Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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Sinopse: Um altamente sofisticado Programa, Ares, é enviado do mundo digital para o mundo real em uma missão perigosa.
Bia Mais um
Sinopse: O mundo de Bia está prestes a mudar. Ela guarda um segredo: uma gravidez inesperada. Entre incertezas, medos e angústias, surge Jean. A atração é imediata, porém o tempo é curto e Bia precisa contar a verdade. Ele estará preparado para a notícia?
A Casa Mágica da Gabby - o Filme
Sinopse: No novo filme, Gabby parte em uma viagem de carro com sua avó Gigi para a metrópole encantada de Cat Francisco. Mas quando a casa de bonecas da Gabby, seu bem mais precioso, vai parar nas mãos de uma excêntrica senhora dos gatos chamada Vera, Gabby embarca em uma aventura pelo mundo real para reunir os Gabby Cats e salvar sua casa de bonecas antes que seja tarde demais.
Perrengue Fashion
Sinopse: Paula Pratta, uma influenciadora de moda, é convidada para uma campanha de Dia das Mães. Seu filho decide abandonar tudo pelo ativismo ambiental na Amazônia. Paula vai atrás dele, enfrentando uma realidade oposta à sua. Nessa jornada inesperada, ela é forçada a questionar seus valores, a relação com o filho e suas prioridades, descobrindo um novo mundo na floresta.
Sinopse: Os dois últimos anos de Cazuza, do diagnóstico de HIV à morte. Um retrato da potência criativa que floresceu mesmo em meio à fragilidade física.
Nos anos oitenta eu ainda era uma criança e não tinha uma dimensão da importância que foi Cazuza no universo da música brasileira. Portanto, eu somente tive uma noção a partir do filme "Cazuza - O Tempo Não Para" (2004), mesmo quando adaptação sobre a sua vida omitia algumas coisas. "Cazuza - Boas Novas" (2025) é um documentário que procura explorar os últimos anos do cantor e de como ele foi forte em sua reta final.
Dirigido por Roberto Moret e Nilo Romero, o documentário revisita o período mais criativo e intenso da vida de um dos maiores artistas do Brasil. Entre os anos de 1987 e 1989, Cazuza produziu três álbuns, ganhou diversos prêmios e subiu no palco para mais de 40 apresentações do espetáculo O Tempo Não Para. Tudo isso lidava com o diagnóstico de AIDS e vivia sob o risco de morte e o agravamento contínuo de sua saúde.
Com cenas de arquivos de várias emissoras, além de cenas caseiras pessoais, o documentário revela tanto o lado frágil do artista, como também a sua força de vontade perante a sombra da AIDS. Além disso, talvez um dos fatores que colaboraram para que ele se mantivesse em pé foi o fato de querer enfrentar de frente os seus detratores daqueles tempos, seja aqueles que ainda defendiam o governo ditatorial, como também jornalistas sensacionalistas que vinham nele a chance de pregar o quanto era perigoso ter uma vida libertária.
Talvez um dos principais ataques contra o cantor foi sem sombra de dúvida a edição da Revista Veja que vinha com uma entrevista dele, mas que foi simplesmente remodelada para que condenasse ele a morte devido a doença. Mesmo debilitado isso não o impediu de seguir com os seus shows, principalmente com relação aquele que seria o seu mais conhecido "O Tempo não Para" e que foi dirigido por Ney Matogrosso. Aliás, assim como o recente "O Homem Com H" (2025) o documentário faz questão de destacar a breve, porém, marcante relação de Ney e Cazuza e sendo que isso foi um ponto falho na adaptação sobre a vida do cantor em 2004.
Com uma edição de cenas em que se explora as principais notícias sobre o artista nos jornais e revistas da época, o documentário só falha ao encerrar de uma forma abrupta, sendo que poderia ter explorado muito mais do que se imaginava. Ao menos, a obra se torna também um material farto para essa nova geração que nem ao menos sabe da importância que teve o artista na história da nossa música. Em tempos em que cantores fazem sucesso com músicas que se tornam rapidamente esquecidas nunca é demais conhecermos melhores talentos cuja sua obra é lembrada anos a fio.
