Quem sou eu

Minha foto
Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

Pesquisar este blog

domingo, 17 de agosto de 2025

Cine Dica: Mostra da Sala Redenção celebra o centenário de “O Encouraçado Potemkin”

Entre os dias 18 e 22 de agosto, a Sala Redenção – Cinema Universitário realiza a mostra “100 Anos de O Encouraçado Potemkin”, em homenagem ao centenário do clássico dirigido por Serguei Eisenstein. A programação marca também a estreia do Cineclube do Setor de Russo na Sala Redenção e traz um panorama da cinematografia russa nas primeiras décadas do século 20, reunindo filmes de grandes nomes como Evguéni Bauer, Olga Preobrajénskaia, Dziga Viértov, Esfir Chub e o próprio Eisenstein.

Considerado um divisor de águas na história do cinema, “O Encouraçado Potemkin”, como ficou conhecido no Brasil, foi exibido pela primeira vez em 21 de dezembro de 1925 no Teatro Bolchói. Sua inovadora concepção de montagem e suas imagens emblemáticas – como a icônica cena da escadaria de Odessa – influenciaram gerações de cineastas ao redor do mundo.

A mostra percorre os caminhos do cinema russo antes e depois da Revolução de 1917, com destaque para obras de teor histórico, documentário e melodramático. Filmes como “O Cisne Moribundo” (1917), “A Dama de Espadas” (1916) e “Mulheres de Riazan” (1927) revelam a diversidade estética e narrativa da produção do período. Já títulos como “Um Homem com uma Câmera” (1929) e “A Queda da Dinastia Romanov” (1927) destacam o vigor experimental e documental da época soviética.

Além das sessões, a mostra conta com duas atividades especiais: a abertura, no dia 18 de agosto, às 16h, com a pesquisadora Erivoneide Barros, que fará uma apresentação sobre a trajetória de Eisenstein; e o encerramento, no dia 22 de agosto, às 16h, com debate conduzido pelas professoras Daniela Mountian e Denise Sales, do Setor de Russo do Instituto de Letras da UFRGS.

A entrada é gratuita e aberta ao público. A Sala Redenção está localizada no campus centro da UFRGS, com acesso pela Rua Eng. Luiz Englert, 333.

Confira a programação completa no site oficial da sala clicando aqui. 

sexta-feira, 15 de agosto de 2025

Cine Especial: Revisitando "O Planeta dos Vampiros"

"O Planeta dos Vampiros"  (1965) é o filme mais distinto dos demais títulos de Mario Bava. Se distancia bastante do estilo que o mestre italiano do horror estava acostumado ao criar na sua carreira, pois aqui ele se insere no campo da ficção científica. E assim como os seus outros dos seus títulos, ele dá um passo a frente ao gênero devido a sua criatividade e segurança na sua direção mesmo com um orçamento limitado.

Embora italiana, a produção é também uma co-espanhola, além de ter ganhou o mercado exibidor nos EUA na época do seu lançamento.  "O Planeta dos Vampiros", que em sua versão americana, distribuída pela AIP de Samuel Z. Arkoff e James H. Nicholson, ganhou toques no roteiro de Ib Melchior, diretor e roteirista do lisérgico "Viagem ao Planeta Proibido" (1959). Os misteriosos inimigos espaciais do deserto selvagem planeta Aura, onde as naves Argo e Galliot são obrigadas a fazer uma aterrissagem forçada, ao partirem para um expedição em busca de um misterioso sinal emitido da rocha espacial. O título, porém, é um tanto errôneo, já que não existe vampiros tradicionais em cena, mas sim personagens que se tornam hospedeiros de uma entidade quase invisível.

Com a nave avariada após terem sido arrastadas por meio de uma poderosa força gravitacional e presos naquele planeta, a tripulação da Argo, liderada pelo capitão Mark Markary (Barry Sullivan), após uma intensa luta entre eles, possuídos por algum tipo de influência espacial com o objetivo que destruíssem uns aos outros, têm de procurar pela outra nave, Galliot, onde o Capitão Sallas emitiu um sinal de socorro. Vestidos com o uniforme que posteriormente serviu de inspiração para a criação dos trages em " X-Men" (2000), eles vasculham o exterior do planeta virtualmente desabitado, com atmosfera compatível com oxigênio, até encontrarem toda a tripulação da outra nave mortos, aparentemente vítimas do mesmo ataque de cólera que atingiu os astronautas da Argo.

