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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 13 de maio de 2021

Cine Dica: Em DVD e Streaming:: 'Pinóquio'

Sinopse: Gepeto é um solitário marceneiro que sonha em ser pai e deseja que Pinóquio, o boneco que acabou de construir, ganhe vida.  

Quando se fala em Pinóquio imediatamente nos lembramos do clássico da Disney de 1940, pois o filme ainda hoje impressiona pelo seu perfeccionismo e genialidade do criador de Mickey. Porém, ao longo das décadas, já houve diversas adaptações, que chegavam a ser mais e fiéis e com um teor um tanto que sombrio. "Pinóquio" (2019) é uma obra muito mais próxima da visão do escritor Carlo Collodi e que, curiosamente, transita entre a fantasia e realidade.

Dirigido por Matteo Garrone, do filme "Gomorra" (2008), somos apresentados à verdade sombria por trás de um clássico que marcou gerações. O solitário marceneiro Gepeto (Roberto Benigni) tem o grande desejo de ser pai, e deseja que Pinóquio (Federico Ielapi), o boneco de madeira que acabou de construir, ganhe vida. Seu pedido é atendido, mas a desobediência do jovem brinquedo faz com que ele se perca de casa e embarque em uma jornada repleta de mistérios e seres mágicos, que o levará a conhecer de fato os perigos do mundo.

O filme já começa de forma surpreendente, onde não testemunhamos um conto de fadas colorido, mas sim pálido, sujo, onde a cidade em que Gepeto mora mais parece uma cidade Italiana dos tempos pós-Segunda Guerra Mundial. Curiosamente, Gepeto é meio que o verdadeiro protagonista do primeiro ato da trama, já que Roberto Benigni constrói o personagem da sua maneira e se distanciando das outras encarnações que Gepeto teve ao longo das décadas. A sua atuação é tão boa que faz a gente até lamentar quando ele sai um pouco de cena e dando lugar ao pequeno protagonista.

Não tem muito o que dizer sobre atuação de Federico Lelapi como Pinóquio, já que ela é econômica e não possuindo o lado carismático que o personagem havia nos conquistado na versão de Disney. Ao menos, isso é um pouco contornado quando o protagonista embarca em uma verdadeira aventura cheia de fantasia, mesmo cometendo o erro de desobedecer ao seu pai ao longo da história. É a partir dessa desobediência que o personagem irá aprender da pior maneira possível que certas regras são preciosas e que são necessárias por elas em prática.

Logicamente o filme possui diversas passagens do livro que todos nós conhecemos, desde aos momentos em que o protagonista fica preso em um circo, como também nos momentos em que ele se dá mal nas mãos de dois larápios. Porém, a passagem em que ele e as demais crianças são transformadas em burros continua sendo um dos momentos mais assustadores do conto, ao ponto de quase superar o clássico da Disney. Curiosamente, alguns personagens ganharam nova roupagem, como no caso do Grilo Falante e que aqui ele mais parece a voz da consciência de Pinóquio, mas tendo pouco contato com ele ao longo do percurso.

Porém, a nova visão da Fada azul, interpretada pela atriz Marine Vacth, supera as nossas expectativas, principalmente por ser uma visão que se distancia e bastante do clássico da Disney e possuindo uma aura de mistério em volta dela. Alias. É através dela que surgem personagem animalescos, um mais curioso do que o outro e nos surpreendendo pelas suas pesadas maquiagens. Em tempos em que quase tudo é feito digitalmente nos rostos dos atores, não me surpreenderia se o filme ganhasse um Oscar por essa categoria.

O ato final não traz nenhuma surpresa, principalmente para aqueles que leram tanto o livro como também as suas adaptações ao longo dos anos. Porém, o filme é uma simpática adaptação para ser vista e revista com certo cuidado, já que ela toca em lições de vida que merecem ainda a nossa atenção, principalmente quando certos valores de amor e amizade são esquecidos por alguns em nosso mundo real. Transitando entre a fantasia e realidade, quem sabe o filme venha a conquistar uma nova legião de pequenos que nunca tinham ouvido falar sobre esse curioso personagem de madeira.

Indicado para dois prêmios ao Oscar 2021, "Pinóquio" é uma nova versão de um grande clássico, do qual o seu visual se difere dos outros e o que faz dele valer a pena ser conferido.  

Onde Assistir: Locação em DVD ou compra ou alugue em Youtube. 

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quarta-feira, 12 de maio de 2021

Cine Dica: Streaming: ‘BIO – Construindo Uma Vida’

Sinopse: Nascido em 1959 e morto em 2070, um homem tem uma patologia especial que não o permite mentir. Depois de sua morte, amigos e membros de sua família se reúnem para relembrar acontecimentos especiais pelos quais passaram juntos e que montam um interessante retrato da biografia do rapaz.

