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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: Star Wars - 'A Ascensão Skywalker' - A velha e boa jornada do herói

Sinopse: Os conflitos internos dos sobreviventes da Resistência e a luta dos mesmos contra a Primeira Ordem estão em evidência. Uma antiga força do mal parece ter retornado das cinzas. Está na hora do fim de uma saga. 

Na minha crítica sobre o filme "Han Solo" (2018) eu havia feito uma observação que os fãs mais fanáticos pela franquia "Star Wars" exigem por demais desse universo criado por George Lucas. Quando ele havia realizado o clássico "Star Wars - Uma Nova Esperança" (1977) ele queria prestar uma homenagem aos velhos clássicos filmes de aventura que ele assistia antigamente quando criança. Embora tenha usado recursos revolucionários para época para a realização do projeto, o filme nada mais era do que a velha e boa fórmula de sucesso sobre a jornada do herói, mas que funciona até mesmo nos dias de hoje haja o que houver.
Quando os engravatados do estúdio Disney decidiram retomar a franquia com uma nova trilogia os ingredientes para o sucesso já  estavam lá o tempo todo. "Star Wars - O Despertar da Força" (2015) nada mais é do que uma releitura do clássico de 1977, mas obtendo identidade própria ao nos apresentar uma trama redondinha, com algumas surpresas, mas cumprindo com as nossas expectativas. Já a segunda parte, "Star Wars - Os Últimos Jedi" (2017) possui uma trama mais ousada, explorando o lado mais humano e falho dos protagonistas, mas desagradando os fãs mais fanáticos que reclamaram de forma até mesmo desnecessária. Portanto, a nova trilogia se encerra de uma forma mais simplista com "Star Wars - A Ascensão Skywalker", um filme que remete aos melhores momentos da trilogia clássica, mas que irá desagradar também aquele fã fanático que exigia algo além dessa proposta.
Novamente dirigido por J.J. Abrams, a trama revela que o imperador Palpatine (Ian McDiarmid) estava escondido nas sombras, fazendo todos a voltarem a temer seu poder e, com isso, a Resistência toma a frente da batalha que ditará os rumos da galáxia. Treinando para ser uma completa Jedi, Rey (Daisy Ridley) ainda se encontra em conflito com seu passado e futuro, mas teme pelas respostas que pode conseguir. Além disso, há a sua complexa ligação com Kylo Ren (Adam Driver), que também se encontra em conflito devido a Força.
Pelo fato de o filme anterior ter tido começo, meio e fim, esse novo "Star Wars" começa de uma forma simples e direta, mas pegando os fãs da velha guarda desprevenida, principalmente com a revelação de que Palpatine ainda está vivo. Esse é o primeiro exemplo do que veremos a seguir no decorrer da aventura, já que há muitos elementos que irão nos lembrar da trilogia clássica, principalmente de "Star Wars - O Retorno de Jedi" (1983) e fazendo a gente se relembrar de momentos críticos daquele filme. E diferente do filme anterior, a trama não se divide em várias, mas sim se concentra somente na nova trindade, ou seja, Rey, Finn (John Boyega) e Poe (Oscar Issac).
Embora eles jamais serão o que Luke, Leia e Solo foram para uma geração, por outro lado, são personagens carismáticos e com o tempo soubemos aprecia-los. Rey, por exemplo, dá continuidade de forma digna sobre o significado da jornada do herói iniciada por Luke na saga e o talento de Daisy Ridley colabora com isso. Infelizmente os roteiristas foram infelizes ao quererem acrescentar algo a mais sobre a sua real origem, mas isso não tira o brilho de uma personagem que não caminha em direção a um destino, mas sim por uma escolha que virá a tomar a partir dos seus princípios.
Falando em roteiristas, os mesmos cometem alguns atos falhos em alguns momentos em que, por vezes, acaba sendo apenas um acréscimo desnecessário.  Sobre o destino de alguns personagens, por exemplo, os realizadores tentam a todo momento nos pregar uma peça em nós com relação ao que irá acontecer com eles, quando na verdade não irá acontecer nada. Uma forma de brincar com as nossas expectativas, mas de uma forma muito forçada.
Em contrapartida, é preciso reconhecer que os mesmos criaram uma boa ideia de como inserir Leia na trama, mesmo quando Carie Fincher não pode concluir o seu trabalho no longa. A forma como é selado o destino da personagem não só é digno de nota, como também causa uma reviravolta na trama e na cruzada final em que Kylo Ren precisará trilhar. É nesse ponto também que se dá continuidade a um dos momentos mais dramáticos de "O Despertar da Força" e fazendo a gente já ter uma ideia sobre o que irá acontecer em seguida.
O ato final, por sua vez, transita entre o previsível como também para momentos de pura nostalgia e que fará o fã de mente mais aberta adquirir um grande sorriso na cara. Não é nada revolucionário, mas sim apenas o capítulo final de uma grande aventura formada por nove capítulos e que aqui se encerra com certa dignidade e com nenhum peso de pretensão ou algo do gênero. Resta saber o que a Disney fará com a franquia daqui em diante, mas acredito que chegou a hora dos Skywalker finalmente descansarem.
"Star Wars: 'A Ascensão Skywalker" é um final necessário para uma aventura que começou há muito, muito tempo em um 1977 distante e que mudou o cinema como um todo para sempre. 


