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Sócio e Diretor de Comunicação e Informática do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Cine Especial: 'THE MANDALORIAN' - Faroeste Espacial

Sinopse: Após a história de Jango e Boba Fett, outro guerreiro surge no universo de Star Wars. O Mandaloriano é ambientado após a queda do império e antes do surgimento da Primeira Ordem. A trama acompanhará as histórias de um atirador nos confins da galáxia longe da autoridade da Nova República. 

George Lucas sempre disse que quando criou "Star Wars" ele buscou inspiração nos filmes de aventura, faroeste e aventuras literárias como o "Senhor dos Anéis". Assistir hoje ao clássico "Star Wars - Uma Nova Esperança" (1977) é encontrar ali algumas fórmulas de sucessos do passado, como no caso, por exemplo, dos filmes de faroeste de John Ford ou de Sergio Leone. Eis que então, vindo do universo expandido de "Star Wars", testemunhamos a série de oito capítulos "The Mandalorian", que não só nos brinda com uma trama independente dos filmes do cinema, como também é uma bela homenagem aos clássicos filmes de faroeste e de boa aventura.
A saga conta a história de um guerreiro solitário de um grupo chamado Mandaloriano, que também vive como um mercenário e caçador de recompensas, viajando pelos territórios esquecidos e marginais do espaço. Em uma missão, ele tem como objetivo raptar um misterioso bebê alienígena para ser usado uma experiência misteriosa. Porém, O caçador decide tomar um novo rumo nesta missão e que irá leva-lo a uma saga de proporções.
Em certa ocasião George Lucas disse que se arrependeu da forma que criou o final para o caçador de recompensas Boba Fett no filme "Star Wars - O Retorno de Jedi". Segundo ele, jamais imaginou que aquele visual e o lado misterioso do personagem acabaria ganhando tantos fãs no decorrer do tempo. Justiça seja feita, pois embora tenham criado um personagem novo, "The Mandalorian" vem para corrigir esse grande erro.
Boba Fett foi um personagem criado através da imagem do cavaleiro solitário, do caçador de recompensas dos filmes de faroestes de antigamente e principalmente daqueles estrelados por Clint Eastwood na “trilogia dos dólares” orquestrada por Sergio Leone. Na série, vemos essa ideia sendo expandida, ao vermos mais desses caçadores de recompensas que vivem em missões clandestinas em capturar vivo ou morto determinado bandido e para assim obter algum lucro. Um cenário extremamente familiar para os amantes do gênero bang bang mas tudo se passando em algum planeta do espaço de uma galáxia muito distante.
O protagonista Mando pode até não ser o Boba Fett, mas carrega com honras o sucesso que o personagem havia obtido e se tornando a alma da série como um todo. Pedro Pascal, conhecido pela série “Narcos”, surpreende em uma atuação contida, porém, certeira ao transmitir uma pessoa com um passado nebuloso, mas que aos poucos é desvendado ao longo do tempo. Além disso, a série explora muito bem a mitologia dos mandalorianos, sem muita complexidade e tão pouco tendo o dever de se conectar por demais com o universo idealizado por George Lucas.
Embora faça parte do universo expandido de "Star Wars", a série pode ser muito bem vista pelos marinheiros de primeira viagem que nunca sequer viram um capítulo da franquia no cinema, pois a intenção principal aqui não é essa. Esse universo criado por George Lucas é tão rico de personagens, seres e lugares que não é preciso exatamente liga-lo sempre a imagem do guerreiro Jedi, pois se há um universo tão vasto de possibilidades nunca é demais ao criar uma trama fresca e que caminhe com as suas próprias pernas.
Para isso, a Disney contratou gente de peso para o trabalho.  Jon Favreau, responsável pela trilogia do "Homem de Ferro", encabeçou a tarefa como diretor de alguns episódios, como produtor e roteirista da produção, Porém, Taika Waititi, diretor de "Thor: Ragnarok" (2017) surpreende em um episódio que não deve nada para uma produção cinematográfica, além de dar voz ao personagem IG-11 que rouba a cena.
Além disso, a série é cheia de personagens cativantes um melhor do que o outro. Se o diretor e ator Werner Herzog, realizador de clássicos como "Nosferatu" (1979), nos chama atenção pelo seu vilão com intenções misteriosas, por outro lado, Nick Noute surpreende como Kuiil, um alienígena sábio e que nos conquista facilmente todas vezes que ele surge em cena. Mas é na figura do bebê Yoda que nos conquista pela sua fofura e nem é preciso dizer que nesta altura do campeonato já tem até mesmo bonequinhos de todas as formas nas lojas especializadas sobre a franquia.
Com um começo, meio e fim bem amarrados, mas deixando uma ponta solta para eventual nova temporada, "The Mandalorian" é uma prova que o universo "Star Wars" não vive somente da imagem do cavaleiro Jedi e que sim pode nos brindar com boas histórias e uma aventura muito bem desenvolvida.  


Onde Assistir: Em breve no Brasil pelo Disney+   

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quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: Star Wars - 'A Ascensão Skywalker' - A velha e boa jornada do herói

Sinopse: Os conflitos internos dos sobreviventes da Resistência e a luta dos mesmos contra a Primeira Ordem estão em evidência. Uma antiga força do mal parece ter retornado das cinzas. Está na hora do fim de uma saga. 

