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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Cine Dica: O Uivo no Projeto Raros



FILME EXPERIMENTAL DE TINTO BRASS É A ATRAÇÃO DO PROJETO RAROS
 
Nesta sexta-feira, 12 de janeiro, às 20h, a Cinemateca Capitólio Petrobras reapresenta a edição do Projeto Raros com a exibição de O Uivo (1970, 100’), que havia sido programada para dezembro e acabou cancelada em função de uma queda de luz. O filme político experimental do italiano Tinto Brass está presente na célebre lista criada por Carlos Reichenbach com os 60 filmes notáveis da história do cinema. Com exibição digital e legenda em português, a sessão tem entrada franca.

O UIVO
(L’Urlo)
Itália, 1970, 100’
Direção: Tinto Brass

Uma noiva fugitiva e um homem excêntrico embarcam em uma jornada surreal em um mundo bizarro que reflete a cultura pop, o sexo e a política dos anos 1960. Com a musa Tina Aumont vivendo a protagonista, O Uivo é um dos filmes emblemáticos do período político experimental de Tinto Brass, realizador mais conhecido na história do cinema pelos atrevimentos eróticos que excitaram plateias do mundo todo nos anos 1970 e 80.

Com a palavra, Carlos Reichenbach: “L´Urlo” nunca foi lançado comercialmente no Brasil. Um dos últimos filmes da fase “udigrudi” de Brass. Trata-se de um “Os Idiotas” muito anos à frente. Estranho e belíssimo, sobre uma garota burguesa que abandona o noivo no dia do casamento e foge com um homem qualquer para uma aventura onírica e transgressiva, sem obrigações, sem deveres sociais, sem respeito humano e sem temores. O encontro do “casal” com determinados personagens faz os dois se confrontarem com as convenções, a morte e a sociedade condicionada ao sexo, a guerra, a violência, as várias ideologias e ao mundo da cultura. Mundo este que, conforme o “casal”, “não tolera o amor”.

“Filmes que você sempre quis ver ou nem imaginava que existiam”. O slogan do projeto Raros é a sua melhor definição. Iniciado em maio de 2003, o projeto foi concebido com a intenção de apresentar ao público local títulos nunca lançados no circuito exibidor brasileiro ou há muito tempo fora de circulação nos cinemas, procurando reproduzir o espírito das “midnight movies” realizadas em Nova York a partir do final dos anos 1960. Cada filme é apresentado uma única vez, nas noites de sexta-feira, e as sessões são comentadas. Imediatamente acolhido pelos cinéfilos porto-alegrenses, o Raros foi um sucesso instantâneo e logo inspiraria outras iniciativas similares, a mais conhecida delas sendo as Sessões do Comodoro, organizadas pelo saudoso diretor Carlos Reichenbach no Cinesesc de São Paulo. Em 2017, em função da reforma da Usina do Gasômetro, a Cinemateca Capitólio Petrobras passa a receber provisoriamente o projeto Raros.

GRADE DE HORÁRIOS
9 a 17 de janeiro de 2018

9 de janeiro (terça)
14h - O Quimono Escarlate
16h – A Morte num Beijo
18h – Juventude Transviada
20h – Zabriskie Point

10 de janeiro (quarta)
14h – Eles Vivem
16h – Alma em Suplício
18h – Crepúsculo dos Deuses
20h – Chinatown

11 de janeiro (quinta)
14h – Alma no Lodo
15h30 – Jovem Mulher (em cartaz)
17h30 - O Grande Lebowski
20h – A Primeira Noite de um Homem (em cartaz)

12 de janeiro (sexta)
14h – Curva do Destino
15h30 – Jovem Mulher (em cartaz)
17h30 - A Morte num Beijo
20h – Projeto Raros (O Uivo, Tinto Brass)

13 de janeiro (sábado)
14h – Alma Torturada
15h30 – Jovem Mulher (em cartaz)
17h30 - Crepúsculo dos Deuses
20h – A Primeira Noite de um Homem (em cartaz)

