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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 3 de julho de 2018

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre: O Rei da Comédia (1983)



Nota: O filme será exibido hoje aos associados e não associados do Clube de Cinema de Porto Alegre, às 19h na Sala da Redenção da Ufgs. Participe.



Sinopse: Conta a história de Rupert Pupkin, aspirante a comediante obcecado por se tornar um rei da comédia. Ele encontra seu ídolo e pede para fazer uma participação no talk show dele, porém é sempre enrolado. Pupkin não desiste e começa a mostrar o lado mais doentio de sua obsessão na busca de conseguir o que almeja.

Roteiro e edição são muito bem construídos, onde o cineasta consegue fazer da trama balançar, tanto para a comédia como para o drama que, embora sejam gêneros distintos, não soe nada forçado ou muito menos exagerado. O grande momento do filme vem dos momentos de delírio e grandeza de Rupert, alternando entre seu diálogo improvisado no quarto/porão de sua casa, e a conversa com Jerry num restaurante luxuoso; e o programa de auditório imaginário com fotos em tamanho real de Lisa Minelli e Jerry Langford. 
Os desempenhos são ótimos, devido à ótima ideia de Scorsese se alongar alguns momentos. O filme aumenta em termos de suspense de uma forma gradual, através do seu tom cada vez mais desconcertante, onde as investidas de Rupert se tornam cada vez mais fortes e tornando o desenrolar da trama imprevisível. Uma crítica sombria ao culto dos famosos que, embora não tenha dado muitos louros para o diretor na época, rapidamente fez do filme se tornar cultuado ao longo do tempo.



Curiosidade: Martin Scorsese declarou em entrevista que ele e Robert De Niro não trabalharam juntos por sete anos devido à intensa carga emocional que O Rei da Comédia trouxe para ambos. Robert De Niro usou provocações anti-semitas para irritar Jerry Lewis, durante a realização da cena em que seu personagem destrói a casa de campo. Lewis ficou chocad com as ofensas, mas manteve a atuação.




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segunda-feira, 2 de julho de 2018

Cine Dica: Em Cartaz: Auto de Resistência



Sinopse: Auto de Resistência é um documentário sobre homicídios praticados pela polícia contra civis, no Rio de Janeiro, em situações inicialmente classificadas como legítima defesa. O morto é acusado de ser traficante e ter trocado tiros com a polícia, mas a narrativa policial é posta em cheque pelo surgimento de vídeos e pela luta de mães que tentam provar a inocência de seus filhos.
 
No cinema direto, como documentários recentes como, por exemplo, O Processo, a câmera tornasse apenas observadora, mas fazendo com que a gente se torne testemunha de situações em que a realidade bate em nossa cara. Em tempos retrógrados, onde os direitos humanos são cada vez mais jogados para debaixo do pano, esse tipo de obra deve ser obrigatoriamente cada vez mais assistido, analisado e debatido. Auto de Resistência é mais do que um cinema direto, como também uma obra que denuncia o lado fascista que se esconde em meio a policiais profissionais e elevando um número cada vez maior de vitimas inocentes em meio a uma guerra não declarada.
Dirigido por Natasha Neri e Lula Carvalho, o filme acompanha os julgamentos de policiais que foram acusados de atirar e matar civis enquanto faziam as suas patrulhas nas favelas do Rio de Janeiro. Ao mesmo tempo acompanhamos a luta árdua de mães que perderam os seus filhos de uma forma absurda e que buscam por justiça por meios legais dos quais o estado prega. Porém, a justiça parece em alguns momentos falha e que, infelizmente, tarda.
Dividido por algumas linhas narrativas, onde acompanhamos determinados casos, Natasha Neri e Lula Carvalho obtêm registros precisos dos verdadeiros fatos de cada situação, onde testemunhamos a reconstituição dos dois lados, mas colocando na tela algo muito além dos depoimentos. Para começar, os cineastas conseguiram registros precisos, seja do celular das vítimas, ou das câmeras dos próprios policiais e obtendo um quadro preciso do que realmente aconteceu em situações que quase nunca são pegas em flagrante. Em dois casos, por exemplo, testemunhamos policiais dentro de sua viatura onde atiram em jovens que estavam correndo na rua desarmados e de policiais fortemente armados que, dentro de um helicóptero, disparam inúmeras vezes quando sobrevoavam uma favela e causando consequências desastrosas.
Mesmo que de uma forma indireta, o documentário também entra no terreno dos subgêneros dos filmes de tribunais, onde acompanhamos os julgamentos que, por vezes, terminam em bate boca entre promotoria e a defesa dos acusados. Isso faz com que se gere uma tensão em determinados momentos e que, ao mesmo tempo, gerando uma preocupação cada vez mais crescente em meio aos familiares das vítimas que observam atônitos uma justiça cada vez mais parcial e falha contra eles. O ápice disso é observamos as inúmeras pilhas de processos vistos na tela que, na maioria casos, são arquivados por falta de provas ou pelo desinteresse de um governo carioca cada vez mais sem noção sobre o que realmente fazer contra a violência que aflige os seus moradores no seu dia a dia.
Com a participação da defensora dos direitos humanos Marielle Franco (morta no último mês de março), Auto de Resistência é um legitimo “cinema denúncia”, onde testemunhamos alguns casos criminais para serem solucionados, mas representando inúmeros outros que nunca alcançam uma luz no fim do túnel.  

