desse ano), era inevitável que o cinema norte americano aproveitasse desse assunto, que embora já tenha rendido todos os tipos de inúmeros filmes catástrofes, sempre irão procurar uma forma de se criar uma nova historia para gerar algum lucro. Embora muitos comparem esse filme com a obra prima Melancolia de Lars Von Trier, a produção se envereda mais para um humor não exatamente definido, que por ora lembra humor negro ou pastelão e o que acaba criando certa irregularidade no decorrer da trama.
Mesmo com essa indefinição de tom da historia, o filme dirigido pela estreante Lorene Scafaria, consegue passar uma proposta que soa honesta em alguns momentos, em como mostrar o que realmente às pessoas fariam numa situação como essa: desde a beber, transar, ou simplesmente não fazer nada e esperar o inevitável fim. Neste ponto, somos apresentados a Dodge (Steve Carell), que não sabe o que irá fazer em seus últimos dias de vida, principalmente se sentindo meio que perdido, desde que a esposa o abandonou. Neste trajeto, conhece Penny (Keira Knightley), e que dessa união, nasce uma decisão de ambos caírem na estrada em meio ao caos, onde cada um tem o seu objetivo a ser resolvido antes do inevitável fim. O filme se torna interessante, quando dupla se depara com inúmeras situações inusitadas durante a viagem, onde sempre encontram pessoas, que agem das formas mais estranhas perante o que está por vir.
Mas o foco principal está mesmo entre os dois e suas motivações. Sabemos desde os primeiros minutos, que eles naturalmente irão se apaixonar, mas até lá, ambos vivem num dilema se devem realizar os seus objetivos antes do fim, ou se entregar a união dos dois. Embora previsível neste aspecto, acabamos nos simpatizando pelo casal, principalmente por nos convencer a nos colocarmos no lugar deles, pois tanto eles, como as situações que eles se envolvem são criveis, mesmo quando o filme tenta se enveredar por alguns momentos absurdos. Mas se por um lado Steve Carell se da bem num tipo de humor mórbido (ele já havia demonstrado bem isso em Pequena Miss Sunshine), ainda não foi dessa vez que Keira Knightley demonstrou ser capaz de ter uma boa veia cômica. Seus momentos em querer passar humor acaba por soar caricato demais, principalmente em que ela passa uns trejeitos e careta meio incômodos, algo que já sinto algum tempo vindo dela, desde o filme Um Método Perigoso.
Embora com um final em que o publico em geral não esteja muito acostumado habitualmente, o filme é previsível, mas não tinha como ser muito diferente disso. O filme talvez nada mais seja, do que uma forma de dizer para nos, que poucos podem fazer algo a respeito a esse tipo de situação, a não ser ficar ao lado daqueles que amamos. Mórbido, mas sincero.   


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Cine Especial: A nova Hollywood: Parte 16


Os Embalos de Sábado a Noite

Sinopse: Tony Manero é um jovem sem perspectivas de vida, que só vê razão na sua existência quando está em uma pista de dança. Lá ele é o maioral, mas começa a questionar sua vida através da influência de algumas pessoas que o rodeiam.

Primeiro grande sucesso da carreira de John Travolta no cinema, que na época, já havia chamado atenção, pelo seu desempenho em Carrie: A Estranha e pelo filme da TV O Menino da bolha de plástico. Foi também sua primeira indicação ao Oscar, ao interpretar o papel do suburbano Tony Manero. O diretor John Badham erotiza ao máximo as seqüências de dança e as entremeia com dramas banais da época. É um filme que soube sintetizar aquele período em que os jovens estavam passando, em não saber ao certo qual o caminho percorrer sem se machucar num eventual escolha errada no percurso.
É claro que atualmente, quando se fala em Os Embalos de Sábado a Noite, não tem como não deixar de se lembrar das inúmeras musicas que tocam durante a trama. Todas compostas pelos geniais Bee Gees, que fizeram dessas musicas seus maiores sucessos de suas carreiras. A discoteca morreu, mas as musicas e as cenas de Travolta dançando se tornaram imortais e um dos maiores símbolos dos anos 70.      

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quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Cine Especial: SERGIO LEONE - ERA UMA VEZ O SPAGHETTI WESTERN: Parte 2


Nos dias 15 e 16 de agosto, estarei participando do curso SERGIO LEONE - ERA UMA VEZ O SPAGHETTI WESTERN, criado pelo CENA UM e ministrado pelo professor Rodrigo Carreiro. E enquanto os dois dias não vêm, por aqui, estarei escrevendo um pouco sobre o que eu sei desse  cineasta, que deu novo status para o gênero do Western e que se sente isso até hoje.    

POR UM PUNHADO DE DÓLARES


Sinopse: Um lacônico e estranho pistoleiro sem nome enfrenta perigos e revela um invulgar talento em lidar com armas de fogo.

Divertido e violento filme do diretor Sergio Leone que criou o melhor do gênero faroeste espaguete. Sua bem sucedida trilogia com Eastwood (até então coadjuvante nos EUA) prosseguiu com Por Uns Dólares a Mais(65) e Três Homens e um Conflito(66). Salto a vista (principalmente para o cinéfilo de carteirinha), o filme é uma refilmagem do clássico O Guarda Costas de akira kurosawa, o que acabou gerando problemas para Leone, pois ele fez essa adaptação com Kurosawa não sabendo disso.
Com esse papel de protagonista, Eastwood se consagraria como ator, e se tornando uma das grandes lendas do gênero do faroeste, tanto, que seu personagem seria inúmeras vezes homenageado, seja em filmes como De Volta para o Futuro 2 e 3 e recentemente Rango. O filme também marcaria o primeiro sucesso da carreira do Italiano Gian Maria Volonté, onde tanto neste como em Por um Uns Dólares Amais, faria vilões fascinantes.   

