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Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 24 de novembro de 2025

Cine Dica: Em Cartaz - 'Wicked: Parte 2'

Sinopse: Demonizada como a Bruxa Má do Oeste, Elphaba vive no exílio, enquanto Glinda reside na Cidade Esmeralda. Quando uma multidão furiosa se levanta contra a Bruxa Má, ela precisa se unir com Glinda para transformar a si mesma e todo o Oz, para o bem.  

Quando eu saí da sessão de "Wicked: Parte 1" (2024) eu tinha certeza de que havia testemunhado um cinema puro e cujo espetáculo deve ser testemunhado por todos em uma sala escura.  A passagem "Defying Gravity" que encerrou o filme com chave de ouro é aquele tipo de música que faz você cantarolar mesmo já tendo se passado várias horas após sessão. Portanto, "Wicked: Parte 2" (2025) pode não superar o filme anterior, mas encerra a trama com dignidade e respeitando aqueles que sempre apreciaram a peça teatral.

Dirigido novamente por Jon M. Chu, a trama começa exatamente onde o longa anterior havia se encerrado, onde vemos Elphaba e Glinda agora separadas e tendo que enfrentar as consequências de suas escolhas após saberem a verdade sobre o mágico Oz.  Enquanto Elphaba segue sendo vista como a Bruxa Má do Oeste, Glinda vive as glórias de ter se tornado o símbolo da Bondade no reino e sendo amada pela população. O cenário toma novos rumos com a chegada de uma garota do Kansas e que pode gerar o ponto final da história.

Eu fui assistir ao filme com a expectativa equilibrada, já que achava difícil esse segundo filme superar os feitos do longa anterior. Verdade seja dita, ambos os filmes foram rodados ao mesmo tempo e podemos interpretá-los como uma única obra que havia sido dividida em duas partes para ser lançada no cinema. Creio eu que não foi uma forma de atrair maior bilheteria exatamente, mas sim para respeitar a essência original da história.

Neste caso, o filme possui quase as mesmas passagens da peça, sendo que respeita os fãs que estavam preocupados em termos de fidelidade. Neste último caso, pode-se dizer que o filme até mesmo exagera quando leva para as telas passagens da peça que fluem muito melhor lá, mas que aqui deveriam ter sido mais bem adaptadas para a linguagem cinematográfica. Senti isso principalmente na passagem logo após a chegada de Dorothy, onde a cena da desavença entre  Elphaba e Glinda soa fiel por demais com relação a peça, mas que poderá agradar os fãs da obra.

Com relação a essa passagem é então que temos o cruzamento da trama principal com os eventos do clássico "O Mágico de Oz". Sou muito fã do longa de 1939 e confesso que as passagens em que mostram os personagens centrais daquela trama por uma outra perspectiva me pareceu insuficiente para que a pessoa possa entender o peso daqueles eventos, mesmo quando a origem e personalidade do Homem de Lata é o que é mais bem explorado. Pode ser fiel a peça, mas me pareceu tudo apressado por demais, mesmo com esse novo olhar que nos levanta outras questões sobre como nasce certas lendas que nós conhecíamos, mas que foram criadas para outros propósitos.

Como não poderia deixar de ser, Cynthia Erivo e Ariana Grande são a verdadeira alma e coração do longa como um todo, onde as suas personagens Elphaba e  Glinda sempre foram os dois lados da mesma moeda, mas escolhendo caminhos diferentes através sobre o que acreditavam ao longo da vida. Glinda, por exemplo, sempre buscou a perfeição e o lado positivo da situação, quando na verdade a realidade é muito mais complexa do que é contada nos contos de fadas. Uma vez que ela compreende que toda essa perfeição tem um preço a se pagar é então que ela assume um novo patamar perante as mentiras que foram construídas no decorrer dos anos naquele mundo mágico.

Talvez essa seja a mensagem principal da história como um todo, onde o poder sempre busca a construção da imagem de um grande vilão para nublar os pensamentos da população, enquanto as verdadeiras engrenagens que moldam o nosso mundo são muito mais corruptas e questionáveis. Portanto, o grande vilão sempre foi o próprio Oz, ao vender uma mentira para a população, pois a sua real pessoa não seria o suficiente para obter a confiança de todos. Embora não sendo muito feliz nos números musicais, Jeff Goldblum cumpre o seu papel em uma atuação que sintetiza essa ideia sobre manipulação, mesmo quando nos passa essa sensação de que poderia ter sido explorado melhor.

Mas mesmo entre altos e baixos seria preciso ter coração de pedra para não se emocionar com o desfecho da trama, onde Elphaba e Glinda, enfim, abraçam os seus destinos que escolheram e tendo que se despedirem no momento mais emocional do longa como um todo. É uma pena, portanto, que esses momentos não possuem um número musical que tenha o mesmo peso do que foi sentido em "Defying Gravity", mas que ao mesmo tempo não tira o brilho da mensagem principal do longa. Em tempos atuais onde a sociedade cada vez mais se encontra divisível, a lição que o filme nos passa é que todos merecem um lugar ao sol, independente de suas diferenças e do modo de pensar com relação à vida.

"Wicked: Parte 2" pode até não superar as nossas expectativas, mas cumpre a sua missão de nos emocionar e fazer a gente desejar que haja mais filmes feitos de coração como esse para serem levados às telas do cinema. 

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