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terça-feira, 24 de dezembro de 2019

NOTA: UM FELIZ NATAL E BOAS SESSÕES DE CINEMA PARA TODOS NÓS

Que tenhamos um feliz natal, boas festas e que 2020 seja tudo diferente para todos nós. Pois  como  James Stewart disse uma vez, A Felicidade Não se Compra".    


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segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: 'A Camareira' - A Recompensa que nunca chega

Sinopse: Eve (Gabriela Cartol) é uma jovem mãe solteira que trabalha longas horas como camareira em um hotel de luxo na Cidade do México. Sonhando com uma vida melhor, ela se inscreve no programa de educação para adultos do hotel. 

O filme "Roma" (2018) de Alfonso Cuaron serviu para mostrar o verdadeiro papel dos empregados servindo as elites e que, por vezes, esses últimos vivem em uma redoma de vidro e sem enxergar o verdadeiro mundo. Através do olhar humilde dos empregados, por exemplo, enxergamos uma realidade verdadeiramente realista, trabalhadora e que persiste em abraçar o que almeja. "A Camareira" é um retrato cru de pessoas gente como a gente e que se encontram despertas para abraçar os seus sonhos para assim seguir sempre em frente.
Dirigido por Lila Avilés, o filme conta a história Eve (Gabriela Cartol), uma jovem mãe solteira que trabalha longas horas como camareira em um hotel de luxo na Cidade do México. Sonhando com uma vida melhor, ela se inscreve no programa de educação para adultos do hotel. Porém, ela logo percebe que nem sempre quem faz o trabalho pesado é recompensado.
Ao retratar o dia a dia de uma pessoa que facilmente podemos nos identificar, Lila Avilés opta em fazer de sua câmera o nosso próprio olhar, como se em determinados momentos estivéssemos atrás da protagonista e acompanhando os seus afazeres no enorme prédio em que ela trabalha. Ao menos, isso é bastante sentido no primeiro ato da trama, principalmente onde ocorre as primeiras cenas no elevador e do qual sintetiza muito bem essa minha observação. Aliás, a cena do elevador é simbólica, onde vemos uma outra personagem sobrecarregada em seu dia a dia, mas se sustentando com o que pode através da distração de uma boa leitura.
É nesse ponto, por exemplo, que observamos também que a cultura e a educação surgem como papeis fundamentais para que a protagonista consiga abrir ainda mais a sua mente e o desejo de seguir em frente. Porém, infelizmente, estamos falando de alguém que trabalha para poderosos e dos quais somente pensam em dinheiro e nunca em conhecimento. Em tempos em atuais, dos quais o capitalismo desenfreado devora inúmeros povos de acordo com as suas necessidades, o filme chega em um momento em que muitos de nós se encontram em um beco sem saída.
Ao menos, o filme passa também certas fagulhas de esperança, principalmente quando elas acontecem nos dois lados da mesma moeda. Se por um lado Eve consegue uma mão amiga vinda da sua área em que trabalha, por outro lado, é interessante a comunicação em que uma hospede rica tem por ela, ao ponto de ela não esconder a vida vazia que possui, mesmo quando dá a entender que adquiri tudo o que quer. Independente de classes, o filme fala sobre solidão, desejos quase nunca alcançados e de como facilmente podemos cair no vazio se não aceitarmos um pouco de carinho vindo do próximo.
"A Camareira" é um filme universal e que fala um pouco dos tempos atuais em que poderosos insistem em nos transformar em engrenagens para servir aos seus propositos. 