Na minha crítica sobre o filme "Han Solo" (2018) eu havia feito uma observação que os fãs mais fanáticos pela franquia "Star Wars" exigem por demais desse universo criado por George Lucas. Quando ele havia realizado o clássico "Star Wars - Uma Nova Esperança" (1977) ele queria prestar uma homenagem aos velhos clássicos filmes de aventura que ele assistia antigamente quando criança. Embora tenha usado recursos revolucionários para época para a realização do projeto, o filme nada mais era do que a velha e boa fórmula de sucesso sobre a jornada do herói, mas que funciona até mesmo nos dias de hoje haja o que houver.
Quando os engravatados do estúdio Disney decidiram retomar a franquia com uma nova trilogia os ingredientes para o sucesso já  estavam lá o tempo todo. "Star Wars - O Despertar da Força" (2015) nada mais é do que uma releitura do clássico de 1977, mas obtendo identidade própria ao nos apresentar uma trama redondinha, com algumas surpresas, mas cumprindo com as nossas expectativas. Já a segunda parte, "Star Wars - Os Últimos Jedi" (2017) possui uma trama mais ousada, explorando o lado mais humano e falho dos protagonistas, mas desagradando os fãs mais fanáticos que reclamaram de forma até mesmo desnecessária. Portanto, a nova trilogia se encerra de uma forma mais simplista com "Star Wars - A Ascensão Skywalker", um filme que remete aos melhores momentos da trilogia clássica, mas que irá desagradar também aquele fã fanático que exigia algo além dessa proposta.
Novamente dirigido por J.J. Abrams, a trama revela que o imperador Palpatine (Ian McDiarmid) estava escondido nas sombras, fazendo todos a voltarem a temer seu poder e, com isso, a Resistência toma a frente da batalha que ditará os rumos da galáxia. Treinando para ser uma completa Jedi, Rey (Daisy Ridley) ainda se encontra em conflito com seu passado e futuro, mas teme pelas respostas que pode conseguir. Além disso, há a sua complexa ligação com Kylo Ren (Adam Driver), que também se encontra em conflito devido a Força.
Pelo fato de o filme anterior ter tido começo, meio e fim, esse novo "Star Wars" começa de uma forma simples e direta, mas pegando os fãs da velha guarda desprevenida, principalmente com a revelação de que Palpatine ainda está vivo. Esse é o primeiro exemplo do que veremos a seguir no decorrer da aventura, já que há muitos elementos que irão nos lembrar da trilogia clássica, principalmente de "Star Wars - O Retorno de Jedi" (1983) e fazendo a gente se relembrar de momentos críticos daquele filme. E diferente do filme anterior, a trama não se divide em várias, mas sim se concentra somente na nova trindade, ou seja, Rey, Finn (John Boyega) e Poe (Oscar Issac).
Embora eles jamais serão o que Luke, Leia e Solo foram para uma geração, por outro lado, são personagens carismáticos e com o tempo soubemos aprecia-los. Rey, por exemplo, dá continuidade de forma digna sobre o significado da jornada do herói iniciada por Luke na saga e o talento de Daisy Ridley colabora com isso. Infelizmente os roteiristas foram infelizes ao quererem acrescentar algo a mais sobre a sua real origem, mas isso não tira o brilho de uma personagem que não caminha em direção a um destino, mas sim por uma escolha que virá a tomar a partir dos seus princípios.
Falando em roteiristas, os mesmos cometem alguns atos falhos em alguns momentos em que, por vezes, acaba sendo apenas um acréscimo desnecessário.  Sobre o destino de alguns personagens, por exemplo, os realizadores tentam a todo momento nos pregar uma peça em nós com relação ao que irá acontecer com eles, quando na verdade não irá acontecer nada. Uma forma de brincar com as nossas expectativas, mas de uma forma muito forçada.
Em contrapartida, é preciso reconhecer que os mesmos criaram uma boa ideia de como inserir Leia na trama, mesmo quando Carie Fincher não pode concluir o seu trabalho no longa. A forma como é selado o destino da personagem não só é digno de nota, como também causa uma reviravolta na trama e na cruzada final em que Kylo Ren precisará trilhar. É nesse ponto também que se dá continuidade a um dos momentos mais dramáticos de "O Despertar da Força" e fazendo a gente já ter uma ideia sobre o que irá acontecer em seguida.
O ato final, por sua vez, transita entre o previsível como também para momentos de pura nostalgia e que fará o fã de mente mais aberta adquirir um grande sorriso na cara. Não é nada revolucionário, mas sim apenas o capítulo final de uma grande aventura formada por nove capítulos e que aqui se encerra com certa dignidade e com nenhum peso de pretensão ou algo do gênero. Resta saber o que a Disney fará com a franquia daqui em diante, mas acredito que chegou a hora dos Skywalker finalmente descansarem.
"Star Wars: 'A Ascensão Skywalker" é um final necessário para uma aventura que começou há muito, muito tempo em um 1977 distante e que mudou o cinema como um todo para sempre. 


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