"Cazuza - Boas Novas" é um despretensioso documentário sobre um dos cantores de nossa história, mas que serve como um belo cartão de visita para aqueles que nunca ouviu as suas músicas.
Onde Assistir: Amazon Prime Vídeo, Apple TV, Google Play Filmes.
A cinemasemana que vai de 9 a 15 de outubro traz cinco novidades em nossa programação. Uma delas é o relançamento de AMORES BRUTOS, filme que apresentou ao mundo o talento do diretor mexicano Alejandro Iñárritu. Também volta a cartaz o longa brasileiro RETRATO DE UM CERTO ORIENTE, dirigido por Marcelo Gomes e baseado na obra homônima de Milton Hatoum. As novidades se completam com três estreias brasileiras: ESPIRAL, primeiro longa do diretor gaúcho Leonardo Peixoto; BIA MAIS UM, drama adolescente do paranaense Wellington Sari; e O ÚLTIMO EPISÓDIO, do mineiro Maurílio Martins, integrante da produtora Filmes de Plástico.
A produção brasileira segue representada com A REVOLTA DOS MALÊS, um projeto de muitos anos do ator e diretor Antonio Pitanga, e O ÚLTIMO AZUL, do diretor pernambucano Gabriel Mascaro, que já ultrapassou a marca de 150 mil espectadores.
Para quem ainda não (re)viu, um dos destaques da nossa programação é o icônico PARIS, TEXAS, filme que ganhou relançamento para comemorar os 80 anos cineasta alemão Wim Wenders e os 40 anos da sua estreia no cinema. E, neste final de semana, encerramos o GHIBLI FEST, com a exibição de dois títulos adorados pelo público: MEU AMIGO TOTORO e O SERVIÇO DE ENTREGAS DA KIKI.
Confira a programação completa da Cinemateca no site oficial clicando aqui.
Sinopse: A caminho de encontrar seu chefe bilionário, que busca explorar propriedades curativas, um homem e sua filha acidentalmente atropelam e matam um unicórnio.
O cruzamento de gêneros para um determinado filme pode se tornar algo tão incomum, como também soar estranho para dizer o mínimo. Para o saldo se tornar positivo tudo se deve ao desenvolvimento, não somente através de um bom roteiro, como também pela sua direção. No caso de "A Morte de um Unicórnio" (2025) é um estranho no ninho que ficamos nos perguntando para que veio, mas fazendo a gente processar sobre o que havíamos assistido.
Dirigido pelo estreante Alex Scharfman, o filme conta a história de e Elliot (Paul Rudd) e sua filha Ridley (Jenna Ortega) que tomam um rumo inesperado durante uma viagem para uma cúpula de gerenciamento de crise. Ao dirigir com pressa, eles atropelam um unicórnio mágico e, sem saber o que fazer, decidem levar o cadáver com eles para o retiro selvagem onde se encontra o chefe de Elliot, Dell Leopold, um CEO da indústria farmacêutica com a fortuna de um outro rico. Eles decidem fazer experimentos no animal, mas sabendo que pode desencadear para todos os presentes.
Transitando entre fantasia, horror e humor sombrio, o filme é uma verdadeira mistura de tudo um pouco, onde poderiam usar qualquer animal do mundo para criar a história, mas usaram justamente a figura de um unicórnio e o que torna tudo um pouco mais simbólico. Na realidade, o filme flerta com temas sobre a mitologia nórdica, algo bem familiarizado para aqueles que se aprofundam no assunto, mas que torna para o marinheiro de primeira viagem algo um tanto estranho. Essa estranheza, por sua vez, talvez seja pelo fato de o filme não pertencer a um único gênero e cabe a gente digerir sobre o que nós havíamos assistido.
Curiosamente, é uma trama que bate novamente sobre a questão da ambição em explorar novos recursos, mesmo quando se mexe no desconhecido e que não poderia nem pensar em ser tocado. Por conta disso, a família do poderoso Odell nada mais é do que uma síntese do lado hipócrita de poderosos que acreditam que podem manipular tudo, mas não parando para pensar se deviam. Qualquer semelhança com clássicos como "Parque dos Dinossauros" (1993) não é mera coincidência.