Uma cena em particular do filme é simplesmente incrível, um dos melhores momentos do terror/ sci-fi no cinema de todos os tempos. É quando Mark e a brasileira Norma Bengel, interpretando Sanya, uma das tripulantes da Argo, encontram uma outra nave alienígena destruída no planeta, que teve um terrível destino trágico, e ficam presos dentro dessa nave, em um ambiente claustrofóbico e com uma carga absurda de tensão que realmente sufocante , pontuados por uma mórbida fusão de trilha sonora com assustadores efeitos sonoros. Ainda mais por encontrarem dois esqueletos gigantes de criaturas alienígenas que tripulavam aquela nave espacial, deixando extremamente claro o quanto é perigosa a força que habita o planeta Aura.

Sendo assim, fica difícil acreditar em Ridley Scott e Dan O’Bannon quando ficavam dizendo que nunca teriam assistido "O Planeta dos Vampiros", porque obviamente "Alien – O Oitavo Passageiro" (1979) foi visualmente e atmosfericamente inspirado no filme de Bava Principalmente nesta cena que eles encontram a outra nave e seus fósseis espaciais. E falo mais, até o recente Prometeus, espécie de  da mitologia Alien, percebe-se claramente ser influenciado por essa obra.

A AIP resolveu financiar e co-produzir a fita de Bava exatamente por conta do sucesso comercial ao distribuir nos EUA os filmes anteriores do italiano, A Máscara de Satã e As Três Máscaras do Terror. O Planeta dos Vampiros ainda contou com o financiamento da Italian International Film de Fulvio Lucisano e da espanhola Castilla Cooperativa Cinematográfica. Mas apesar disso, o orçamento era extremamente baixo para uma produção deste porte e aí que a técnica brilhante de Bava como realizador e sua imensa criatividade entraram em cena, usando truques óticos para compensar a falta de grana.

Segundo Tim Lucas, biógrafo de Bava, o planeta Aura foi concebido com apenas duas rochas de gesso. Isso mesmo, duas! Bava usou uma técnica de espelhos no set para conseguir multiplicar o efeito visual do ambiente inóspito do planeta, utilizando jogo de cores e de luz e sombra na fotografia para deixar aquelas rochas de gesso com a aparência desejada de um local lúgubre e sinistro, e cenários obscurecidos por névoas, além do uso de miniaturas sobre uma mesa, valendo-se do famoso processo Schüftan, comum no cinema no começo do século XX, inventando por Eugene Schüftan, utilizado pela primeira vez em Metrópolis de Fritz Lang, que consiste em colocar uma chapa de vidro num ângulo de 45 graus entre a câmera e as miniaturas, para dar a noção de tamanho e profundidade desejada na hora dos atores contracenarem com o ambiente.

Bava além disso, para a concepção visual de seu planeta e do interior da espaçonave, pega emprestado as histórias de ficção científica da literatura pulp, abusando de botões e objetos que piscam intermitentemente, excêntricas máquinas, lutas coreografadas, armas futuristas espaciais, figurino estilizado, cabelos, maquiagem, tudo, para criar um ambiente único, lisérgico, colorido, sufocante e deliciosamente kitsch.

E mais uma vez, o mestre cuida de todos os detalhes de O Planeta dos Vampiros com muito esmero, atentando-se a todos os detalhes impecáveis da direção de arte, fotografia, figurino, efeitos especiais, como sempre, isso sem contar a brilhante forma como ele conduz o desenvolvimento do longa até seu final pessimista, criando um clima de suspense constante e momentos de verdadeiro horror espacial.


   Faça parte:


Mais informações através das redes sociais:

Facebook: www.facebook.com/ccpa1948

twitter: @ccpa1948  

Instagram: @ccpa1948 

 
Joga no Google e me acha aqui:  
Me sigam no Facebook twitter, Linkedlin Instagram e Tik Tok 

Cine Dica: Sessão Clube de Cinema (16/08): "Cloud – Nuvem de Vingança" na Cinemateca Paulo Amorim

Nosso encontro deste sábado será às 10h15 da manhã, na Sala Eduardo Hirtz da Cinemateca Paulo Amorim (CCMQ), com a exibição de Cloud – Nuvem de Vingança, mais novo longa de Kiyoshi Kurosawa (mesmo diretor dos lembrados A Cura e Pulse), um thriller incômodo e afiado sobre o colapso da empatia em tempos digitais.

