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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Cine Curiosidade: Os grandes erros e pequenos acertos da Rede Cinemark



A rede de cinema Cinemark é popular por nos brindar com cinemas de alta tecnologia, conforto e inúmeras promoções. Porém, quando ela erra, ela não somente erra como também não aprende com os seus próprios erros: mudanças repentinas  nos horários das sessões; mudanças bruscas das promoções; falta de atendentes nas bilheterias; problemas na tela; problema no 3D e assim por diante.
Como eu tenho acesso aos principais jornais do RS, me chamou atenção uma nota publicada na pagina Opinião do Leitor, publicado no último dia dez desse mês no Jornal do Comércio:



Chamou-me muita atenção essa nota da leitora, tanto que, no outro dia, dei a minha opinião sobre o assunto e o jornal publicou:


Por coincidência, nesse último sábado, fui com a minha namorada justamente no Cinemark Ipiranga de Porto Alegre. Pagamos estacionamento, ficamos passeando um pouco por lá, mas quando chegamos para comprar o ingresso veio à surpresa: "salas de cinema fechadas por tempo indeterminado devido ao problema com o ar condicionado".
Até ai tudo bem, pois dá a entender que as duas notas publicadas no jornal tenham surtido efeito. O problema é que eles não avisaram no site oficial deles que o Cinemark Ipiranga estava fechado, não enviaram uma nota para os jornais publicarem na programação dos cinemas e tão pouco deixaram um aviso na entrada do Shopping de que as salas não estavam disponíveis naquele momento. Devido a esse contratempo, gastamos R$ 8 Reais de estacionamento à toa, sendo uma situação que facilmente poderia ter sido evitada, se não fosse à falta de boa vontade, tanto do shopping como também dos organizadores da rede de cinema.
Infelizmente, por mais que eu venha reclamar aqui, os engravatados do Cinemark somente se importam em lucrar e sua prepotência é tão grande que mal conseguem ouvir as críticas daqueles que frequentam o seu circuito. Venho aqui em forma de protesto e dizer que, pelo menos, faço a minha parte e não ficarei calado. Eu amo cinema e exijo a melhor qualidade possível para ver um bom filme numa tela grande e falo isso em nome de inúmeros cinéfilos que, por vezes, se prejudicam devido à incompetência de outros 

Façam a sua parte e qualquer coisa reclame, pois quem
paga por cultura de qualidade é você! 

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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Cine Dica: Em Cartaz: O FILHO DE SAUL


Sinopse: Durante a Segunda Guerra Mundial, Saul Ausländer (Géza Röhrig) é um dos prisioneiros do campo de extermínio de Auschwitz. Saul é responsável pela cremação dos corpos dos outros judeus e ele acredita que um dos cadáveres é de seu filho e, dessa forma, luta para escapar de lá para dar um fim digno ao corpo.


Em filmes recentes, como Quarto do Jack ou o filme O Regresso, o protagonista se prende no amor ou na vingança e faz disso uma forma de se manter vivo para assim alcançar os seus objetivos. Isso faz com que o personagem não se enfraqueça perante os obstáculos, pois às vezes o mundo em volta é deveras traiçoeiro. Nesse filme Húngaro, O Filho de Saul, a muleta para manter o protagonista ainda respirando em meio ao horror é por vezes surreal, mas ela funciona para fazê-lo seguir em frente, mesmo por mais absurdo que seja, pois a sua própria realidade em volta já se encontra terrivelmente desoladora.
A trama é simples: Saul (Géza Röhrig) é um judeu que trabalha num campo de concentração, onde o seu principal trabalho é limpar as salas de cremação onde se encontravam antes inúmeros judeus. Entre os inúmeros cadáveres que ele encontra pela frente em uma das salas de cremação, ele encontra um corpo de uma criança, da qual ele começa acreditar que seja o seu filho e começa então uma luta pessoal para ele dar um fim digno ao corpo.
Gradualmente, percebemos que o protagonista usa essa situação do qual ele inventou para se manter vivo, ou então buscar uma redenção pessoal a muito perdida em sua vida. Mais de que uma jornada de um homem em meio ao horror é uma jornada para manter a mente sã, para sim não enlouquecer e perder a sua humanidade. Motivos para desistir de tudo não faltam no decorrer da obra, o que faz dela angustiante perante aos nossos olhos.
Assim como em filmes recentes como o já citado O Regresso, o diretor estreante László Nemes cria inúmeros planos senciências, sendo que a câmera jamais tira o foco do seu protagonista. Porém, o cineasta impressiona da forma em que ele filma, onde a câmera sempre se encontra atrás de Saul, ou focando cada detalhe de sua expressão no decorrer do filme. Devido a isso, a câmera se torna uma espécie de representação de nós indo atrás do protagonista, como se nós estivéssemos nos escondendo atrás dele, enquanto ele testemunha o inferno na terra.
Falando nisso, o cineasta não poupa o cinéfilo com as cenas do campo de concentração e seus crematórios. Porém, por mais explicita que sejam as cenas, László Nemes foi habilidoso em filmar a maioria delas fora de foco e fazendo com que não tenhamos um verdadeiro soco no estômago. Contudo, nós sabemos o que está acontecendo, pois basta ver, mesmo fora de foco, uma montanha de corpos e que, quando não sabemos o que há em cena, a expressão do protagonista já nos diz tudo. 
Géza Röhrig (Saul) praticamente carrega o filme nas costas, pois jamais a câmera lhe abandona, mas quando isso acontece, é para somente focar algo importante que irá acontecer em cena. Não faltam logicamente momentos angustiantes, dos quais ficamos apreensivos com relação ao destino do protagonista. A cena em que ele presencia os soldados nazistas fuzilando judeus e os jogando numa vala é aterradora.
Com sequências como estás, compreendemos então a mente do protagonista e os motivos que o levam a agir de uma forma tão imprevisível. O ato final reserva momentos surpreendentes, onde a sua luta para alcançar o seu objetivo o leva para um caminho sem volta. O final, aliás, não nos deixa reconfortados, pois os eventos da trama continuam em nossas mentes, mesmo quando eles aparentemente se encerram no último quadro.  
O Filho de Saul é uma experiência perturbadora e inesquecível, mesmo revisitando o cenário do holocausto, que foi tantas vezes visto e revisto no cinema. 