Portanto, tanto Elliot como a sua filha Ridley acabam se tornando estranhos no ninho em meio a tantos absurdos que acontecem a todo o momento. Paul Rudd entrega um papel que exige até de sua pessoa, mesmo quando ele falha de não conseguir desvencilhar da sombra que adquiriu ao ser o Homem Formiga do universo MCU no cinema. Em compensação temos a boa atuação de Jenna Ortega, mesmo quando o seu desempenho não se equipara ao seu incrível trabalho na série Wandinha.
Outro fator que torna o filme irregular em alguns momentos é a questão do CGI, onde as cenas em que antes havia fundo verde não enganam mais os nossos olhos já cansados desses recursos. Curiosamente, os Unicórnios são feitos digitalmente até que não fazem feio nos momentos de tensão, principalmente em cenas que revelam o seu lado brutal e cujas cenas de violência até mesmo nos chocam. E se por um lado o ato final não agrada alguns, por outro lado, ao menos os realizadores tiveram a coragem de deixar tudo aberto no último segundo de projeção.
"A Morte de um Unicórnio" é aquele tipo de filme que você não sabe se ama ou odeia, pois o longa nos deixa com aquela sensação estranha na boca.
Estreia de "Aldo Baldin" e relançamento em 4K de "Amores Brutos" são destaques do CineBancários em 9 de outubro
A programação da sala contempla também o filme "Malês", de Antonio Pitanga
Documentário de Yves Goulart apresenta a surpreendente história de Aldo Baldin, um dos principais tenores brasileiros a ganhar o mundo e um prêmio Grammy (1981), embora o artista seja desconhecido no Brasil
A produção, que soma 23 prêmios nacionais e internacionais e conta com a participação de grandes nomes da música como o maestro Isaac Karabtchevsky, a pianista Lilian Barretto, o compositor Edino Krieger e os cantores Maria Lucia Godoy e Fernando Portari, estreia na sessão das 15h no CineBancários. De Urussanga, pequena cidade catarinense onde cresceu entre paisagens rurais e uma vida simples, até os palcos mais cobiçados da Europa, a trajetória do tenor Aldo Baldin é um capítulo brilhante – e pouco conhecido – da música de concerto brasileira. No dia 31 de julho, essa história ganha as telas do cinema nacional com o documentário "Aldo Baldin, uma vida pela música", dirigido por Yves Goulart e distribuído pela Bretz Filmes.
Premiado em mais de 20 festivais pelo Brasil e no exterior, o filme desvenda a ascensão de um artista que, com sua voz límpida e técnica impecável, gravou mais de cem discos e se tornou uma figura reverenciada no meio musical internacional – especialmente na Alemanha, onde fixou residência e construiu parte significativa de sua carreira. A narrativa acompanha desde os primeiros anos de Baldin, mergulha em suas raízes familiares e na paixão precoce pelo canto, até o reconhecimento global, quando passa a dividir o palco com lendas como o maestro alemão Helmuth Rilling, seu parceiro em 45 gravações, e o britânico Sir Neville Marriner, com quem conquista o Grammy em 1981 pela interpretação de "A Criação", de Haydn.
O longa conta com depoimentos emocionados de quem conviveu com o tenor: o maestro Isaac Karabtchevsky, a pianista Lilian Barretto, o compositor Edino Krieger e os cantores Maria Lucia Godoy e Fernando Portari compartilham memórias que revelam não apenas o músico excepcional, mas o homem por trás da arte – dedicado, amigo, generoso e profundamente ligado às suas origens.
Mais do que um tributo, o documentário é um reencontro com um legado artístico que merece ser redescoberto. Para os amantes da música de concerto, é uma chance única de entender a dimensão de um brasileiro que elevou o nome do país no cenário erudito internacional. Para o público geral, uma oportunidade de se encantar com a história de um menino do interior que, com talento e persistência, tornou-se artisticamente imortal.