Em Cloud, acompanhamos Ryôsuke Yoshii (Masaki Suda), um jovem que ganha a vida revendendo qualquer tipo de produto on-line, de bolsas falsas a equipamentos médicos, sem se importar com quem está do outro lado da tela. Kurosawa filma essa espiral de ódio e vingança com distanciamento clínico, mas sem perder o sarcasmo. O resultado é um retrato perturbador de uma sociedade onde ninguém é inocente e a brutalidade deixou de ser exceção para se tornar regra.


Confira os detalhes da sessão:

SESSÃO DE SÁBADO NO CLUBE DE CINEMA

📅 Data: Sábado, 16/08/2025, às 10h15 da manhã

📍 Local: Sala Eduardo Hirtz, Cinemateca Paulo Amorim (CCMQ)

Rua dos Andradas, 736 – Centro Histórico, Porto Alegre


Cloud – Nuvem de Vingança (Kuraudo)

Japão, 2024, 124 min, 16 anos

Direção: Kiyoshi Kurosawa

Elenco: Masaki Suda, Kotone Furukawa, Daiken Okudaira

Sinopse: Ryôsuke Yoshii trabalha em uma fábrica, mas dedica-se de verdade a revender produtos on-line com grandes margens de lucro. Ao recusar uma promoção e expandir seu negócio, muda-se para o subúrbio com a namorada e um assistente. Sua vida muda quando uma série de acontecimentos misteriosos e perigosos começa a persegui-lo, revelando que ele é alvo de algo que vai além de sua compreensão.

Esperamos por você!

   Faça parte:


Mais informações através das redes sociais:

Facebook: www.facebook.com/ccpa1948

twitter: @ccpa1948  

Instagram: @ccpa1948 

 
Joga no Google e me acha aqui:  
Me sigam no Facebook twitter, Linkedlin Instagram e Tik Tok 

quinta-feira, 14 de agosto de 2025

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (14/08/25)

 Juntos

Sinopse: Em JUNTOS, uma mudança para uma cidade isolada do interior testa os limites da já conturbada relação de Tim e Millie (Dave Franco e Alison Brie). O que poderia ser uma oportunidade para recomeçar logo se transforma em um verdadeiro pesadelo, quando uma força sobrenatural começa a corromper sua relação, suas mentes e seus corpos. À medida que se afastam de tudo o que conheciam, o casal descobre que, para permanecerem juntos, terão que enfrentar um horror muito maior do que o que os separava.

Os Caras Malvados 2 (Sessão Azul)

Sinopse: No novo capítulo da comédia de ação de sucesso da DreamWorks Animation, de 2022, sobre uma trupe de formidáveis animais fora-da-lei, Os Caras Malvados lutam para encontrar confiança e aceitação para sua recente condição de bons moços, quando são forçados, por um esquadrão de mulheres criminosas, a abandonar a aposentadoria para fazer "um último trabalho".


   Faça parte:


Mais informações através das redes sociais:

Facebook: www.facebook.com/ccpa1948

twitter: @ccpa1948  

Instagram: @ccpa1948 

 
Joga no Google e me acha aqui:  
Me sigam no Facebook twitter, Linkedlin Instagram e Tik Tok 

Cine Dica: Cinesemana de 14 a 20 de agosto de 2025

A cinemasemana de 14 a 20 de agosto destaca o relançamento de um dos principais títulos do cinema brasileiro: CARLOTA JOAQUINA, PRINCESA DO BRAZIL, que volta em cópia restaurada para comemorar seus 30 anos de lançamento e da retomada da produção audiovisual do país nos anos 1990. Outro filme brasileiro que ganha as nossas telas é NO CÉU DA PÁTRIA NESSA INSTANTE, documentário de Sandra Kogut sobre as últimas eleições presidenciais no Brasil. As novidades se completam com a comédia italiana FAZ DE CONTA QUE É PARIS, de Leonardo Pieraccioni, e a cinebiografia NIKI DE SAINT-PHALLE, estreia na direção da francesa Céline Sallete.

Seguindo com a programação de títulos franceses, temos mais uma semana para A PRISIONEIRA DE BORDEAUX, um filme dedicado às questões femininas e protagonizado por Isabelle Huppert, e o emocionante A FANFARRA, sobre a relação entre dois irmãos desconhecidos e que têm a música em comum.

