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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 12 de abril de 2012

Cine Dica: 'Anna Pavlova Vive em Berlim'


“FILME-ME, MAS NÃO ME DIRIGE”
Sinopse: Perdida num limiar de insanidade e lucidez poética, a "party queen" russa Anna Pavlova perambula pelas ruas de Berlim em uma crise de identidade.
O subtítulo acima faz uma referencia a uma das principais frases da protagonista, ditas para o cineasta que fica atrás dela, o tempo todo, durante quatro meses de filmagens. A frase pode ser muito bem usada como exemplo do que está por vir na tela, pois o jovem cineasta Theo Solnik, segue a jornada de dias e noites da jovem russa amalucada nas ruas de Berlim, mas jamais se intromete em suas aventuras, onde tudo pode então acontecer. Com o objetivo de mostrar o lado utópico desse clima constante felicidade que aparece ser comum em Berlim, “uma cidade onde é possível viver com pouco dinheiro e se divertir muito”, segundo as próprias palavras do cineasta.
Com essa intenção, Solnik pega carona com Ana nas ruas da cidade, onde tudo que vemos na tela nada é ensaiado, sendo tudo bem cru, realista, por vezes deprimente, mas não menos que espetacular. A bela fotografia em preto e branco, aliás, se casa muito bem com os momentos, tanto sombrios da protagonista, como também os momentos de muita luz e vida que ela passa para a câmera. Além de claro servir muito bem, em mostrar um lado um tanto obscuro da cidade, que por vezes, de nada lembra as belas imagens dos cartões postais que tantos os alemães vendem por lá. Muito embora ajam momentos de mais pura beleza, principalmente quando surgem as verdadeiras pessoas naquelas ruas, e tornam elas, muito mais interessantes.
Mas embora a fotografia, montagem e á idéia principal, que o cineasta quis passar, tenham se cruzado no momento certo e na hora certa para a criação desse filme, nada disso funcionaria, se não fosse pela energia magnética de sua protagonista. Ao assistir Ana na tela, imediatamente me identifiquei com ela, pois ela é uma jovem, cheia de vida e que pretende (a todo custo) viver ao máximo. Essa característica via sempre aos montes quando era mais jovem, sendo que me lembrou bastante umas colegas de escola, mas elas não tinham essa força tão destrutiva como à dela, na qual, com certeza ninguém conseguiria sempre acompanhar suas aventuras naquelas ruas. Existem momentos, inclusive, que Ana para na frente da câmera, e passa tamanha força em seus olhos, que cria um verdadeiro contraste, se comparado nos momentos no qual, seu corpo se entrega a bebedeiras e drogas, mesmo ela estando consciente que tais fraquezas são prejudiciais a ela. Embora pequena, é uma verdadeira entidade imprevisível, onde ela se arrisca a noite, ao falar mal e cuspir em uma pessoa de uma danceteria, em que ela estava devendo dinheiro. Momento esse, aliás, um dos mais tensos, pois nada daquilo é armado, onde até mesmo Theo, por pouco, não é agredido.
São esses momentos dela que nos fazem ficar tão fascinados pela sua pessoa, que até chegamos a duvidar em certos momentos, se aquilo tudo foi realmente real. Não é a toa que a própria Ana Pavlova foi mencionada em alguns prêmios de melhor atriz no mundo a fora, mesmo ela não estando atuando em momento algum na tela, pois ela é aquilo, e isso é o que mais fascina. Sendo que não sentimos tanta energia de vida e naturalidade em outras pessoas, quando as vemos atuando como elas mesmas em determinados documentários. Pelo menos no meu caso, não me lembro de algo parecido como isso que eu vi na tela.
Com um ato final em que Ana revela novas camadas de sua personalidade para a câmera, o filme deixa no ar, certas duvidas, sobre o futuro da protagonista, e o que é mais importante, nos faz desejar em não querer largar do ombro da protagonista, e desejar passar mais algumas noites com ela nas ruas de Berlim.