Restauração de "Amores Brutos" foi exibida pela primeira vez em Cannes, com presença do diretor Alejandro G. Iñárritu e de Gael García Bernal, em homenagem aos 25 anos do filme
Em celebração aos 25 anos do lançamento de “Amores Brutos”, a Retrato Filmes - distribuidora brasileira - e a MUBI - distribuidora global, serviço de streaming e produtora - relançam a obra em 4K nos cinemas dia 9 de outubro. A restauração do clássico do mexicano Alejandro G. Iñárritu foi exibida pela primeira vez no Festival de Cannes, mesmo evento onde a versão original teve sua estreia mundial e conquistou o Grande Prêmio da Semana da Crítica. Em 2000, também participou da disputa por Melhor Filme Estrangeiro no Oscar®. Considerado um dos grandes clássicos contemporâneos, o longa-metragem rodado na Cidade do México é ramificado em três histórias, que se entrelaçam a partir de um acidente de carro.
O filme marcou o primeiro grande papel do mexicano Gael García Bernal (“Diários de Motocicleta”, de Walter Salles), que voltou a trabalhar com Iñárritu posteriormente, em “Babel”. Os dois participaram da reestreia em Cannes, este ano, onde relembraram o início do projeto. Na época, Iñárritu era apresentador de rádio, e Bernal, estudante de artes cênicas de uma escola em Londres. Hoje, ambos são nomes de destaque do cinema latino-americano e de Hollywood. A restauração foi realizada sob a supervisão da Criterion Collection, Estudio Mexico Films e Altavista Films, com supervisão de cor de Iñárritu e do diretor de fotografia mexicano Rodrigo Prieto, além de uma nova mixagem de som surround 5.1, por Jon Taylor no NBCUniversal StudioPost.
PROGRAMAÇÃO DE 09 A 15 DE OUTUBRO
ESTREIAS:
ALDO BALDIN – UMA VIDA PELA MÚSICA
Brasil/ Documentário/74min
Direção: Yves Goulart
Sinopse: A trajetória do talentoso tenor brasileiro Aldo Baldin desde um início humilde no interior do país até se tornar um dos maiores tenores líricos do mundo em sua época. Aldo cantou com os maiores maestros, se apresentou nas mais famosas salas de concerto e gravou mais de 100 álbuns.
AMORES BRUTOS (RELANÇAMENTO – Restaurado em 4K))
Mexico/ Drama/2000/154min
Direção:Alejandro González Iñárritu
Sinopse: Um trágico acidente de carro. Três vidas colidem e nos revelam o lado mais bruto da natureza humana. Um triângulo amoroso entre irmãos, um homem que abandona tudo por uma supermodelo e um assassino de aluguel com um passado prestes a ser desenterrado. O circulo nunca se fecha: a dor é, também, um caminho para a esperança.
Elenco: Álvaro Guerrero, Emilio Echevarría, Gael García Bernal, Goya Toledo, Jorge Salinas, Marco Pérez, Vanessa Bauche.
EM CARTAZ:
MALÊS
Brasil/Drama/2024/ 113min.
Direção: Antonio Pitanga
Sinopse: O filme retrata uma jornada de resistência e coragem, ambientada na vibrante Salvador de 1835. Durante seu casamento, dois jovens muçulmanos são arrancados de sua terra natal na África e vendidos como escravos no Brasil. Separados pelo destino cruel, ambos lutam para sobreviver e se reencontrar, enquanto se veem envolvidos na maior insurreição de escravizados da história do Brasil: a Revolta dos Malês.
Os ingressos podem ser adquiridos a R$ 14 na bilheteria do CineBancários. Idosos (as), estudantes, bancários (as), jornalistas sindicalizados (as), portadores de ID Jovem e pessoas com deficiência pagam R$ 7. São aceitos cartões nas bandeiras Banricompras, Visa, MasterCard e Elo.
Na quinta-feira, a meia-entrada (R$ 7) é para todos e todas.
Sinopse: Abandonadas pela mãe, Laura e irmãs desfrutam brevemente da liberdade até receberem ameaça de separação pelo serviço social.
Quando se fala sobre o cinema sueco imediatamente a maioria de nós cinéfilos irá se lembrar dos filmes de Ingmar Bergman, pois o realizador foi responsável por obras primas como "O Sétimo Selo" (1957). Porém, é preciso reconhecer que neste início de século já surgiram inúmeros longas que foram apontados como novos clássicos daquele país, como no caso de "Deixe ela Entrar" (2008) de Tomas Alfredson. "Paraíso em Chamas" (2023) revela que a Suécia ainda pode nos render belas pérolas cinematográficas na medida em que o tempo passa.
