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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Cine Especial: Jean Luc-Godard: FINAL


Enfim, termino neste post os especiais sobre Jean Luc-Godard que antecede a minha participação no curso sobre ele que ocorre neste sábado e domingo no Cinebancários. Além de eu ter a oportunidade de ganhar um certificado sobre ele, foi também uma bela desculpa em revisitar as principais obras que ele criou, principalmente da fase de ouro, não só dele, como também de muitos diretores franceses, que foi a tão conhecida fase Nouvelle Vague francesa. Mas diferente dos seus colegas (como François Truffaut), percebo que Godard queria mais do que fazer um cinema autoral, mas também uma critica perante o mundo que ele vivia e com isso, não me surpreenderia que ele tivesse se incomodado bastante com as autoridades que metiam o bedelho o torto a direito, num tempo que a liberdade de expressão era pouco valorizada. Censura, ele sofreu tanto no seu país de origem, como também em outros lugares como aqui por exemplo. Se ele fosse brasileiro, suas obras teriam sofrido o diabo maior ainda nos tempos de chumbo. Até mesmo quando a nossa ditadura estava começando a se desintegrar, um dos seus filmes não escapou da famigerada censura que foi Je vous salue, Marie, uma visão contemporânea sobre a mãe de Jesus.
Isso foi mais do que suficiente para o filme ser censurado e ser recebido a paus e pedras, mesmo tendo sido liberado pouco tempo depois, mas isso tendo acontecido foi lógico, pois vivíamos num tempo conservador, onde muitos ainda tinham até medo de ter opiniões próprias e uma mente aberta que soubesse separar as coisas. Atualmente, pessoas falam e criam inúmeras visões sobre diversos assuntos, pois atualmente vivemos num mundo um pouco mais liberal, embora a quem diga que a um vicio incessantes do politicamente correto a ser sempre imposto, mas espero que estejam errados.
Portanto, Jean Luc-Godard foi alguém (e ainda é, pois ele ainda vive) uma pessoa a frente do seu tempo e um dos grandes responsáveis pela semente que germinou que foi o cinema autoral, que por sinal, aprecio muito e são filmes que sobrevivem ao tempo. De Godard só tenho mais que agradecer mesmo.
Abaixo, confiram um pouco do ultimo filme dele que eu revi.


O PEQUENO SOLDADO

Sinopse: 1958, guerra da Argélia. Bruno Forestier é desertor, está refugiado em Genebra e se apaixona por Véronica Dreyer. Recebe a incumbência, por um partido de extrema esquerda, de eliminar um jornalista político da rádio suíça. Fracassada a missão, Bruno é preso e torturado pelo FLN. Consegue escapar e volta para Verônica que está trabalhando para o FLN. Tempos depois, ela é presa e torturada até a morte pelos extremistas franceses.
Primeiro filme do diretor após o sucesso de Acossado. Devido às fortes cenas do cárcere que o protagonista sofreu, o filme acabou ficando censurado por três anos na França. Contudo, não foi devido a esse fato que Godard largaria sua visão mais critica contra o governo que vivia na época. O filme possui uma violência simples e direta, onde uma voz over antecipa o que ira acontecer, principalmente em uma breve cena de interrogatório em um banheiro. Ao mesmo tempo, o filme possui uma estética semelhante vista em Acossado, embora um pouco mais moderada, porém, suficiente para entrar na lista de filmes lembrados da fase Nouvelle Vague francesa. Como sempre, Anna Karina (esposa do diretor na época) faz novamente uma personagem marcante, embora não tão boa quanto em Viver a Vida.

Leia também: Especiais  Jean Luc-Godard: Parte 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 89.