14 de janeiro (domingo)
14h – O Quimono Escarlate
15h30 – Jovem Mulher (em cartaz)
17h30 - Juventude Transviada
20h – A Primeira Noite de um Homem (em cartaz)

16 de Janeiro (terça)
14h – Curva do Destino
15h30 – Jovem Mulher (em cartaz)
17h30 - Chinatown
20h – A Primeira Noite de um Homem (em cartaz)

17 de Janeiro (quarta)
14h – Alma no Lodo
15h30 – Jovem Mulher (em cartaz)
17h30 - O Grande Lebowski
20h – A Primeira Noite de um Homem (em cartaz)

quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Cine Dica: Em Cartaz: Jumanji: Bem-Vindo à Selva



Sinopse: Quatro estudantes ficam de castigo e têm como tarefa limpar o porão do colégio. Eles encontram um jogo chamado Jumanji e cada um escolhe um personagem. No entanto, os adolescentes acabam sendo transportados para uma selva e precisam enfrentar grandes perigos para conseguirem voltar ao mundo real.
Jumanji de 1995 não foi nenhum estouro de grande bilheteria, mas que, de forma gradualmente, foi conquistando o coração dos jovens daquele tempo, ao ponto de ser até mesmo considerado uma das melhores aventuras/fantasia dos anos 90. Estrelado por Robin Williams, Kirsten Dunst e Bonnie Hunt, o filme foi inovador nos efeitos visuais, principalmente na criação de animais digitais e que até hoje impressionam. Mais de vinte anos depois do seu lançamento, Jumanji: Bem-Vindo à Selva, não somente respeita a essência principal da obra original, como também é uma divertida aventura nostálgica e que nos trás inúmeras referências da cultura pop dos anos 80 e 90.
Dirigido por Jake Kasdan (Professora Sem Classe), acompanhamos a história de quatro estudantes: o nerd, o jogador da escola, a popular e a anti social. Certo dia os quatro vão parar na detenção e sendo obrigados a ter que limpar o porão da escola. Lá eles encontram um vídeo game, intitulado Jumanji, do qual eles são sugados para um jogo que se passa na selva e acabam assumindo os avatares que eles haviam escolhido antes do jogo começar.
A transição do jogo de tabuleiro visto no filme original, para um jogo de vídeo game, faz até todo o sentido, principalmente para que as situações não soem repetitivas para trama. Aliás, os primeiros minutos do filme faz umas pequenas referências à cultura pop dos anos 90, dando a entender que, talvez, vejamos futuramente outros filmes que venham a explorar o que a havia de bom naquela época. Se hoje há inúmeros filmes que prestam belas homenagens aos anos 80 e criando então essa nostalgia pela época que anda se alastrando para todos os cantos, não me surpreenderia então que essa mesma onda aconteceria com relação aos anos 90 também.
Falando dos 80, os quatro jovens protagonistas são uma referência mais do que clara ao clássico O Clube dos Cinco e dos quais nos identificamos facilmente. Tendo cada um com suas personalidades bem distintas, fica até difícil imaginar essa trupe se darem bem juntos. Contudo, estamos num filme que é tudo fantasia e, portanto isso é bem possível.
A partir do momento em que os quatro entram no jogo é então que o filme engrena de vez e nos brindando com boas cenas de ação e muito bom humor. O atleta vira o baixo e fraco Kevin Hart, o nerd é ninguém menos que Dwayne Johnson, a anti social vira a fatal Karen Gillan e a popular vira Jack Black. O fato de seus avatares serem completamente diferentes do que eles são do mundo real é o que torna então o filme muito especial.
Se The Rock surpreende com a sua veia cômica, Jack Black dá um verdadeiro show ao assumir os trejeitos da menina que se esforça em ser popular dentro e fora da escola. Aliás, é através dele (ou dela) que o filme faz uma dura crítica com relação ao vicio dessa geração atual em querer a todo custo em serem pessoas populares através da internet, nem que para isso fingem ser algo que não são realmente por dentro. Falando em críticas, a jovem anti social ganha os trejeitos de um personagem sex, aventureira, mas com roupas curtíssimas e fazendo uma referência da maneira errônea e sexista da qual criavam as personagens femininas dos jogos dos anos 90, como o caso de Lara Croft. 
Polêmicas a parte, o filme é muito divertido do começo ao fim, cujas piadas se casam muito bem nos momentos de correria e de muita ação. Curiosamente, não é um filme que abusa dos efeitos especiais, mas sim eles são usados somente para melhorar e corresponder com a proposta principal da trama. O vilão é genérico, mas isso sendo proposital, sendo que o grande desafio é o próprio jogo do qual os heróis enfrentam e lutam contra o tempo para manter as suas fases de vida que lhe restam até a reta final da aventura.
Com uma pequena, mas importante referência ao personagem de Robin Williams do filme original, Jumanji: Bem-Vindo à Selva é uma deliciosa aventura para toda a família e que com certeza irá agradar os fãs de carteirinha do filme original. 