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Cine Dica: Curso de Férias - Cinema e Pintura


Apresentação
Em mais de um século de existência, a pintura está presente no cinema de várias maneiras. Alguns filmes são sobre pintores; em outros, a pintura tem uma importância fundamental na narrativa; outros, ainda, tem sua imagem baseada em movimentos ou pintores específicos - e alguns, claro, tem todos esses aspectos juntos.

O curso CINEMA & PINTURA: UM ENCONTRO ARTÍSTICO, ministrado por Milton do Prado, tem como objetivo apresentar todas essas tendências e entender, com o uso de exemplos, como o diálogo entre essas duas formas de expressão se deu através do tempo, das tendências estéticas de um e outro campo, assim como das expressões pessoais de alguns realizadores e diretores de fotografia.
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Curso de Férias

CINEMA & PINTURA: UM ENCONTRO ARTÍSTICO
de Milton do Prado

Datas: 11 e 12 / Janeiro (sábado e domingo)
Horário: 14h às 17h
* Local: Cinemateca Capitólio Petrobras / Sala Décio Andriotti
(Rua Demétrio Ribeiro, 1085 - Porto Alegre - RS)

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Aproveite a PROMOÇÃO COMBO
para se inscrever em mais de um curso
da programação de Férias 2020.


a) 1 Curso de Férias: R$ 80,00
b) 2 Cursos de Férias: R$ 70,00 (p/ curso)
c) 3 Cursos de Férias: R$ 60,00 (p/ curso)
d) 4 Cursos de Férias: R$ 50,00 (p/ curso)

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* INSCRIÇÕES / INFORMAÇÕES
http://cinemacineum.blogspot.com/

sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Cine Dicas: Estreias Do Final De Semana (20/12/19)

Star Wars: A Ascensão Skywalker 

Sinopse: Os conflitos internos dos sobreviventes da Resistência e a luta dos mesmos contra a Primeira Ordem estão em evidência. Uma antiga força do mal parece ter retornado das cinzas. Está na hora do fim de uma saga.

A Batalha das Correntes

Sinopse: No final do século XIX, Thomas Edison e George Westinghouse tiveram uma discussão sobre como deveria ser feita a distribuição da eletricidade. 

Carta Registrada

Sinopse: Desde que seu marido foi preso, Hala tem que enfrentar seus pensamentos suicidas sozinha. Sua força tem que vir de dentro, pois a sociedade não a ajuda e nem perdoa uma mulher deprimida, principalmente por ela ser mãe.

O Paraíso Deve Ser Aqui 

Sinopse: O diretor Elia Suleiman estrela essa saga cômica que investiga os significados do exílio e da busca intermitente por um lar. Palestino, ele deixa seu país em busca de uma nova vida. 