Seguem em cartaz CLOUD, do diretor japonês Kiyoshi Kurosawa, sobre um jovem vendedor que engana seus compradores; e UMA BELA VIDA, do diretor Costa-Gavras, que a partir desta semana ganha o horário das 19h15min.

Confira a programação completa da Cinemateca no site oficial da sala clicando aqui.


quarta-feira, 13 de agosto de 2025

Cine Dica: Streaming - 'The Sandman'

Embora a HQ "Sandman" tenha sido lançada no final dos anos oitenta eu fui somente conhecê-la vários anos depois, mais precisamente em 2005. A editora Conrad na época surpreendeu o público com o seu lançamento mais do que especial sobre o personagem, ao reunir toda a saga de Morpheus em dez volumes e se tornando na época a coleção definitiva ao ser lançada aqui no Brasil. Mas essa coleção somente existiu por aqui graças ao fato de a HQ ter sido muito bem recebida pelo público brasileiro ao longo dos anos e isso o próprio autor havia sentido quando a série começou a fazer sucesso já no princípio pela editora Globo.

Vencedora de vários prêmios, incluindo até mesmo o prêmio Hugo pela passagem "Sonhos de Uma Noite de Verão", a HQ logo ganhou atenção de vários estúdios, incluindo, logicamente, a Warner que tem até hoje o direito dos personagens do selo Vertigo. Porém, o próprio criador Neil Gaiman fez questão em diversas vezes evitar qualquer adaptação, seja para o cinema ou série de tv, pois ele acreditava que os estúdios jamais seriam fiéis as diversas passagens cheias de camadas e significados que as tramas têm. "Sandman" é uma verdadeira mistura de diversas mitologias, que vai desde a Grega, Nórdica e se enveredando até mesmo para elementos cristãos.

Eis que então a Netflix comprou os direitos para a realização de uma série para a sua grade estrelada pelo personagem, mas tendo total participação de Neil Gaiman. Em duas temporadas, eles adaptaram as passagens de "Prelúdios e Noturnos", Casa de Bonecas" Estação das Brumas e até mesmo algumas passagens curtas que foram vistas em arcos como "Terra dos Sonhos" e "Fábulas e Reflexões". Embora com algumas readaptações aqui e ali é surpreendente a fidelidade que nos é apresentado, sendo que as passagens mais lembradas como, por exemplo, ao de Sandman sendo preso por várias décadas em uma redoma de vidro por um feiticeiro, nos dá uma ideia de que foi mais do que coerente o próprio criador participar da obra como um todo.

Embora desconhecido, o ator Tom Sturridge se sai bem ao encarnar o grande protagonista da saga, muito embora a figura de Sandman sirva mais como guia para adentrarmos nas diversas histórias em que personagens secundários acabam se tornando os verdadeiros protagonistas. Prova disso é a passagem clássica "O Som de Suas Asas", em que Morpheus acompanha as suas irmãs Morte e aqui vivida com total competência pela atriz Kirby Howell-Baptiste. E se essa passagem nos emociona com a sua fidelidade esperem para ver o conto "Homens de Boa Fortuna", desde já uma das minhas HQ favoritas de Sandman e que aqui ganha uma adaptação digna de nota.

A fidelidade é tamanha que impressiona o fato deles terem conseguido adaptar fielmente também a história "24 Horas", da qual se passa na cafeteria e cujo vilão John Dee, vivido pelo ator David Thewlis, comanda um verdadeiro inferno dentro do local através do rubi do protagonista. De longe o melhor episódio da série, pois ela possui uma carga pesada, onde os personagens se veem na ânsia de colocarem para fora todas as suas emoções, mas desencadeando situações irreversíveis. Mas embora essas passagens citadas sejam incríveis nem tudo são flores.

O arco "A Casa de Bonecas" é o meu preferido dos dez volumes, só que aqui faltou um pouco de ritmo na adaptação, sendo que os realizadores deram uma resumida em diversas passagens e fazendo eu sentir a maior falta do verdadeiro conto sobre Chapeuzinho Vermelho e o Lobo Mal, contada pelo personagem Gibert, mas que aqui foi completamente excluído. Ao menos os personagens como Coríntio, o já citado Gibert e Rose Walker foram muito bem adaptados e isso sem contar que Mason Alexander Park dá um verdadeiro show de atuação toda vez que surge na pele da personagem Desejo.

