Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
Me acompanhem no meu:
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Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com
Sinopse:
Eles são os foras-da-lei mais perigosos que o Oeste já viu. A cada novo golpe,
as chances de algo dar errado vêm aumentando, o que faz com que eles decidam
que chegou a hora de parar. Só que um trem carregado de armas é uma remessa
valiosa demais para passar despercebida pelos ladrões 'aposentados'.
Considerado
por muitos como o melhor filme de Sam
Peckinpah (Sob o Domínio do Medo), sendo que aqui, também como co-roteirista. É
um faroeste diferente, centrado na psicologia dos personagens e na estética da violência
(os massacres e as lutas são marcados pelo uso da câmera lenta e da teleobjetiva).
Excelente fotografia de Lucien Ballard, que se deixa seduzir pelas amplas paisagens,
e elenco impecável, principalmente Willian Holden e Robert Ryan.
O ato final
é inesquecível, inesperado e difícil de sair de memória do cinéfilo. Sendo algo
similar com os finais de Uma Rajada de Balas e Butch Cassidy, só que aqui, o
dia do juízo para os personagens se a longa em minutos intermináveis. onde é apresentadas umas
das sequências mais violentas de tiroteio da historia do cinema.
To na pressa gente,
portanto vamos as estréias desse final de semana:
O Corvo
Sinopse: O escritor Edgar Alan Poe (John Cusack) está na caça de um
assassino serial que imita os crimes de seus contos e ainda sequestrou sua
noiva Emily (Alice Eve). Para ajudá-lo na investigação o detetive Emmet (Luke
Evans) assume o caso e pretende dar um fim aos terríveis assassinatos quesão
seguidos de charadas criadas pelo criminoso que desafia a inteligência do autor
num jogo de gato e rato.
O Homem Que Não
Dormia
Sinopse: Alguns habitantes de um lugarejo remoto são acometidos pelo
mesmo pesadelo. A chegada de um peregrino de origem misteriosa irá deflagrar o
conflito interno em que vivem determinando uma ruptura radical em suas vidas.
Plano de Fuga
Sinopse: Capturado pela polícia do México quando fugia da policia
americana na fronteira Driver é jogado em uma das prisões mais violentas do
mundo. Lá ele receberá a ajuda de um garoto de 9 anos que lhe passará
informações vitais para a sua sobrevivência.
Uma Longa Viagem
Sinopse: O documentário revela a história de três irmãos tendo como fio
condutor a trajetória do mais novo que viaja para Londres em 1969 enviado pela
família para que não participasse da luta armada contra a ditadura no Brasil
seguindo os passos da irmã que acabou tornando-se presa política . Misturando depoimentos e memórias dos irmãos com nove anos passados no
exterior pelo caçula o filme detalha cartas e também entrevistas com ele que
chegou a ser internado em instituições psiquiátricas. Um relato triste e ao
mesmo tempo bem humorado de um núcleo familiar e suas convicções.
Romance de Formação
Sinopse: Romance de Formação acompanha jovens que carregam consigo a
responsabilidade de crescer dentro de grandes instituições acadêmicas. Quatro
estudantes vivem no dia-a-dia seus sonhos e anseios de uma vida e profissão de
grandes realizações. Nesse percurso eles alcançam muitas conquistas e deixam
para trás várias ilusões.
Nos dias 19 e 20 de
Maio, participarei do curso MICHELANGELO ANTONIONI EM 4 ATOS, criado
pelo CENA UM e
ministrado pelo professor de cinema Henrique Marcusso. Diferente dos cursos anteriores que eu já participei, Marcusso irá
somente fazer uma analise minuciosa sobre a Tetralogia Existencial que Antonioni havia criado nos anos 60. Enquanto a atividade não chega,
por aqui, falarei um pouco dos quatro filmes que serão abordados durante o
curso.
O Deserto Vermelho
Sinopse: Chuva,
neblina, frio e poluição assolam a cidade industrial de Ravenna, na Itália.
Ugo, o gerente de uma usina local, é casado com Giuliana, uma dona de casa que
sofre de problemas psicológicos. Numa viagem à Patagônia, ela conhece o
engenheiro Zeller, o que pode mudar sua vida. Em O Deserto Vermelho, Antonioni,
no auge de sua forma, aborda os temas centrais de sua filmografia: a
incomunicabilidade e a solidão do homem contemporâneo.
