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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sábado, 24 de outubro de 2020

Cine Especial: 'The Boys' - Quem Vigia os Vigilantes?

A imagem do herói perfeito perdurou até os anos setenta, mas devido aos eventos que ocorriam no mundo real, foi preciso os super seres vindo das páginas coloridas se tornarem mais humanos e fizessem com que os leitores se identificassem com eles como um todo. Mas foi nos anos oitenta em que realmente ocorreu a virada de mesa, onde escritores como Frank Miller e Alan Moore deram uma nova roupagem aos heróis, transformando os mesmos em personagens mais humanos, violentos e até mesmo falhos. Se Frank Miller criou a versão definitiva de Batman em "Cavaleiro das Trevas", por outro lado, Alan Moore criou em "Watchmen" uma realidade mais próxima da nossa, onde os heróis existem desde a Segunda Guerra e participando dos principais eventos da história.

Para Alan Moore, a ideia de existir super heróis no mundo real seria tenebrosa, já que os seres humanos são falhos em suas ações e uma pessoa comum usando poderes com certeza ficaria dividida em praticar o bem ou fazer as piores coisas das quais se poderia imaginar. Foi também pela obra do escritor que se previu que as grandes corporações do sistema capitalista começaria a  se alimentar com a imagem do herói e assim obter o lucro através da massa de fãs em todo o globo. No nosso mundo real, por exemplo, a toda poderosa Disney é distribuidora da Marvel, responsável pelas maiores bilheterias do momento e enchendo os seus cofres a cada ano que vai passando.

Portanto, a visão de Alan Moore sobre esse assunto é complexa, contagiante e ao ponto de outros realizadores começarem a se alimentar da ideia. Um desses, por exemplo, é Garth Ennis ao criar a HQ "The Boys" onde contava a história onde os super-heróis existem, mas em sua grande parte tiveram seus valores morais corrompidos pela fama e celebridade que alcançaram, e não raro se comportam de forma irresponsável. Por isso um esquadrão de agentes da CIA, conhecidos informalmente como "The Boys", é responsável por monitorar as atividades da comunidade de seres super-poderosos.

A história se foca em Hugh "Wee Hughie" Campbell, que após sua namorada ter sido morta durante um conflito entre heróis e vilões, passa a odiar os heróis. Hugh é convidado por Billy Butcher, líder dos "The Boys" a se juntar ao grupo e monitorar os heróis. Ennis declarou antecipadamente que pretendia superar a quantidade de imoralidades, cenas violentas e perversões que havia incluído em sua série Preacher, e manteria esse nível por toda a duração de "The Boys".

Não demorou muito para a HQ ganhar uma adaptação que fizesse jus ao seu conteúdo e coube Amazon Prime em obter esse feito. Porém, diferente de sua fonte, os realizadores se preocuparam mais em construir personagens mais humanos ao invés de apresentar somente violência explícita a todo momento. A violência, aliás, está sempre presente na história, mas tendo consequências e jamais de forma gratuita. 

Em duas temporadas, o diretor Eric Kripke e os demais realizadores incrementaram na trama de tudo um pouco, desde uma crítica feroz as mega corporações que obtém rios de dinheiro com as imagens dos heróis, como também sobre a política fascista da era Trump e cutucando até mesmo o papel das religiões se infiltrando no cenário político. Em meio a isso temos super seres falhos, pois eles não deixaram de serem humanos e o que vemos são pessoas comuns que, por vezes, nem conseguem lidar com os poderes que obtiveram.

Dentre eles, o destaque sempre vai ser para o Capitão Pátria, uma espécie de versão maligna de Superman, mas mantendo a imagem de bom moço para os holofotes. O personagem é sem dúvida o mais complexo de toda a trama, já que estamos diante de um homem complexo internamente, cuja a maioria dos seus desejos peculiares ele mantem internamente e se transformando, portanto, uma verdadeira bomba relógio. Antony Starr dá um verdadeiro show de atuação e fazendo do seu personagem um ser imprevisível e fazendo a gente até temer sobre o seu próximo passo.