Cine Dica:Curso História do Cinema Gaúcho

Curso de Férias

Apresentação

Pensar na história do cinema é abrir um leque de possibilidades de abordagens que envolvem, por exemplo, os processos de produção, distribuição, divulgação, exibição, recepção, fomento, etc. Normalmente, voltamos o olhar para um dos produtos do processo de produção que é o filme de ficção e em longa-metragem, mas, e se em muitos momentos esse produto final não se realiza?


Essa perspectiva também faz parte da história do cinema. E no cinema feito no Rio Grande do Sul muitos foram os momentos em que se pensou que o estado seria a terra do curta-metragem ou a terra do cinejornal. A busca pela realização do longa-metragem ficcional movimentou o campo cinematográfico gaúcho ao longo de décadas. E ainda hoje o movimenta. Entender os motivos dessa busca e os percalços para atingir tal objetivo nos leva a compreender as especificidades do campo audiovisual no Rio Grande do Sul.


Para manter-se como polo produtivo importante, desde os anos 70, os realizadores precisaram desenvolver suas estratégias de produção: cinema de grupo, parcerias com emissoras de televisão, visão ampliada do audiovisual. Portanto, o modelo de produção audiovisual do Rio Grande do Sul está diretamente ligado às suas estratégias de sobrevivência, após décadas de dificuldades. Outra característica do cinema feito no estado são as temáticas dos filmes, que dialogam com a sua peculiar forma de ocupação do espaço e com um passado de guerras e de visões políticas dicotômicas.



Objetivos

O Curso História do Cinema Gaúcho, ministrado por Miriam de Souza Rossini, se propõe a analisar as condições de produção do cinema do estado ao longo de um século de existência, bem como observar algumas das construções temáticas e narrativas recorrentes na cinematografia do Rio Grande do Sul.


Conteúdos

Aula 1
Primeiras décadas, muitos percalços
Enfim o longa-metragem
Entre visões de cinema e conflitos geracionais
Parcerias para a sobrevivência


Aula 2
Cinema gaúcho ou cinema de Porto Alegre?
O litoral e as serras
O passado recontado em filmes



Ministrante: Miriam de Souza Rossini
Doutora em História (UFRGS), mestre em Cinema (USP) e graduada em Jornalismo (PUCRS) e História (UFRGS). Professora da Universidade do Rio Grande do Sul, onde leciona "Mídia Audiovisuais" no Departamento de Comunicação, e "Estética das Imagens Audiovisuais" no Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Informação. É professora de "História do Cinema" há vinte anos e pesquisadora na área há quase trinta anos, já tendo ministrado cursos e palestras em diferentes instituições de ensino no Brasil e exterior. É autora do livro “Teixeirinha e o Cinema Gaúcho" (Fumproarte, 1996) e de diversos artigos e capítulos de livros sobre o cinema brasileiro.


