Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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Sinopse: No intuito de ficar com o dinheiro de uma
jovem aristocrata, um falso conde infiltra uma camponesa como dama de companhia
para fazê-la se apaixonar por ele e afastá-la de seu tio maluco. Por trás do
golpe, há ainda outro e, acima de todos os golpes, o desejo fala mais alto.
Chan-wook Park se
tornou mundialmente conhecido ao lançar o genial Old Boy e ter feito com que o restante do
mundo prestasse mais atenção ao cinema Coreano. Com uma visão autoral fora do comum,
Park gosta de brincar com a perspectiva do cinéfilo, fazendo com que sempre
montemos uma trama em nossas mentes, para então descobrirmos que tudo não era
exatamente como nós imaginávamos. Exibido em Cannes deste ano e com grande sucesso
em seu país de origem, The
Handmaiden mantém algum elementos já citados, mas surpreende numa trama
que não exige muita violência, mas sim no uso e abuso de encenações entre os
personagens.
O filme acompanha a
história de Sooke, uma criada contrata para cuidar de Hideko, uma reclusa
aristocrata. No entanto, os verdadeiros objetivos daquela empregada é ajudar um
falso conde a seduzir, enlouquecer e roubar aquela aristocrata. Porém, ambas se
vêem envolvidas amorosamente de uma maneira devastadora.
Sendo uma trama que é
apresentada em dois atos, Chan-wook Park constrói uma história que pode ser interpretada
como “a desconstrução” da maneira como determinadas pessoas se apresentam uma
as outras. Se a primeira mostra todo o lado refinado do universo da aristocracia,
a segunda mostra a sua real face, onde envolve ambição, sexo, machismo, intolerância,
sadomasoquismo, incesto e tortura ao extremo. Porém, não é um filme que usa e
abusa da violência, mas sim as suas ações que acabam se tornando mais fortes do
que qualquer banho de sangue que o cineasta já havia apresentado.
Além de escancarar o
lado obscuro desse mundo, Park ainda cria uma trama da qual pode ser vista em
dois pontos de vistas diferentes. Após o término do primeiro ato, assistimos
quase a mesma trama, mas como se ela fosse assistida pelo olhar de outra pessoa.
Além disso, o filme retorna no tempo para presenciarmos todas as raízes que irão
gerar inúmeros conflitos de interesses futuros para cada um dos personagens
centrais.
Com toda mentira e encenação
dos personagens vista na tela, não deixa de ser curioso em observar que, a
famosa cena de sexo da trama, acaba se tornando o único momento verossímil do
qual as duas protagonistas (Sooke e Hideko) se entregam a um sentimento
verdadeiro a muito não sentido. A cena, aliás, não chega a ser um “Azul é a cor
mais quente”, mas é belamente filmado e acaba fazendo dela algo não gratuito,
mas que é graças aos eventos vistos na trama anteriormente que ela então faz todo
o sentido. Uma vez consumado tal ato, ambas acabam conhecendo aos poucosas reais intenções
uma da outra, assim como nós que assiste do outro lado da tela.
Embora com um final
menos pessimista se comparado aos seus filmes anteriores, The Handmaiden é mais
um filme inquietante do cineasta Chan-wook Park, do qual consegue testar os
nossos palpites e criar a sensação prazerosa do efeito surpresa.
O filme AGS tem obtido sucesso com o público nos
festivais brasileiros de cinema onde foi selecionado e exibido em diversos
estados nos últimos meses, recebendo recentemente o prêmio de Melhor
Roteiro no Brasil no Festival Pop Corn Sorocaba no estado de São
Paulo.
AGS - Agence Générale du S... é
baseado em obra francesa dos anos 20 de Jacques Rigaut (em portugues:
Agencia Geral do Suicidio) e será exibido em sessão internacional na
Espanha nesta sexta-feira dia 25/novembro no Festival de Cine de Loja,
Andalucia.
A atriz internacional de cinema Cris Lopes que atua no
Brasil e no exterior em diversos idiomas é protagonista do filme vivendo a
madame francesa que quer morrer com muito glamour e conforto com o apoio da
agência AGS (em portugues: Agencia Geral do Suicidio), onde ela planeja
todos os detalhes com o atendente, o ator e roteirista Euler Santi, também
protagonista do filme que interpreta o Monsieur oferecendo os serviços e
soluções da AGS para a sofisticada madame.
Com muito humor negro, o filme dirigido por Rodney
Borges tem fotografia e arte inspirada no filme Grande Hotel
Budapeste.
