Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
Me acompanhem no meu:
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Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com
Concluo aqui, os especiais
sobre o cinema japonês: Do clássico ao contemporâneo, já que o curso pelo CENA
UM se inicia amanhã. Infelizmente acabei não tendo tempo de rever alguns filmes,
de certos cineastas que serão citados amanhã, como no caso de Naomi Kawase
(Floresta dos Lamentos), Takeshi Kitano (Zatoichi) e Kioshi Kurosawa (Tokio
Sonata), mas quando eu tiver tempo, irei rever os três e fazer uma matéria especial,
ligada a esses posts que eu fiz durante duas semanas. Lembrando, que no final
do mês, participarei do curso sobre o mestre Akira Kurosawa, e sendo assim, aguardem
meus especiais, sobre um dos maiores diretores do oriente.
Final de semana com muitas estréias,
mas não tem jeito, todos os holofotes estarão apontados para a reestréia de
Titanic no cinema. Mas como eu fiz uma matéria especial, que em seguida irei
publicar, irei citar os outros que chegam as nossas salas. Lembrando, que
estarei sábado e domingo, envolvido com o curso do CENA UM, onde o foco será sobre
o cinema japonês, do clássico ao contemporâneo, portanto, aguardem para o final
dos especiais, que eu fiz com relação a atividade.
Confiram as estreias:
12 Horas
Sinopse: O filme acompanha Jill Parrish uma jovem que volta para casa e
descobre que sua irmã desapareceu. Ela começa a procurar a irmã que já havia
sido perseguida por um serial killer e tenta fazer justiça com as próprias
mãos.
À Margem do Lixo
Sinopse: O documentário acompanha a rotina dos catadores de papel e
materiais recicláveis na cidade de São Paulo. Um documentário que aposta no
capitalismo mais humano com mais justiça social.
A Toda Prova
Sinopse: Treinada pela CIA a destemida agente Mallory é convocada por
Kenneth para realizar uma missão secreta com Paul mas logo ela descobrirá que
os seus parceiros armaram uma emboscada para matá-la. Confiando apenas no seu
instinto selvagem e tendo de proteger o seu pai Mallory vai correr contra o
tempo para desarmar um complô internacional.
Adeus, Primeiro amor
Sinopse: Camille (Lola
Créton) e Sullivan (Sebastian Uzendowsky) se separam quando o rapaz decide
passar um ano viajando pela América do Sul. Ela, com apenas 15 anos, sobrevive
das cartas que recebe... até que elas não chegam mais. Quatro anos depois,
Camille se tornou uma estudante de arquitetura dedicada não só aos estudos, mas
também a seu novo amor, o famoso arquiteto Lorenz (Magne Havard Brekke). Quando
Sullivan cruza seu caminho de novo, a jovem fica com o coração dividido entre
os dois homens que ama.
Como Agarrar Meu Ex Namorado
Sinopse: Divorciada e desempregada Stephanie Plum aceita o emprego de
caçadora de recompensas na firma de um primo esquisito. Munida de um bom par de
saltos um olhar provocante e um tubo de spray de pimenta ela parte em busca de
seu primeiro alvo - o atraente Joseph Morelli ex-policial foragido o mesmo por
quem ela tinha uma queda desde os tempos de escola.
Sinopse: Perdida num limiar de insanidade e
lucidez poética, a "party queen" russa Anna Pavlova perambula pelas
ruas de Berlim em uma crise de identidade.
O subtítulo acima faz uma
referencia a uma das principais frases da protagonista, ditas para o cineasta
que fica atrás dela, o tempo todo, durante quatro meses de filmagens. A frase pode
ser muito bem usada como exemplo do que está por vir na tela, pois o jovem
cineasta Theo Solnik, segue a jornada de dias e noites da jovem russa amalucada
nas ruas de Berlim, mas jamais se intromete em suas aventuras, onde tudo pode
então acontecer. Com o objetivo de mostrar o lado utópico desse clima constante
felicidade que aparece ser comum em Berlim, “uma cidade onde é possível viver com
pouco dinheiro e se divertir muito”, segundo as próprias palavras do cineasta.