Curso de Férias
História do Cinema Gaúcho
de Miriam de Souza Rossini

Datas: 27 e 28 de Janeiro (sábado e domingo)

Horário: 14h às 17h

Duração: 2 encontros presenciais (6 horas / aula)

Local: Cinemateca Capitólio Petrobras

Investimento: Valor Promocional: R$ 75,00
* Desconto para pagamento por depósito bancário: R$ 70,00

Formas de pagamento: Depósito ou transferência bancária / Cartão de crédito (PagSeguro)

Material: Certificado de participação e Apostila

Informações
cineum@cineum.com.br  /  Fone: (51) 99320-2714


Realização
Cine UM Produtora Cultural

Patrocínio

Apoio
Cinemateca Capitólio Petrobras

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terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Cine Dica: Em Cartaz: 120 batimentos por minuto

Sinopse: Na França dos anos 1990, o grupo ativista Act Up intensifica seus esforços para que a sociedade reconheça a importância da prevenção e do tratamento da aids.

Nos meus primeiros anos do primeiro grau eu ouvia muito sobre a Aids, já que entre os finais dos anos 80, para o começo dos anos 90, a doença simplesmente havia se alastrado pelo globo e causando a morte de inúmeras pessoas. Porém, infelizmente, nem todos explicavam de uma forma correta para nós na época como se pegava a doença, ao ponto que me lembro de uma professora minha que dizia que bastava apertar a mão que pegava então a doença. 120 batimentos por minuto, não só retrata essa falta de informação que a sociedade tinha sobre a Aids, como também mostra a luta de jovens em busca de melhores cuidados e recursos para combater esse mal que eles estavam enfrentando.
Dirigido por Robin Campillo (Meninos do Oriente), o filme se passa no início dos anos 90 na França, onde o país é um dos locais em que mais sofreram com a doença. Um grupo de jovens intitulado Act Up surge para a combater a falta de informação que a mídia e a área farmacêutica esta passando para o resto do país  e exigindo para que esses últimos dessem novos recursos de medicamentos para os infectados. Contudo, a luta é árdua, alguns ficam para trás no percurso mas servindo de exemplo de força e perseverança.
É claro que o cinéfilo com um olhar mais atento irá se lembrar num primeiro momento do filme americano Clube de Compras Dallas, em que também retratava um período nebuloso e da falta de informação mais precisa com relação a doença. Porém, 120 batimentos por minuto oferece uma visão muito mais delicada sobre o assunto, onde mostra jovens esbanjando força e o desejo de desfrutar os prazeres da vida a cada segundo antes que seja tarde demais. Com isso, o cineasta Robin Campillo cria uma reconstituição de época com cores frias, mas não escondendo um grau de beleza que salta aos nossos olhos e do qual sintetiza o olhar desses jovens que almejam por um tempo maior de vida para continuar a desfrutar esse mundo.
Dentre esses jovens se destaca Sean (Nahuel Perez Biscayart, ótimo), cuja a sua persistência no desejo pela vida se destaca em meio a todos. Essa força e determinação chama atenção de Nathan (Arnaud Valois), cujo os seus desejos é exorcizar um passado nebuloso e de arrependimentos que o persegue. Ambos acabam se apaixonando e se tornando o coração pulsante da obra.
Ao ser um filme em que retrata de uma forma delicada a temática LGBT em meio a um dos piores períodos do início da aparição da Aids,  Robin Campillo  não se intimida ao filmar cenas de sexo, mas das quais correspondem com a proposta principal da trama e sendo elas muito bem filmadas e de bom gosto. Tanto Nahuel Perez Biscayart como Arnaud Valois estão ótimos em cena e esbanjando uma sintonia na tela de uma forma admirável. 
Do começo ao fim o filme é sobre o desejo pela vida, mas não escondendo  sobre ameaça da morte que ronda aqueles personagens. Robin Campillo, por exemplo, coloca os seus personagens em meio a sombras, mas sempre jogando uma luz em meio as cenas, como se aquilo fosse um sinal de esperança para que então eles se prendessem a ela: a cena em que mostram os personagens principais dançando na escuridão, mas sendo atingidos com inúmeras luzes ao redor, simboliza então uma luz de esperança em meio as trevas. 
120 batimentos por minuto é sobre um período de lutas do direito pela vida, mas cuja batalha perdura até hoje mas com grandes vitórias.   

  

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