O filme se tornou
conhecido como uma espécie de epílogo para a Trilogia da Incomunicabilidade de
Michelangelo Antonioni, que com o tempo, acabou se tornando a Tetralogia Existencial, que havia começado com A
Aventura (1960). Um dos grandes trabalhos de Monica Vitti, atriz com quem
Antonioni foi casado. Ela faz a dona de casa angustiada, que não sabe direito
de onde lhe vem tanto incomodo diante do mundo em que ela vive. A trilha sonora,
a fotografia em cores de Carlo Di Palma, valem ao filme uma ambientação muito
marcante e apreensiva. É mais uma tentativa de retratar a vida alienada na
sociedade contemporânea daquele tempo, e que se comparado atualmente, não envelheceu nenhum pouco. Monica não sabe a razão
da sua infelicidade. E essa é a tese de Antonioni, não sabemos o porquê, ele
está oculto e faz parte da própria alienação que se alastra em todos os personagens.
Para além desse retrato da alienação, existe a
matriz do desconforto que atravessa, tanto os filmes anteriores, como esse. Bem como os
diálogos esparsos e os longos planos-sequência que ajudam a compor um quadro de
seres humanos em relações truncadas consigo mesmo e, por consequência, com os
outros. Por outro lado, no filme em questão, Antonioni utiliza as cores pela
primeira vez, e essa decisão contribui decisivamente para transformar o filme
em um denso estudo sobre vácuos de comunicação assinalados pela policromia.
Tudo o que a câmera do cineasta filtrou em preto e branco nos filmes anteriores, se
converte aqui em cores vibrantes, especialmente o vermelho do título. É
interessante notar o trabalho cuidadoso da fotografia assinada por Carlo Di
Palma, que, curiosamente, viria a clicar filmes de ninguém menos que Woody
Allen, em títulos como Hannah e suas irmãs (Hannah and her sisters, 1986) e A
era do rádio (Radio days, 1987). No caso de O deserto vermelho, suas lentes
captam com acuidade os matizes dramáticos necessários ao dimensionamento do
estado acachapante de Giuliana, deslocada de seu mundo. Um epilogo mais do que bem feito.
Sinopse: Quico e
André viajaram a trabalho a uma casa de campo. Em pouco tempo, percebem-se
envolvidos num culto de canibais liderado por Molly, uma antiga hippie
especialista na preparação de kebabs feitos de carne humana. “Matar ou
morrer?”, essa é a questão. E é aí que se percebe que, quando a vida está
difícil, não há nada melhor do que carne crua.
Deveria se criar um gênero
intitulado “filme clichê”, pois sempre uma hora ou outra, surgem filmes, que
sempre quando agente assiste, imediatamente percebemos que já assistimos aquilo
antes. Ou simplesmente, uma produção como essa nasce, unicamente para satisfazer
os desejos do cineasta, em prestar homenagem aos filmes que ele assistiu ao
longo da vida. Essa ultima descrição, bate exatamente com a intenção do
cineasta Tirso Calero, que com um orçamento apertadíssimo e com apenas 20 dias
de filmagem (onde o resultado não esconde a estética de um filme feito para a tv),
cria um amontoado de momentos neste Carne Crua, que por vezes lembram qualquer tipo de filme de
zumbi que surgiu nos últimos 50 anos, como também qualquer continuação de Sexta
feira 13 vida. Até mesmo uma pequenina homenagem ao polemico Holocausto Canibal
pode ser visto a milhares de quilômetros de distancia (desde que você seja uma
pessoa antenada).
O filme em nenhum
momento pode se levar a serio, pois a intenção (segundo o próprio diretor)
nunca foi essa. A trama é recheada de diálogos, que oscilam entre o afiado e o
tosco, com direito a piadas de humor negro, que fazem nascer certo sorriso no
rosto, mas às vezes, algumas piadas soam até forçadas demais, com o direito há
um dos personagens mencionar uma possível continuação para a historia. Ou seja,
beira até para uma sátira, onde tudo que é largado na tela é absurdo, e sendo
um filme clichê, não faltam também momentos de muito sangue, pedaços de gente, sexo
e mulheres com grandes peitos para todos os gostos. Mas e o elenco como fica?