No clássico “Rebecca – A Mulher Inesquecível” (1940) do mestre Alfred Hitchcock, a protagonista está morta e somente temos conhecimento sobre ela através das palavras dos principais personagens ligados a ela. Graças a direção engenhosa do cineasta, além da atuação eficaz de todo elenco, tínhamos um vislumbre da enigmática figura através de nossas mentes. “Bio – Construindo uma Vida” segue um caminho semelhante, onde através das palavras de personagens ligados ao protagonista temos um vislumbre de sua pessoa, mesmo quando ela nunca aparece em cena.

Dirigido por Carlos Gerbase de “Verdes Anos” (1984), o filme retrata a vida de um homem que viveu durante 110 anos. Tendo nascido em 1959 e vindo falecer no ano de 2070, acabamos conhecendo sobre ele através de depoimentos de familiares, amigos e amantes. Cada depoimento tem um significado, seja em maior ou em menor grau.

Embora o filme seja uma ficção, além de ser um falso documentário, é mais do que notório que Carlos Gerbase criou a história se inspirando em sua própria vida. É nítido, por exemplo, os depoimentos dos respectivos personagens ligados ao protagonista, cuja as suas palavras parecem extraídas das lembranças do realizador. O que torna, logicamente, o filme, uma ficção, é os seus desdobramentos, ao ponto de sr tornar quase uma ficção cientifica com relação a ligação do homem com a natureza, ou até mesmo com relação ao próprio universo.

Além do já citado “Rebecca” é notório que o cineasta buscou inspiração de filmes recentes como, por exemplo, ” A Árvore da Vida” (2011), do cineasta Terrence Malick. Porém, graças aos inúmeros depoimentos ligados ao protagonista, se cria um mosaico de informações e dos quais faz com que exijamos de nós mesmos uma atenção redobrada com relação a história. Se por um lado isso pode se tornar cansativo em alguns momentos, em outro, é interessante acompanharmos uma linha narrativa dessa forma e tão pouco vista no cinema.

Curiosamente, se consegue extrair da trama um pouco da história do nosso próprio Brasil, onde testemunhamos algumas cenas verdadeiras, principalmente dos anos 60. Infelizmente isso se perde um pouco quando a trama começa avançar rapidamente, tendo uma preocupação maior em focar nos desdobramentos da vida do protagonista. Essa aceleração acaba prejudicando a presença de talentos ilustres, como no caso da presença de Maitê Proença, mas nada que prejudique como um todo a obra.

Com um único vislumbre do rosto do protagonista, de uma forma bem inusitada e vista no último minuto da obra, “Bio – Construindo uma Vida”, é uma curiosa experiência cinematográfica, onde a sua ação não se encontra na tela, mas sim, na construção dentro de nossa cabeça.

Onde Assistir: A venda ou locação pelo Youtube.

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terça-feira, 11 de maio de 2021

Sinopse: Streaming: 'I Am - Você Tem o Poder de Mudar o Mundo'

Sinopse: O diretor Tom Shadyac fala com os líderes intelectuais e espirituais sobre o que há de errado com nosso mundo e como podemos melhorar a nós mesmos e o modo como vivemos nele. 

Tom Shadyac foi o carro chefe durante os anos noventa com relação as comédias, já que foi o responsável, por exemplo, para a ascensão de Jim Carrey. Filmes como "Ace Ventura" (1994), "O Professor Aloprado" (1996), "O Mentiroso" (1997) e tantos outros, fizeram milhares de pessoas rirem nas salas de cinema e alcançando grande fama por esse feito. Porém, nem tudo são flores.

Assim como Jim Carrey, Tom Shadylac também sentiu o preço da fama, principalmente perante a uma situação que nem todo o dinheiro do mundo poderiam ajuda-lo. Coube então ele seguir um novo percurso e um tanto curioso. Em "I Am - Você Tem o Poder de Mudar o Mundo" (2011) mostra o seu lado mais humano e os caminhos que o levaram para uma nova encruzilhada e longe do universo de Hollywood.

Dirigido por Tom Shadyac, o filme conta um pouco sobre a vida de Tom Shadylac, um diretor de sucesso em Hollywood, que após um perigoso ferimento na cabeça, experimenta uma jornada para tentar descobrir e responder duas questões bem básicas, O que está errado no mundo? e, Que podemos fazer sobre isso? Com uma equipe de quatro pessoas, Tom visita algumas das grandes mentes dos dias de hoje, incluindo escritores, poetas, professores líderes religiosos e cientistas.