Onde assistir: Cinebancários: Rua General Câmara, nº 424, centro de Porto Alegre. Horários: 17h e 19h.   


Cine Dica: Últimos dias para garantir sua vaga. Curso sobre A Construção do Personagem!

Curso (teórico)
"CONSTRUÇÃO DO PERSONAGEM: UMA ABORDAGEM SOBRE A INTERPRETAÇÃO"
de Juliano Rabello

Dias 07 e 08 / Julho
Cinemateca Capitólio Petrobras (Porto Alegre)

Inscrições:

sexta-feira, 29 de junho de 2018

Cine Dica: Em Cartaz: As Boas Maneiras



Sinopse: Ana contrata Clara, uma solitária enfermeira moradora da periferia de São Paulo, para ser babá de seu filho ainda não nascido. Conforme a gravidez vai avançando, Ana começa a apresentar comportamentos cada vez mais estranhos.
 
Em seu primeiro longa metragem, o elogiado Trabalhar Cansa, Marco Dutra surpreendeu ao apresentar uma trama de suspense, com pitadas de terror, mas cuja a possibilidade da existência do sobrenatural acabava se tornando meio que banal, já que as adversidades do mundo real acabam se tornando muito mais assustadoras do que se possa imaginar. Já em Quando eu era Vivo, o cineasta foi feliz na transição do mundo real e com a possibilidade da presença do sobrenatural dentro da história. É aí que chegamos ao seu mais recente filme As Boas Maneiras, onde ele potencializa essa transição, ao não se esquecer do mundo real em que vivemos, mas injetando um grau do gênero fantástico até então inédito em sua carreira.
Na trama acompanhamos a história de Clara (Isabel Zuaa, de Joaquim), que ganha à oportunidade de trabalhar para Ana (Marjorie Estiano, de Entre Irmãs), que mora sozinha, esperando um bebê, mas cujo pai é um mistério. Aos poucos ambas se tornam amigas e, posteriormente, confidentes e amantes. Porém, Ana começa agir de uma forma estranha, principalmente à noite e Clara acaba por então testemunhando algo surpreendente.
Com co-direção de sua montadora Juliana Rojas, Dutra cria aqui basicamente duas tramas em uma, sendo que a primeira uma hora de projeção acompanhamos o relacionamento de duas mulheres solitárias, das quais são diferentes uma da outra, mas não escondendo de ambas o desejo pelo afeto há tanto tempo perdido. Clara, por exemplo, se torna uma espécie de observadora nessa primeira parte da história, onde testemunha a mudança de comportamento de Ana e, ao mesmo tempo, conhecendo as reais raízes de seus problemas. Isabel Zuaa e Marjorie Estiano possuem ótima sintonia uma com a outra em cena e fazendo com que embarquemos de um modo mais fácil nas situações absurdas que logo virão em seguida.
É ai que ambos os cineastas criam um cenário curioso, onde o mundo real do qual nós conhecemos vai se alinhando por uma realidade mais próxima do gênero fantástico. Os cenários da cidade, por exemplo, são próximos de um visual de uma HQ e as aparições da lua cheia acabam por romantizar isso. Falando em HQ, é bem criativo o surgimento das ilustrações em cena, onde representa o passado de Ana e já fazendo a gente se preparar para o que logo virá em seguida.
Após o encerramento da primeira parte da trama, Marco Dutra e Juliana Rojas não se intimidam em dosar a sua proposta e deixar que o gênero fantástico tome conta da projeção. Contudo, há um belo alinhamento de uma realidade brasileira com o horror que surge em cena e isso é obtido graças ao bom desempenho do pequeno Miguel Lobo, que aqui interpreta Joel, filho de Ana e que carrega um fardo do qual ela própria desconhecia. Infelizmente os cineastas meio que falham ao inserir efeitos visuais para a revelação do lado até então obscuro de Joel, sendo que a maquiagem do personagem que havia aparecido num primeiro momento é muito mais convincente.
É claro que na reta final do filme tudo se encaminha para um verdadeiro cataclismo, onde os personagens principais terão que aceitar as consequências pelo que eles são, mas não abandonando as suas vontades, mesmo perante a intolerância do homem. Curiosamente, os minutos finais remetem os clássicos filmes de horror da Universal de antigamente, mas deixando em aberto sobre o que virá em seguida. As Boas Maneiras é uma releitura curiosa de uma velha e conhecida figura do gênero de horror, mas não se esquecendo do lado humano, complicado e verossímil do mundo real.