Canastrice para todos os lados, onde quem se sai melhor na trama, é a “vitima
protagonista”, vivido pelo esforçado Diego Arjona, que pelo visto, levou a produção
bem a serio, pois nos simpatizamos com o (pasmem) drama que ele passa.
Divertido, nada imaginativo,
mas que pode sim ser até apreciado na tela grande, embora não seja um filme para
as massas e muito menos para aqueles que busquem algo de original.
Sinopse: Dois amigos inseparáveis, Butch (um ex-açougueiro, daí o nome) Cassidy (Paul Newman) e Sundance Kid (Robert Redford), lideram o Bando do Buraco na Parede e vivem de assaltar trens e bancos. Quando são caçados por todo o país resolvem ir para a Bolívia e juntamente com Etta (Katharine Ross), a namorada de Sundance, rumam para a América do Sul. Mas esta decisão não lhes proporcionará grandes assaltos ou uma vida mais tranqüila.
Reunião muito bem sucedida
de vários talentos. A dupla central e o diretor Hill (o trio repetiria a dose
em Um Golpe de Mestre de 73), o musico Burt Bacharach e o letrista Hal David, o
fotografo Corand Hall e o roteirista Wiliam
Goldman, sendo os quatro últimos premiados com o Oscar. O filme foi na verdade
uma bela tentativa em tentar reviver os melhores momentos do gênero faroeste, que já
dava sinais de desgasto. Sendo que a dupla central de foras da lei, representa
uma época em que o mundo não quer mais eles, embora eles insistam em
continuarem sendo o que são. A química Newman e Redford em cena, lado a lado, é o maior trunfo da produção, onde cada um tem o seu espaço, sem tirar o brilho um do outro.
Não há como se esquecer de
Butch experimentando uma bicicleta, a novidade técnica da época, ao som da
contagiante Raindrops Keep Fallin on My Head, cantada por B.J Thomas. Repare
numa rápida cena com Sam Elliot (Hulk), fazendo um jogador de cartaz.
Curiosidade: O diretor
George Roy Hill originalmente escalou Paul Newman como Sundance Kid e Robert Redford
como Butch Cassidy. Foi o próprio Redford, quem sugeriu a ele e Newman, a troca
dos personagens
Sinopse: Mississipi, década
de 1960. Skeeter (Emma Stone) acabou de terminar a faculdade e sonha em ser
escritora. Ela põe a cidade de cabeça para baixo quando decide pesquisar e
entrevistar mulheres negras que sempre cuidaram das "famílias do sul".
Apesar da confusão causada, Skeeter consegue o apoio de Aibileen (Viola Davis),
governanta de um amigo, que conquista a confiança de outras mulheres que têm
muito o que contar. No entanto, relações são forjadas e irmandades surgem em
meio à necessidade que muitos têm a dizer antes da mudança dos tempos atingir a
todos.
Baseado no livro de sucesso “A
Resposta”, de Kathryn Stockett, o filme tem um elenco feminino de primeira, que
faz as mais de duas horas de projeção valer à pena. O filme é uma espécie de
denuncia contra a intolerância de uma época, que embora distante nunca custa
lembrar que ela existiu. O filme também é uma espécie de abordagem, de um tempo
sobre mudanças, e que certos costumes, não tinham como permanecer. Como no caso
da independência feminina, que na historia, é muito bem representa por Sheeter
(Emma Stone, que estará em breve no novo Homem Aranha), que age de todos os
meios para conseguir, não só os seus objetivos, como também ajudar as empregadas
negras que sofriam nas mãos dos patrões.
Viola Davis mostra aqui,
porque mereceu uma indicação ao Oscar de atriz coadjuvante pelo filme Duvida,
porque basta uma fração de segundo dela em cena, que ela simplesmente domina a
projeção, seja a cada gesto de dor que sua personagem passa, como também de
suas palavras onde carregam o peso que sofre, devido ao preconceito. Porém, é
Octavia Spencer (Assalto em dose Dupla) que rouba o filme, ao interpretar uma
empregada e melhor amiga de Aibileen (Davis), tudo graças ao seu tom sarcástico
e desafiador, contra as pessoas preconceituosas, principalmente contra a sua ex-patroa
(Bryce Dallas Howard). A cena em que ela cria um verdadeiro cavalo de tróia para
Hilly (Dallas) é um dos melhores e mais engraçados momentos da trama, e com
certeza, fez com que a atriz ganhasse o Oscar de atriz coadjuvante.