Sinopse: Cinebiografia conta
a história da cantora Elis Regina, que nasceu em 17 de março de 1945, em Porto
Alegre. Ela começou a cantar ainda na infância e deixou o Rio Grande Sul para
galgar passos mais largos na carreira. Apelidada de Pimentinha, por causa do
gênio forte, a estrela lançou clássicos da música popular brasileira, como “Alô
Alô Marciano”, “Fascinação” e “Como Nossos Pais”. Ela morreu em 19 de janeiro
de 1982, aos 36 anos, vítima de uma overdose de cocaína e álcool.
Por eu ter nascido em 1980
eu não tive a chance de acompanhar toda a carreira de sucesso da cantora Elis
Regina. Porém, foi graças a estações de rádio aqui do RS (como a Continental)
que eu pude ter o privilégio de ouvir a sua voz e conhecer ao longo dos anos inúmeras
canções que se tornaram clássicas dentro da história da música brasileira. O
filme Elis, pode até não ser fiel 100% com relação a todas as passagens da vida
dela, mas que pelo menos passa a sua essência.
Dirigido e roteirizado por
Hugo Prata, acompanhamos o princípio, sucesso e queda da cantora Elis Regina (Andreia Horta,
ótima), que veio do interior do RS para tentar sucesso como cantora no RJ.
Começando a cantar em boates e pequenos auditórios, Elis rapidamente alcançou o
estrelato tanto sonhado por ela. Porém, a realidade aos poucos bate a sua porta
e ela descobre que sempre haverá um grande preço a se pagar.
Com uma bela reconstituição
de época, onde a fotografia exala o clima das três décadas retratadas na tela,
o filme começa justamente em 1964, onde Elis começou a dar os seus primeiros passos,
mas ao mesmo tempo teve que enfrentar inúmeros obstáculos, desde as mudanças políticas
da época, como também o machismo que imperava. O filme acerta ao retratar a
personalidade forte da cantora, onde não se intimidava perante homens
gananciosos, mas sim respondia à altura para alcançar os seus objetivos.
Não é fácil, portanto, fazer
um retrato fiel, não somente físico, como também de uma personalidade distinta
e que falava por si. Para atuar como Elis era preciso uma atriz que se
entregasse de corpo e alma e coube Andreia Horta (Muita Calma nessa Hora) para
alcançar o tal feito. Embora não tenha um físico parecido, Andreia simplesmente
encarnou a Elis, mas não somente graças à maquiagem ou penteado, como também
os trejeitos e um olhar cheio de força e determinação assim como tinha a cantora.
Contudo, Andreia tem uma voz
que não lembra nem de longe a voz intocável da artista. Coube então aos responsáveis
pela trilha sonora e mixagem de som em fazer milagre para que nos momentos em
que a atriz atuasse cantando nos palcos fosse no mínimo perfeito. Embora a sincronização
tenha saído perfeita, foi graças também ao empenho de Andreia que conseguiu
passar toda energia e gingado do qual Elis possuía.
Mas se sua imagem e força
são um retrato quase fiel de sua pessoa, talvez os fãs mais radicais sintam falta
de uma trama da qual explorasse melhor a sua vida nos mínimos detalhes. Todo
mundo sabe que o sucesso que ela obteve foi meteórico, mas na adaptação isso
foi usado ao pé da letra, já que não leva nem meia hora de projeção e já vemos
a cantora fazendo sucesso na TV. Se isso pode ser considerado um defeito, pelo
menos, as presenças de alguns nomes importantes de sua vida, sendo alguns que
ajudaram a alcançar o estrelato, se destacam em cena e faz com que a gente se
esqueça deste deslize.
Ao começar por Ronaldo
Bôscoli, primeiro empresário e marido de Elis e que aqui ganha vida na pele de Gustavo
Machado (Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios). Ao retratar
essa pessoa importante dentro da vida de Elis, Machado não se intimida em cena
e passa todo aquele ar de malandro carioca, do qual não esconde somente ambição
em conseguir lucro através da voz dela, como também uma paixão da qual nem
mesmo ele soube administrar. É o típico personagem do qual a gente odiaria facilmente,
mas é graças ao desempenho do ator que faz com que compreendemos, mesmo com
todos os seus defeitos, a pessoa que Ronaldo Bôscoli foi para a vida de Elis.