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Cine Dica: Estréias no final de semana (16 09 11)

Pois é. Chegamos a um final de semana que eu estarei ocupado até o pescoço, já que será o final de semana que estarei participando do curso sobre JEAN-LUC GODARD, que muitos que acompanham meu blog, sabem desse curso devido aos especiais que eu fiz sobre os filmes dele. Quem teve interesse pelo curso, espero que façam bom proveito amanhã, pois será imperdível. Infelizmente, desta vez não poderei comparecer a sessão especial do Cineclube Zero Hora sobre o filme A Ultima Estrada da Praia, de Fabiano Souza, já que a sessão (com participação do próprio diretor) será amanhã de manhã, justamente na hora do curso, mas paciência, uma coisa ou outra.
Lembrando também, que no dia 22 as 18h30min terá exibição (com entrada franca e coquetel) no Cinebancários, do filme Elvis e Madona, que só pelo trailer me interessei muito em assistir. Portanto, quem puder, façam parte da sessão que terá a participação do diretor e ator do filme. Mais informações cliquem aqui.
Por fim, desejo a todos um ótimo final de semana e boas sessões. Confiram as estréias.


A Última Estrada da Praia

Sinopse: Leo, Norberto e Paula são amigos íntimos. No início de uma viagem para o litoral, eles conhecem um estranho que não fala. Enquanto o novo amigo silencioso se defronta com seus temores, os três mergulham nas fronteiras de um relacionamento triangular. Nas areias intermináveis das praias gaúchas, eles descobrem que é impossível ser alegre o tempo inteiro.


Mamute
Sinopse: Serge Pilardosse (Gérard Depardieu) precisa reunir 10 comprovantes de trabalho para que enfim possa se aposentar. Ele decide partir com sua moto dos anos 70 no intuito de encontrar seus antigos empregadores, de forma a obter os papéis que ainda faltam. Nesta viagem ele reencontra mais do que antigos locais de trabalho, mas também velhos amigos, parentes e o fantasma de seu grande amor, que o assombra desde sua morte em um acidente de moto.


Mamonas, pra sempre!
Sinopse: A história da banda Mamonas Assassinas, cuja meteórica carreira – de oito meses e mais de 3 milhões de discos vendidos – foi interrompida pelo acidente aéreo que culminou na morte de seus cinco integrantes, chocando e comovendo o Brasil.


Pronta para Amar
Sinopse: Marley (Kate Hudson) é uma mulher bem sucedida independente e alegre. Mas para ela a idéia de se apaixonar e viver feliz para sempre é uma grande mentira. Tudo muda quando ela é surpreendida por uma grave doença e por seu charmoso e tímido médico Julien (Geal Garcia Bernal ). Contando com uma ajudinha de Deus (Whoopy Goldberg) ela tem a chance de refazer a vida e acertar no amor.


Diário de um Banana 2: Rodrick é o Cara

‎Sinopse: Continuação de O Diário de Um Banana o longa-metragem O Diário de um Banana 2: Rodrick é o Cara mostra que Greg Haffley (Zachary Gordon) e seus amigos continuam se metendo em confusão. Só que dessa vez Rodrick (Devon Bostick) o irmão mais velho de Greg é quem resolve torturar a molecada. Greg precisa manter em segredo - principalmente longe dos ouvidos do irmão - uma confusão criada por ele. E a tarefa não será nada fácil uma vez que está tudo registrado em um diário.


Manda-Chuva - O Filme
Sinopse: Manda-Chuva conta a história de um gato malandro que vive num beco de Manhattan na cidade de Nova York. Ele apronta várias confusões com sua turma de gatos (Bacana Espeto Gênio Xuxu e Batatinha) e sempre acaba prejudicando o Guarda Belo que acaba tentando impedir os planos dessa turma.


Conan - O Bárbaro
Sinopse: O maior e mais lendário bárbaro está de volta. Explorar Conan na Era Hiboriana será como nunca seu mundo ganhou vida em um filme em 3D colossal cheio de ação e aventura. A busca feroz do guerreiro cimério começa como uma vingança pessoal mas logo se transforma em uma batalha épica contra seus rivais hukking monstros e situações impossíveis. Conan é a única opção para salvar as grandes nações da Hyboria de uma invasão sobrenatural.



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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Cine Especial: JEAN-LUC GODARD: Parte 9

Nos dias 17 e 18 de Setembro estarei participando do curso “POESIA E ENSAIO NA OBRA DE JEAN-LUC GODARD” no CineBancários (Rua Gen. Câmara, nº 424 – P. Alegre / RS). Enquanto os dois dias não vem, por aqui, estarei postando tudo o que eu sei sobre esse grande cineasta que liderou o movimento Nouvelle Vague.

