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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Cine Dica: CINEMATECA CAPITÓLIO PROGRAMAÇÃO 29 de agosto a 04 de setembro de 2024

Ouro e Maldição

SESSÃO ESPECIAL DE OURO E MALDIÇÃO

No sábado, 31 de agosto, às 18h30, a Cinemateca Capitólio apresenta uma sessão especial gratuita de Ouro e Maldição, clássico de Erich von Stroheim, na versão mais próxima daquela que foi lançada nos cinemas em 1924. A sessão será apresentada pelo programador Leonardo Bomfim. A partir de terça-feira, 27 de agosto, a Cinemateca Capitólio celebra o centenário de uma obra mítica da história do cinema com a mostra especial Stroheim, Ouro e Maldição.


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/novidades/7561/stroheim-ouro-e-maldicao/


LANÇAMENTO DA SESSÃO VAGALUME PROFESSOR

A primeira Sessão Vagalume Professor acontece no dia 31 de agosto (sábado), às 10 horas da manhã, com o filme Orlando, Minha Biografia Política (2023), de Paul B. Preciado. A sessão será comentada por Alexandre Santos, professor do Instituto de Artes da UFRGS. A entrada é franca para professores. 


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/eventos/7616/sessao-vagalume-professor-orlando-minha-biografia-politica/


CINEMA POLONÊS NO CINECLUBE ACADEMIA DAS MUSAS

No domingo, 01 de setembro, às 18h, o Cineclube Academia das Musas apresenta na Cinemateca Capitólio o longa-metragem Sem Amor (1980), dirigido pela polonesa Barbara Sass. Após a sessão, ocorre um debate conduzido pela cineclubista Thainá Maria. Entrada franca.


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/eventos/7613/cineclube-academia-das-musas-sem-amor/


GRADE DE HORÁRIOS

29 de agosto a 04 de setembro de 2024


29 de agosto (quinta-feira)

15h – Crepúsculo dos Deuses

17h – A Boneca do Diabo

19h – Esposas Ingênuas


30 de agosto (sexta-feira)

15h – A Grande Ilusão

17h – Crepúsculo dos Deuses

19h - Ferro's Bar + debate


31 de agosto (sábado)

10 - Vagalume Professor: Orlando, Minha Biografia Política

15h – A Boneca do Diabo

16h30 – Simão, o Caolho

18h30 – Ouro e Maldição


01 de setembro (domingo)

15h – A Pérola

16h30 – Amei um Bicheiro

18h – Cineclube Academia das Musas: Sem Amor


03 de setembro (terça-feira)

15h – Simão, o Caolho

17h – Amei um Bicheiro

19h – Absolutamente Certo


04 de setembro (quarta-feira)

15h – Tragam-me a Cabeça de Alfredo Garcia

17h30 – A Pérola

19h – O Tesouro de Sierra Madre

terça-feira, 27 de agosto de 2024

Cine Especial: Clube de Cinema - 'Testamento'

 Nota: Filme exibido para os associados no último Domingo (25/08/24).  

Sinopse: Em uma era politicamente correta, evolução de identidade, protestos e outras disputas, um homem de 70 anos vive em um lar de idosos e descobre novos marcos e felicidade.  

Em tempos em que a Direita e a Esquerda se enfrentam ao extremo ao redor do globo me parece que chegou o ponto que os seus discursos não se diferem muito um do outro. Se por um lado temos uma Extrema Direita que briga pelo retorno da idade da pedra, por outro lado, a própria esquerda prega a censura com relação as artes feitas no passado, sendo que as próprias são pertencentes de um período e da qual as mesmas contam a sua história. "Testamento" (2023) fala desta crise de identidade de ambos os lados e dos quais acabam se esquecendo do porque estão brigando.

