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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Cine Curiosidade: Cine Vencedores do Oscar 2016.


Embora Gloria Pires seja uma ótima atriz, e ter protagonizado alguns bons filmes para o cinema, se percebeu ontem a noite que ela, em relação a conhecimento sobre à sétima arte, principalmente com relação a filmes recentes que foram indicados ao Oscar, provou que não tem conhecimento algum. O que a salva do vexame total é que ela foi sincera o tempo todo, mas é uma prova de que a emissora carioca definitivamente não sabe já há vários anos escolher um comentarista entendedor do assunto. Antes escolher um crítico desconhecido, mas que está por dentro do que rola a sua frente, do que pegar uma celebridade e pagar o maior mico do ano.
Quanto ao Oscar, foi imprevisível, surpreendente, decepções e surpresas. Porém ainda não foi dessa vez que academia decidiu entregar a vitória para uma super produção (desde O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei isso não acontece) como O Regresso ou Mad Max, mas sim um pequeno filme que tem muito a dizer como Spotlight – Segredos Revelados.  Alejandro G. Iñarritu entrou para história (ao lado de John Ford) por ter ganhado Oscar de direção por dois anos consecutivos. Leonardo DiCaprio finalmente leva o seu Oscar, Ennio Morricone ganha o reconhecimento merecido pelo seu trabalho na trilha por 8 Odiados e Sylvester Stallone se viu nocauteado perante Mark Rylance por Ponte dos Espiões. Confiram todos os vencedores: 




FILME



"A Grande Aposta"

"Ponte dos Espiões"

"Brooklyn"

"Mad Max: Estrada da Fúria"

"Perdido em Marte"

"O Regresso"

"O Quarto de Jack"

"Spotlight – Segredos Revelados" - VENCEDOR



DIREÇÃO



Adam McKay, "A Grande Aposta"

George Miller, "Mad Max: Estrada da Fúria"

Alejandro G. Iñarritu, "O Regresso" - VENCEDOR

Lenny Abrahamson, "O Quarto de Jack"

Tom McCarthy, "Spotlight: Segredos Revelados"



ATOR



Bryan Cranston, "Trumbo - Lista Negra"

Leonardo DiCaprio, "O Regresso" - VENCEDOR

Eddie Redmayne, "A Garota Dinamarquesa"

Michael Fassbender, "Steve Jobs"

Matt Damon, "Perdido em Marte"



ATRIZ



Cate Blanchett, "Carol"

Brie Larson, "O Quarto de Jack" - VENCEDORA

Jennifer Lawrence, "Joy: O Nome do Sucesso"

Charlotte Rampling, "45 Anos"

Saoirse Ronan, "Brooklyn"



ATOR COADJUVANTE



Christian Bale, "A Grande Aposta"

Tom Hardy, "O Regresso"

Mark Ruffalo, "Spotlight - Segredos Revelados"

Mark Rylance, "Ponte dos Espiões" - VENCEDOR

Sylvester Stallone, "Creed: Nascido Para Lutar"



 

ATRIZ COADJUVANTE



Jennifer Jason Leigh, "Os Oito Odiados"

Rooney Mara, "Carol"

Rachel McAdams, "Spotlight"

Alicia Vikander, "A Garota Dinamarquesa" - VENCEDORA

Kate Winslet, "Steve Jobs"



 

ROTEIRO ORIGINAL



"Ponte dos Espiões"

"Ex-Machina: Instinto Artificial"

"Divertida Mente"

"Spotlight: Segredos Revelados" - VENCEDOR

"Straight Outta Comptom -– A História de N.W.A."



ROTEIRO ADAPTADO



"A Grande Aposta" - VENCEDOR

"Brooklyn"

"Carol"

"Perdido em Marte"

"O Quarto de Jack"



ANIMAÇÃO



"Anomalisa"

"O Menino e o Mundo"

"Divertida Mente" - VENCEDOR

"Shaun, o Carneiro"

"As Memórias de Marnie"



DOCUMENTÁRIO



"Amy" - VENCEDOR

"Cartel Land"

"The Look of Silence"

"O Que Aconteceu, Miss Simone?"