Quando olho para Tom Shadylac me vem rapidamente a imagem de Jim Carrey, sendo que esse pode-se dizer que é uma espécie de álter ego do cineasta e cuja as suas quedas em suas carreiras tem muita similaridade uma com outra. Mas, se por um lado Jim Carrey foi mais a fundo sobre si mesmo no documentário "Jim e Andy" (2017), do outro, Tom Shadylac opta somente nos primeiros minutos de projeção explicar os motivos que o levaram a fazer diversas perguntas sobre a sua própria vida e dando espaço para estudiosos sobre o assunto.

Com participações de Marc Ian Barasch, Tom Shadyac, Coleman Barks, Desmond Tutu, Noam Chomsky e Howard Zinn, o filme é recheado de informações sobre a vida, envelhecimento, morte, natureza e sobre a realidade em nossa volta. O resultado é um mosaico com tamanhas informações que uma hora e vinte de projeção não são os suficientes para preencher todas as lacunas. Porém, as pequenas informações acabam sendo preciosas, principalmente quando elas nos fazem pensar na medida em que elas são colocadas na mesa.

De forma humorada, o documentário possui um ritmo dinâmico, principalmente com uma montagem frenética em meio a tantas informações curiosas. Acima de tudo, é uma obra que fala sobre o ser humano atual cada vez mais preso aos seus bens materiais, quando na verdade deveria se preocupar muito mais com o mundo lá fora ainda desconhecido para se explorar. Para os fãs de obras que nos fazem pensar como no caso, por exemplo, do clássico "Matrix" (1999), o documentário é um prato cheio para aqueles que buscam abrir mais as suas mentes e enxergar muito além do que seus olhos podem ver.

"I Am - Você Tem o Poder de Mudar o Mundo" nos convida para testemunhar um lado mais simples sobre a vida, mas que ao mesmo tempo nos abre a mente para novas ideias sobre a realidade em nossa volta. 

Onde Assistir: Netflix. 

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segunda-feira, 10 de maio de 2021

Cine Dica: Curso online Nouvelle Vague do Cinema Coreano

 CONHEÇA O DINÂMICO, VERSÁTIL E SURPREENDENTE 

CINEMA PRODUZIDO NA COREIA DO SUL

O cinema sul-coreano é uma das poucas cinematografias nacionais a competir em seu próprio território com a produção norte-americana. Várias escolas coexistem no cinema produzido na Coréia do Sul. No entanto, ao lado da tradição dos filmes clássicos, que são baseados nas tradições e  na cultura coreana, surgiu, nas últimas décadas, uma nova onda de jovens diretores que é mais identificada com o mundo moderno. A chamada nouvelle vague coreana chegava para renovar e potencializar uma das cinematografias mais estimulantes do cinema mundial.

O Curso online NOUVELLE VAGUE DO CINEMA COREANO, ministrado por Josmar Reyes, vai abordar o cinema contemporâneo coreano, dando ênfase aos principais cineastas e suas filmografias. Vai percorrer a história de formação e consolidação do cinema produzido na Coréia do Sul, até o surgimento da nova geração de realizadores contemporâneos, expoentes do novo cinema coreano. O contexto histórico, político e social serão analisados para explicar esta cinematografia vigorosa que conquista atenção e interesse dentro e fora de suas fronteiras nacionais.

CONTEÚDOS

- Breve história do cinema sul coreano. 

- Dos cine-dramas aos filmes de propaganda política. 

- A idade do ouro e a ditadura militar. 

- O cinema pós-ditadura. 

- Produção local x Produção estrangeira. 

- A nova geração chega ao poder. 

- Blockbusters coreanos. 

- Conquista do mercado internacional. 

- Principais realizadores e filmes. 

- Análise da filmografia dos cineastas Kim Ki-Duk, Hong Sang-Soo,  

Park Chan-Wook, Lee Chang-Dong e Bong Joon-Ho.


Curso online 

...NOUVELLE VAGUE DO CINEMA COREANO...

de Josmar Reyes


Datas

15 e 16 / Maio

(sábado e domingo) 

Horário

14h às 16h 


Duração

2 encontros online 

(carga horária: 4 horas / aula) 


Informações

cineum@cineum.com.br / Fone: (51) 99320-2714

INSCRIÇÕES AQUI



sexta-feira, 7 de maio de 2021

Cine Dica: Em Cartaz: 'Godzilla vs Kong'

Sinopse: As lendas se enfrentam em "Godzilla vs. Kong", quando esses adversários míticos se encontram em uma espetacular batalha, na qual o destino do mundo entrará em jogo. 