Dirigido por Denys Arcand, do já clássico "Invasões Barbaras" (2003), o cineasta retorna com sua marca registrada de humor ácido ao centrar na vida de Jean-Michel (Rémy Girard), um homem culto e aposentado. Vivendo em um lar para idosos, Jean-Michel desfruta de uma vida tranquila ao lado de sua amiga Suzanne (Sophie Lorain) que é diretora da instituição. Porém, não demora muito para que um grupo de jovens começarem a protestar contra uma pintura antiga que se encontra dentro do local.

Denys Arcand capricha com o seu humor refinado, porém, satírico em alguns momentos, principalmente em seu primeiro ato onde vemos o protagonista Jean meio que deslocado perante uma geração que se diz intelectual, mas que não sabe como compreender um passado cuja história tem muito a oferecer. Jean, por sua vez, procura alguma razão de continuar existindo nesta realidade cheia de informação, mas das quais são consumadas somente na superfície enquanto o mesmo vê a sua geração partindo aos poucos da maneira mais estupida possível. Neste ponto, por exemplo, o filme ganha a nossa atenção de imediato, principalmente pelo fato de nos identificarmos com o protagonista devido aos seus dilemas e dos quais não são muito diferentes dos nossos.

O estopim de todo o conflito de ambos os lados se encontra em uma curiosa pintura antiga, que retrata a chegada do homem branco em terras desconhecidas, mas das quais já eram pertencentes pelos Índios da época. A imagem em si pode até ser politicamente incorreta para os padrões daqueles que defendem os primeiros habitantes do país, mas desejando que a peça seja destruída é o mesmo que desejar que uma parte da história seja arrancada. Imagine, por exemplo, se todas as lendas sobre as perversões que Leonardo da Vinci praticava fossem realmente verdadeiras daí então lhe perguntaria: Você teria coragem de destruir a pintura "Última Ceia" que é tão venerada pela igreja Católica?

O filme vem em um momento em que se deve separar o artista de sua pessoa cheia de falhas, de saber manter o passado intacto, mesmo quando ele é hediondo, para que assim os erros daqueles tempos não se repetirem em nosso presente. Assim é usada a cultura, mas da qual se encontra nas mãos de uma sociedade que se movimenta somente através de suas redes e cuja verdade já não é mais o suficiente. Diante disso, o protagonista Jean seria um observador que contesta todo esse circo de horrores, mas que não vê uma razão plausível para lutar, pois a sua batalha já havia passado e tendo que somente se contentar com essa realidade cujo status se mantém confusa para dizer o mínimo.

Suzanne, por sua vez, é uma sobrevivente dentro de um sistema capitalista que a fez se sustentar através de uma realidade cheia de regras, mas das quais são controladas por empresários e políticos que mal entendem o significado da arte ou da história. Esses mesmos, por exemplo, são retratados de forma caricata, onde Denys Arcand não os poupa com um humor ácido e contestador na medida certa. Ao final, tudo que resta para a Jean e Suzanne é se darem em conta que possuem algo em comum, mas até lá o circo prossegue naquele local.

Em resumo, contatamos que Denys Arcand acerta novamente ao falar sobre uma sociedade atual dividida e que se encontra cada vez mais perdida nesta terra. Se isso já era percebido em tempos de Pandemia, logo constatamos que nenhum dos lados aprendeu com as adversidades perante aquela doença e seguindo com uma briga incessante que nunca acaba. Sendo assim, a cena que surge durante os créditos é incrivelmente pesada, pois ela não está muito longe da realidade que iremos entregar para as gerações futuras.

"Testamento" é o retrato de uma sociedade alienada, cujo politicamente correto ao extremo está emburrecendo boa parte das pessoas e sendo que os seus discursos sem nenhum embasamento já não mais se sustentam. 