Por ser uma série de poucos episódios (oito cada temporada), a trama principal jamais se prejudica com as suas subtramas, já que elas são poucas e todas interligadas com a principal questão da história. Com um final de uma segunda temporada surpreendente, é obvio que "The Boys" irá perdurar por mais tempo, mas correndo o sério risco de se estender por demais, pois afinal ela também não deixa de ser um produto de uma mega corporação para atrair a massa. Uma situação irônica, porém, realista com relação ao futuro do programa.

"The Boys" é prato cheio para se discutir e polemizar a questão do papel do herói dentro de nossa sociedade atual e sobre até que ponto ele começa a prejudicar ao invés de ajudar. 


Onde Assistir: Amazon Prime. 

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sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (23/10/20)

NOTA: Depois de meses com as salas fechadas devido ao coronavírus, aos poucos, os cinemas vão reabrindo para alegria dos cinéfilos. Porém, verifique com o gerente como está a ventilação da sala que você irá entrar; use duas máscaras durante a sessão; leve o seu álcool gel e siga todas as regras de higiene que estiverem disponíveis no ambiente.  Querendo ou não, o vírus ainda está por aí e se queremos desfrutar novamente de um bom filme na tela grande precisamos nos prevenir e cuidar também da saúde do seu próximo haja o que houver.  

Confira as estreias:    

 Os Novos Mutantes

Sinopse: Cinco jovens mutantes descobrem o alcance de seus poderes e lidam com traumas do passado, enquanto são mantidos presos contra a vontade em uma instituição controlada pela Dr. Cecilia Reyes.



A Verdadeira História de Ned Kelly

Sinopse: A história do matador australiano Ned Kelly e sua gangue quando fogem das autoridades durante a década de 1870.


Super Conectados


Sinopse: Katie Mitchell entra para a sua tão sonhada faculdade de cinema e seu pai decide tornar sua ida à faculdade em uma viagem em família. No entanto, os Mitchells acabam encontrando com um levante robótico, sendo obrigados a unir forças para salvar o mundo.



Cats & Dogs 3: Paws Unite


Sinopse: Por uma década, a Grande Trégua interrompeu a hostilidade entre cães e gatos. Graças a isso, Gwen the Cat e Roger the Dog são dois agentes secretos que protegem e salvam o mundo de uma forma velada, sem que os humanos o descubram. Mas essa paz é ameaçada quando um papagaio supervilão descobre como manipular as frequências sem fio.


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quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Cine Especial: Cine Debate: 'A Livraria'

Sinopse: A história gira em torno de uma viúva que decide reconstruir sua vida e, para isso, resolve abrir uma livraria, apesar da oposição da população do vilarejo onde vive, na Inglaterra, em 1950.

Num primeiro momento o filme "A Livraria" me fez lembrar o nosso filme brasileiro "Aquarius", já que foca duas mulheres fortes e determinadas, mas que são violentamente agredidas pela ambição vinda do próprio progresso. No caso do filme de Isabel Coixet  (Ninguém Deseja a Noite), a questão não é somente sobre um lar que começa a ser ameaçado, como também o conhecimento vindo do poder dos livros, mas que sempre existem gananciosos que pouco se importam com esse grande benefício. "A Livraria" é um pequeno conto que transita entre a falta de estima e esperança revigorada.

Acompanhamos a história de Frocence Green (Emily Mortimer, de Paris, Te amo) que, durante anos vivendo de luto pela perda do seu marido, decide ir a uma pacata cidade do litoral da Inglaterra e onde decide abrir uma livraria. Contudo, sua iniciativa é vista com maus olhos pela conservadora comunidade local, que passa a se opor tanto a ela quanto ao seu negócio, obrigando-a lutar por seu estabelecimento.