"Winter on Fire"



FILME ESTRANGEIRO



"O Abraço da Serpente" (Colômbia)

"Cinco Graças" (França)

"O Filho de Saul" (Hungria) - VENCEDOR

"Theeb" (Jordânia)

"A War" (Dinamarca)



CANÇÃO ORIGINAL



"Earned It", de "Cinquenta Tons de Cinza" (Abel Tesfaye/Ahmad Balshe/Jason Daheala/Stephan Moccio)

"Manta Ray", de "A Corrida contra a Extinção" (J. Ralph/Antony Hegarty)

"Simple Song #3", de "Juventude" (David Lang)

"Til It Happens To You", de "The Hunting Ground" (Diane Warren/Lady Gaga)

"Writing's On The Wall", de "007 contra Spectre" (Jimmy Napes/Sam Smith) - VENCEDOR



TRILHA SONORA ORIGINAL



"Ponte dos Espiões" (Thomas Newman)

"Carol" (Carter Burwell)

"Os Oito Odiados" (Ennio Morricone) - VENCEDOR

"Sicário: Terra de Ninguém" (Jóhann Jóhannsson)

"Star Wars: O Despertar da Força" (John Williams)



FOTOGRAFIA



"Carol" (Ed Lachman)

"Os 8 Odiados" (Robert Richardson)

"Mad Max: Estrada da Fúria" (John Seale)

"O Regresso" (Emmanuel Lubezki) - VENCEDOR

"Sicário: Terra de Ninguém" (Roger Deakins)



MONTAGEM



"A Grande Aposta" (Hank Corwin)

"Mad Max: Estrada da Fúria" (Margaret Sixel) - VENCEDORA

"O Regresso" (Stephen Mirrione)

"Spotlight: Segredos Revelados" (Tom McArdle)

"Star Wars: O Despertar da Força" (Maryann Brandon e Mary Jo Markey)



FIGURINO



"Carol" - Sandy Powell

"Cinderella" - Sandy Powell

"A Garota Dinamarquesa" - Paco Delgado

"Mad Max: Estrada da Fúria" - Jenny Beavan - VENCEDORA

"O Regresso" - Jacqueline West



DESIGN DE PRODUÇÃO



"Ponte dos Espiões"

"A Garota Dinamarquesa"

"Mad Max: Estrada da Fúria" - VENCEDOR

"Perdido em Marte"

"O Regresso"



MAQUIAGEM E CABELO



"Mad Max: Estrada da Fúria" (Lesley Vanderwalt, Elka Wardega e Damian Martin) - VENCEDOR

"The 100-Year-Old Man Who Climbed out the Window and Disappeared" (Love Larson e Eva von Bahr)

"O Regresso" (Siân Grigg, Duncan Jarman e Robert Pandini)



EFEITOS VISUAIS



"Ex Machina" - VENCEDOR

"Mad Max: Estrada da Fúria"

"Perdido em Marte"

"O Regresso"

"Star Wars: O Despertar da Força"



EDIÇÃO DE SOM



"Mad Max: Estrada da Fúria" - VENCEDOR

"Perdido em marte"

"O Regresso"

"Sicário: Terra de Ninguém"

"Star Wars: O Despertar da Força"



MIXAGEM DE SOM



"Ponte dos Espiões"

"Mad Max: Estrada da Fúria" - VENCEDOR

"Perdido em Marte"

"O Regresso"

"Star Wars: O Despertar da Força"



CURTA DE ANIMAÇÃO



"Bear Story" - VENCEDOR

"World of Tomorrow"

"Prologue"

"We Can't Live Without Cosmos"

"Os Heróis de Sanjay"



DOCUMENTÁRIO EM CURTA-METRAGEM



"Body Team 12"

"Chau, beyond the Lines"

"Claude Lanzmann: Spectres of the Shoah"

"A Girl in the River: The Price of Forgiveness" - VENCEDOR

"Last Day of Freedom"



CURTA-METRAGEM



"Ave Maria"

"Day One"

"Everything Will Be Okay (Alles Wird Gut)"

"Shok"

"Stutterer" - VENCEDOR
 

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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Cine Especial: A GÊNESE DA NOVA HOLLYWOOD: Parte 5