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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEBANCÁRIOS DE 29 DE AGOSTO a 04 DE SETEMBRO DE 2024

ESTREIAS:

CIDADE;CAMPO

Brasil/ Drama /120min

Direção: Juliana Rojas

Sinopse:Duas histórias sobre migração entre a cidade e o campo. Na primeira parte, após o rompimento de uma barragem inundar sua terra natal, a trabalhadora rural Joana se muda para São Paulo para encontrar sua irmã Tânia, que mora com o neto Jaime. Joana luta para sobreviver na 'cidade do trabalho'. Na segunda parte, Flávia se muda com Mara, sua companheira, para a fazenda que herdou do pai, falecido recentemente. A natureza obriga as duas mulheres a enfrentar frustrações e lidar com memórias e fantasmas.

Elenco: Fernanda Vianna,Mirella Façanha,Bruna Linzmeyer

Z É

Brasil/Drama/2023/124min.

Direção: Rafael Conde

Sinopse:Zé é líder do Movimento Estudantil Brasileiro e participa de um grupo de resistência contra a ditadura militar no Brasil (1964-73). Perseguido, ele escolhe a clandestinidade. Ele deixa sua vida de classe média alta para viver com o povo, realizando o trabalho de alfabetização e conscientização política dos mais pobres. Ele conhece sua parceira Bete, com quem tem 2 filhos. Durante seu tempo de clandestinidade, ele recebe Gilberto, irmão de Bete, como um novo militante. Gilberto é, no entanto, um informante do regime repressivo. Zé morre sob tortura aos 27 anos, falsamente acusado pelos militares de ter traído todos os seus companheiros, desaparecidos até hoje.

Elenco: Caio Horowicz, Eduarda Fernandes,Yara de Novaes


EM CARTAZ:


MOTEL DESTINO

Brasil/drama/ 2023 /112min.

Direção: Karim Aïnouz

Sinopse: Sob o céu em chamas numa beira de estrada do litoral cearense, o Motel Destino é palco de jogos perigosos de desejo, poder e violência. Uma noite, a chegada do jovem Heraldo transforma em definitivo o cotidiano do local.

Elenco: Iago Xavier,Nataly Rocha,Fábio Assunção


Dia 04, ás 19h: PRÉ ESTREIA COM A PRESENÇA DO DIRETOR, FLÁVIO BOTELHO 

A METADE DE NÓS

ENTRADA FRANCA

A METADE DE NÓS

Brasil/Drama/ 20 / 89min

Direção: Flavio Botelho

Sinopse: Francisca e Carlos lutam para se adaptar à nova realidade após o suicídio do único filho, Felipe. Mergulhados em fantasias, medos e melancolia, cada um a seu modo vivencia experiências radicais. Carlos se muda para o antigo apartamento de Felipe, alienando-se na vida do filho morto. Já Francisca, assombrada pela culpa, dedica-se a desvendar o enigma do suicídio.

Elenco: Cacá Amaral, Denise Weinberg, Kelner Macêdo, Clarice Niskier


HORÁRIOS DE 29 DE AGOSTO a 04 DE SETEMBRO (não há sessões nas segundas):

14h45m: ZÉ

17h: MOTEL DESTINO

19h: CIDADE;CAMPO


Ingressos

Os ingressos podem ser adquiridos a R$ 12 na bilheteria do CineBancários. Idosos (as), estudantes, bancários (as), jornalistas sindicalizados (as), portadores de ID Jovem e pessoas com deficiência pagam R$ 6. São aceitos cartões nas bandeiras Banricompras, Visa, MasterCard e Elo. Na quinta-feira, a meia-entrada é para todos e todas.

EM TODAS AS QUINTAS TEMOS A PROMOÇÃO QUE REDUZ O VALOR DO INGRESSO PARA TODOS E EM TODAS AS SESSÕES PARA R$ 6,00.

CineBancários/ Rua General Câmara, 424 – Centro – Porto Alegre/ (51) 3030.9405 ou pelo e-mail cinebancarios@sindbancarios.org.br


C i n e B a n c á r i o s 

Rua General Câmara, 424, Centro 

Porto Alegre - RS - CEP 90010-230 

Fone: 51- 30309405

segunda-feira, 26 de agosto de 2024

Cine Especial: Clube de Cinema - 'Dorival Caymmi – Um Homem de Afetos'

 Nota: Filme exibido para os associados no último sábado (24/08/24). 

