Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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Sinopse: Passado em
1973, em plena Guerra Fria, o longa gira em torno de George Smiley (Gary
Oldman), um veterano da divisão de elite do serviço secreto inglês conhecida
como Circo. Após a morte de seu ex-chefe e de alguns fracassos em missões
internacionais, ele é chamado para desvendar um mistério sobre a identidade do
agente duplo que, durante anos, trabalhou também para os soviéticos. Todos à
sua volta são suspeitos, mas, como bons espiões que são, foram treinados para
dissimular e trabalhar em condições de extrema tensão.
Foi um acerto, os
produtores desse elegante filme, buscar um diretor europeu para comandá-lo. Mais
precisamente, o trabalho caiu no colo do diretor Sueco Tomas Alfredson, que ainda
cole louros pelo seu trabalho cultuado internacionalmente, “Deixa Ela Entrar”.
E se naquele filme, ele deu um sopro de vida para o universo do sangue sugas,
aqui ele coloca um novo verniz para os filmes de espionagem, que atualmente estão
cada vez mais vertiginosos.
Baseado no livro de
Jhon Le Carré, o cineasta cria um clima de suspense gradual, onde os
personagens são muito bem construídos, junto com os seus conflitos e tendo um ótimo
casamento, com um roteiro bem elaborado. Outro ótimo lance é o fato da produção
estar recheada de coadjuvantes ilustres (onde Benedict Cumberbatch que se sobre-sai),
mesmo perante a uma das melhores interpretações de Gary Oldman (tendo sua
primeira indicação ao Oscar). Mas para aqueles que
buscam somente entretenimento, talvez a produção se torne um tanto que
aborrecida, já que tudo que acontece na trama está presa a inúmeros detalhes,
no qual o espectador tem que prestar atenção em dobro, mas fazendo isso, a sessão
se torna um deleite, tanto para aqueles desavisados, como para aqueles que
buscam algo de diferente.
Com isso, Alfredson
da um novo sabor ao gênero, sendo um filme para ser apreciado, tanto para
aqueles que curtiam os filmes de espionagem de antigamente, como para aqueles
que estão acostumados com a nova versão de 007 ou da cine série do desmemoriado
Borne.
Nos dias 05 e 06 de Maio, estarei
participando do curso “MARTIN SCORSESE – CINEMA, FÉ
& VIOLÊNCIA”, que será realizado no Museu da Comunicação,
criado pelo CENA UM e ministrado pelo critico de cinema, Rodrigo
Fonseca. E enquanto a
atividade não acontece, por aqui, estarei postando tudo o que eu sei sobre esse
diretor, que deu sangue novo ao cinema americano nos anos 70 e ainda hoje.
Taxi
Driver
Sinopse: Em Nova York, um
homem de 26 anos (Robert De Niro), veterano da Guerra do Vietnã, é um solitário
no meio da grande metrópole que ele vagueia noite adentro. Assim começa a
trabalhar como motorista de taxi no turno da noite e nele vai crescendo um
sentimento de revolta pela miséria, o vício, a violência e a prostituição que
estão sempre à sua volta. Perde bastante noção das coisas quando leva uma bela
mulher (Cybill Sheperd), que trabalha na campanha de um senador, para ver um
filme pornô logo no primeiro encontro, mas tem momentos de altruísmo ao tentar
persuadir uma prostituta de 12 anos (Jodie Foster) para ela largar seu cafetão,
voltar para a casa de seus pais e ir para a escola. Porém, em contra-partida,
compra quatro armas, sendo uma delas um Magnum 44, e articula um atentado
contra o senador (que planeja ser presidente) e para quem sua amiga trabalha.
Muita violência neste
retrato nada simpático da cidade de Nova York e seus anônimos e reprimidos
habitantes, com uma soberba atuação de Robert De Niro. O roteiro é de Paul
Schrader (diretor de Mishima e O Gigolô Americano), e a trilha sonora é o
ultimo trabalho de Bernard Herrmann (autor de Um Corpo que Cai). Palma de Ouro
no festival de Cannes.