A CHINESA
Sinopse: Enquanto discute sobre temas como Mao, Revolução Chinesa e o Socialismo, um grupo de estudantes franceses planeja ações terroristas.
Talvez, o filme mais profético de Gobard. Isso deve ao fato desse filme ter sido lançado em 1967, um ano antes da juventude pré-revolucionária que protagonizaria os episódios de desobediência civil na França. Visto hoje, é um claro protesto em forma de filme que o diretor criou contra o que achava errado com o que estava acontecendo com o seu país na época.
O primeiro ato do filme já mostra o que irá vir a seguir, como no caso as palavras “Um filme em construção” que se lê em azul depois do prólogo onde várias coisas são ditas e faz um breve resumo do que virá a seguir. Assim como “Uma ou duas coisas que eu sei Dela” em que Gobard surpreende ao criar uma espécie de falso documentário, aqui ele não separa ficção e realidade, e com isso, sua voz aparece com entrevistador no primeiro ato da trama, e para a surpresa de todos, á câmera que estava filmando Jean Pierre Leaud aparece sem mais nem menos. Vendo esse momento acontecer, da entender que o diretor queria desconcertar o espectador, fazendo eles pensarem que estavam vendo mais que um filme, mas algo que precisava ser dito, de um forma até então inédita e fora do convencional.
Atualmente, o filme não é o dos mais populares do diretor, talvez pelo fato da obra ter ficado muito presa ao que estava acontecendo naquele ano e visto hoje, soa um tanto que pretensiosa e ambiciosa demais, mas ao mesmo tempo representa o que ele sempre foi quando ainda era jovem, um diretor ousado e sem limites e que não dava a mínima por onde pisava.


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Cine Dica: Em DVD: TURNÊ

Sinopse: Joachim (Mathieu Amalric) é um ex produtor de televisão francês que largou tudo para recomeçar a vida na América. Lá formou um grupo de showgirls que agora prepara uma grande turnê pela França. Apesar dos hotéis vagabundos e da falta de dinheiro, as moças não se deixam abalar e fazem muito sucesso, esbanjando um mundo de fantasia repleto de hedonismo e ternura.
Dirigido pelo ator e diretor Francês Mathieu Amafric (O Escafandro e a Borboleta), o filme ganhou o premio de melhor direção em Cannes. É curiosa a corajosa encenação das garotas no filme, pois algumas delas, nem bonitas são, mas como elas não sabem fazer mais nada, além disso, o filme é sobre a luta de um pequeno grupo em busca de uma luz própria em cada show que se apresentam em cada cidade, mesmo passando por ridículo algumas vezes. Destaque pelo bom desempenho de Mathieu Amalric, que interpreta o personagem que lidera esse grupo, e que ao mesmo tempo tenta de todas as formas não deixar de ser pai para os seus filhos, mesmo com o corre e corre do show business.

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quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Cine Especial: JEAN-LUC GODARD: Parte 8

Nos dias 17 e 18 de Setembro estarei participando do curso “POESIA E ENSAIO NA OBRA DE JEAN-LUC GODARD” no CineBancários (Rua Gen. Câmara, nº 424 – P. Alegre / RS). Enquanto os dois dias não vem, por aqui, estarei postando tudo o que eu sei sobre esse grande cineasta que liderou o movimento Nouvelle Vague.