Sinopse: Dorival Caymmi – Um Homem de Afetos é um longa-metragem documental dirigido por Daniela Broitman e produzido pela Videoforum Filmes. O filme conta a história de Dorival Caymmi, cantor e compositor brasileiro que revolucionou a canção no país e influenciou movimentos como a Bossa Nova e a Tropicália. 

Se você é fã de cinema com certeza você irá conhecer a história de outras áreas como a música e tendo até mesmo uma total plenitude sobre o assunto. Até a pouco tempo assisti "Lupicínio Rodrigues: Confissões de um Sofredor" (2022) documentário que contava um dos grandes gênios da nossa música gaúcha e sendo responsável até mesmo pela construção do hino do time do Grêmio. Agora, eis que assisto "Dorival Caymmi – Um Homem de Afetos" (2019), documentário que fala sobre o compositor e cantor de grandes obras primas da nossa música brasileira e que tive o privilégio de conhecê-lo melhor a partir da minha paixão pelo cinema.

Dirigido por Daniela Broitman, o documentário fala sobre de Dorival Caymmi, cantor e compositor brasileiro que se tornou uma das peças principais das canções do país e influenciou movimentos que vieram posteriormente como a Tropicália. A produção revela trechos de entrevistas de fãs, compositores, cantores e familiares que acompanharam de perto esse talento até o final dos seus dias. Além disso, a obra revela até mesmo o lado mais pessoal dessa figura como um todo.

Recentemente eu havia assistido "Elis e Tom, Só Tinha de Ser com Você" (2023) e fiquei muito impressionado com a qualidade das cenas gravadas durante os anos setenta e quando os dois artistas se uniram para criar a música "As Águas de Março". Aqui não é diferente, já que Daniela Broitman utiliza entrevistas realizadas em 1998, do qual o próprio Dorival Caymmi é entrevistado, mas nos passando a sensação de que essas gravações foram realizadas ontem e nos surpreendendo pela sua qualidade e preservação. Uma forma perfeita de ouvirmos o próprio mestre realizador de diversos clássicos como "O que é que a baiana tem?” e que foi imortalizado pela voz de Carmen Miranda.

Como não poderia deixar de ser, Caymmi foi modelo para aqueles que viriam posteriormente ao se tornarem ilustres da nossa música como no caso de Caetano Velozo e Gilberto Gil e sendo que ambos falam sobre o artista e de como ele serviu de inspiração para os movimentos que viriam posteriormente e moldariam a história da nossa música. Porém, o fio condutor, ou coração do documentário como um todo, pertence aos depoimentos dos filhos e netos de Dorival Caymmi, sendo que é impressionante como eles estiveram tão próximos dele, seja nos melhores e piores momentos de sua vida e dando detalhes até então inéditos para muitas pessoas. É claro que as passagens mais polêmicas do artista são postas na tela de uma forma mais conservadora, mas que não diminui o resultado da obra.

Curiosamente, é surpreendente como o artista se tornou até mesmo bastante conhecido lá fora, mas não só nos EUA, como também até mesmo na Rússia. Em tempos de Ditadura, Dorival Caymmi participou do filme "Capitães da Areia" (1971), dirigido por Hall Bartlet e baseado na obra de Jorge Amado. Na produção, o artista participa como ator e cuja sua música se tornou um verdadeiro sucesso entre os russos e provando que o seu talento não tinha fronteiras e tão pouco muros para ser limitado.

logicamente, o documentário permite que o ato final faça com que nos emocione, principalmente na forma como o artista se despediu deste mundo, mas deixando o seu legado eterno. É uma pena, portanto, que esses cantores de hoje, que se dizem grandes artistas da música brasileira, não se prezem para olhar para trás e se dando conta que ainda precisam muito o que aprender sobre como fazer músicas de verdade e somente talentos como Dorival Caymmi poderia nos proporcionar. Se o mundo atual da nossa música está acinzentado não custa a gente olhar para trás e nos darmos conta de como ele era mais dourado.