Dirigido pela estreante Mika Gustafson, a trama se passa em um bairro da Suécia, onde três irmãs cuidam de si mesmas após a mãe ausente sumir por completo, deixando-as sozinhas. Laura é a mais velha, com 16 anos, Mira é a do meio, com 12 anos, e Steffi é a caçula, com 7 anos. Enquanto se preparam para o verão, divertido e despreocupado sem supervisão adulta, o trio lida com a ausência materna e a ameaça do conselho tutelar, que pede uma reunião com a parente responsável. Laura tenta encontrar alguém para se passar pela mãe com os assistentes sociais, caso contrário as três serão levadas para um lar adotivo e separadas.
A informação de que a mãe não se encontra naquele cenário ocorre de forma gradual, já que a história começa de forma imediata, onde a irmã mais velha procura manter o equilíbrio do dia a dia dentro daquele lar e procurar sobreviver com o que tem. Mika Gustafson, por sua vez, realiza cenas dinâmicas, cuja sua câmera frenética acompanha aquelas meninas a todo momento, fazendo ter uma dimensão de suas situações e fazendo a gente se perguntar o que virá a seguir. Ao mesmo tempo há momentos descontraídos, onde elas e demais jovens da região buscam aproveitar ao máximo música, bebida e ao mesmo tempo invadindo determinadas casas para aproveitar as piscinas.
O filme por si só é uma espécie de representação de uma geração perdida e desprovida dos laços familiares, já que esses últimos se encontram perdidos nesta realidade e optando por escapar das responsabilidades. Não conhecemos os pais destas irmãs, mas temos uma dimensão do que eles podem ter sido através de outros adultos, como no caso Hanna (Ida Engvoll), vizinha próxima de Laura e Sasha (Mitja Siren) um homem bêbado de um bar que deseja ser o melhor no ramo da música. Enquanto Hanna procura manter as raízes de sua juventude perdida através de Laura, por outro lado, Sasha se torna uma alma cansada daquele cenário, mas que obtém certa sobrevivência através de Mira, que vê nele o lado paternal há muito tempo esquecido.
Não há como negar que a força matriz se encontra na presença de Laura, interpretada com intensidade pela atriz Bianca Delbravo e cuja sua personagem procura buscar o equilíbrio em meio a uma realidade em que os adultos se encontram mais perdidos do que as próprias crianças vistas na tela. Mika Gustafson realiza, portanto, uma análise delicada e mais atual do que nunca sobre uma geração perdida, mas que procura se manter unida, mesmo quando o sistema lhe diz o contrário. Embora o final termine de uma forma pessimista, ao mesmo tempo deixa em aberto sobre o futuro das jovens protagonistas e fazendo a gente desejar com que os seus laços de amor não se desprendam tão facilmente.
"Paraíso em Chamas" é mais uma pérola do cinema sueco, onde o retrato de uma realidade nua e crua de uma geração perdida vinda de lá não é muito diferente do que se vê do lado de cá da tela.
Na sexta-feira, 10 de outubro, às 19h30, o Projeto Raros apresenta na Cinemateca Capitólio um dos filmes mais desconcertantes do chileno Raúl Ruiz: O Teto da Baleia (1982). Com entrada franca, a sessão marca o encerramento da mostra Alucinação dos Mapas.
Neste domingo de Dia das Crianças, 12 de outubro, às 18h, a Sessão da Vingança fará uma exibição especial do clássico body horror da década de 1970, Os Filhos dos Medo, de David Cronenberg. Com entrada franca, a sessão será comentada por Cristian Verardi, idealizador da mostra A Vingança dos Filmes B.
Dirigido por Leonardo Lacca, o filme Seu Cavalcanti entra em cartaz na Cinemateca Capitólio nesta quinta-feira, 09 de outubro. No sábado, dia 11, às 19h, o diretor participa de um debate após a projeção. O valor do ingresso é R$ 16,00.
Barbara Marcel será o nome do mês de outubro das sessões especiais do POADOC. Suraras, lançado em 2024, será exibido na Cinemateca Capitólio no dia 15, quarta-feira, às 19h. A diretora conversa com o público após a sessão. Entrada franca.