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Cine Dica: CINEMATECA CAPITÓLIO RETOMA PROGRAMAÇÃO

A partir de 11 de fevereiro, quinta-feira, a Cinemateca Capitólio retoma sua programação de cinema com uma homenagem ao mestre italiano Ettore Scola, morto no mês de janeiro, exibindo a obra-prima Um Dia Muito Especial, com Marcello Mastroianni e Sophia Loren. A programação ainda exibe Os Destinos Sentimentais, do diretor francês Olivier Assayas. O valor do ingresso é R$ 10,00. 
O projeto de restauração e de ocupação da Cinemateca Capitólio foi patrocinado pela Petrobras, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES e Ministério da Cultura. O projeto também contou com recursos da Prefeitura de Porto Alegre, proprietária do prédio, e realização da Fundação Cinema RS – FUNDACINE.
As exibições são uma parceria entre a Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia, a distribuidora Pandora Filmes, a Embaixada da França, a Cinemateca da Embaixada da França no Brasil e o Institut Français.


UM DIA MUITO ESPECIAL (Una Giornata Particolare, Itália, 105 minutos, 1977) - Direção: Ettore Scola

Roma, 6 de maio de 1938. Benito Mussolini e Adolf Hitler se encontraram para selar a união política que, no ano seguinte, levaria o mundo à 2ª Guerra Mundial. Praticamente toda a população vai ver este acontecimento, inclusive o marido fascista de Antonietta (Sophia Loren), uma solitária dona de casa que conhece acidentalmente Gabriele (Marcello Mastroianni), seu vizinho, quando seu pássaro de estimação foge e ela o encontra pousado na janela do vizinho. Antonietta nunca falara com Gabrielle, que tinha sido demitido recentemente da rádio onde trabalhava por ser homossexual. Ela, por sua vez, era uma esposa infeliz e insegura pelo fato de não ter uma formação profissional. Gradativamente os dois desenvolvem um tipo muito especial de amizade.

OS DESTINOS SENTIMENTAIS (Les Destinées Sentimentales, França, 2000, 180 minutos) - Direção: Olivier Assayas

Jean e Pauline se reencontram pela primeira vez em Barbazac, durante um baile: ela tem apenas vinte anos e ele é pastor, casado, pai de família e acaba de resignar-se ao fracasso de sua união com Nathalie. Em meio aos sobressaltos trágicos de um mundo em mutação, no qual abre-se a ferida incurável da Primeira Guerra Mundial, e onde desabam as certezas e as dinastias industriais, o amor de Jean e Pauline será mais forte do que tudo. * Cannes 2000: indicado para a Palma de Ouro * César 2001: indicado para Melhor Ator, Melhor Atriz, e Melhor Direção de Fotografia.
 