O filme começa cheio de otimismo, onde a fotografia com cores quentes sintetiza a aura positiva da protagonista, já que ela não vê a hora de abrir a sua livraria. Com a chegada da personagem no cenário dos eventos, conhecemos outros  que terão papel significativo na vida da personagem, como a jovem ajudante Christine (Honor Kneafsey, de "Já Sinto Saudade") e o viúvo(?) excêntrico Edmund (Billy Nighy, da franquia "Harry Potter") que é um especialista em obras literárias. Porém, a figura da magnata Violet (Patricia Clarkson, de "A Ilha do Medo") se torna a vilania em pessoa da trama, já que ela quer cobiçar a livraria da protagonista e transformá-la numa exposição de artes do seu gosto.

O grande atrativo do filme, principalmente em seu primeiro ato, está no fato de focar grandes clássicos da literatura e dos quais eles servem como catalisadores para o início de diversas situações dentro da trama. De "Fahrenheit 451" á "Lolita", o filme é recheado de referências do mundo literário e fazendo com que a gente torça  para que o local onde eles se encontram nada de ruim ocorra. Transmitindo uma paixão nítida pelos seus livros, Frocence é a aura positiva em pessoa, mas isso se deve graças ao talento de Emily Mortimer, que consegue fazer com que a sua personagem transita entre momentos de humor e com situações que exigem maior dramaticidade.

Curiosamente, o filme vai gradualmente mudando o seu tom. De um início cheio de esperança vai dando lugar a um clima sem muitas expectativas para a protagonista e fazendo com que os antagonistas dela se tornem figuras venenosas e presas em suas vidas alienadas e corruptas. Contudo, mesmo num cenário de derrocada, a cineasta Isabel Coixet  foi hábil ao inserir uma semente de esperança em meio aos escombros de uma realidade em que pessoas não aceitam refletir mas sim somente ganhar.

"A Livraria" pode não mudar a vida de ninguém mas reforça o desejo de preservar a nossa principal arma que é conhecimento que se encontra em nossas prateleiras. 


NOTA: O filme será o tema da próxima live do Cine Debate. Mais informações clique aqui. 

Onde Assistir: Netflix. 

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quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Cine Dica: CCBB promove mostra de terror online e gratuita

 Evento gratuito e online com mais de 40 filmes, reúne debates, palestras, cursos, lives e homenagens a referências do gênero, como Zé do Caixão

   

O Centro Cultural Banco do Brasil promove de 28 de outubro a 23 de novembro a mostra macaBRo – Horror Brasileiro Contemporâneo, um passeio sinistro pela produção audiovisual de terror 100% brasileira. Serão exibidas 44 produções entre longas e curtas-metragens da nova geração de diretores e diretoras, assim como de nomes consagrados como José Mojica Marins, o Zé do Caixão. As exibições serão gratuitas e online na plataforma darkflix.com.br/macabro, serviço de streaming do gênero Cinema Fantástico.  Os filmes ficarão disponíveis 24 horas e com limite de visualizações no caso dos longas, e durante uma semana, para os curtas. Como forma de diminuir os riscos apresentados pela covid-19, toda a programação será online e contará também com debates e palestras, com inscrições via Sympla, além de cursos e lives no Youtube e Instagram da @blgentretenimento, sem necessidade de inscrição prévia. 

O projeto é patrocinado pelo Banco do Brasil e tem produção da BLG Entretenimento. Conta com curadoria de Breno Lira Gomes – curador do festival Maranhão na Tela desde 2007 e de diversas mostras, como a recente “Stephen King – O medo é seu melhor companheiro” – e Carlos Primati, idealizador da mostra “Horror no cinema brasileiro”. A dupla selecionou curtas e longas-metragens produzidos nos últimos cinco anos, entre 2015 e 2019, com data de lançamento até 2020, que continham forte experimentação visual, histórias horripilantes e marcantes. 

“A mostra macaBRo – Horror Brasileiro Contemporâneo vem para celebrar esse cinema cheio de coragem e vontade de encontrar o seu público. E principalmente, de narrar uma boa história de terror essencialmente brasileira, com temáticas ligadas à nossa cultura. O cinema brasileiro não é feito apenas de um tipo de filme e essa é uma boa oportunidade de valorizarmos ainda mais a recente produção do gênero no país. A mostra é fruto de uma produção atual e pulsante, que reúne uma nova geração de diretores e diretoras, que estão vendo a chance de experimentar dentro da linguagem cinematográfica, lado a lado com nomes já consagrados como o grande mestre José Mojica Marins, o eterno Zé do Caixão”, explica o curador Breno Lira Gomes.