Curiosidade: Robert De Niro trabalhou durante 12 horas
como motorista de táxi ao longo de um mês, como preparação para seu personagem
em Taxi Driver.
TOURO
INDOMAVEL
Sinopse: O pugilista
peso-médio Jake LaMotta (Robert De Niro), chamado de "o touro do
Bronx", sobe na carreira com a mesma rapidez com que sua vida particular
se degrada, graças ao seu temperamento violento e possessivo.
Direção, roteiro e interpretação
extraordinários. Oscar de ator (De Niro, que engordou vinte quilos para fazer o
papel), e montagem. Foi eleito, em muitas publicações, como o melhor filme dos
anos 80. Reconstituição histórica perfeita, com uma belíssima fotografia em
preto e branco, que realça a extrema violência das lutas em cena.
Curiosidade: No roteiro
original havia uma cena que mostrava Jake LaMotta se masturbando na prisão.
Esta cena não chegou a ser rodada, sendo cortada ainda na elaboração da versão
definitiva do roteiro.
Sinopse: Japão.
Yoshiteru Miki (Akira Kubo) e Taketori Washizu (Toshirô Mifune) são os
comandantes do primeiro e do segundo castelo de um reino local, cuja sede fica
no Castelo das Teias de Aranha. Após defenderem seu senhor em batalha, eles
estão retornando para casa quando encontram um espírito que prediz o futuro de
ambos. Ele diz que Washizu em breve assumirá o trono e que o filho de Miki,
Yoshaki (Minoru Chiaki), o sucederá. Ao retornar para casa, Washizu comenta a
predição com a esposa, lady Asaji (Isuzu Yamada). Ela acredita no que o
espírito disse e incentiva o marido a agir quando o atual rei chega em seu
castelo, para passar a noite.
Kurosawa jamais escondeu sua simpatia por histórias ocidentais, em especial, as escritas
por William Shakespeare. Entretanto, ele sempre soube fazer uma ótima mistura
desses contos, quando fossem adaptados para a sua cultura. Sendo um diretor com
uma grande filmografia, é de se surpreender que na maioria dela, todos os seus
filmes são considerados como indispensáveis. Algo raro que agente vê em outras
filmografias, sendo que se vê algo parecido, somente na filmografia de Alfred Hitchcock
ou Stanley Kubrick. E Trono Manchado de
Sangue é mais uma de suas obras-primas. Nela, Kurosawa transporta para o Japão
feudal a história de Macbeth. O diretor se encontra em seu melhor momento da carreira. O
apuro visual, as cenas grandiosas, a fotografia deslumbrante, o elenco soberbo,
com destaque para Mifune, ator preferido do diretor. Tudo no filme funciona a
favor da história, que possui uma combinação das mais felizes. Shakespeare
visto por Kurosawa é arte pura.
Com a chegada do mega
evento Vingadores que estréia neste final de semana, vamos recapitular o que já rolou no
universo Marvel no cinema, que antecede ao filme do super grupo:
O INCRÍVEL HULK
Sinopse: Vivendo
escondido e longe de Betty Ross (Liv Tyler), a mulher que ama, o cientista
Bruce Banner (Edward Norton) busca um meio de retirar a radiação gama que está
em seu sangue. Ao mesmo tempo ele precisa fugir da perseguição do general Ross
(William Hurt), seu grande inimigo, e da máquina militar que tenta capturá-lo,
na intenção de explorar o poder que faz com que Banner se transforme no Hulk.
Em 2003, a Universal
investiu todas as suas fichas no filme do Hulk, nas mãos do diretor Oscarizado
Ang Lee. A intenção, logicamente, era fazer uma franquia, assim como aconteceu
com x-men e Homem Aranha, pegando na esteira os filmes da Marvel que estavam
fazendo sucesso, e como o personagem pertencia à editora, com certeza verdinha estavam
vindo por ai. Mas não foi isso que aconteceu.