"Dorival Caymmi – Um Homem de Afetos" é uma declaração de amor não somente para um grande artista, mas também para aquelas pessoas que buscam ouvir a verdadeira música brasileira. 

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Cine Dica: Mostra de cinema espanhol encerra nesta semana

 

Entre 05 e 30 de agosto, a Sala Redenção e o Instituto Cervantes apresentam a mostra “Cineastas Espanhois: À Direita e à Esquerda do Tempo”. Com título inspirado em uma citação do dramaturgo espanhol Federico Garcia Lorca, a programação conta com 12 filmes de cineastas espanhois, produzidos entre as décadas de 1960 e 2000. A partir do recorte temporal, a mostra promove uma reflexão sobre como os diretores captaram os contextos históricos nos quais viveram, através de suas obras.

Para celebrar o centenário do Manifesto Surrealista, a mostra apresenta duas produções do diretor Luis Buñuel. A obra do cineasta e sua relação com o surrealismo são o foco de dois bate-papos que integram a programação. A sessão de Viridiana (1961), no dia 15 de agosto, às 19h, conta com a participação de Luís Edegar Costa, professor de História da Arte. Já a exibição de O anjo exterminador (1962), no dia 20 de agosto, às 19h, é seguida de uma conversa com o cineasta e historiador da arte Giordano Gio.

O diretor Carlos Saura também ganha destaque especial na programação, com quatro produções em cartaz: Cria Corvos (1976), Elisa, Minha Vida (1977), Mamãe Faz Cem Anos (1979) e Goya em Bordeaux (1999). A filmografia de Saura é tema de bate-papo com a professora e crítica de cinema Fatimarlei Lunardelli, que acontece após a exibição de Mamãe Faz Cem Anos (1979), no dia 14 de agosto, às 16h.

Além de Buñuel e Saura, a mostra ainda apresenta obras de outros seis diretores espanhois. Em cartaz na programação, estão: O Espírito da Colméia (1973), de Victor Erice; Tasio (1984), de Montxo Armendáriz; As Galinhas de Cervantes (1988), de Alfredo Castellón; Todos a la carcel (1993), de Luis Garcia Berlanga; Lucia e o Sexo (2001), de Julio Medem; e Mar Adentro (2004), de Alejandro Almedabar.

A programação tem entrada franca e é aberta à comunidade em geral. O cinema da UFRGS está localizado no campus central da Universidade, com acesso mais próximo pela Rua Eng. Luiz Englert, 333.

Confira a programação completa no site oficial clicando aqui. 

sexta-feira, 23 de agosto de 2024

Cine Especial: 'Alien, o 8º Passageiro - 45 Anos Depois'

Os anos sessenta e setenta foram cruciais para o gênero de ficção cientifica sair dos cenários dos filmes B e começar a se destacar através de obras que tem muito a dizer. "2001 - Uma Odisseia no Espaço" (1968) foi ápice dessa mudança, onde o realizador Stanley Kubrick recriou cenas do espaço tão realistas que conseguiam se alinhar com o lado filosófico e existencial proposto pela trama. Porém, da ficção também se tem diversão, mas em doses épicas e foi assim a partir de "Star Wars - Uma Nova Esperança" (1977), comandado pelo diretor George Lucas e que mudaria os rumos do cinema.

Foi através dessa aventura espacial que muitos estúdios decidiram correr atrás de algum roteiro em que a trama se passasse no espaço e para que assim obtivesse algum sucesso. A própria Fox que havia lançado "Star Wars" decidiu ir em busca de novas histórias, mas ao invés de uma nova aventura optou por um filme de horror bem ao estilo de casa mal assombrada, mas que se passasse no espaço. O que parecia a premissa de um verdadeiro filme B acabou se tornando um dos filmes mais importantes do final da década de setenta e esse foi "Alien, o 8º Passageiro" (1979).

