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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 5 de novembro de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: 'A Fera na Selva' - Isso não é um filme

Sinopse: João e Maria vivem uma vida inteira juntos. Ele é professor de português, ela de literatura inglesa. João é atormentado pela obsessão que uma coisa extraordinária vai acontecer em sua vida. Maria aceita esperar com ele A Fera na Selva, que um dia chegará avassaladora. 

Na recente versão de "O Beijo no Asfalto", de Murilo Benício, vemos a transição perfeita entre o teatro e o cinema e fazendo do filme uma obra única. Mas esse feito somente foi obtido graças ao perfeccionismo do diretor e além de nunca esquecer de fazer cinema de verdade para ser visto na tela grande. Não é o caso de "A Fera na Selva", uma adaptação que sofre por estar presa em sua fonte de origem e fazendo assim perder a sua própria identidade.
Dirigido por Eliane Giardini, Paulo Betti e Lauro Escorel, o filme é baseado livremente na obra do escritor norte-americano Henry James, que narra a história de um homem (Paulo Betti) que vive na esperança de presenciar em algum momento de sua vida um acontecimento extraordinário, sem enxergar as pequenas maravilhas de seu cotidiano. Ele compartilha os seus pensamentos com Maria (Eliane Giardini) e assim começa a nascer uma forte amizade entre os dois. Os anos passam e logo essa relação ganha vários desdobramentos.
Na medida em que a trama avança se percebe que ela poderia ocorrer em um único cenário, mesmo com as transições perceptíveis do tempo, pois o que se tem aqui é uma produção presa a sua fonte de inspiração que é no caso o teatro. Por conta disso, acaba se tornando perceptível, por exemplo, que os diálogos tenham sido extraídos dessa fonte e fazendo com que a dupla principal da trama fiquem travados em suas atuações e sem ter muito o que acrescentar. Tecnicamente, ao menos, o filme é feliz em suas reconstituições de diversas épocas onde se passa a trama, mesmo com os poucos recursos que os realizadores tinham em mãos durante a realização. O filme só consegue manter a nossa atenção graças a dupla principal, mesmo com os problemas de produção citados acima. Embora seja um dos grandes talentos do cinema e da televisão, Paulo Betti se encontra aqui num verdadeiro piloto automático, como se estivesse apenas repetindo algo já dito por outro ator dos palcos em que foi encenado essa trama. Ao menos Eliane Giardini colabora para que as cenas de ambos interpretes não sejam tão desperdiçadas e levando boa parte do filme nas costas. Mas, talvez, uma das piores coisas da produção seja mesmo a narração off, da qual além de não ajudar em nada, nos trata como se fossemos ingênuos com relação ao que realmente está acontecendo em cena. Além de tornar tudo muito artificial, faz com que o os derradeiros minutos finais se tornem tão sem graça que fazem evaporar todo o peso de significados que poderia ter naquele momento. "A Fera na Selva" não é cinema, mas sim uma produção presa em suas próprias regras e se tornando uma produção aquém do que se esperava.  


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