Ang Lee é um diretor
artístico, que mesmo fazendo ótimos filmes de ação como o Tigre e o Dragão,
sempre deixou em primeiro plano a exploração do lado psicológico dos
personagens e isso ele explorou bastante no filme. Resultado: O filme
decepcionou muita gente que estavam esperando pancadaria do inicio ao fim. Em
vez de um filme repleto de ação, vemos um drama carregado de choques
traumáticos da infância do personagem e fez com que muitas pessoas ficassem
afastadas do cinema.
Sempre gostei da
versão de Ang Lee, mas o que ocorreu é que aquele filme estava à frente do seu
tempo e o publico não estava preparado para ele. Com isso, a Marvel agora
produzindo os seus filmes, investiu pesado de novo no personagem passando a
borracha com relação ao filme anterior.
Desta vez foi o
diretor Louis Leterrier (Cão de Briga) na direção, talentoso em filmes de
pancadaria, aliás, e escalou um elenco estelar, ao começar por Edward Norton
(Clube da Luta) como Bruce Banner que se transforma no Hulk. Liv Taylor Willian Hurt e Tin Hot completam o elenco. A historia começa num
rápido flashback contando rapidamente a origem do personagem. Imediatamente
somos levados a favela da Rocinha do Rio de Janeiro (nota: a cena que fazem uma
panorâmica na favela, do inicio ao fim é espetacular) onde Bruce trabalha numa
fabrica de refrigerante, e ao mesmo tempo, busca por uma cura.Enquanto isso
General Ross (Hurt) manda um combatente (Hot) ao encalço do personagem, e para
isso, fará de tudo para capturá-lo, chegando a um ponto em se tornar o temível
Abominável.
Mesmo sendo os mesmos
personagens, se comparar com o filme de 2003, da para notar que são filmes
completamente diferentes, sendo que esse é levado muito mais a ação, mas nunca
deixando de lado a construção dos personagens. Edward Norton, como sempre, faz
seu personagem com a maior competência, representando um homem que se sente
preso a uma fera interior. Com relação ao resto de elenco tudo ok, poderiam Ter
sido melhores, especialmente Hot, que acho um excelente ator desde Pup Fictiun,
mas também não faz feio. Mas assim como o filme de 2003, esta nova versão de
novo teve uma bilheteria relativamente baixa, principalmente se comparada a
outras produções que teve em 2008, como o filme irmão Homem de Ferro. Parece
que por mais que o filme seja bom, o publico não consegue se identificar com o
personagem, sendo que, outro ponto que negativo, é que o Hulk é um personagem,
que por mais perfeito que seja, é um personagem digital, e sinto que esse é um
dos muitos motivos que o publico não se identifica.
Contudo, torço para
que o personagem volte para o cinema novamente, pelo menos no filme dos
Vingadores que a Marvel está planejando e isso fica claro, pois tanto nesse
filme como do Homem de Ferro, as pistas ficam evidentes, principalmente no Hulk,
onde Tony Stark (Homem de Ferro) aparece em uma rápida ponta nos segundos
finais do filme.
Por fim, O Incrível
Hulk é entretenimento puro para aqueles que são tanto fãs dos quadrinhos como
fãs da série de tv, e referencias a aquela série clássica tem muitas, como uma
ponta hilária de Lou Ferrigno como segurança e até a musica tema série (tan
tan, tan tan), ou seja, um filme para se assistir curtindo ele, sem exigir
muito.
NOTA: A atriz
brasileira Débora Nascimento, famosa pelas novelas globais, faz uma ponta bem
no inicio do filme, mas o suficiente para chamar a atenção de muita gente,
principalmente pelos estúdios de Hollywood.
Sinopse:
Eva (Tilda Swinton) mora sozinha e teve sua casa e carro pintados de vermelho.
Maltratada nas ruas, ela tenta recomeçar a vida com um novo emprego e vive temerosa,
evitando as pessoas. O motivo desta situação vem de seu passado, da época em
que era casada com Franklin (John C. Reilly), com quem teve dois filhos: Kevin
(Jasper Newell/Ezra Miller) e Lucy (Ursula Parker). Seu relacionamento com o
primogênito, Kevin, sempre foi complicado, desde quando ele era bebê. Com o
tempo a situação foi se agravando mas, mesmo conhecendo o filho muito bem, Eva
jamais imaginaria do que ele seria capaz de fazer.
