Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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O filme estreia dia 12 de novembro nos cinemas brasileiros
A comédia trash e sanguinária “Como Sobreviver a um Ataque Zumbi”, que estreia dia 12 de novembro
no Brasil, tem trailer e cartaz divulgados pela Paramount. No filme,
três escoteiros e amigos de infância unem forças com uma garçonete
valentona e se tornam a equipe de heróis mais improvável do mundo. Isso
acontece quando a tranquila cidade onde vivem é devastada por uma
invasão de zumbis e eles terão que colocar suas habilidades de
escoteiros à prova para salvar a humanidade dos mortos-vivos. Tye
Sheridan, Logan Miller e Joey Morgan interpretam, respectivamente, os
amigos – e escoteiros – Ben, Carter e Augie. Já Sarah Dumont é a
corajosa garçonete Denise. Ainda estão no elenco David Koechner, Cloris
Leachman¸ Halston Sage e Patrick Schwarzenegger, filho do eterno
“Exterminador”, Arnold Schwarzenegger. O longa é dirigido por
Christopher Landon (“Atividade Paranormal - Marcados pelo Mal”).
Sinopse: A
pernambucana Val (Regina Casé) se mudou para São Paulo a fim de dar melhores
condições de vida para sua filha Jéssica. Com muito receio, ela deixou a menina
no interior de Pernambuco para ser babá de Fabinho, morando integralmente na
casa de seus patrões. Treze anos depois, quando o menino (Michel Joelsas) vai
prestar vestibular, Jéssica (Camila Márdila) lhe telefona, pedindo ajuda para
ir à São Paulo, no intuito de prestar a mesma prova. Os chefes de Val recebem a
menina de braços abertos, só que quando ela deixa de seguir certo protocolo,
circulando livremente, como não deveria, a situação se complica.
São poucos os filmes
brasileiros hoje em dia em que escancara a realidade atual de nosso país, que
está cada vez mais dividida entre classes. Basta pegarmos os últimos protestos
das ruas, para percebemos que a maioria delas é formada por elites que
acreditam que podem esmagar aqueles que eles acreditam serem inferiores. Mas
não é preciso ir às ruas para assistir esses protestos e perceber isso, pois
basta somente reparar na casa do vizinho, ou até mesmo (quem sabe) na sua
própria casa.
Moldado para se criar
uma trama simples, graças a um maravilhoso roteiro, chega aos cinemas um dos
filmes brasileiros mais elogiados e premiados no exterior nos últimos anos, Que
Horas ela Volta?. Sucesso por aonde é exibido e tendo como uma direção inspirada
e original da cineasta Anna Muylaert (Proibido Fumar) o longa-metragem é contagiante
do principio ao fim. Para dar corpo e alma para a personagem principal, não há
duvidas que a cineasta foi feliz ao escolher a atriz e apresentadora Regina
Casé (Eu, tu e Eles), que acabou nos brindando com uma atuação espetacular e
que nos contagia desde os primeiros minutos em que ela surge em cena.
Na trama, assistimos
a nossa protagonista Val (Regina Casé), uma mulher que vive já há anos com uma
família de classe alta em São Paulo. Com uma direção eficiente, já no início do
filme temos um vislumbre detalhado da personalidade da Val, da qual nos faz rir
e nos emocionar em poucos minutos. Apesar de satisfeita no que faz, Val possui
um problema mal resolvido em sua história, sendo que ela tem uma filha chamada
Jéssica (Camila Márdila), mas que precisou abandonar há mais de 10 anos.
Toda essa mistura de
emoções acaba por transbordar, no momento em que Jéssica vem à cidade para prestar
vestibular. Como o seu único contato em São Paulo é a sua própria mãe, ela
decide visitá-la e passar uns dias naquela casa aonde ela trabalha. A partir desse
momento, situações constrangedoras acontecem, mascaras caem e faz com que mãe e
filha precisem definir qual é o lugar delas nesse mundo em que vivem.
Orçado em 4 Milhões de reais, esse forte concorrente
para disputa de um Oscar ano que vem, escancara para o público cinéfilo as reais
situações que acontecem no dia a dia da nossa sociedade brasileira contemporânea,
levando muito em conta pelo lado desmotivador senso comum que as pessoas usam,
mesmo que vezes nem se quer percebem isso no decorrer do tempo.