POR UNS DÓLARES A MAIS

Sinopse: Dois caçadores de recompensa procuram, um deles por motivo pessoal, chefe de bando sanguinário obcecado por uma paixão perdida.

Segundo filme (e meu preferido) da trilogia de Leone e Eastwood, com todos os elementos narrativos, temáticos e visuais que o principal diretor do faroeste espaguete consolidou posteriormente em Era Uma Vez no Oeste. Guarda ainda o antigo charme das antigas matines de antigamente. Embora possa parecer que Clint Eastwood seja o protagonista, ele acaba por se tornar coadjuvante, perante a presença magnética de  Lee Van Cleef, que faz um veterano caçador de recompensa em busca de vingança.  
Mas quem da um verdadeiro show de interpretação, é mesmo   Gian Maria Volonté com seu personagem  El Indio, um bandido completamente enlouquecido e cheio de carisma. As cenas em que ele desafia seus oponentes, embalado pelo relógio musical de bolso (cortesia do mestre Ennio Morricone) estão entre as melhores partes do filme.  
  
Três Homens e Um Conflito

Sinopse: Três bandoleiros "ajudam-se" e enganam-se mutuamente, tentando se apossar de uma fortuna em dólares durante a Guerra Civil americana. 

Ultima parte da trilogia de Leone com Eastwood. Um verdadeiro espetáculo, divertido, ruidoso, movimentado, bonito e com um final antológico. Curiosamente, foi apartir desse que os americanos conheceram essa trilogia dos dólares de Leone, o que fez com que os outros filmes anteriores viessem em território americano e fizessem um grande sucesso. Por retratar o período da Guerra Civil Americana, se percebe que é o filme que mais se gastou no orçamento, e que acabou gerando inúmeras cenas antológicas, embalado com uma excelente fotografia em tons pastel.
O inicio do filme é antológico, onde se apresenta gradualmente o trio central da trama, que por um momento, o espectador se sente enganado e surpreso, pelo fato de Leone jogar personagens na tela, onde aparentemente eles serão os protagonistas, para então serem descartados e finalmente ser apresentados os (anti)heróis da trama. Dos três,  Eli Wallach é que da o verdadeiro show em cena, ao criar o seu personagem (o feio) um ser ambicioso, mas que não há como não rir das situações que ele se mete, principalmente quando acaba se tornando um bobo da corte, perante a esperteza do personagem (o bom) de Eastwood. Lee Van Cleef (o mal) retorna para o universo de Leone, com um personagem que visualmente, não é muito diferente do que foi visto no filme anterior, mas suas motivações acabam ganhando um grande contraste, principalmente em sua genial primeira cena.
Como eu disse acima, o final reserva um duelo espetacular, fechando a trilogia com chave de ouro, e fazendo Leone adquirir  novos projetos que ele faria no decorrer dos anos, como a sua trilogia pessoal sobre a America que se iniciou em Era uma vez no Oeste.    


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Cine Especial: LUTO: Michael Clarke Duncan (1957 – 2012)

A primeira vez que eu vi, foi na superprodução Armageddon, e mesmo sendo coadjuvante, ele se destacou não só pelo tamanho e força, mas por passar uma doçura incomum. Esses dotes foram suficientes, para conseguir o papel que o consagraria em A Espera de um Milagre(veja a baixo), mas que infelizmente não foi o suficiente para que ele ganhasse mais papeis que explorassem outras facetas como ator. Duncan se foi, mas sempre nos lembraremos com carinho, daquele grandão milagroso que passava esperança para todos.        

À Espera de um Milagre

Sinopse: 1935, no corredor da morte de uma prisão sulista. Paul Edgecomb (Tom Hanks) é o chefe de guarda da prisão, que tem John Coffey (Michael Clarke Duncan) como um de seus prisioneiros. Aos poucos, desenvolve-se entre eles uma relação incomum, baseada na descoberta de que o prisioneiro possui um dom mágico que é, ao mesmo tempo, misterioso e milagroso.

Frank Darabont  pegou gosto em fazer filmes baseados nas obras de  Stephen King, pois além desse, ele produziu e dirigiu Um Sonho de Liberdade e o impressionante Nevoeiro. Aqui, o gênero fantástico do escritor, se mistura com uma historia de prisão incomum, onde se explora o caráter dos personagens e até onde se pode saber a verdadeira natureza de cada um deles. Paul Edgecomb (Tom Hanks, ótimo como sempre) se depara com um terrível dilema, que é cumprir o seu dever, e levar um dia ao corredor da morte, John Coffey (Michael Clarke Duncan), que surpreendentemente,  passa uma bondade incomum (mesmo com um tamanho e força que intimide) e por possuir dons de cura.
Sendo um filme de prisão, encontramos os típicos elementos básicos, como um carcereiro que não vale nada e elementos que fazem agente se simpatizar com cada um dos prisioneiros.  O que rouba cena (fora a interpretação estupenda de Duncan) é a presença de um simpático ratinho, que irá acabar se tornando peça chave indispensável da trama. Na época de lançamento, o filme acabou não ganhando o merecido reconhecimento (mesmo sendo indicado a 4 Oscar), mas acabou ganhando prestigio, conforme os anos foram passando. Atualmente, está na lista das melhores adaptações das obras de Stephen King para o cinema. 



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