Bando a Parte
Sinopse: Dois rapazes planejam um roubo e convencem uma estudante a ajudá-los.
Na época, alguns críticos falaram que esse filme de Godard era indicado para pessoas que não gostam de Godard. Talvez essa seja a melhor forma de definição a esse curioso filme da fase mais elogiada do diretor francês. Por ter sido filmado com poucos recursos, durante um período curto de 25 dias, Bando à Parte exala um lado mais despretensioso dos trabalhos assinados por Godard, sem abandonar o aspecto experimental. O resultado é um casamento perfeito entre ousadia e simplicidade narrativa, mas mantendo formulas que ele já havia usado em seus filmes anteriores.
Em “Acossado” (1960), por exemplo, o protagonista dirigia-se ao público varias vezes, falando diretamente para a câmera. Em Bando à Parte, Godard aprofunda a idéia de maneira mais bem-humorada, abandonando as brincadeiras com as imagens e rompendo o conceito de realismo através da edição de som – daí as experiências parecerem menos radicais e invasivas. Ele envia piscadelas ocasionais em direção ao público, lembrando-o (com um sorriso no canto da boca) sobre o caráter ficcional da narrativa. A cena mais recordada do filme é um exemplo. Ela ocorre quando há interrupções do som ambiente da cena em que o trio dança num bar, para a introdução de “pensamentos” dos três personagens. Sem falar da cena em que os amigos decidem cruzar o Museu do Louvre correndo pelas galerias, momento homenageado por Bertolucci em Os Sonhadores (2003) e lembrado com saudade por dúzias de cineastas.
Bando à Parte serviu de inspiração para muitos cineastas ao longo dos anos, como no caso de Quentin Tarantino que sendo fã do filme, exerceu influência fundamental no trabalho mais conhecido do norte-americano, Pulp Fiction (1994) – a cena em que Uma Thurman desenha um quadrado com os dedos e a forma geométrica é “riscada” na tela por uma caneta invisível poderia muito bem ter saído da longa-metragem de Godard, sem falar da lembrada seqüência de dança entre Uma e John Travolta, que remete diretamente à já citada seqüência da dança no bar em Bando à Parte. Observe, também, como Godard filma a atriz Anna Karina, então namorada dele, de forma apaixonada, assim como Tarantino fazia com Uma Thurman.
Não querendo dar braço a torcer, Godard certa vez disse (para criticar Quentin Tarantino, que se inspirou nesta obra para batizar sua produtora) que este era seu pior filme.
Além de tudo isso, a longa-metragem consegue capturar muito bem o universo vulgar das novelas policiais pulp baratas, onde Godard ia sempre buscar inspiração. O guarda-roupa (sobretudos cinzentos e chapéus), a ambientação cênica (bares cheios de fumo) e os personagens de moral duvidosa aproximam o trabalho aos amados filmes de gangsteres que o realizador francês tanto elogiou, quando era crítico da revista Cahiers du Cinèma. A narração em off, sempre irônica, ainda chega a prometer uma continuação que nunca veio. Afinal de contas, Godard nunca cedeu aos apelos da indústria cinematográfica. Não seria neste filme que ele cairia na tentação, diferente de muitos cineastas que atualmente fazem sequencias (na maioria das vezes) por ambição. 

Weekend à Francesa
Sinopse: Um casal azarado que vive tentando matar um ao outro, viaja para o campo. Por causa do comportamento de todos com que encontram, a viagem acaba por se tornar um pesadelo de acidentes, terrorismo e guerra civil.
Mais um filme em que Jean-Luc Godard faz um ataque sobre a sociedade francesa contemporânea, só que desta vez de uma forma bem abstrata, onde tudo pode acontecer. Uma odisséia anárquica seria mais apropriado, porque o quadro que Godard pinta é uma imagem profundamente perturbadora de um mundo que está em processo de desintegração das forças do capitalismo. Atualmente, o filme é mais recordado pela longa seqüência de dez minutos de duração em que a câmara segue lentamente ao longo de uma aparentemente interminável fila de trânsito numa estrada do país, cuja paz é arruinada pela loucura das buzinadas revoltadas.
Curiosamente esse filme tem sido bastante comparado com o filme de Buñuel, O Discreto Charme da Burguesia. Ambos retratam a classe média como um inimigo da sociedade. A abordagem de Godard é, no entanto, muito mais política, como sempre foi na maioria dos seus filmes. Ele vê a burguesia não apenas como um objeto do ridículo, mas como algo perigoso para a sociedade, uma ferida que deve ser cicatrizada se a humanidade querer ter qualquer esperança de felicidade futura.


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Cine Dica: Lançamento em DVD e Blu-Ray: THOR

Leia minha critica já publicada clicando aqui



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terça-feira, 13 de setembro de 2011

Cine Especial: JEAN-LUC GODARD: Parte 7

Nos dias 17 e 18 de Setembro estarei participando do curso “POESIA E ENSAIO NA OBRA DE JEAN-LUC GODARD” no CineBancários (Rua Gen. Câmara, nº 424 – P. Alegre / RS). Enquanto os dois dias não vêem, por aqui, estarei postando tudo o que eu sei sobre esse grande cineasta que liderou o movimento Nouvelle Vague.