E se Caco Ciocler não
convence em cena como César Camargo Mariano (pianista, último marido de Elis e
pai de Maria Rita), Julio Andrade (Gonzaga) rouba cena, ao interpretar o cantor
e dançarino Lennie Dale e que ajudou Elis a passar energia no palco. Com um
visual que, tanto lembra os melhores dançarinos do documentário Dzi Cocrettes,
como também a fase áurea de Ney Matogrosso, Andrade rouba a cena toda vez que
surge. Aliás, Lennie Dale foi, em parte, o elo com que fez Elis desse de encontro
perante regras e leis rígidas da censura criadas pela ditadura na época.
É aí que o filme se
encaminha ao cenário que a levou a ter conflitos, tanto familiares, como também
de pessoas próximas e consigo mesma. Elis queria somente cantar, mas ao mesmo
tempo tinha a tentação de responder contra os algozes dos artistas da época,
mas só não fazia isso para se preservar e proteger a sua família: a cena em que
vemos a artista cantando para os militares, para logo depois ser censurada
pelos seus próprios fãs, é o principio do fim de uma cantora que, querendo ou
não, se tornou vitima de um governo golpista da época.
Infelizmente faltou um pouco
mais de coragem no retrato de sua queda, do qual envolveu muitos remédios, bebidas
e decepções. Não que fosse necessário um retrato mais cru, mas que talvez tenha
faltado um pouco mais de coragem vinda dos seus realizadores. Se os minutos
finais funcionam, tanto se deve ao desempenho de Andreia Horta, como também as
cenas traumáticas mostradas de cada uma das pessoas próximas ela e que se viram
fragilizadas perante a notícia de sua partida.
Mesmo a gente sentindo que
faltou um pouco mais de ousadia, Elis é um filme feito com certo cuidado e
carinho para os fãs de ontem e hoje da cantora e que sua presença faz falta
dentro do universo da música brasileira.
Roger Corman é
creditado em algumas centenas de filmes (e não-creditado em centenas de
outros com os quais esteve envolvido), principalmente como produtor e
diretor, mas também como roteirista e até como ator. É um dos cineastas
mais prolíficos e bem-sucedidos de toda a história do cinema, com uma
carreira que atravessa sete décadas. Ao longo dessa carreira, trabalhou
com muitos profissionais que também viriam a se tornar figuras
importantes para a indústria cinematográfica. Jack Nicholson, Charles
Bronson, Francis Ford Coppola, Martin Scorsese, Peter Bogdanovich e Joe
Dante são apenas alguns dos nomes que Corman apadrinhou quando estavam
começando no cinema.
O
curso vai oferecer um panorama da carreira dessa figura imprescindível
da história do cinema, do início da década de 1950 até os dias de hoje,
mais de 400 filmes depois. Vai comentar também as mudanças pelas quais
passou a indústria do entretenimento ao longo desse período, como o fim
da era dos grandes estúdios, o surgimento da televisão, a TV paga e os
formatos de vídeo.
Objetivos
O curso Roger Corman: O Homem dos 400 Filmes, ministrado por Marcelo Severo,
objetiva apresentar a obra do diretor / produtor cronologicamente,
através dos filmes mais importantes dessa vasta filmografia. Analisará
também a influência do cineasta na indústria e o seu legado para
Hollywood, principalmente no que diz respeito aos profissionais que
apresentou ao longo das últimas sete décadas.
Conteúdo programático
Aula 1
Anos 1950
Roger Corman antes do cinema
Primeiros contatos profissionais com a indústria
Começo da carreira
American International Pictures
Principais produções do período
Anos 1960
Ciclo Edgar Allan Poe
O Intruso
Contracultura
Nova Hollywood
Principais produções do período
Aula 2
Anos 1970
New World Pictures
Filipinas
Blockbusters
Distribuição
Principais produções do período
Anos 1980 até hoje
Concorde/New Horizons
Última Direção
Período mais prolífico, menos criativo
Filmes mais recentes
Principais produções do período
Ministrante: Marcelo Severo
Formado
em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Pesquisador
de cinema; escreve sobre filmes, quadrinhos e rock’n’roll desde os anos
1990. Ministra cursos e oficinas no "Fantaspoa", sempre relacionados à
ficção científica, ao horror e ao cinema fantástico em geral.
Curso ROGER CORMAN: O HOMEM DOS 400 FILMES de Marcelo Severo
Datas: 03 e 04 / Dezembro (sábado e domingo)
Horário: 15h às 18h
Duração: 2 encontros presenciais (6 horas / aula)
Local: Cinemateca Capitólio
(Rua Demétrio Ribeiro, 1085 - Porto Alegre - RS)
Investimento: R$ 70,00
Formas de pagamento: Depósito bancário / Cartão de Crédito (PagSeguro)
Material: Certificado de participação e Apostila (arquivo em PDF)