De 1967 a 1980, o cinema americano viveu o seu período mais criativo, onde eram apresentadas para o público, histórias sérias, reflexivas e que espelhasse um pouco que os EUA passavam naquele período (período pós Vietnam e o escândalo do Waltergate). Com uma nova e criativa geração de cineastas, Hollywood presenteou para os cinéfilos, algo que somente se via em outros países, como na França e sua “nova onda” (Nouvelle Vague).
O próximo curso criado pelo Cine Um e ministrado por Leonardo Bomfim, intitulado A Gênese da Nova Hollywood tratará exatamente disso. A atividade acontecerá em Porto Alegre, dos dias 05 e 06 de março, mas antes disso, postarei por aqui os primeiros filmes (entre anos 60 e 70) e que deram origem a esse rico período do cinema americano.

 

Meu ódio será tua herança (1969)



Sinopse: Eles são os foras-da-lei mais perigosos que o Oeste já viu. A cada novo golpe, as chances de algo dar errado vêm aumentando, o que faz com que eles decidam que chegou a hora de parar. Só que um trem carregado de armas é uma remessa valiosa demais para passar despercebida pelos ladrões 'aposentados'.

Considerado por muitos como o melhor filme de Sam Peckinpah (Sob o Domínio do Medo), sendo que aqui, também como co-roteirista. É um faroeste diferente, centrado na psicologia dos personagens e na estética da violência (os massacres e as lutas são marcados pelo uso da câmera lenta e da teleobjetiva). Excelente fotografia de Lucien Ballard, que se deixa seduzir pelas amplas paisagens, e elenco impecável, principalmente Willian  Holden e Robert Ryan. 
O ato final é inesquecível, inesperado e difícil de sair de memória do cinéfilo. Sendo algo similar com os finais de Uma Rajada de Balas e Butch Cassidy, só que aqui, o dia do juízo para os personagens se alonga em minutos intermináveis, onde é apresentadas umas das sequências mais violentas de tiroteio da historia do cinema.  

 

Butch Cassidy (1969)



Sinopse: Dois amigos inseparáveis, Butch (um ex-açougueiro, daí o nome) Cassidy (Paul Newman) e Sundance Kid (Robert Redford), lideram o Bando do Buraco na Parede e vivem de assaltar trens e bancos. Quando são caçados por todo o país resolvem ir para a Bolívia e juntamente com Etta (Katharine Ross), a namorada de Sundance, rumam para a América do Sul. Mas esta decisão não lhes proporcionará grandes assaltos ou uma vida mais tranqüila.


Reunião muito bem sucedida de vários talentos. A dupla central e o diretor Hill (o trio repetiria a dose em Um Golpe de Mestre de 73), o músico Burt Bacharach e o letrista Hal David, o fotografo Corand Hall  e o roteirista Wiliam Goldman, sendo os quatro últimos premiados com o Oscar. O filme foi na verdade uma bela tentativa em tentar reviver os melhores momentos do gênero faroeste, que já dava sinais de desgasto. Sendo que a dupla central de foras da lei, representa uma época em que o mundo não quer mais eles, embora eles insistam em continuarem sendo o que são. A  química Newman e Redford em cena, lado a lado, é o maior trunfo da produção, onde cada um tem o seu espaço, sem tirar o brilho um do outro.
Não há como se esquecer de Butch experimentando uma bicicleta, a novidade técnica da época, ao som da contagiante Raindrops Keep Fallin on My Head, cantada por B.J Thomas. Repare numa rápida cena com Sam Elliot (Hulk), fazendo um jogador de cartaz.  

Curiosidade: O diretor George Roy Hill originalmente escalou Paul Newman como Sundance Kid e Robert Redford como Butch Cassidy. Foi o próprio Redford, quem sugeriu a ele e Newman, a troca dos personagens.


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Cine Especial: O 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos

 10º) Macunaíma (1969)

 

Sinopse: Macunaíma é um herói preguiçoso, safado e sem nenhum caráter. Ele nasceu na selva e de negro (Grande Otelo) virou branco (Paulo José). Depois de adulto, deixa o sertão em companhia dos irmãos. Macunaíma vive várias aventuras na cidade, conhecendo e amando guerrilheiras e prostitutas, enfrentando vilões milionários, policiais, personagens de todos os tipos. Depois dessa longa e tumultuada aventura urbana, ele volta à selva. Um compêndio de mitos, lendas e da alma do brasileiro, a partir do clássico romance de Mário de Andrade.