NOTA: Infelizmente o filme teve somente duas sessões na Usina do Gasômetro, na mostra de Documentários Artdoc., que complementa o seminário recém realizado RODA-Rodada de Debates sobre a Arte, que abrigou na capital encontros entre artistas, críticos e curadores. Tive o maior prazer de participar de uma das sessões, com a participação do próprio cineasta Theo Solnik, que contou em um debate após a sessão, sua experiência de rodar esse filme e do seu dia a dia junto com Ana, nos quatro meses de filmagem.
Para um filme cheio de qualidades (e um dos melhores que vi desse ano), merece uma segunda vinda em nossa capital.    


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Cine Especial: Cinema Japonês: Do Clássico ao Contemporâneo: Parte 8


Nos dias 14 e 15 de abril, estarei participando do curso “Cinema Japonês: Do Clássico ao Contemporâneo”, realizado no Santander Cultural, criado pelo CENA UM e ministrado pelo critico de cinema Francis Vogner dos Reis. E enquanto o evento não acontece, por aqui, estarei postando tudo o que eu sei, sobre grandes obras primas, que vieram do outro lado do mundo.

A Balada de Narayama (1983)
Sinopse: No fim do século XIX, em um pequeno vilarejo japonês, o morador que completa 70 anos de idade deve subir ao topo de uma sagrada montanha e aguardar por sua morte. Aquele que se recusa a cumprir a tradição, traz a desonra para sua família. Mas para Orin (Sumiko Sakamoto), uma senhora de 69 anos, procurar uma esposa para o seu filho mais velho, Tatsuhei (Ken Ogata), é mais preocupante do que cumprir a amarga tradição.
Vencedor da palma de Ouro no Festival de Cannes em 1983, balada de Narayama é um belo e sensível filme do diretor Shohei Imamura, o primeiro realizador japonês a receber duas Palmas de Ouro no Festival. Embora cru em alguns momentos, onde mostra que as tradições estão acima de qualquer coisa, o filme nos rende belas imagens, seja quando os protagonistas encaram seu passado, ou quando tem que fazer a dura jornada pela montanha, e sacrificar o seu parente.
 Imamura retratou muito bem esse costume tradicional, mas ele foi muito além disso. Procurou mostrar, por exemplo, que apesar do estado de ignorância e da vida vegetativa que levavam os moradores de certo vilarejo, carregavam ainda um forte senso fraternal e comunitário. Exemplo é quando é retratado a venda de bebês, que embora passe desconforto para quem assista, eles agiam dessa maneira, para então não matá-los, embora houvesse certas exceções.
 Um filme que retrata muito bem o lado psicológico de certos povos e o que levavam a eles agirem em determinadas situações, ao encarar pela primeira vez, as suas tradições. 


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NOTA: ACOMPANHANDO O CENA UM, EM BREVE NO MEU BLOG......

FINAL DESSE MÊS...
 MÊS DE MAIO...



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quarta-feira, 11 de abril de 2012

Cine Especial: Cinema Japonês: Do Clássico ao Contemporâneo: Parte 7


Nos dias 14 e 15 de abril, estarei participando do curso “Cinema Japonês: Do Clássico ao Contemporâneo”, realizado no Santander Cultural, criado pelo CENA UM e ministrado pelo critico de cinema Francis Vogner dos Reis. E enquanto o evento não acontece, por aqui, estarei postando tudo o que eu sei, sobre grandes obras primas, que vieram do outro lado do mundo.

Eros + Massacre
Sinopse: Cinebiografia do anarquista Sakae Osugi (1885-1923), assassinado pela polícia, a partir de seus relacionamentos amorosos. Paralelamente, duas estudantes pesquisam sobre as teorias políticas e as idéias de amor livre que ele defendia.
Obra máxima de Yoshishige Yoshida. O filme é uma análise ousada de sexo, política, revolução e arte no Japão moderno, que se desloca para trás e para frente entre as décadas de 1910 e 1960. Longo e complexo, mas com conteúdo inspirador e cinematografia encantadora. Um dos destaques do cinema do pós-guerra japonês.
Quase por unanimidade, aclamado como obra-prima, por um lado, temos o anarquista 1910 e defensor do amor livre, Osugi Sakae, e seu relacionamento com três mulheres, no outro casal anos 1960 e um dos estudantes radicais. A luta entre a lógica do sexo masculino e feminino e paixão o atrito entre as décadas de 1910 e a realidade da década de 1960 convergem em um instante de massacre. Passado e presente se misturam: os atores andar de um fuso horário para outro. Em vez de uma "realidade rantir uma experiência mais gratificante e fizeram Eros + Massacre em um dos destaques do cinema do pós-guerra japonês. Primeiro filme Yoshida para ser exibido fora do Japão mais do que merecido. 