Gareth Edwards teve a missão ingrata de realizar "Godzilla" (2014), sendo que o projeto era uma nova tentativa de Hollywood em fazer uma versão americana do monstro japonês após o fiasco de "Godzilla" (1998). Porém, o filme não só foi um grande sucesso, como também abriu as portas para o universo de monstros do cinema, sendo que "Kong - A Ilha da Caveira" (2017) não só dava uma nova roupagem para o gorila clássico, como também a possibilidade de ambos os gigantes se encontrarem. Eis que, finalmente, chega "Godzilla vs Kong" (2021), filme que mostra o embate dos super monstros e cujo o encontro é um grande passatempo.

Dirigido por Adam Wingard, conhecido pela versão recente de "A Bruxa de Blair" (2016), o filme fala sobre o embate de duas entidades que vão se enfrentar em uma grande batalha. Enquanto a organização científica secreta Monarch caça, investiga e estuda a origem dos Titãs, uma conspiração tem a intenção de acabar com todas as criaturas, sejam elas ameaçadoras ou não. O mundo sobreviverá ao duelo de monstros?

Talvez o maior problema desse filme seja o mesmo visto lá no filme de 2014, onde se há um enfoque aos protagonistas humanos enquanto os protagonistas monstros ficam em segundo plano. Claro que há um artificio engenhoso em se criar uma empatia pela menininha que tem amizade por Kong, sendo que é a única personagem humana vista na tela que realmente nos levamos em conta. O mesmo não se pode dizer da personagem interpretada pela jovem talentosa Millie Bobby Brown, sendo que ela foi apresentada com elevada importância em "Godzilla - O Rei dos Monstros" (2019), mas aqui ficando em segundo plano.

Os primeiros quarenta minutos, talvez, sejam o verdadeiro calcanhar de Aquiles do filme, já que existe uma perda de tempo na apresentação desses personagens e dos quais estão ali somente para gerar o conflito dos grandes seres. Porém, uma vez sendo apresentado o primeiro confronto de gigantes o filme não para mais, sendo que é impressionante os efeitos visuais dos dois monstros e cujo o realismo faz com que sentimos até mesmo a sensação de peso deles como um todo. Vale destacar a genial edição, cujo os movimentos de câmera fazem um verdadeiro passeio pelas partes dos gigantes e dando uma dimensão de suas magnitudes.

Vale destacar que o filme não cai na artimanha da fotografia escura e da qual nos incomodava um pouco no filme de 2014. Tudo é muito claro, onde vemos cada detalhe como, por exemplo, dos pelos de Kong, ou do verdadeiro mosaico de detalhes que são apresentados no momento em que ele conhece o seu verdadeiro local de origem. Aliás, vale destacar esse grande momento, principalmente para quem é fã do escritor Júlio Verne e que irá encontrar referências ao clássico "Viagem ao Centro da Terra" em abundância.

Não tem muito do que dizer sobre o ato final, já que ele é dedicado a tudo o que os fãs dos dois monstros estavam esperando, desde muita pancadaria, destruição e situações, por vezes, pra lá de absurdas. Não é preciso também ser gênio para adivinhar que há algo muito além dos dois monstros vistos na tela e quando isso acontece os fãs de HQ irão identificar a fórmula já muito usada nesta arte e vista até mesmo em "Batman vs Superman" (2016). Quem é entendedor do assunto já sabe o que eu estou falando.

Com menos de duas horas de duração, "Godzilla vs Kong" é entretenimento escapista, tanto para os fãs desses dois monstros clássicos, como também para aqueles que procuram algo para degustar e não levar nada a sério. 


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quinta-feira, 6 de maio de 2021

Cine Especial: Os Prelúdios de 'Godzilla Vs Kong'

Dois dos maiores titãs do cinema irão se enfrentar agora nos cinemas. Porém, o que levou a esses grandes personagens a se enfrentarem? Pensando nisso, decidi fazer com que vocês relembrem aqui sobre os filmes anteriores dessa nova franquia que a Warner planejou até chegada desse encontro através das minhas críticas da época. Confira: 


'Godzilla' (2014) 

Sinopse: Um épico renascimento para o icônico Godzilla da Toho coloca o monstro mais famoso do mundo contra criaturas que sustentadas pela arrogância científica da humanidade ameaçam nossa própria existência. 

Quando foi anunciado que “Godzilla” teria uma versão americana em 1998, muitos fãs esperavam com ansiedade ver o maior monstro do Japão sendo apresentado para uma nova geração e com efeitos especiais caprichados. Mas a produção de Roland Emmerich, do filme “O Dia depois do Amanhã” (2004) foi uma tremenda decepção, principalmente se comparado ao primeiro filme do monstro que foi lançado em 1954 e que atualmente é considerada uma obra prima do cinema japonês. Mas aproveitando o aniversário de 60 anos do monstro, eis que Hollywood decide fazer as pazes com ele e lança uma produção que, não somente respeita o clássico de 1954, como também traz consigo quase as mesmas metáforas que a produção japonesa apresentou há sessenta anos. 