A trama se passa em um futuro distante, onde uma nave espacial, que estava retornando para terra, capitou um sinal estranho vindo de outro planeta. Sendo obrigados a investigar, a equipe de mineradores adentra ao local, mas um deles acaba sendo atacado por uma estranha forma de vida que fica grudada no seu rosto. Se tem início a uma inesperada situação, onde os tripulantes precisam enfrentar uma estranha forma de vida que cresceu a partir dessa união.

Ao rever esse filme depois de algum tempo eu fiquei espantando como ele envelheceu tão bem. Claro que tem a questão das câmeras cuja as imagens parecem analógicas, sendo que no nosso mundo real isso ficou para trás agora que convivemos com o mundo digital. Porém, a impressão que me fica é que o filme foi rodado a pouco tempo, pois ele quase não possui nenhum resquício do que era visto nos anos setenta.

Muito desse visual a frente daquela época se deve ao H. R. Giger,  artista plástico suíço com obras no campo da pintura, escultura, design de comunicação e de interiores e cinema. Pode-se dizer que o realizador foi revolucionário ao criar um visual mais sujo, cheio de detalhes e que se diferenciavam dos demais filmes de ficção da época e sendo que a sua obra serviu até mesmo de influência para outros realizadores. Neste filme a sua maior realização foi a criação do visual do Alien e sendo considerado até hoje uma das criaturas mais assustadoras da história do cinema.

Visualmente, H. R. Giger queria criar um ser sem olhos, do qual agisse de acordo com os seus extintos, mas não por maldade, mas sim pela sua sobrevivência. Embora visualmente assustador, a criatura somente funcionaria dentro da trama se houvesse um diretor perfeccionista que soubesse filma-la de uma forma com que testasse a nossa perspectiva com relação a ela. Devemos lembrar que o filme foi lançado posteriormente ao sucesso "Tubarão" (1975), onde Steven Spielberg filmou poucas tomadas do enorme peixe, mas fazendo com que isso se torne ainda mais tenso diga-se de passagem.

Tudo é mais assustador quando não vemos os monstros desses filmes de horror, pois não temos uma noção de sua aparência e fazendo da situação se tornar muito mais claustrofóbica. Para obter esse feito coube ao jovem realizador Ridley Scott comandar o espetáculo. Se destacando na época a partir de filmes como "Os Duelistas" (1977), Scott não é exatamente para mim um cineasta autoral do qual identificamos de imediato o seu modo de filmar em seus filmes. Porém, uma coisa perceptível é o seu perfeccionismo, com o direito de sempre fazer cenas cujo enquadramento possui inúmeros detalhes e dos quais sempre haverá um novo a ser descoberto em seus filmes.

Se isso eu sempre senti ao sempre rever "Blade Runner" (1982) aqui não é muito diferente, sendo que a nave Nostromo é tão rica de detalhes que fico imaginando como eram os desenhos desses cenários elaborados antes no papel pelo artista H. R. Giger. Para filmar o Alien, Scott optou em sempre o filmar nas sombras, fazendo um enquadramento que somente aparecia mais o seu horrendo rosto e cujo os cortes bruscos fazem a gente não ter uma exata noção do seu visual como um todo. O resultado acaba se tornando mais do que positivo, principalmente quando os efeitos práticos da época fazem com que tudo obtenha mais peso e sendo algo que nenhum CGI terá a chance de alcançar tal feito.

Mas talvez o ápice do perfeccionismo de Ridley Scott se encontra na famosa cena onde os protagonistas estão almoçando, para logo em seguida o personagem de John Hurt começar a ter uma violenta convulsão. O seu peito logo em seguida explode, sangue é expirado para todos os lados e saindo dele o pequeno, porém, assustador Alien. Reza a lenda que somente John Hurt sabia o que aconteceria com o seu personagem, sendo que os demais interpretes não faziam ideia do que aconteceria ali e fazendo com que as suas ações perante a situação se tornem ainda mais verossímeis.