Entre os longas-metragens, destacam-se produções que lançaram nomes de relevância no cenário do cinema nacional atual, como o premiado “Morto Não Fala”, de Dennison Ramalho, exibido em mais de 40 festivais no mundo e protagonizado por Daniel de Oliveira, Fabíula Nascimento e Bianca Comparato, “O Animal Cordial”, de Gabriela Amaral Almeida, com Luciana Paes, Murilo Benício e Irandhir Santos, “Sem Seu Sangue”, de Alice Furtado, que estreou no Festival de Cannes, e o aguardado “O Cemitério das Almas Perdidas”, de Rodrigo Aragão. Também estão na lista “Quando Eu Era Vivo”, de Marco Dutra, “Terminal Praia Grande”, de Mavi Simão, “O Clube dos Canibais”, de Guto Parente, “A Casa de Cecília”, de Clarissa Appelt, “Condado Macabro”, de André de Campos Mello e Marcos DeBrito, “Mal Nosso”, de Samuel Galli, entre outros.

Já os curtas-metragens vão integrar sessões homenagens com quatro mini retrospectivas de nomes que se destacaram nos últimos anos no gênero. O público poderá conferir os filmes “O hóspede", “Não tão longe”, “O desejo do morto", “Cova aberta”, “Mais denso que o sangue” e “Os mortos”, da produtora paraibana especializada em filmes de gênero Vermelho Profundo; “Uma primavera”, “A mão que afaga” e “Estátua”, da cineasta Gabriela Amaral Almeida; “Nocturnu”, “Amor só de mãe” e “Ninjas”, do diretor Dennison Ramalho; além de quatro curtas, sendo um dirigido e um codirigido pelo também homenageado Zé do Caixão: “O saci”, “Coffin Joe’s Heart Of Darkness”, de Marcelo Colaiacovo, Nilson Primitivo e José Mojica Marins, com trechos inéditos, “Tirarei as medidas do seu caixão”, de Diego Camelo, e “A lasanha assassina”, animação com voz de Mojica e direção de Ale McHado.   


Serviço:  

Mostra macaBRo – Horror Brasileiro Contemporâneo  

Realização: Centro Cultural Banco do Brasil  

Curadoria: Breno Lira Gomes e Carlos Primati  

Data: De 28 de outubro a 23 de novembro  

As exibições serão gratuitas e online na plataforma:darkflix.com.br/macabro   

Os filmes ficarão disponíveis 24 horas e com limite de visualizações no caso dos longas, e durante uma semana, para os curtas 

Debates e palestras com inscrições via Sympla  

Cursos e lives disponíveis no Youtube e Instagram da @blgentretenimento, sem necessidade de inscrição prévia  


Assessorias de imprensa Mostra MacaBRo 

Primeiro Plano 

Anna Luiza Muller  

Julia Moura – julia@primeiroplanocom.com.br       

Facebook e Instagram: @primeiroplanocom/www.primeiroplanocom.com.br        


Assessoria de imprensa dos CCBBs: 

Belo Horizonte - Bárbara Guimarães - barbaracg@bb.com.br 

Brasília – Pedro Emidio – pedro.emidio@bb.com.br 

Rio de Janeiro - Bianca Mello - biancamello@bb.com.br 

São Paulo – Leonardo Guarniero - leoguarniero@bb.com.br 

terça-feira, 20 de outubro de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'Sem Rastros'

Sinopse: Um pai e sua filha de 13 anos levam uma vida paradisíaca no enorme Forest Park, uma vasta floresta nos arredores de Portland, Oregon, até que um pequeno erro atrapalha suas vidas para sempre. 