Resumidamente, as duas temporadas correspondem com todos os desejos que os fãs tinham com relação a ideia de uma adaptação da saga do Sonho para uma outra mídia. Porém, como eu disse acima, nem todas as passagens foram adaptadas, muito embora alguns personagens ganham rapidamente o seu espaço, como por exemplo uma personagem importante vista no arco "Um Jogo de Você" e que não foi adaptado para a série. Curiosamente, alguns personagens ganham maior relevância na adaptação, como no caso de Johanna Constantine e sua antepassada.

Mesmo somente com duas temporadas, "The Sandman" será lembrada com uma bela adaptação do conto do escritor Neil Gaiman e provando que toda adaptação feita de coração rende algo muito maior do que a gente imaginava. 

Onde Assistir: Netflix. 

   Faça parte:


Mais informações através das redes sociais:

Facebook: www.facebook.com/ccpa1948

twitter: @ccpa1948  

Instagram: @ccpa1948 

 
Joga no Google e me acha aqui:  
Me sigam no Facebook twitter, Linkedlin Instagram e Tik Tok 

Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEBANCÁRIOS 14 A 20 DE AGOSTO

 "Os Enforcados”, novo filme de Fernando Coimbra, e “Placar: A Revista Militante” são as estreias de 14 de agosto no CineBancários

Longa francês “A Prisioneira de Bordeaux”, com Isabelle Huppert, segue em cartaz pela segunda semana. O CineBancários apresenta, em 14 de agosto, a estreia de dois filmes nacionais: o longa "Os Enforcados", de Fernando Coimbra (“O Lobo Atrás da Porta”, “Narcos”, “Perry Mason”), e o documentário “Placar: A Revista Militante”.

Assim como “O Lobo Atrás da Porta” (2013), que marcou a estreia de Coimbra na direção de longas-metragens, “Os Enforcados” é o primeiro trabalho do cineasta no Brasil após a direção de episódios das séries internacionais “Narcos”, “Outcast” e “Perry Mason” e do filme “Castelo de Areia”, com Nicholas Hoult e Henry Cavill. 

Em “Os Enforcados”, Valério (Irandhir Santos) e Regina (Leandra Leal) formam um casal vivendo confortavelmente na Zona Oeste do Rio de Janeiro, graças ao império do jogo do bicho construído pelo pai e pelo tio dele. Valério, que acredita ter mantido suas mãos limpas, precisa lidar com as pendências de sua família, em um meio que obedece a leis próprias. Incentivado pela ambiciosa mulher, ele tenta uma jogada que ambos consideram infalível.

“‘Os Enforcados’ é, antes de tudo, sobre um casamento”, diz Fernando Coimbra. “O casal sela um pacto e faz um plano de vida que é incapaz de cumprir. Só que esse plano, aqui, se faz a partir de um crime. Um último crime que os levaria em direção à realização dos seus sonhos. Mas a realidade é muito diferente do sonho, e as coisas desandam.”

O cineasta inspirou-se em “Macbeth”, de William Shakespeare, mas quis contar a história pela perspectiva de Lady Macbeth. Em “Os Enforcados”, como na peça, os dois personagens se veem presos em uma escalada de ambição e violência, em uma tragédia à brasileira, com uma boa dose de humor ácido. “O jogo do bicho é um pano de fundo para retratar esse universo corrupto que eles habitam. Mas o filme é construído em cima dos personagens”, diz o diretor. “Ele disseca essas personalidades em todas as suas camadas e explora essa dinâmica de jogo de poder que a grande maioria das relações passionais tem.”

Placar, uma revista esportiva que ousa ir além das quatro linhas do campo

Dirigido por Ricardo Correa e Sérgio Xavier Filho, "Placar: A Revista Militante" resgata a história da icônica revista esportiva que marcou época no jornalismo brasileiro e influenciou gerações. Com depoimentos de craques como Pelé, Zico e Casagrande, além de mestres do jornalismo como Juca Kfouri, Mauro Beting e Paulo Vinicius Coelho (PVC), o filme é um mergulho no papel transformador da imprensa esportiva em momentos cruciais da história do Brasil.

Sob o pretexto de falar de futebol, a revista Placar ousou denunciar a censura, escancarou os bastidores do esporte como palco de lutas políticas e deu voz aos jogadores em tempos de opressão. O documentário costura imagens de arquivo raras e impactantes com entrevistas marcantes, tecendo uma narrativa que revela a coerência, a irreverência e o compromisso da publicação com a verdade — mesmo diante de regimes autoritários e resistências internas.