Falando do elenco, é interessante observar que Scott não dá exatamente o protagonismo para um personagem, sendo que cada um em cena obtêm o seu destaque. Na abertura inicial do filme, por exemplo, o primeiro que surge em cena é John Hurt, que acorda da câmara criogênica aos poucos e fazendo a gente entender que ele seria o protagonista. Eis que então constatamos que não é isso exatamente, pois os personagens possuem personalidades bem construídas e fazendo com que cada um obtenha a nossa atenção na medida em que a trama avança.

Por conta disso, ninguém imaginava que dentre eles a personagem que mais se destacaria seria a tenente Ripley, interpretada com intensidade pela até então jovem e talentosa Sigourney Weaver e se tornando, talvez, a primeira grande heroína da história do cinema. Inicialmente a personagem seria interpretada pela atriz Verônica Cartwright, mas depois de vários testes Scott percebeu que Weaver possuía uma expressão que conseguisse passar medo, frustração e raiva ao mesmo tempo em passagens da trama em que esses sentimentos eram mais do que necessários. Porém, Verônica Cartwright também não faz feio em cena ao interpretar a segunda personagem feminina do grupo e cuja sua expressão de pavor na cena mais impactante do filme lhe valeu o prêmio Saturno de melhor atriz coadjuvante na época.

Contudo, o personagem mais misterioso e interessante da trama seja realmente Oficial de Ciências Ash, interpretado pelo ator britânico Ian Holm, sendo que desde a sua cena inicial ele nos transmite certa ambiguidade vinda do seu personagem e fazendo com que não saibamos ao certo suas reais intenções. Isso aumenta consideravelmente quando ele demonstra desejo em levar a criatura para terra na intenção de estuda-la e cujo seu olhar suspeito na cena do almoço antes da tragédia acontecer sintetiza muito bem isso. Porém, a grande surpresa fica por conta quando se é revelado que Ash é um robô e cuja sua atuação alinhada com efeitos práticos na cena em que se revela isso se torna outro grande momento do filme como um todo.

Grande sucesso de público e de crítica, o filme de Ridley Scott levou diversos prêmios, dentre eles o Oscar de melhor efeitos visuais dado a R. Giger merecidamente. O longa daria início a uma longeva franquia de altos e baixos, com três continuações, sendo que "Aliens - O Resgate" (1987) dirigido pelo até então jovem James Cameron é apontado por muitos como uma das melhores continuações da história. Ridley Scott retornaria a essa franquia em "Prometheus" (2012), "Alien: Covenant" (2017) e mais recentemente como produtor em "Alien - Romulus" (2024).

Porém, por melhor que seja algumas dessas continuações, o filme de 1979 continua ainda hoje sendo o melhor de todos, sendo um sobrevivente ao teste do tempo e provando que o perfeccionismo, alinhado com um grande elenco e ideias construtivas pode sim se criar algo que vai além do seu próprio tempo. Surgiram, logicamente, até mesmo imitações desse grande feito, mas jamais tendo o mesmo impacto e fazendo que somente uma nova geração de cinéfilos adquirisse a curiosidade de conhecer o clássico. Nunca foi tão bom revisitar um clássico de ficção como esse.

"'Alien, o 8º Passageiro" é um filme a frente do seu tempo, perfeccionista em todos os sentidos e sendo ainda hoje uma das obras mais assustadoras de todos os tempos. 

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quinta-feira, 22 de agosto de 2024

Cine Dica: Sessão Clube de Cinema 24 e 25/08: "Dorival Caymmi - Um Homem de Afetos" (sábado) + "Testamento" (domingo)

 Testamento

Este final de semana, o Clube de Cinema de Porto Alegre tem o prazer de anunciar uma programação especial com sessões tanto no sábado quanto no domingo, marcando nosso retorno a espaços muito queridos!