Val é o exemplo de
uma pessoa simples, meiga, que faz o que pode para sempre cumprir o seu
trabalho na risca e para nunca desapontar os seus patrões, interpretados
respectivamente pelos ótimos Lorenço Mutareli (Cheiro do Ralo) e Karine Teles
(Riscado). O seu lado de mãe que ela possui com Fabinho (Michel Joelsas, de O
Ano em que Meus Pais Saíram de Férias), filho do casal, em muitas passagens do
filme gera muitas emoções. Digamos que Val seja uma quase mãe da qual ele não
teve no decorrer da infância e da adolescência e ele é um quase filho do qual
ela se distanciou.
No decorrer da trama,
há inúmeras situações, das quais se concluem para cada personagem e, querendo
ou não, os seus destinos se diferem se comparados com o princípio de cada um deles. Que
Horas ela Volta? explicita o significado do termo “cinema como linguagem”, já
que há situação da pessoa se sentir livre, quase como uma espécie de
recomeçar do zero, para assim buscar a sua redenção pessoal. Bom exemplo disso
é a relação da mãe e filha: Val era tão alienada com relação ao mundo em que
ela vivia, que precisou da aparição de sua filha, para ela enxergar que a pessoa
vive por completo ao lado das pessoas que realmente ama e é então que o desejo
de se realizar finalmente vem novamente à tona.
É nesse momento que Regina
Casé desaparece por completo, pois graças ao seu talento, ela nos brinda com o
posicionamento que a sua personagem escolhe, gerando um dos melhores e mais
singelos momentos do nosso cinema atual. O final termina em aberto e só fazendo
com que a gente desejasse revisitar o universo de cada um daqueles personagens.
Uma vez que cada um deles aprendeu uma lição a ser pensada, mas o que resta é
saber o que cada um deles aprendeu com ela.
Estando entre os oito
filmes mais vistos na Itália desse ano, Que Horas ela Volta? é um filme para ser
visto por todos, independente de qual a sua classe em que vive, pois no final das
contas somos todos humanos e que merecemos um lugar ao sol.
Em Cartaz: Cinebancários: Rua General da Câmera 424, centro, Porto Alegre. Sessões: 15h e 19h.
Sinopse: A jovem Jay
(Maika Monroe) leva uma vida tranquila entre escola, paqueras e passeios no
lago. Após uma transa, o garoto com quem passou a noite explica que ele carregava
no corpo uma força maligna, transmissível às pessoas apenas pelo sexo. Enquanto
vive o dilema de carregar a sina ou passá-la adiante, a jovem começa a ser
perseguida por figuras estranhas que tentam matá-la e não são vistas por mais
ninguém.
Dior e Eu
Sinopse: O por trás dos manequins da primeira
coleção de alta costura do estilista Raf Simons para a marca Dior. Com pleno
acesso ao dia a dia da equipe, concedido pelo estilista em seu primeiro ano
como diretor de arte da marca, as camêras puderam retratar as pressões e
agitações de uma das maiores representações do mundo da moda.
Hitman: Agente 47
Sinopse: Agente 47 (Rupert Friend) é um
assassino de elite geneticamente modificado criado para ser a máquina de matar
perfeita. Ele precisa caçar uma mega operação que pretende usar o segredo de
sua criação para a formação de um exército imbátivel. Ao juntar forças com uma
misteriosa jovem, que pode ser o diferencial para o sucesso da missão, ele vai
descobrir segredos de sua origem em uma batalha épica contra seu maior inimigo.
O Homem Irracional
Sinopse:Em crise
existencial o professor de filosofia Abe Lucas (Joaquin Phoenix) chega para
lecionar em uma pequena cidade dos Estados Unidos. Logo uma de suas alunas Jill
(Emma Stone) se aproxima dele devido ao fascínio que sente pelo seu intelecto
além da tristeza que sempre carrega consigo. Simultaneamente ele é alvo de Rita
(Parker Posey) uma professora casada que tenta ter um caso com ele. A vida
começa a melhorar para Abe quando numa ida à lanchonete com Jill ouve a
conversa de uma desconhecida sobre a perda da guarda do filho devido à uma
decisão do juiz Spangler (Tom Kemp). Abe logo começa a idealizar o assassinato
de Spangler e como por ser um completo desconhecido jamais seria descoberto.