Com essa intenção, Solnik pega
carona com Ana nas ruas da cidade, onde tudo que vemos na tela nada é ensaiado,
sendo tudo bem cru, realista, por vezes deprimente, mas não menos que
espetacular. A bela fotografia em preto e branco, aliás, se casa muito bem com
os momentos, tanto sombrios da protagonista, como também os momentos de muita
luz e vida que ela passa para a câmera. Além de claro servir muito bem, em
mostrar um lado um tanto obscuro da cidade, que por vezes, de nada lembra as
belas imagens dos cartões postais que tantos os alemães vendem por lá. Muito
embora ajam momentos de mais pura beleza, principalmente quando surgem as
verdadeiras pessoas naquelas ruas, e tornam elas, muito mais interessantes.
Mas embora a fotografia, montagem
e á idéia principal, que o cineasta quis passar, tenham se cruzado no momento
certo e na hora certa para a criação desse filme, nada disso funcionaria, se
não fosse pela energia magnética de sua protagonista. Ao assistir Ana na tela,
imediatamente me identifiquei com ela, pois ela é uma jovem, cheia de vida e
que pretende (a todo custo) viver ao máximo. Essa característica via sempre aos
montes quando era mais jovem, sendo que me lembrou bastante umas colegas de
escola, mas elas não tinham essa força tão destrutiva como à dela, na qual, com
certeza ninguém conseguiria sempre acompanhar suas aventuras naquelas ruas. Existem
momentos, inclusive, que Ana para na frente da câmera, e passa tamanha força em
seus olhos, que cria um verdadeiro contraste, se comparado nos momentos no
qual, seu corpo se entrega a bebedeiras e drogas, mesmo ela estando consciente
que tais fraquezas são prejudiciais a ela. Embora pequena, é uma verdadeira entidade
imprevisível, onde ela se arrisca a noite, ao falar mal e cuspir em uma pessoa
de uma danceteria, em que ela estava devendo dinheiro. Momento esse, aliás, um
dos mais tensos, pois nada daquilo é armado, onde até mesmo Theo, por pouco, não
é agredido.
São esses momentos dela que nos
fazem ficar tão fascinados pela sua pessoa, que até chegamos a duvidar em
certos momentos, se aquilo tudo foi realmente real. Não é a toa que a própria
Ana Pavlova foi mencionada em alguns prêmios de melhor atriz no mundo a fora,
mesmo ela não estando atuando em momento algum na tela, pois ela é aquilo, e
isso é o que mais fascina. Sendo que não sentimos tanta energia de vida e
naturalidade em outras pessoas, quando as vemos atuando como elas mesmas em determinados
documentários. Pelo menos no meu caso, não me lembro de algo parecido como isso
que eu vi na tela.
Com um ato final em que Ana revela
novas camadas de sua personalidade para a câmera, o filme deixa no ar, certas duvidas,
sobre o futuro da protagonista, e o que é mais importante, nos faz desejar em não
querer largar do ombro da protagonista, e desejar passar mais algumas noites
com ela nas ruas de Berlim.
NOTA: Infelizmente o filme teve
somente duas sessões na Usina do Gasômetro, na mostra de Documentários Artdoc.,
que complementa o seminário recém realizado RODA-Rodada de Debates sobre a
Arte, que abrigou na capital encontros entre artistas, críticos e curadores.
Tive o maior prazer de participar de uma das sessões, com a participação do próprio
cineasta Theo Solnik, que contou em um debate após a sessão, sua experiência de
rodar esse filme e do seu dia a dia junto com Ana, nos quatro meses de filmagem.
Para um filme cheio de qualidades
(e um dos melhores que vi desse ano), merece uma segunda vinda em nossa
capital.
Nos dias 14 e 15 de abril, estarei participando do
curso “Cinema Japonês: Do Clássico
ao Contemporâneo”, realizado no
Santander Cultural, criado pelo CENA UM e ministrado
pelo critico de cinema Francis Vogner dos Reis. E enquanto o evento não acontece, por aqui,
estarei postando tudo o que eu sei, sobre grandes obras primas, que vieram do
outro lado do mundo.