Para começar, a produção comandada pelo cineasta Gareth Edwards (Monstros) não tem pressa alguma em mostrar a criatura, mas sim desenvolver o melhor possível o drama dos personagens humanos perante o inexplicável. Para alguns mais fanáticos, essa escolha ao não apresentar o grande protagonista de cara, talvez soe como uma grande decepção. Porém, convenhamos, que nós estejamos falando de uma criatura vinda da própria natureza e que homem em si jamais conseguiria dominá-la. 

Portanto, ao ver o personagem Brody (Bryan Cranston) encarando a morte da esposa (Juliette Binoche) em um acidente na usina nuclear em que ambos trabalhavam no Japão, se cria então um elo emocional entre os personagens humanos e o público que assiste. Infelizmente esse elo não se mantém muito forte, no momento em que o filho do casal (Aaron Taylor-Johnson) já crescido entra em cena, pois o intérprete não nos convence muito nem como pai de família e tão pouco como herói em cena. Contudo, o veterano Ken Watanabe, do filme “O Último Samurai” (2003) cumpre com louvor o seu trabalho, ao interpretar um pesquisador e defensor de Godzilla, que acredita que ele possa derrotar os outros monstros e trazer de volta o equilíbrio das coisas. 

Sim, há outros monstros, mais precisamente um casal que deseja acasalar e espalhar os seus filhotes pela terra. Curiosamente, ambas as criaturas lembram muito o visual do monstro visto em Cloverfield (2008), sendo que não me surpreenderia se isso fosse uma homenagem a produção de J.J. Abrams, que até então era o melhor filme de monstros ao lado do (claro) sempre mencionado “Círculo de Fogo”(2013).  

Falando em homenagens, é surpreendente a forma que Edwards filmou essa produção, fazendo a gente acreditar que a cada momento que ele nos apresenta uma cena, ele está prestando um grande respeito da forma que Steven Spielberg filmava os seus filmes como Tubarão e o Parque dos Dinossauros. Assim como o veterano diretor, Edwards apresenta as criaturas de uma forma gradual, lenta, mas muito bem filmada e criando um verdadeiro clima de suspense na medida certa. O Godzilla em si quando finalmente surge, não só é um dos momentos mais esperados do filme, como também nos faz urrar de felicidade ao vermos que esse sim é o Godzilla visto nos filmes de antigamente no Japão, sendo uma verdadeira entidade da natureza na qual o homem não pode simplesmente deter. 

Mas é aí que o filme entra num momento arriscado, pois embora Godzilla seja uma criatura que não pode ser detida, os roteiristas ousaram em transformar ele numa espécie de grande herói a serviço da humanidade ao deter os outros monstros. No filme de 1954, o monstro era uma entidade da natureza, que ao mesmo tempo foi remodelada devido aos testes nucleares durante a guerra fria e resumidamente ele nada mais era do que uma metáfora dos maiores temores dos japoneses daquele tempo. Aqui, a metáfora é mantida, mas ao mesmo tempo Godzilla se torna uma espécie de equilíbrio, que querendo ou não, surge com o objetivo de preservá-lo e fazer com que os protagonistas humanos apenas assistam e torçam por ele. 

Seria isso uma forma de tornar a criatura mais acessível para o público atual? Será que o público de hoje simplesmente não aceitaria Godzilla como uma criatura bestial da natureza que não pode ser detida? Será que o politicamente correto chegou até mesmo neste terreno? 

Embora tenha torcido o nariz com isso, devo reconhecer que, pelo menos aqui essa situação funcionou, mas numa eventual sequência (o final deixa claro que haverá) duvido muito que esse artifício irá funcionar de novo. 

Com começo, meio e fim bem amarrados, “Godzilla”, mesmo com seus sessenta anos de vida, prova que ainda tem fôlego para continuar sendo o rei dos monstros do cinema, mas resta saber se os produtores irão acertar o alvo novamente, criando então uma trama mirabolante, ou simplesmente será mais ou menos o que já foi visto e correndo o risco de ter um prejuízo do tamanho do personagem. 


'Kong: A Ilha da Caveira' (2017) 

Sinopse: A Ilha da Caveira é o território do rei dos símios King Kong. O lugar é invadido por exploradores, que adentram as profundezas da traiçoeira e primitiva ilha. Não demora muito para eles se depararem com a grandiosidade e a fúria de Kong. 