Onde assistir: Cinemateca Capitólio. Rua Demétrio Ribeiro, nº1085 centro de Porto Alegre. Horário: 16h. Sala Noberto Lubisco: Rua das Andradas nº736 centro de Porto Alegre. Horário: 15h30.  


Cine Dicas: Estreias do final de semana (29/06/18)



Os Incríveis 2
Sinopse: A Mulher Elástica entra em ação para salvar o dia, enquanto o Sr. Incrível enfrenta seu maior desafio até agora: cuidar dos problemas de seus três filhos.
 
50 São os Novos 30
Sinopse: Aos 50 anos, Marie-Francine está muito velha para o seu emprego e para o marido, que a troca por uma mulher mais nova. Ela volta a morar na casa dos pais, que a tratam de forma infantilizada, e começa a trabalhar em uma pequena loja de cigarros eletrônicos, onde finalmente conhece Miguel. Sem admitir, ele está na mesma situação que ela, e com a paixão emergente, eles precisam abrigar o novo amor sem que nenhum dos dois tenha uma casa própria.

Além do Homem
Sinopse: Alberto Luppo mora em Paris há muitos anos e não tem vontade de retornar ao país de origem. Mas quando o antropólogo francês Marcel Lefavre é supostamente devorado por canibais no interior do Brasil, Alberto é obrigado a retornar à terra natal para investigar o mistério e transformar a história em um livro. Chegando lá, recebe a ajuda do taxista Tião que o leva até o local. Alberto vai penetrando em um Brasil alegórico e misterioso. Temendo por um final como o do francês, se desespera.

Oh Lucy!
Sinopse: Setsuko Kawashima (Shinobu Terajima) é uma mulher solitária que trabalha em um monótomo escritório em Tóquio. Quando vê que precisa sair da rotina, ela decide estudar inglês, e a partir daí, sua vida nunca mais é a mesma. É durante as aulas que Setsuko descobre sua outra identidade, o alter ego "Lucy". Enquanto experimenta desejos e situações antes impessáveis, ela precisa lidar com o desaparecimento do seu instrutor John (Josh Hartnett).

Sexy por acidente
Sinopse: Renee, uma mulher comum, luta diariamente com sua insegurança. Depois de cair de bicicleta e bater a cabeça, ela de repente acorda acreditando ser a mulher mais capaz e bonita do mundo, começando a viver a vida mais confiante e sem medo das falhas.

Sicario - Dia do Soldado
Sinopse: Alejandro Gillick e Matt Graver trabalham juntos em uma ação secreta que envolve a filha de um chefão das drogas, Isabelle. Alejandro acaba se vendo em uma encruzilhada moral e suas escolhas podem acabar desencadeando uma sangrenta guerra de cartéis.

Ex-Pajé
Sinopse: Um pajé passa a questionar sua fé depois de seu primeiro contato com os brancos, que alegam que sua religião é demoníaca. A missão evangelizadora comandada por um pastor intolerante é questionada quando a morte passa a rondar a aldeia e a sensibilidade do índio em relação aos espíritos da floresta se mostra indispensável.