Ao longo de 1 hora e 40 minutos, o longa percorre desde os tempos de repressão aos quartéis, passando pela campanha do "passe livre" com Afonsinho, até os movimentos da Democracia Corinthiana, liderados por nomes como Sócrates e Casagrande. Este último, aliás, dá ao documentário um ponto de vista inédito: o do jogador que sabia o peso de sua imagem impressa e sua participação em um movimento político-cultural.

O filme também lança luz sobre momentos de mea culpa, como o reconhecimento da postura machista e misógina da revista em décadas anteriores — e a mudança de postura ao longo do tempo. Como sintetiza o próprio documentário, Placar – A Revista Militante é um filme necessário: é história e jornalismo no avesso da velocidade efêmera das redes.

PROGRAMAÇÃO CINEBANCÁRIOS DE 14 a 20 DE AGOSTO


ESTREIAS:


PLACAR A REVISTA MILITANTE

Brasil/ Documentário/ 2024/ 101 min.

Direção: Ricardo Corrêa e Sérgio Xavier Filho

Sinopse: Sob o pretexto de falar de futebol, a revista Placar ousou denunciar a censura, escancarou os bastidores do esporte como palco de lutas políticas e deu voz aos jogadores em tempos de opressão. Entre gols históricos e imagens raras, o filme resgata o papel do jornalismo esportivo, mostrando como a paixão pelo futebol pode se tornar um ato de coragem e militância.


OS ENFORCADOS

Brasil/ Drama/ 2024/ 123min.

Direção: Fernando Coimbra

Sinopse: Em um Rio de Janeiro tomado pelo crime, o casal Valério e Regina se vê envolvido em dívidas e traições herdadas da família de Valério. Uma noite, eles encontram o plano perfeito. Mas, ao executá-lo, são sugados por uma espiral de violência que parece não ter fim.

Elenco: Leandra Leal, Irandhir Santos, Thiago Thomé, Pêpê Rapazote, Ernani Moraes, Augusto Madeira, Ricardo Bittencourt


EM CARTAZ:


A PRISIONEIRA DE BORDEAUX

França/ Drama/ 2024/108 min.

Direção: Patricia Mazuy

Sinopse: Alma, sozinha em sua casa imensa, e Mina, mãe solteira de um conjunto habitacional em outra cidade, organizaram suas vidas em torno das visitas que fazem aos respectivos companheiros presos. Quando as duas mulheres se encontram na antessala da área de visitas, uma amizade improvável se inicia.

Elenco: Isabelle Huppert, Hafsia Herzi, Noor Elsari, Jean Guerre Souye, Julien William Edimo, Jana Bittnerova, Magne Havard Brekke, Lionel Dray, Robert Plagnol, Julia Vivoni, Lola Jehl



HORÁRIOS DIAS 14,15, 16, 17 E 20  DE AGOSTO(não há sessões nas segundas-feiras):

15H: A PRISIONEIRA DE BORDEAUX

17h: PLACAR, A REVISTA MILITANTE

19h: OS ENFORCADOS


HORÁRIOS DIA 19 DE AGOSTO:

15H: A PRISIONEIRA DE BORDEAUX

17h: OS ENFORCADOS

19h: PLACAR, A REVISTA MILITANTE - APÓS A SESSÃO HAVERÁ UM DEBATE COM OS CONVIDADOS: CARLOS GERBASE, NANDO GROSS E


        ANTONIO VICENTE MARTINS.


Ingressos

Os ingressos podem ser adquiridos a R$ 14 na bilheteria do CineBancários. Idosos (as), estudantes, bancários (as), jornalistas sindicalizados (as), portadores de ID Jovem e pessoas com deficiência pagam R$ 7. São aceitos cartões nas bandeiras Banricompras, Visa, MasterCard e Elo.

Na quinta-feira, a meia-entrada (R$ 7) é para todos e todas.


CineBancários

Rua General Câmara, 424 – Centro – Porto Alegre

Mais informações pelo telefone (51) 3030.9405 ou pelo e-mail cinebancarios@sindbancarios.org.br


C i n e B a n c á r i o s 

Rua General Câmara, 424, Centro 

Porto Alegre - RS - CEP 90010-230 

Fone: 51- 30309405