GRADE DE HORÁRIOS
11 a 14 de fevereiro de 2016

11 de fevereiro (quinta-feira)

16h – Os Destinos Sentimentais
20h – Um Dia Muito Especial

12 de fevereiro (sexta-feira)

16h – Os Destinos Sentimentais
20h – Um Dia Muito Especial

13 de fevereiro (sábado)

16h – Os Destinos Sentimentais
20h – Um Dia Muito Especial

14 de fevereiro (domingo)

16h – Os Destinos Sentimentais
20h – Um Dia Muito Especial

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Cine Dica: Em Cartaz: O QUARTO DE JACK




Sinopse: A única coisa no mundo que o menino Jack conhece é um quarto com uma pequena janela. É nesse lugar que ele nasceu e de onde nunca saiu. A criança já está com 5 anos e começa a questionar sua mãe o motivo de viverem presos no quarto, até o dia em que ele tem a chance de desbravar aquilo que nunca conheceu.
 
Quando se é criança, você imagina o mundo de outra forma, pois você gradualmente está conhecendo ele e descobrindo o quão grande ele é. Quando eu era pequeno, por exemplo, acreditava que, após descer em uma estação rodoviária, eu entrava em outro mundo, como se aquele lugar fosse de outro planeta. Essas lembranças cada vez mais douradas me vieram na mente ao ver uma cena chave do filme O Quarto de Jack, mas que, diferente de mim, o protagonista mirim foi conhecer um mundo vasto somente quando tinha cinco anos, pois antes a sua realidade era resumida somente entre quatro paredes.
Dirigido por Lenny Abrahamson (Frank), acompanhamos a vida de Jack (Jacob Tremblay, fenomenal), que, ao lado de sua mãe (Brie Larson) vivem num quarto fechado, onde há somente uma janelinha no teto, alguns móveis, televisão e uma cama. O primeiro ato da trama nos é apresentado o dia a dia dos dois naquele mundo minúsculo, onde a protagonista cuida da sua cria de todas as formas possíveis e escondendo dele a real realidade do que está realmente acontecendo. Quando descobrimos que na verdade eles se encontram presos há anos, e nas mãos de um molestador, a protagonista decide por conta própria sair daquele mundo, pois ela própria já não agüenta mais viver presa e esconder a realidade para o seu filho.
Falar mais desse primeiro ato seria estragar alguns momentos primorosos, pois é preciso tirar chapéus para a dupla central, cujo seus desempenhos se encontram limitados nesse cenário tão pequeno, mas o que tornam eles gigantes perante aos nossos olhos. Porém, num momento de desespero, do qual desencadeia a fuga e a libertação de ambos é desde já um dos melhores momentos do filme. Atenção ao momento em que Jack se encontra face a face com o mundo do qual ele via somente pela TV sendo belamente filmado e se casando perfeitamente com a sua trilha sonora.
Uma vez fora do cubículo, o segundo e terceiro ato da trama acompanhamos os passos da mãe e do seu filho, ao tentarem se acostumar com o novo mundo a sua frente. Assim como aconteceu no início, acompanhamos a trama pela perspectiva do protagonista mirim que, mesmo não entendendo o que acontece em volta, nós compreendemos muito bem e isso graças a boa direção de  Abrahamson e pelos ótimos desempenhos de  Joan Allen (Ultimato a Borne) e  William H. Macy (Magnólia), dos quais interpretam os pais da mãe de Jack. Esses últimos, aliás, se apresentam de formas distintas com relação à verdadeira origem de Jack e o que desencadeia um desequilíbrio familiar, do qual a mãe do pequeno protagonista terá que enfrentar.
Conhecida por ter atuado em comédias, como o recente Descompensada, Brie Larson nos brinda com uma personagem de peso, do qual ela passa toda a tristeza e sofrimento em que a sua personagem passou unicamente através dos seus expressivos olhos. Em uma situação como essa qualquer pessoa comum enlouqueceria, mas o seu desempenho nos faz convencer de que a sua personagem vence os obstáculos para proteger o seu filho, assim como matar o desejo de desistir de tudo. Embora novata em premiações, não é a toa que ela tenha se tornado franco favorita pelo cobiçado Oscar.
Mas a alma do filme é realmente Jacob Tremblay, pois mesmo sendo tão novo, ele transmite um ar de amadurecimento perante os adultos, mesmo que o seu personagem esteja gradualmente aprendendo sobre o novo mundo. Tudo gira em volta dele, o que faz do seu personagem o verdadeiro protagonista da trama. Esquecido nas premiações, como o Oscar, ficamos na torcida para que esse pequeno, mas grande artista não se perca com o tempo, assim como aconteceu com outros jovens talentos. 
Embora seja uma pequena produção, O Quarto de Jack ainda sim é um belo filme, do qual passa a idéia de que a inocência ainda pode ser a principal arma contra o lado sombrio vindo do ser humano atual.   




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