 

A relação mais concreta entre a chanchada e o filme de Joaquim Pedro de Andrade está na figura de Grande Otelo, grande comediante dos filmes da Atlântida. É, contudo, no humor e na malandragem dos personagens que reside uma relação muito mais forte e interessante. Há um narrador que encaminha a história, nos elucida em seus pontos obscuros, nos ajuda nesse primeiro momento em que Macunaíma segue os seus instintos e lida com as coisas conforme as encontra. Como (super) herói, seu maior poder acaba ser o de se adaptar às condições, seja fisicamente (metamorfose em príncipe, branco/negro) seja na sua atitude.
Macunaíma é um herói volatil, imoral, sua única característica imutável é o seu caráter, a lei maior de sempre levar vantagem. A ida de Macunaíma para a cidade não é motivada, se norteia pelo senso comum do êxodo rural, tão retratado num primeiro período do Cinema Novo. Chega num pau-de-arara e irá se deslumbrar com a cidade, mas logo irá encarar o novo contexto da mesma forma que o mato. Macunaíma parece até tratar com um certo desdém as coisas da cidade, as coleções de Ci, as coleções do gigante. Sua motivação só surgirá com a morte de Ci, seu único interesse por um item colecionável é pelo Muiraquitã, por ter um motivo sentimental para ele. 
Mas isso não faz de Macuinaíma um anticapitalista. O malandro se adapta facilmente à cidade por mimetizar o estilo de vida urbano, tarefa fácil: basta comprar umas roupas, carregar uma guitarra, fingir que é hippie. Num outro nível, a antropofagia- capitalista é comum aos dois mundos, um devora o outro em todo lugar. O final triste revela como discurso maior do filme o das relações de poder. Há uma impossibilidade de o malandro gerar qualquer continuidade, produzir qualquer permanência ou concretude. Todas as relações do filme são destruidoras (capitalismo antropofágico), onde o ganhar ou perder diferenciam- se apenas pelo momento em que ocorrem.




11º) CENTRAL DO BRASIL (1998)



Sinopse: Dora (Fernanda Montenegro) é uma mulher que trabalha na estação Central do Brasil escrevendo cartas para pessoas analfabetas; uma de suas clientes, Ana (Soia Lira) aparece com o filho Josué (Vinícius de Oliveira) pedindo que escrevesse uma carta para o seu marido dizendo que Josué quer visitá-lo um dia. Saindo da estação, Ana morre atropelada por um ônibus e Josué, de apenas 9 anos e sem ter para onde ir, se vê forçado a morar na estação. Com pena do garoto, Dora decide ajudá-lo e levá-lo até seu pai que mora no sertão nordestino. No meio desta viagem pelo Brasil eles encontram obstáculos e descobertas enquanto o filme revela como é a vida de pessoas que migram pelo país na tentativa de conseguir melhor qualidade de vida ou poder reaver seus parentes deixados para trás.


Naquele ano (1998) fazia um tempo que uma produção nacional não desfrutava de tamanha visibilidade internacional. Um Road Movie sentimental de impressionante eficácia, a partir da amizade entre uma mulher que busca uma segunda chance e um garoto que quer procura suas raízes. Apesar de dramaticamente simples, o longa é cuidadoso, arcabouço de emoções calculadas e imagens poderosas, diálogos enxutos e grandes interpretações. Entre os mais de trinta prêmios arrebatados, destacam-se o Urso de Ouro de melhor filme e o Urso de Prata de melhor atriz para Fernanda Montenegro, conquistados no festival de Berlim  de 1998, e o globo de ouro de 1999 de melhor filme estrangeiro.
Além disso, recebeu duas indicações ao Oscar, de melhor filme estrangeiro e de melhor atriz. Montenegro, em uma incrível e sutil caracterização, foi à primeira atriz latina americana a ser indicada ao Oscar de melhor atriz. Um feito histórico.


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