 

No filme "Inverno da Alma" (2011) a cineasta  Debra Granik retratou uma  sociedade norte americana tentando sobreviver na realidade logo após o país entrar na crise de 2008. No filme, conhecemos então a selvageria de uma sociedade em uma situação em que perderam tudo, mas sobrevivendo com o pouco que tem para então saírem dessa vivos. Em "Sem Rastros" (2018) a cineasta novamente foca a sociedade norte americana em declínio, mas não devido a uma crise financeira, mas sim devido a insatisfação dos mesmos com a relação ao próprio sistema político cheio de regras, viciado e do qual eles desejam se tornarem libertos.  

O filme conta a história de Will (Ben Foster) e sua filha adolescente, Tom (Thomasin McKenzie), que viveram felizes e indetectados pelas autoridades durante anos em uma vasta reserva na fronteira de Portland, nos EUA. Após um encontro inesperado, eles são retirados do acampamento e colocados sob a responsabilidade do serviço social. Will e Tom tentam retornar ao mundo selvagem enquanto são forçados a lidar com desejos conflitantes. 

A premissa lembra um pouco o maravilhoso "Capitão Fantástico" (2016), porém, não há muitas informações sobre o passado dos protagonistas. Ao invés disso, há diversos elementos que fazem a gente levantar uma ideia sobre o passado de ambos e fazendo com que os não esclarecimentos sobre o que havia acontecido anteriormente acabem se tornando mero detalhe. Das poucas informações descobrimos que Will foi um soldado no passado e só com isso já levantamos uma base sobre os motivos que o levam a querer se isolar do mundo junto com a sua filha.  

Com uma bela fotografia onde em diversos momentos capita o melhor da natureza, o filme explora a relação do homem em busca de suas próprias raízes primitivas, das quais foram esquecidas devido a uma realidade cheia de regras criada pelo sistema, tanto político como capitalista, e que cabe o próprio criar o seu próprio impulso para se livrar de ambos os casos. O problema estar no fato de desvencilhar disso após tantos anos acostumados e o que acaba gerando um conflito interno entre pai e filha ao longo do percurso.  

Mesmo que o roteiro fosse falho, o que não é o caso, o filme já ganharia os nossos corações graças atuação da dupla principal. Ben Foster nos brinda com uma de suas melhores atuações na carreira, onde ele consegue passar através do seu olhar um ser humano cheio de cicatrizes internas devido a um passado que ele tenta esquecer e que para isso busca uma resposta nesta curiosa cruzada sem rumo. Porém, a jovem  Thomasin McKenzie, vista recentemente em filmes como "Jojo Rabbit", não fica muito atrás e fazendo a gente observar mais de perto a sua evolução como atriz.  

No final das contas, é um filme em sincronia com relação aos tempos atuais, onde a sociedade, tanto norte americana como as demais em diversas partes do mundo, se sente cada vez mais sufocada em um mundo cem porcento conectado, viciado pelos números do dinheiro e desejando buscar uma solução voltando para os momentos mais simples de uma vida que nos fazia mais humanos. "Sem Rastros" é a cruzada do cidadão comum em querer se desvencilhar de um sistema viciado e busca para obter assim um novo recomeço. 


Onde Assistir: Google Play Filmes. 

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segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Cine Dica: Próximo Cine Debate: 'A Livraria'

 O filme "A livraria" será comentado no dia 27.10.2020 das 19h30min às 21h na Plataforma Google Meet.

No final da década de 50, uma mulher recém-chegada em uma pacata cidade do litoral da Inglaterra decide abrir uma livraria. Contudo, sua iniciativa é vista com maus olhos pela conservadora comunidade local, que passa a se opor tanto a ela quanto ao seu negócio, obrigando-a lutar por seu estabelecimento.


O filme está disponível na Plataforma do Netflix.

PROVOCAÇÕES

1) O que nos torna humanos?

2) Qual o papel do conhecimento em sua vida?

3) “Quando conheço questiono, quando não conheço obedeço” (TOLEDO). Pense sobre.

4) Conhecimento é...

Mais informações e como participar entrem em contato com Maria Emília Bottini clicando aqui.   

