UM HUMOR QUE FAZ FALTA NO CINEMA BRASILEIRO
Sinopse: Benjamim e Valdemar formam a fabulosa dupla de palhaços Pangaré e Puro Sangue. Eles vivem pelas estradas na companhia da divertida trupe do Circo Esperança. Mas Benjamim acha que perdeu a graça e parte em uma aventura atrás de um sonho. Venha rir e se emocionar com este grande espetáculo.
Feliz Natal foi a primeira
experiência de Selton Mello como diretor, mas é nesse, O Palhaço, que ele prova
que nasceu, não só para ser um dos melhores interpretes do cinema brasileiro
atual, como também prova ter talento atrás das câmeras. Além de dirigir o
filme, ele também atua na historia o que já é um grande desafio que não é para
muitos cineastas que existem por ai, portanto merece todo o credito. O seu
personagem Benjamin pode tranquilamente figurar entre os melhores personagens
que ele atuou na telona (ao lado do protagonista de Cheiro do Ralo) onde ele
consegue passar para o espectador toda sua insegurança sobre que realmente quer
da vida, e com isso, solta a triste e certeira frase: “eu faço as pessoas
rirem, mas quem me faz rir?”.
Apesar da crise existencial do
protagonista, o filme não cai no drama facilmente e oscila tranqüilamente com
momentos de humor, por vezes pastelão, por vezes num estilo de humor
inteligente visto nos filmes antigos como do Mazzaropi, que convenhamos, faz falta
no cinema brasileiro atual. Um dos pontos, particularmente meus favoritos da
trama, são as aparições hilárias de personagens excêntricos, que por mais
estranhos que sejam, divertem pelas suas palavras incrivelmente engraçadas,
como no caso do delegado que surge em certo ponto da historia. São
participações pequenas, mas jamais vazias, pois elas estão ali por um
significado, mas nunca para somente encher a linguiça. Vale destacar a
fantástica fotografia em cor pastel, dando a entender que a trama se passa em
um tempo passado distante, onde tudo era mais colorido, apesar das dificuldades
do dia a dia do circo.
Por fim, O
Palhaço é uma obra obrigatória, na qual nos diverti e nos faz pensar sobre do
porque estamos aqui nesta vida. Uma dose reflexão, mas muito divertida e
colorida.