Mamaliga Blues
Sinopse: Fugindo da União Soviética, o judeu
Abram Tolpolar e sua esposa, Rachel, imigraram da Europa Ocidental para o sul
do Brasil. Seu único filho, Mauro Tolpolar, nasceu em terras sul-americanas e
sempre teve curiosidade sobre suas origens. Setenta anos depois da imigração e
com apenas uma fotografia do túmulo de sua família, Mauro e seus dois filhos
vão à Bessarabia, antes conhecida como Moldova, para desbravar antigas vilas e
cemitérios abandonados a fim de encontrar a sepultura perdida e alguma
informação sobre seus antepassados.
Meia Hora e as
Manchetes que Viram Manchete
Sinopse: As capas do jornal "Meia
Hora" sempre chamam a atenção. Viram sucesso na internet e nas ruas por conta de suas abordagens
inusitadas e bem-humoradas. O documentário mostra como funciona essa consturção
de notícias a partir do olhar dos editores da publicação.
Expresso do Amanhã
Sinopse: Quando um experimento para impedir o
aquecimento global falha, uma nova era do gelo toma conta do planeta Terra. Os
únicos sobreviventes estão a bordo de uma imensa máquina chamada Snowpiercer.
Lá, os mais pobres vivem em condições terríveis, enquanto a classe rica é
repleta de pessoas que se comportam como reis. Até o dia em que um dos
miseráveis resolve mudar o status quo, descobrindo todos os segredos deste
intrincado maquinário.
Periscópio
Sinopse: Élvio (João Miguel) e Eric
(Jean-Claude Bernadet) vivem sozinhos em um apartamento pequeno, sem falar com
qualquer outra pessoa. A relação entre eles está bastante deteriorada, sendo
bem comum que um ofenda o outro. Um dia, repentinamente, surge na sala um
periscópio. Sem ter a menor ideia do porquê dele ter aparecido, nem de quem
está por trás do objeto, eles passam a fingir para o periscópio de que são
amigos e levam uma boa vida.
Que Horas Ela Volta?
Sinopse: A pernambucana Val (Regina Casé) se
mudou para São Paulo a fim de dar melhores condições de vida para sua filha
Jéssica. Com muito receio, ela deixou a menina no interior de Pernambuco para
ser babá de Fabinho, morando integralmente na casa de seus patrões. Treze anos
depois, quando o menino (Michel Joelsas) vai prestar vestibular, Jéssica
(Camila Márdila) lhe telefona, pedindo ajuda para ir à São Paulo, no intuito de
prestar a mesma prova. Os chefes de Val recebem a menina de braços abertos, só
que quando ela deixa de seguir certo protocolo, circulando livremente, como não
deveria, a situação se complica.
Ted 2
Sinopse: Completamente
apaixonado, Ted (voz de Seth MacFarlane) decide se casar com Tami-Lynn (Jessica
Barth). Entretanto, não demora muito para que o casal entre em crise. Querendo
evitar um possível divórcio, Ted resolve ter um filho. Tami-Lynn logo fica
empolgada com a ideia, o que faz com que o casal inicie uma busca sobre quem
poderia ser o doador de esperma ideal para o bebê. Seu grande amigo John (Mark
Wahlberg) o ajuda na tarefa, mas logo Ted descobre que não pode ter um filho
porque, legalmente, ele não é uma pessoa, e sim uma propriedade. Começa então
uma batalha judicial em que o urso de pelúcia tenta provar que merece ser
considerado um cidadão como qualquer outro ser humano.
Sinopse: Uma garota acaba de se mudar com a
mãe, uma controladora obsessiva que deseja definir antecipadamente todos os
passos da filha para que ela seja aprovada em uma escola conceituada.
Entretanto, um acidente provocado por seu vizinho faz com que a hélice de um
avião abra um enorme buraco em sua casa. Curiosa em saber como o objeto parou
ali, ela decide investigar. Logo conhece e se torna amiga de seu novo vizinho,
um senhor que lhe conta a história de um pequeno príncipe que vive em um
asteróide com sua rosa e, um dia, encontrou um aviador perdido no deserto em
plena Terra.