Masculino-Feminino

Sinopse: A relação entre dois jovens, um militante e uma cantora, em meio às transformações ideológicas e comportamentais na França dos anos 60, momentos antes de Maio de 68.
Algumas pessoas mal informadas acabam dizendo que assistindo a um filme de Jean-Luc Godard é como assistir no final das contas toda a sua filmografia, isso porque sempre quando forem assistir outros de seus filmes sempre encontrara a mesma coisa. Claro que eu da minha parte discordo completamente, mas a um motivo para essas pessoas mal sintonizadas pensarem dessa forma. Muito se deve ao fato do diretor sempre tocar nas feridas da época como a política que se dividia entre a esquerda e a direita, ao mesmo tempo em que começou a surgir cada vez mais inúmeros grupos de jovens que representavam ambos os lados e que acabavam por gerar esses conflitos.
Em meio a isso surgiam certas revoluções, tanto culturais como de costumes e é ai que esse genial filme toca no assunto sobre a difícil vida do homem daquele tempo de tentar de todas as formas interagir com a mulher numa época em que cada vez mais ela se torna independente. E assim, o diretor cria uma historia original em meio a esses diversos assuntos, e isso é muito bem retratado no jovem casal central, interpretados de forma brilhantes pelos atores Jean-Pierre Léaud e Chantal Goya cujos diálogos beiram ao surrealista e ao mesmo tempo com um humor negro que até hoje não envelheceu.
Jean-Pierre Léaud, por exemplo, possui momentos sublimes e ao mesmo tempo seu personagem não foge muito do padrão adotado em outro personagem em que ele interpretou por anos apartir do filme Os Incompreendidos de François Truffaut. Tanto, que por alguns momentos inclusive, vemos os mesmos trejeitos do personagem Antoine neste personagem que aqui ele interpreta, o que não significa que ele ficou marcado por um único personagem, muito pelo contrario, mas essa sempre foi a forma de Jean atuar e não é por isso que será rotulado como um ator limitado.
No final das contas, Masculino, Feminino é um excelente filme da 'nouvelle vague' francesa, e se pensarmos bem, era algo bem a frente do seu tempo e ao mesmo tempo um verdadeiro retrato das mudanças das relações amorosas que estavam surgindo, Coisa que o cinema americano demorou para engrenar e mostrar em suas telas.

Curiosidade: A bela Brigitte Bardot (que havia trabalhado com o  diretor em Desprezo)  faz uma pequena ponta numa seqüência rodada num Café parisiense.


Duas ou três coisas que eu sei  Dela
Sinopse: O "Dela" no título do filme se refere à Paris dos anos 60, um retrato da sociedade de consumo, em meio à pobreza das massas e conflitos como a Guerra do Vietnã. Um dos exemplos dessa atmosfera é Vlady, uma dona-de-casa que se divide entre cuidar da família e a prostituição, o meio mais fácil que encontra para poder ganhar dinheiro e satisfazer suas necessidades mais frívolas. 
Novamente, Jean-Luc Godard faz um retrato sobre a cultura e as mudanças que as pessoas estavam passando naquele tempo na França, só que dessa vez, a sensação que temos é que Godard tinha a intenção de pegar a sua câmera e sair pelas ruas em busca de historias para serem contadas. Poderia ter sido muito bem um documentário criado por ele na época, mas da à sensação que em ultima hora, ele decidiu convocar atores para que interpretassem os personagem que se cruzariam durante a trama, e por algum momento, elas paravam em frente a câmera e começavam a relatar o seu dia a dia na cidade. De uma forma geral, podemos deduzir que as inúmeras historias contadas durante o longa, podem muito bem serem historias reais de pessoas comuns da frança daquele tempo.
Tanto se fosse com pessoas reais, ou com atores, o resultado seria o mesmo, um filme de Godard com sua visão particular da França da época, mas sempre com a sensação de estarmos vendo algo de novo. Sempre ele se inovou, mesmo tocando no mesmo assunto diversas vezes.


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