No sábado, voltaremos ao CineBancários para a aguardada exibição do documentário de Daniela Broitman, "Dorival Caymmi - Um Homem de Afetos". No domingo, celebramos nosso retorno à Cinemateca Paulo Amorim com a sessão do filme canadense "Testamento", de Denys Arcand.


Confira mais informações:


SESSÃO DE SÁBADO


"Dorival Caymmi - Um Homem de Afetos"

Brasil, 2019, 90 min, 10 anos

Local: CineBancários (R. Gen. Câmara, 424 - Centro Histórico)

Data: 24/08/2024, sábado, às 10:15 da manhã

Direção: Daniela Broitman.

Elenco: Dorival Caymmi, Nana Caymmi, Danilo Caymmi, Caetano Veloso.

Sinopse: "Dorival Caymmi – Um Homem de Afetos" é um longa-metragem documental dirigido por Daniela Broitman e produzido pela Videoforum Filmes. O filme conta a história de Dorival Caymmi, cantor e compositor brasileiro que revolucionou a canção no país e influenciou movimentos como a Bossa Nova e a Tropicália. A produção mescla trechos de entrevistas com outros nomes famosos da música brasileira, como Caetano Veloso, e de uma entrevista inédita com Dorival, realizada em 1998, onde ele conta histórias inusitadas, fala sobre seu processo criativo, suas paixões e decepções, além de realizar performances improvisadas de músicas como “Quem Vem pra Beira do Mar” e “Marina”.


SESSÃO DE DOMINGO


Local: Sala Eduardo Hirtz, Cinemateca Paulo Amorim, Casa de Cultura Mario Quintana (R. dos Andradas, 736 - Centro Histórico)

Data: 25/08/2024, domingo, às 10:15 da manhã

"Testamento" (Testament)

Canadá, 2023, 115 min, 14 anos

Direção: Denys Arcand

Elenco: Rémy Girard, Sophie Lorain, Marie-Mai

Sinopse: O cineasta canadense retorna com sua marca registrada de humor ácido e incisivas críticas sociais, centrando-se na vida de Jean-Michel, um homem culto e aposentado. Vivendo em um lar para idosos, Jean-Michel desfruta de uma vida tranquila até que começa a se irritar com as imposições do politicamente correto e a moralidade que condena os tempos de sua juventude. Paralelamente, ele se envolve em um romance inesperado com Suzanne, a diretora da instituição, que possui visões divergentes sobre esses temas, levando a um confronto de gerações e ideias.


Contamos com sua presença, até lá!


PROGRAMAÇÕES PARCEIRAS


+ Estreia de MOTEL DESTINO em 22 DE AGOSTO

Novo longa de Karim Aïnouz, estreia na Cinemateca Paulo Amorim e no CineBancários em 22 de agosto. Ovacionado em Cannes, thriller erótico cearense é protagonizado por Fabio Assunção, Iago Xavier e Nataly Rocha.

Confiram os horários das sessões nos links:

Cinemateca Paulo Amorim: https://www.cinematecapauloamorim.com.br/programacao/2039/motel-destino

Cine Bancários: https://cinebancarios.blogspot.com/2024/08/motel-destino-novo-longa-de-karim.html


+  Exibição de A GLÓRIA DA VIDA sobre a vida de Kafka - QUARTA (28/08) NO GOETHE-INSTITUT PORTO ALEGRE

Entrada Franca. Coprodução entre a Alemanha e a Áustria, o filme é baseado no livro homônimo de Michael Kumpfmüller. Dirigido por Georg Maas e Judith Kaufmann, conta a história emocionante do grande amor entre Franz Kafka e Dora Diamant.

Mais informações no link: https://www.goethe.de/ins/br/pt/sta/poa/ver.cfm?event_id=25913228

 

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