Às vezes a nossa vida real é muito mais
fascinante do qualquer ficção. Porém, quando ambas se misturam, gera então algo
genuíno, do qual acabamos não sabendo separar esses dois lados. Em alguns
casos, realidade e fantasia sempre andaram de mãos dadas e O Pequeno Príncipe
talvez seja um dos melhores exemplos vindo do início do século 20.
Antoine de Saint-Exupéry (1900 – 1944) era um
piloto francês que acabou sendo abatido pelas tropas alemãs durante a Segunda Guerra
Mundial. Um ano antes, ele havia e escrito a sua obra prima O Pequeno Príncipe,
que há quem diga ele criou se inspirando num momento em que ele ficou perdido
no deserto. Em 2004 o avião abatido do qual se encontrava Exupery foi encontrado, mas o corpo jamais foi
localizado.
A partir da idéia da possibilidade do
escritor não ter morrido na época em que foi dado como morto acaba servindo de
estopim para a criação desse filme, em que uma trama original é criada e
enlaçada com a que todos nós conhecemos a partir do livro. Dirigido por Mark
Osborne (Kung Fu Panda), a trama começa nos apresentando uma pequena menina,
que por sua vez é moldada a todo custo por uma mãe que sonha em ver a filha ser
bem sucedida na vida. No seu primeiro dia em uma nova casa, a menina conhece um
velho aviador que mora ao lado, que tenta a todo custo tirar do chão o seu
velho avião e para sim conseguir reencontrar o pequeno príncipe que ele havia
conhecido no passado.
Claro que, a partir do momento em que a
menina fica curiosa com relação aquele universo daquele velho aviador, ela
acaba também conhecendo a história do menino que vivia num asteróide e que
cuidava de sua querida rosa. Todas as passagens da obra que nós conhecemos
estão lá: a saída do protagonista de seu asteróide e sua ida em outros
planetas; o encontro dele com a raposa; amizade que ele cria através do aviador
perdido no deserto e o encontro com a famigerada cobra.
Porém, é preciso ressaltar que o filme não
reproduz com exatidão a obra como um todo, mas sim adapta o que é de mais
essencial que se encontra nela. As passagens filosóficas são muito bem
adaptadas e elas funcionam muito bem, mesmo nos dias de hoje: “Só se vê bem com o
coração, o essencial é invisível aos olhos”. Se essa frase Fez uma
geração inteira pensar décadas atrás, no mundo contemporâneo de hoje, sua
mensagem e efeito ainda funciona e nos toca profundamente.
Exupéry com certeza era alguém que possuía
uma mente a frente do seu tempo, pois o seu livro dá valor as simples coisas da
vida, ao invés de simplesmente almejar por algo mais que ela possa oferecer.
Isso se enlaça com a proposta apresentada na sub-trama da mãe e filha, sendo
ambas presas ao futuro inserto, e que acabam lutando desnecessariamente para
adquirir uma vida bem sucedida, mas esquecendo do que realmente faz delas
felizes. Isso se fortifica ainda mais no terceiro e ultimo ato final da trama,
aonde os roteiristas transformaram numa espécie de continuação dos eventos do
livro e se criando uma espécie de metáfora sobre a corrida desenfreada pela
riqueza, profissionalismo e consumismo do mundo contemporâneo de hoje.
Se a trama já nos fascina, visualmente o
filme não fica nenhum pouco atrás. De forma rara, acompanhamos a trama da
menina da forma de animação computadorizada tradicional, mas no momento em que
entramos nas passagens do livro, o filme se transforma em stop motion e gerando
inúmeras belas imagens: a passagem do conto em que o príncipe se encontra com a
raposa e aprende um novo significado sobre o amor que ele teve por sua rosa,
são de uma beleza enlouquecedora e que nos faz desejar que esse tipo de
animação continue no cinema sempre.
Embora seja um filme em que possua uma
linguagem da qual os pequenos de hoje pouco estão acostumados, O Pequeno
Príncipe é um filme que merece ser visto por todos, pois nunca é demais os pais
de hoje mostrar aos filhos os velhos e bons ensinamentos do qual esse conto lhe
proporcionaram no passado.