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Cine Curiosidade: 3D, SESSENTA ANOS DEPOIS


Apesar de estar na moda atualmente, o 3D já é uma ferramenta antiga na historia do cinema, mais precisamente, foi há exatos 60 anos (completados ontem), quando foi lançado o filme Museu de Cera (estrelado por Vincent Price). De lá pra cá, muita coisa mudou, como o famigerado óculos de papel (com as lentes verdes e vermelhas) substituído por óculos de plástico resistentes e que não cansam (dizem) os olhos.
Após o sucesso retumbante de Avatar, o 3D atual já sofreu altos (A invenção de Hugo Cabret) e baixos (Fúria de Titãs). Resta saber, se essa ferramenta antiga, mas aperfeiçoada atualmente, irá resistir nos próximos anos, ou até mesmo nos próximos meses. Confiram abaixo, a minha primeira impressão que eu tive, sobre  Museu de Cera.    

MUSEU DE CERA  (1953)
Leia minha critica, já publicada, clicando aqui.


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terça-feira, 10 de abril de 2012

Cine Especial: Cinema Japonês: Do Clássico ao Contemporâneo: Parte 6

Nos dias 14 e 15 de abril, estarei participando do curso “Cinema Japonês: Do Clássico ao Contemporâneo”, realizado no Santander Cultural, criado pelo CENA UM e ministrado pelo critico de cinema Francis Vogner dos Reis. E enquanto o evento não acontece, por aqui, estarei postando tudo o que eu sei, sobre grandes obras primas, que vieram do outro lado do mundo.


A Marca do Assassino (1967)
Sinopse: Um assassino quer subir de cargo na máfia, nem que para isso tenha que destruir todos os outros.
Ao fim de  quarenta longa metragens como cineasta, em pouco mais de dez anos de trabalho, Seijun Suzuki foi dispensado da Nikkatsu, cultuada produtora niponica. Os motivos foram justamente por sua obra prima, este A Marca do Assassino (KOROSHI NO RAKUIN), que pela visão da crítica, era uma obra prima, mas visto como incompreensível e não aceito pelo presidente da companhia, Kyusaku Hori. O filme valeu-lhe uma saga no processo judicial pela luta dos direitos das suas obras. Ao fim de três longos anos, Suzuki, mais do que uma vitória merecida, conquistou o estatuto de cineasta de culto no Japão e despertou inúmeras atenções pelo mundo afora. Infelizmente nos anos seguintes, ficou reduzido a trabalhos menos para a televisão.
Revendo Marcas do Assassino, percebesse que Seijun Suzuki, não só bebeu muito da fonte da Nouvelle vague francesa, como também do gênero gangster do cinema americano do inicio dos anos 30. Injetando momentos de humor negro, erotismo e situações incomuns (como a obsessão do protagonista pelo arroz), não é a toa que muitos não compraram a idéia que o diretor quis passar, mas felizmente o tempo provou que estavam errados, e não me surpreenderia que o filme tivesse servido de inspiração para outros cineastas futuramente, como no caso de Tarantino. 


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Cine Dica: Prova de Artista volta a capital


Elogiado documentário do ano passado, ganha nova chance de exibição no Cinebancários.
Sinopse: O dia a dia de cinco jovens músicos em suas audições, estudos e ensaios para orquestras de Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo, incluindo os conflitos, a paixão e a disciplina que precisam ter para seguir a vocação artística.
Curiosidade: José Joffily pesquisou nas principais orquestras sinfônicas do país para encontrar os personagens do documentário.

Mais informações, você confere na pagina da sala clicando aqui. 


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