A Balada de Narayama (1983)
Sinopse: No fim do século
XIX, em um pequeno vilarejo japonês, o morador que completa 70 anos de idade
deve subir ao topo de uma sagrada montanha e aguardar por sua morte. Aquele que
se recusa a cumprir a tradição, traz a desonra para sua família. Mas para Orin
(Sumiko Sakamoto), uma senhora de 69 anos, procurar uma esposa para o seu filho
mais velho, Tatsuhei (Ken Ogata), é mais preocupante do que cumprir a amarga
tradição.
Vencedor da palma de Ouro no
Festival de Cannes em 1983, balada de Narayama é um belo e sensível filme do
diretor Shohei Imamura, o primeiro realizador japonês a receber duas Palmas de
Ouro no Festival. Embora cru em alguns momentos, onde mostra que as tradições estão
acima de qualquer coisa, o filme nos rende belas imagens, seja quando os
protagonistas encaram seu passado, ou quando tem que fazer a dura jornada pela
montanha, e sacrificar o seu parente.
Imamura retratou muito bem esse costume
tradicional, mas ele foi muito além disso. Procurou mostrar, por exemplo, que
apesar do estado de ignorância e da vida vegetativa que levavam os moradores de
certo vilarejo, carregavam ainda um forte senso fraternal e comunitário. Exemplo
é quando é retratado a venda de bebês, que embora passe desconforto para quem assista,
eles agiam dessa maneira, para então não matá-los, embora houvesse certas exceções.
Um filme que retrata muito bem o lado psicológico
de certos povos e o que levavam a eles agirem em determinadas situações, ao
encarar pela primeira vez, as suas tradições.
Nos dias 14 e 15 de abril, estarei
participando do curso “Cinema Japonês: Do Clássico ao Contemporâneo”,
realizado no Santander Cultural, criado pelo CENA UM e
ministrado pelo critico de cinema Francis Vogner dos Reis. E
enquanto o evento não acontece, por aqui, estarei postando tudo o que eu sei,
sobre grandes obras primas, que vieram do outro lado do mundo.
Eros + Massacre
Sinopse: Cinebiografia
do anarquista Sakae Osugi (1885-1923), assassinado pela polícia, a partir de
seus relacionamentos amorosos. Paralelamente, duas estudantes pesquisam sobre
as teorias políticas e as idéias de amor livre que ele defendia.
Obra máxima de Yoshishige Yoshida. O filme é uma análise ousada de sexo, política, revolução e arte no Japão moderno, que se desloca para trás e para frente entre as décadas de 1910 e 1960. Longo e complexo, mas com conteúdo inspirador e cinematografia encantadora. Um dos destaques do cinema do pós-guerra japonês.
Quase por unanimidade, aclamado como obra-prima, por um lado, temos o anarquista 1910 e defensor do amor livre, Osugi Sakae, e seu relacionamento com três mulheres, no outro casal anos 1960 e um dos estudantes radicais. A luta entre a lógica do sexo masculino e feminino e paixão o atrito entre as décadas de 1910 e a realidade da década de 1960 convergem em um instante de massacre. Passado e presente se misturam: os atores andar de um fuso horário para outro. Em vez de uma "realidade rantir uma experiência mais gratificante e fizeram Eros + Massacre em um dos destaques do cinema do pós-guerra japonês. Primeiro filme Yoshida para ser exibido fora do Japão mais do que merecido.
Apesar
de estar na moda atualmente, o 3D já é uma ferramenta antiga na historia do
cinema, mais precisamente, foi há exatos 60 anos (completados ontem), quando
foi lançado o filme Museu de Cera (estrelado por Vincent Price). De lá pra cá,
muita coisa mudou, como o famigerado óculos de papel (com as lentes verdes e
vermelhas) substituído por óculos de plástico resistentes e que não cansam
(dizem) os olhos.
Após
o sucesso retumbante de Avatar, o 3D atual já sofreu altos (A invenção de Hugo
Cabret) e baixos (Fúria de Titãs). Resta saber, se essa ferramenta antiga, mas
aperfeiçoada atualmente, irá resistir nos próximos anos, ou até mesmo nos próximos
meses. Confiram abaixo, a minha primeira impressão que eu tive, sobre Museu de Cera.