Grande sucesso surpresa do
ano passado, que acabou levando muitas pessoas a irem ao cinema, para conhecer
um tempo em que o preconceito era forte, mas que felizmente existiram pessoas
que desafiavam a intolerância.
Nos dias 19 e 20 de Maio, participarei do cursoMICHELANGELO
ANTONIONI EM 4 ATOS,criado peloCENA UMe ministrado pelo professor de cinemaHenrique
Marcusso. Diferente dos cursos anteriores que eu já participei,Marcussoirá somente fazer uma analise minuciosa sobre aTetralogia
ExistencialqueAntonionihavia criado nos anos 60. Enquanto a atividade não chega, por aqui,
falarei um pouco dos quatro filmes que serão abordados durante o curso.
O ECLIPSE
Sinopse: Após passar
a noite discutindo, Vittoria (Monica Vitti) rompe com Riccardo (Francisco
Rabal), seu namorado. Ao ir se encontrar com a mãe (Lilla Brignone) na Bolsa de
Valores, Vittoria conhece Piero (Alain Delon), um jovem e elegante corretor da
bolsa. Ele é um sedutor, mas ela resiste no início. Gradativamente Vittoria vai
se apaixonando.
Em seu terceiro filme,
da sua tetralogia existencial, Antonioni chega ao seu ápice, onde inúmeras cenas
(por mais simples que sejam) possuem inúmeras interpretações. Ao começar pelo
inicio, onde vemos Vittoria (Monica Vitti) terminando o relacionamento com Riccardo
(Francisco Rabal), que embora relutante em não terminar, demonstra total falta
de saber como se comunicar com a ex-amada, que por alguns momentos, o seu
distanciamento é tanto na relação, que simplesmente a sua realidade se separa
da onde ela está. E isso é muito bem representado numas das mais enigmáticas cenas
do filme, onde Vittoria se aproxima de Riccardo, mas ele simplesmente está imóvel
e olhando para o nada, mesmo ela estando bem na frente dele, mas ele não
demonstra nenhuma reação, para só depois ele voltar a falar com ela, como se
ele tivesse desaparecido por alguns momentos, ou então, como se o tempo tivesse
parado somente para ele. Desde A Aventura,Antonioni explorou essa difícil vida
da falta de comunicação entre as pessoas, principalmente com relação aos seus
casais. E se no filme anterior (A Noite) parecia impossível a comunicação do
casal daquela historia, aqui vemos o fim e sem nenhuma esperança para ambos já
no inicio da trama.
A historia prossegue,
e Vittoria segue o seu rumo, em meio à vida vazia da burguesia, onde tenta se
divertir (em situações meio politicamente incorretas hoje em dia), até conhecer
Piero (Alan Delon), em meio à loucura das bolsas de valores daquele tempo, e
que não devem nada, se for comparado de atualmente. Ambos começam a ficarem
bastante próximos, embora Vittoria relute a principio, temendo talvez que não
de certo, ou temendo por algo maior, que para nos, não fica muito bem explicado.
Dessa nova união, e da possível felicidade que pode acontecer, surge inúmeras interpretações
das cenas a seguir, após a despedida do casal do seu ultimo encontro. A câmera de
Antonioni começa a desfilar nas ruas vazias, somente com algumas pessoas caminhando
e com suas caras fechadas e insatisfeitas. Existe certa tensão (e graças à trilha
sonora) permeando o ar, sendo que algo parece estar errado. E quando parece que
o pior pode acontecer, o filme termina.
Podemos tirar inúmeras interpretações sobre esses
últimos minutos. Sendo que talvez, a nova relação que surgiu com a união de Vittoria
e Piero não era para ter acontecido, e sendo assim, desencadeados sérios
eventos naquele universo, já afetado pelo vazio da melancolia e da falta de
comunicação das pessoas daquele lugar. Michelangelo Antonioni arrisca em lançar
essas cenas sem dar muita explicação, mas o resultado final soa mais do que
positivo, pois tanto esse, como seus filmes anteriores, fazem agente continuar
com a trama em nossas mentes e nos perguntar o que poderia vir a seguir. Com O
Eclipse, isso dura interminavelmente, o que faz dele, o melhor filme de sua tetralogia.