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Cine Dica: Vitalina Varela e Raros Especial no fim de ano da Cinemateca Capitolio (20 a 22 de dezembro)

NOVO FILME DE PEDRO COSTA ENCERRA A PROGRAMAÇÃO DE 2019 DA CINEMATECA CAPITÓLIO, ÚLTIMO PROJETO RAROS DO ANO EXIBE OBRA-PRIMA DE NANNI MORETTI, FILME SUECO EM PRÉ-ESTREIA, CLÁSSICOS EM EXIBIÇÃO NA MOSTRA 1939: O ANO DE OURO EM HOLLYWOOD
E ENTÃO NÓS DANÇAMOS

Entre os dias 20 e 22 de dezembro, a Cinemateca Capitólio apresenta muitas sessões especiais para encerrar a programação de cinema de 2019. No domingo, 22 de dezembro, às 20h, a última sessão do ano apresenta o mais novo filme do diretor Pedro Costa, Vitalina Varela. Um dos lançamentos mais aguardados do ano, o filme ganhou o Leopardo de Ouro no Festival de Locarno.Na sexta-feira, 20 de dezembro, às 20h, a última edição de 2019 do Projeto Raros apresenta uma obra-prima do realizador italiano Nanni Moretti que completou o trigésimo aniversário este ano: Palombella Rossa. A sessão será comentada pelo programador Leonardo Bomfim e pelo crítico e pesquisador Cristian Verardi.
No sábado, 21 de dezembro, às 14h, a Cinemateca Capitólio apresenta a pré-estreia do filme sueco E Então Nós Dançamos, de Levan Akin. A obra entra em cartaz em janeiro. A sessão de O Filho de Frankenstein, previamente divulgada no mesmo horário, não será realizada.Os últimos dias da mostra 1939: O Ano de Ouro de Hollywood apresentam a reprise do clássico ....E o Vento Levou, de Victor Fleming, O Paraíso Infernal, de Howard Hawks, e um trio de obras-primas do mestre John Ford: No Tempo das Diligências, Ao Rufar dos Tambores e A Mocidade de Lincoln.
A programação integra as atividades do Natal Alegre 2019 e exibe doze clássicos lançados no ano em que marcou o apogeu da era dourada do cinema clássico norte-americano.O Natal Alegre 2019 tem patrocínio de Trilegal, Cyrela, Motormac, Center Shop, Aldo Magazine, OAB RS, Porto Alegre Airport. Conta com apoio de Acomac, Sindicov, Fenabrave, Abrasel, Convention Bureau, Sescon-RS, Sincopeças-RS, Fetransul, Sulpetro, Aehn, Lide, Adce, Setcergs, Agas, Seprogrs, Abrasce e Sinepe. Realização do Sindilojas POA, CDL POA, Sistema Fecomércio, Sesc/Senac, Shopping Total, Sindha, ACPA e Prefeitura Municipal de Porto Alegre.

INGRESSO:
E Então Nós Dançamos: R$ 16,00
Vitalina Varela: R$ 16,00
Mostra 1939: R$ 10,00
Projeto Raros: entrada franca

FILMES

PALOMBELLA ROSSA
(Itália/França, 1989, 90 minutos, digital)
Direção: Nanni Moretti
Michele (Nanni Moretti), um jogador de polo aquático e um dos líderes do Partido Comunista da Itália, sofre um acidente e perde a memória. Na piscina, durante uma competição, ele lidará os fragmentos assombrosos dos fantasmas do passado e do presente. É o último filme em que o diretor interpreta seu alter ego, Michelle Apicella, presente em cinco das suas primeiras obras.

E ENTÃO NÓS DANÇAMOS
(And Then We Danced)
um filme de Levan Akin
106 min., 2019, Suécia/Geórgia/França, DCP
Distribuição: Zeta Filmes
sinopse Desde bem jovem, Merab treina dança tradicional georgiana no Georgian National Dance Ensemble com sua parceira Mary. Quando se junta ao grupo o carismático e descontraído bailarino Irakli, Merab se sente ameaçado, e também atraído, por aquele que se tornará uma fonte de rivalidade e desejo. Em um cenário conservador e tradicional, Merab terá que se libertar e impor sua identidade.