“Círculo de Fogo” (2013) de Guilherme Del Toro inaugurou uma nova leva de filmes de monstros, cujo objetivo de sua criação é na criação de franquias cinematográficas. Embora a versão de 1998 seja um desastre, o recente “Godzilla” (2014) agradou ao público, crítica e elevando as chances para a criação de mais filmes com esses seres gigantescos. “Kong: A Ilha da Caveira” (2017) é o mais novo filme dessa leva e que, devido algumas de suas qualidades, podemos esperar por mais filmes desse gênero. 

Dirigido pelo novato Jordan Vogt-Roberts, acompanhamos uma trama, cujos eventos começam durante a Segunda Guerra e se estendem durante a década de 70. Um grupo de soldados convencido por um cientista (John Goodman) vai para uma ilha ainda (aparentemente) não explorada pelo homem. Lá descobre que ela é protegida por um gorila gigante chamado Kong, cuja sua existência é para conter outras criaturas ameaçadoras por lá. 

O filme em si não traz nenhuma novidade no gênero de aventura, mas é na forma em que longa é conduzido que ele se diferencia dos outros. Para começar, Jordan Vogt-Roberts presta uma verdadeira homenagem aos filmes de guerra no primeiro ato da trama, principalmente ao clássico “Apocalipse Now” (1979), mas se alguém tem alguma dúvida sobre isso, basta assistir aos primeiros minutos dos soldados dentro da ilha e termos absoluta certeza que o cineasta venera a obra de Francis Ford Coppola. Destaco também o fato de o filme não ser sombrio, mas sim colorido, sintetizando um período mais dourado daquela época, mesmo quando boa parte da trama se passa num lugar remoto. 

Já o Kong em si, ele não é muito diferente de suas versões anteriores, mas possui trinta metros de altura e fazendo de sua presença algo que emociona. Embora muitos cinéfilos já estejam acostumados a efeitos visuais mirabolantes, é preciso reconhecer o belo trabalho que fizeram na criação do monstro, do qual não deve em nada se comparado a sua última reencarnação (King Kong de 2005). Porém, sua presença se torna ainda mais ameaçador graças aos movimentos de câmera do cineasta, fazendo da presença da criatura algo animalesca e remetendo até mesmo, por exemplo, as animações japonesas de Dragon Boll Z. 

Mas se o clássico macaco gigante é quase impecável, o mesmo não se pode dizer muito dos seus protagonistas humanos, cuja maioria a gente já tem uma ideia de quem vive e quem morre na tela. Se Tom Hiddleston (o Loki da Marvel) cumpre o seu papel como aventureiro bom moço, Brie Larson (O Quarto de Jack) só se encontra presente na trama unicamente para balançar o coração do gorila e remeter à velha fórmula da “Bela e a Fera”. E se Samuel Li Jackson força a barra para ser o vilão nesta trama, John C. Reilly (Chicago) surpreende como ex-soldado perdido na ilha desde a Segunda Guerra Mundial e se tornando o melhor entendedor no assunto sobre o que acontece nela. 

Falando sobre a ilha, o ato final surpreende com os inúmeros tipos de seres que surgem na tela, cuja presença delas serve para movimentar a trama, mas nunca fazendo com que se torne uma verdadeira montanha russa de efeitos. Na realidade o filme mais parece como aqueles bons e velhos filmes B de monstros de antigamente, mas tudo moldado com efeitos de ponta e ao mesmo tempo gerando certa nostalgia. É claro que há pontas soltas propositais para haver uma futura sequência, principalmente na possibilidade de Kong se encontrar com Godzilla futuramente. 

Divertido e sem exigir muito do cinéfilo que assiste “Kong: A Ilha da Caveira” nada mais é do que um bom entretenimento e que remete os bons filmes de aventura de antigamente.  


'Godzilla II: O Rei dos Monstros' (2019) 

Sinopse: Os integrantes da agência Monarch precisam lidar com a súbita aparição de vários monstros gigantescos, dentre eles o mítico Godzilla, que a todo instante brigam entre si.  

"Godzilla" (2014) foi uma grata surpresa para os fãs do mais famoso monstro do cinema, pois além de respeitar o clássico japonês de 1954, o cineasta Gareth Edwards, do filme "Rogue One - Uma História de Star Wars" (2016), criou a proeza de criar uma trama que em muitos momentos assistimos o embate entre os monstros pela perspectiva dos seres humanos da história. Claro que o resultado promissor fez com que a Warner criasse a sua própria franquia de monstros e "Kong: A Ilha da Caveira" (2017) se tornou uma grande desculpa para se ter a possibilidade futura de ambos os gigantes se digladiarem no cinema. Eis que, então, chega aos cinemas “Godzilla II: Rei dos Monstros”, filme que dá continuidade ao filme anterior, expandindo esse universo monstruoso e com o intuito do estúdio em querer gerar lucro.   