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'O Caminho de Volta'

Sinopse: Um ex-atleta considerado um fenômeno do basquete em seus anos de colegial luta contra o alcoolismo ao mesmo tempo em que encara as dificuldades de um emprego monótono.  

Na minha análise especial sobre o filme "Hollywoodland" (2006) eu havia feito um paralelo sobre a vida artística de Ben Affleck com a do ator George Reeves. Em ambos os casos, são dois atores que buscavam o equilíbrio na vida pessoal e profissional, mas que acabaram caindo em desgraças distintas, porém, quase semelhantes uma da outra. Se Georges Reeves acabou se matando assim como foi retratado no filme, por outro lado, o seu intérprete Ben Affleck até hoje busca a sua redenção em meio aos altos e baixos que a vida lhe dá.
Nem irei me estender sobre isso, pois basta ler aquela minha análise, mas posso dizer que de altos e baixos, Affleck parece que insiste em voltar, ao menos, em um equilíbrio para que possa continuar atuando e vivendo. Em um cenário como Hollywood, do qual o dinheiro fala mais alto, parece uma tarefa quase impossível, mas não para aqueles que reconhecem que é preciso recomeçar do zero. "O Caminho de Volta" é um filme em que o ator procurou participar para colocar para fora os seus próprios demônios internos e pelo visto obteve certo êxito.
Dirigido por Gavin O'Connor, do filme "O Contador" (2016), o filme conta a história de um ex-atleta Jack Cunningham (Affleck) considerado um fenômeno do basquete em seus anos de colegial, mas que luta atualmente contra o alcoolismo e que encara as dificuldades de um emprego monótono. Ele então recebe a oportunidade de treinar um time de basquete e recomeçar. Na medida em que o time começa a vencer, a sua vida melhora, mas as vitórias não parecem suficientes ao ponto de salvá-lo.
Já na abertura constatamos que o intérprete e personagem nasceram um para o outro, pois ali não é somente Jack Cunningham, mas sim Ben Affleck nos dizendo sobre o ponto em que ele havia chegado. Gradualmente testemunhamos o dia a dia desse personagem, onde constatamos que há algo de errado com ele, mesmo quando as respostas sobre isso não venham logo de imediato. Porém, enquanto as respostas não chegam, testemunhamos a redenção surgir aos poucos, onde sempre torcemos pela sua virada, mesmo quando ela não parece vir tão facilmente com ajuda do basquete.
Tecnicamente Gavin O'Connor consegue nos dar um filme dinâmico, mesmo quando ele não aparenta em um primeiro momento. Com uma fotografia caprichada, a realidade apresentada ali não é muito diferente da nossa, onde não vemos somente o protagonista tentando sobreviver, como também demais personagens secundários que ralam para manter a sanidade perante as adversidades que surgem no dia a dia. Qualquer semelhança da história comparada com a nossa do lado de cá da tela não é mera coincidência, pois a intenção, talvez, seja exatamente essa.
O filme acaba por alguns momentos se tornando até mesmo bem dinâmico, principalmente quando é mostrado os jogos de basquete. Logicamente são esses momentos que fazem ficarmos presos na cadeira, pois torcemos para que o time se reerga e faça com que o protagonista consiga o tão sonhado equilíbrio na vida. Porém, as coisas nunca são realmente fáceis de serem obtidas.
Em seu ato final, constatamos que tanto o personagem como o seu intérprete precisam cair para voltarem a se reerguer. Affleck demonstra total consciência disso e ao vermos Jack Cunningham admitir que precisa de ajuda testemunhamos o intérprete deixando por um momento o seu personagem de lado e assumindo que realmente precisa recomeçar um novo percurso. Pode não ser um final que alguns de nós imaginávamos, mas constatamos que isso fez com que o ator se sinta mais do que satisfeito com ele mesmo.
"O Caminho de Volta" é sobre a busca pela redenção e do desejo de nos sentirmos vivos, mesmo quando estamos ainda enfrentando uma grande tormenta e que nos persegue sem trégua.  

Onde Assistir: Google Play Filmes. 

Leia também: Hollywoodland.

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