Eu sempre falo que a
pessoa é boa ou má, de acordo com a sua forma de educação ao longo da vida, mas há casos, que não existe explicação, para a origem de tamanha atrocidade que vem
de uma pessoa e com isso, da entender que ela simplesmente nasceu assim. Ao
assistir o filme da diretora Lynne Ramsay (O Romance de Morvern Callar),
testemunhamos uma verdadeira historia de terror psicológico, sobre o
relacionamento complicado de uma mãe (Tilda Swinton, soberba) com o seu filho
Kevin (Ezra Miller, assustador), que sempre quando responde para ela, são com
palavras duras e venenosas, que simplesmente nos faz a gente se perguntar por
que ele age assim. Embora no inicio do filme, fique claro que a protagonista
possuía certos sonhos a serem realizados, mas que não conseguiu (devido ao
casamento e a gravidez), ela jamais deixou de dar atenção a criança, mesmo
quando atriz passa um certo desejo que a personagem tem de estar em outro
lugar. Tilda Swinton está soberba nestes momentos, ao retratar uma mulher que
sofre por dentro, mas tenta passar certa felicidade para família por fora,
mesmo tendo que encarar uma criança com sentimentos inexplicáveis.
Contudo, é Ezra
Miller que faz um verdadeiro show de interpretação, entregando um desempenho digno
de indicação ao Oscar. Ao construir uma personalidade perversa para o
personagem, percebemos que a proposta, que tanto o ator, como os criadores do
filme, querem passar para nós, é que não existe uma explicação plausível dos
seus atos, e com isso, soa ainda mais assustador. O ato final reserva momentos
angustiantes em que responde todas as pontas soltas que ficaram no decorrer do
filme, já que até lá, a trama é nos apresentada de uma forma desfragmentada,
onde passado e presente vem e volta, embora já tenhamos uma vaga idéia do que o
final nos reserva.
Com uma ótima trilha sonora e montagem engenhosa,
Precisamos Falar Sobre O Kevin é um filme para poucos, sendo um verdadeiro soco
no estômago para a maioria, mas é puro cinema e que retrata situações que já vimos
pela TV. E se na vida real, já é difícil entregar uma resposta plausível sobre
esses acontecimentos, o filme tão pouco se importa em entregar a resposta, e
sim suas consequências.
NOTA: Infelizmente o curso sobre Kurosawa que
eu iria participar neste final de semana não irá mais acontecer, devido à falta
de um numero maior de inscritos para atividade. Uma pena, já que o curso seria
uma espécie de continuação do anterior (Cinema Japonês). Mas paciência, e nem
por isso deixarei de falar mais um pouco sobre o cineasta ao longo da semana,
portanto confiram um pouco mais sobre seus
filmes.
Dersu Uzala
Sinopse: História do capitão Arseniev, membro
do exército russo e líder de uma expedição na Sibéria, e de Dersu Uzala, um
caçador asiático. Uma grande amizade nasce entre os dois, apesar de todas as
diferenças culturais.
Filme quase contemplativo, de
grande beleza plástica e tom solene. O diretor aproveita ao máximo as belas
paisagens naturais da Sibéria. Feito durante uma época em que Kurosawa
praticamente se auto exilou do Japão. Vencedor do Oscar de melhor filme
estrangeiro.
Sonhos
Sinopse: São oito pequenos filmes separados
que, de alguma forma, se conectam entre si, com uma dose fabulosa de poesia e
beleza. O homem e sua relação com o seu próprio ambiente é um tema comum.
O filme tem uma inegável elaboração visual, possível
pela colaboração de nomes como Steven Spielberg e George Lucas neste projeto
pessoal. Destaque para O Tunel, o sonho de concepção mais impressionante, e
para o final da fita, um contagiante cortejo fúnebre, uma sincera mensagem sobre
otimismo e esperança do homem.