VITALINA VARELA
um filme de Pedro Costa
124 min., 2019, Portugal, DCP
Distribuição: Zeta Filmes
sinopse Vitalina Varela, 55 anos, cabo-verdiana, chega a Portugal três dias depois do funeral do marido. Há mais de 25 anos que Vitalina esperava o seu bilhete de avião.

GRADE DE HORÁRIOS
20 a 22 de dezembro de 2019

20 de dezembro (sexta)
14h – O Morro dos Ventos Uivantes
16h – Heróis Esquecidos
18h – O Filho de Frankenstein
20h – Projeto Raros: Palombella Rossa, de Nanni Moretti

21 de dezembro (sábado)
14h – E Então Nós Dançamos
16h – ...E O Vento Levou
20h – O Paraíso Infernal

22 de dezembro (domingo)
14h – No Tempo das Diligências
16h – A Mocidade de Lincoln
18h – Ao Rufar dos Tambores
20h – Sessão especial de encerramento do ano: Vitalina Varela, de Pedro Costa.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre: 'Pássaros de Verão' - Era uma vez na Colômbia

Sinopse: Na década de 1970, na Colômbia, uma família de nativos do clã Wayuu se envolve com o tráfico de maconha e cocaína, gerando uma guerra entre eles próprios.

Já faz tempo que a América do sul apresenta uma história marcada por conflitos. Da colonização até os mais recentes atritos  por conta do tráfico de drogas, esses momentos tem moldado a região e criado traumas que difcilmente serão esquecidos. "Passaros de Verão” sintetiza bem isso ao criar um crítico comentário sobre a escalada do tráfico no norte da Colômbia ao mesmo tempo em que fala sobre as perdas da tradição de uma população indígena da região.
“Pássaros de Verão” conta a história sobre o tráfico de maconha gerenciada por Rapayet (José Acosta), que, por acaso, descobre uma demanda deste produto por traficantes dos EUA. No início, Rapayet realiza esse serviço para conseguir comprar os animais necessários para o dote de sua futura esposa, Zaida (Natalia Reyes). Após verificar o sucesso e as possibilidades de enriquecimento, as famílias do casal se unem para melhorar suas condições de vida. “Pássaros de Verão” então desenvolve o seu roteiro entre os anos de 1968 e 1979, mostrando a ascensão e violenta queda deste clã.
É a partir dessa ligação com o tráfico que o destino de Rapayet é moldado. Violência, complo e crimes misturam-se às relações com as tradições indígenas em uma complexa rede onde interesses próprios, familiares e comerciais se misturam como um todo. O filme se passa entre o final dos anos 60 e o início dos anos 80, em uma época na qual o tráfico de cocaína na Colômbia ainda não era um problema local, e aponta o dedo pela a presença dos americanos tanto na questão das drogas quanto na tentativa de intervir politicamente na sociedade colombiana ao vangloriar o capitalismo.
A primeira surpresa que nos traz "Pássaros de verão" é no seu cenário em que ocorrem os principais acontecimentos. Quem espera de um filme sobre indígenas colombianos as exuberantes florestas amazônicas terá esses pensamentos completamente desfeitos. As paisagens aqui são desérticas e a aridez do espaço estará presente em todo o filme. Se no filme anterior de Ciro Guerra, o maravilhoso "O abraço da serpente" (2015), deparávamos com um belo preto e branco, aqui a fotografia cuidadosa de David Gallego fortifica  as cores dos tecidos indígenas, em contraste com as cenas do deserto.
A narrativa busca em um primeiro momento contemplar a perspectiva indígena, mas abandona-a à medida que o protagonista deixa de lado os costumes de seu povo. Simbólico neste sentido é o bunker em que o protagonista e sua família passam a viver isolados de seu grupo étnico, no meio do deserto.
“Pássaros de Verão” causa grande comoção e inumeras surpresas, mesmo quando essa guerra atual do tráfico se tornou comum em seu dia a dia.  


Nota: Filme exibido para associados no último sabado (14/12/19). 

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