Com direção agora do cineasta Michael Dougherty, do filme "Krampus - O Terror do Natal" (2015), a trama se passa cinco anos após os eventos vistos do filme anterior, onde governo norte americano pensa seriamente em uma forma de exterminar o maior número possível de monstros escondidos na terra. Porém, Dr. Ishiro (Ken Watanabe) usa todos os meios para defender a tese que Godzilla é o que dá o equilíbrio da natureza enfrentando os gigantes que surgem na superfície. Ao mesmo tempo, Dra. Emma Russel (Vera Farmiga) trabalha em um projeto que poderá desencadear eventos imprevisíveis para a toda a humanidade.   

Assim como foi visto no filme anterior, a trama se concentra nas figuras humanas, mais precisamente sobre a família da Dra. Emma e da qual vive com um trauma desde os eventos vistos em São Francisco. assim como Gareth Edwards, o diretor Michael Dougherty também gosta de brincar com as nossas expectativas com relação ao que virá em seguida, pois é uma verdadeira revelação, por exemplo, onde realmente se encontra no início da trama a doutora e a sua filha Madison, interpretada pela jovem atriz Millie Bobby Brown, da série "Stranger Things" (2016). Após apresentação dos personagens principais, o filme engata uma nova marcha e é aí que ele se encaminha para os seus altos e baixos ao longo de sua trama.   

Não é preciso ser gênio que veremos ao longo do percurso mais monstros para serem os oponentes de Godzilla, além de serem velhas caras conhecidas, principalmente para aqueles que assistiam aos filmes antigos vistos no Japão. Temos então aparição de Ghidorah, Rodan e Mothra, sendo que essa última possui os mais belos momentos do filme e desencadeando uma nostalgia para os fãs que assistem. É uma pena, portanto, que quando surgem essas grandes figuras quase sempre é em meio a uma fotografia, por vezes, muito escura e fazendo a gente desejar que muitos desses momentos fossem vistos a luz do dia.   

Um dos velhos motivos de se colocar personagens digitais no meio da escuridão é para sempre ocultar alguns defeitos, mesmo quando eles sejam quase imperceptíveis. Mas se por um lado a fotografia atrapalha, do outro, as cenas de ação envolvendo as criaturas empolga e gerando sempre uma grande tensão na medida em que os personagens humanos ficam cada vez mais perto em meio ao duelo de titãs. Se por um lado se perde aquele ar de novidade vista no filme anterior, ao menos, o filme ganha pontos ao obter a nossa total atenção em quesito de ação.   

Por outro lado, em termos de roteiro, os realizadores pecam pela sua falta de originalidade em algumas situações. Em um determinado momento, por exemplo, uma personagem faz um discurso que mais parece que foi tirado do filme "Kingsman: Serviço Secreto" (2014) e que havia sido dito por samuel l. jackson. Isso faz com que se crie um roteiro pronto em nossas mentes e fazendo a gente saber quais serão os destinos de alguns respectivos personagens.  

Se há falta de originalidade, ao menos, há uma carga emocional e de respeito com relação a obra original de 1954. Não deixa de ser curiosa, por exemplo, a cena onde vemos o personagem de Ken Watanabe frente a frente com Godzilla e cuja a cena remete ao final do filme clássico. Se tem aqui, portanto, o fechamento de um círculo e início de um novo e do qual se torna uma faca de dois gumes para a obra como um todo.  

O grande problema de "Godzilla II", talvez, seja justamente o fato dos seus realizadores não saberem encerrar o filme sem deixar de pensar o que poderá vir mais pela frente. Obviamente se tem aqui a intenção de se criar uma franquia de monstros gigantes para o cinema, mas que corre o sério risco de terminar antes mesmo de começar. Em tempos de franquias fracassadas, tanto dos "Monstros Clássicos" da Universal, como até mesmo do Universo de Super-Heróis da DC/Warner, realizar uma franquia de monstros gigantes atualmente requer que realizadores pensem duas vezes antes de dar o seu tiro no escuro e correr sério risco de sair no prejuízo.  

"Godzilla II: Rei Dos Monstros" é um ótimo divertimento para os fãs do personagem, mas que também sofre nas mãos de realizadores que não se contentam somente em um único duelo e isso se deve graças ao dinheiro. 


