Sinopse: O dublê Colt Seavers volta à ação quando uma estrela de cinema desaparece de repente. À medida que o mistério se aprofunda, Colt se envolve em uma trama sinistra que o leva à beira de uma queda mais perigosa do que qualquer uma de suas acrobacias.
Os anos oitenta foram maravilhosos em termos de séries de tv, principalmente pelo fato que as melhores eu assistia nos bons tempos de "Sessão Aventura" da Rede Globo. Uma dessas séries se chamava "Duro na Queda", uma divertida história de um dublê que nas horas vagas trabalhava como caçador de recompensas e que durou cinco temporadas. "O Dublê" (2024) é uma refilmagem dessa clássica série, mas obtendo identidade própria ao prestar homenagem a essa perigosa profissão e ao mesmo tempo tirando sarro da própria Hollywood.
Dirigido por David Leitch, responsável pelo primeiro filme de "John Wick" (2014), a trama conta a história de Colt Seavers (Ryan Gosling), um dublê de Hollywood que precisou abandonar a vida de acrobacias perigosas após sofrer um acidente que quase acabou com a vida. Um ano depois ele retorna a convite da diretora e ex-namorada Jody Moreno (Emily Blunt), mas durante as filmagens o astro principal Tom Ryder (Aaron Taylor-Johnson) desaparece e fazendo com que Colt o procure. Não demora muito para que o protagonista se meta em diversas encrencas enquanto procura o ator, mas ao mesmo tempo tentando reatar sua relação Jody.
Em tempos atuais em que o cinema de ação, aventura e adaptações de HQ andam com a fórmula de sucesso cansada é bom ver que Hollywood para pôr um minuto e ri de sua própria desgraça. Verdade seja dita, a cidade dos sonhos é moldada por grandes astros que se dizem o melhor no que fazem nestes tipos de filmes, mas são os dublês que realmente se arriscam para participar das mais perigosas cenas de ação, mesmo quando elas hoje são minimizadas pelo CGI e os dispensando até mesmo por bonecos digitais. Em uma determinação cena, por exemplo, o astro canastrão da trama está em alta velocidade dentro de um carro, mas ele está parado enquanto lá fora nada mais é do que um fundo azul que será incrementado por efeitos visuais durante a pós-produção.
Em meio essa homenagem e crítica acida então temos Colt, personagem boa pinta, convencido no que sabe fazer, mas tendo que superar as dificuldades após um misterioso acidente. Esse lado dramático fica bem de lado, já que o grande charme da trama está na relação dele com Jody e criando assim uma singela comédia romântica inserida dentro de um filme de ação, sendo que ambos os gêneros se encontram desgastados, mas fazendo dessa mistura algo curioso para ser observado de perto. Ryan Gosling e Emily Blunt estão ótimos juntos em cena, cuja química faz com que eles nos brindem com os momentos mais engraçados e românticos do longa e só pela cena de Karaokê já vale a sessão.
Falando dessa cena, ela é interlaçada com a melhor cena de ação do filme, da qual é para lá de absurda, porém, proposital já que estamos falando de um filme que tira sarro do próprio gênero. Curiosamente, o filme que eles estão filmando dentro da trama parece um cruzamento de "Duna" com a trilogia "Guardiões das Galáxias", com direito a trilha sonora dramática, câmera lenta e muito CGI falsamente ineficaz. Pelo visto, Hollywood está querendo nos dizer que realmente fazem filmes cujo gêneros se encontram desgastados, mas sendo o único jeito para se manterem vivos.
Com uma divertida participação de Jason Momoa na reta final da trama, "O Dublê" faz piada do próprio´ cinema de ação norte americano, que se encontra atualmente tentando se reinventar e que sempre procura uma nova forma de voltar a lucrar.
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