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quarta-feira, 5 de maio de 2021

LUTO: Paulo Gustavo (1978 - 2021)

Após a retomada do cinema brasileiro houve uma enxurrada de comédias escapistas, na maioria da Globo Filmes, para atrair as massas, mas que não demoravam muito para serem esquecidas. O grande problema da maioria dessas comédias brasileiras é que, ou se entregavam para o besteirol sem sal, ou imitavam a comédia norte americana, mas resultando em projetos sem alma. Porém, por mais exigente que eu fosse, fui obrigado a ser seduzido pela Dona Hermínia, ou mais precisamente pelo Paulo Gustavo.

Ator, humorista, diretor, roteirista, e apresentador brasileiro, Paulo Gustavo vinha trabalhando em diversas fileiras do mundo do entretenimento, seja no cinema fazendo participações como no ótimo "Divã" (2009), ou na série de tv "Vai que Cola" iniciada em 2013. Porém, foi através de suas raízes pessoais que o realizador obteve o seu maior feito. Baseado na peça de teatro de sua autoria, "Minha Mãe é Uma Peça - O Filme" (2012) é um daqueles casos em que os Deuses do cinema sorriem para um determinado projeto e fazendo com que o mesmo se torne um grande sucesso.

Inspirado em sua vida pessoal, Paulo Gustavo dá vida e alma a Dona Hermínia, personagem da qual ele buscou através de sua mãe inspiração na construção de sua personagem e nos brindando com uma das melhores e mais carismáticas figuras do cinema brasileiro recente. Dona Hermínia é uma espécie de entidade da natureza, da qual sua principal arma é a sua língua desenfreada que pulveriza qualquer um que se faça de esperto contra ela. Não tem como não rir das inúmeras situações vistas na tela, além de ficarmos encantados pela grande atuação do ator e que simplesmente desaparece em sua personagem.

Consagrado, Gustavo se dedicou em outras séries como "220 Volts" além do sucesso para o cinema "Os Homens São de Marte... E É Pra Lá Que Eu Vou" (2014). Porém, Dona Hermínia voltaria aparecer em mais duas continuações, sendo que "Minha Mãe é uma Peça 2" (2015) veio a se tornar a maior bilheteria do cinema nacional de todos os tempos e que, diferente de outros filmes estrelados por pastores, esse ocupou sim todas as poltronas do cinema. Parecia que iriamos ver mais obras desse gênio para rirmos cada vez mais pelos seus feitos, mas infelizmente não foi bem isso.

Em 13 de março de 2021, o ator foi internado por ter pego COVID-19 e ontem, dia 04 de maio, veio a falecer aos 42 anos deixando o marido e dois filhos. A morte de Paulo Gustavo simboliza as mais de quatrocentos mil mortes de brasileiros pelo país, dos quais os mesmos poderiam continuar vivendo, se não fosse pela irresponsabilidade de um desgoverno que negou o que é mais sagrado em um combate contra a pandemia que é a ciência. Em um momento em que o nosso país enfrenta um dos piores momentos de nossa história, Paulo Gustavo fará uma tremenda falta para nos passar a sua preciosa vacina que era o seu humor inteligente, contagiante e inesquecível.

Paulo Gustavo partiu, mas deixou a Dona Hermínia em nossos corações e mentes para revista-la, para rirmos e esquecermos um pouco da tristeza atual em que vivemos.  

Filmografia:  

2020 220 Volts - Temporada 6 

2019 Agente Especial 

2018 Além da Ilha - Temporada 1 

2018 Minha Mãe é uma Peça 3 

2017 A Vila - Temporada 1 

2017 Fala Sério, Mãe! 

2017 Minha Vida em Marte 

2017 Vai que Cola - Temporada 5 

2016 220 Volts - Temporada 5 

2016 Vai que Cola - Temporada 4 

2015 Juninho Play e Família - Temporada 1 

2015 Minha Mãe é uma Peça 2 

2015 Vai que Cola - Temporada 3 

2015 Vai que Cola - O Filme 

2014 Os Homens São de Marte... E É Pra Lá Que Eu Vou 

2014 Vai que Cola - Temporada 2 

2013 220 Volts - Temporada 4 

2013 Vai que Cola - Temporada 1 

2012 220 Volts - Temporada 3 

2012 220 Volts - Temporada 2 

2012 Minha Mãe é uma Peça - O Filme 

2011 220 Volts - Temporada 1 

2011 De Volta ao Divã - O Filme 

2011 Divã - Temporada 1 

2010 Os Mercenários 

2009 Divã  

2009 Xuxa em O Mistério de Feiurinha 

2008  A Guerra dos Rocha 

2007  Sítio do Picapau Amarelo - Temporada 7 

2006  A Diarista - Temporada 3 


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