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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 19 de maio de 2023

Cine Especial: Conhecendo 'Tucker - Um Homem e Seu Sonho'

Sinopse: Preston Tucker cria um carro excêntrico de três faróis, que ele vislumbra como o "carro do futuro". Naturalmente, os grandes empresários não toleram a competição e, com a ajuda de vários políticos, esmagam o carro e o homem que o construiu. 

Francis Ford Coppola desceu do céu ao inferno na entrada dos anos oitenta. Após o estupendo sucesso de "Apocalypse Now" (1979) ele viu o seu "O Fundo do Coração" (1982) naufragar injustamente nas bilheterias. A partir disso o realizador optou em pequenos projetos como no caso, por exemplo, do inesquecível "O Selvagem da Motocicleta" (1983). "Tucker - Um Homem e Seu Sonho" (1988) é um filme curioso dentro de sua filmografia, do qual sintetiza a persistência do cineasta através de um personagem sonhador que almejava mudar o curso da história da indústria de carros populares.

A trama se passa nos anos quarenta, logo após a segunda grande guerra, onde Preston Tucker (Jeff Bridges) ambiciona produzir um carro revolucionário, batendo de frente com grandes empresas que monopolizam o mercado de automóveis, ele percebe a missão quase impossível da sua proposta diante de adversários industrialistas gigantes que farão de tudo para derrubá-lo a fim de que mantenham a hegemonia comercial. Boicotado por todos os lados e sendo processado por empresários do ramo que querem destruí-lo, Tucker faz de tudo para não deixar o seu sonho morrer. Safar-se, no entanto, será o bastante para se colocar em pé de igualdade com modelos de produção já estabelecidos no mercado?

Sinceramente eu tinha pouco conhecimento desse filme até então. Quando eu soube que pertencia ao Coppola logo fui procurá-lo e acabei comprando em DVD pela Classicline. Após uma tarde apreciando o filme concluo que é um dos filmes menos ambiciosos da carreira do diretor, pois estamos falando de alguém que criou uma das maiores obras primas do cinema que foi "O Poderoso Chefão" (1972).

A meu ver, o cineasta optou por ir em direção ao que os demais realizadores da época estavam fazendo, ao realizar filmes para as massas onde a trama simboliza de que os EUA era a terra das oportunidades e que abraçariam a sua utopia. Embora a trama se passe nos anos quarenta a ideia do paraíso norte americano já era colocada em prática naqueles tempos, muito embora o sistema capitalista mastigava aqueles que diziam ao contrário. Tucker era uma espécie de estranho no ninho deste cenário, pois acreditava que poderia revolucionar a indústria através de seus pensamentos mirabolantes, mas mal tendo a ideia do que viria em seguida.

Embora não seja uma obra prima é preciso reconhecer que é um dos filmes mais dinâmicos da carreira do diretor, pois sempre está acontecendo alguma coisa para manter a nossa atenção, ao ponto que as passagens do tempo ocorrem em um único plano-sequência e o realizador usa os melhores recursos da época para obter essa magia. Com uma bela edição de arte, o filme ainda possui uma fotografia que nos transmite tempos mais dourados em solo norte americano, mas que não escondiam as ambições daqueles que viviam nos andares de cima. É um jogo contra o tempo e que somente o mais ambicioso e esperto é o que sai ganhando.

Neste caso Tucker caminhava entre os dois mundos, dos quais não conseguia esconder certa inocência com relação ao que estava se metendo, mas ao mesmo tempo tendo uma persistência quase assustadora e fez com que seguisse adiante. Vindo da consagração de "A Última Sessão de Cinema" (1971) Jeff Bridges soube como jogar dentro do cinemão norte americano, ao atuar em filmes mais autorais como o ambicioso "O Portal Do Paraíso" (1980) como também os blockbusters como "Tron - Uma Odisseia Eletrônica" (1982). Aqui, o seu personagem Tucker transita entre a ambição e a virtude, das quais fazem dele uma pessoa imprevisível, mas tendo a consciência sobre o que está fazendo.

Curiosamente, o filme possui a presença de dois intérpretes que marcariam presença durante a década de noventa. Conhecida pelos seus papeis intensos como "A Outra Face da Raiva" (2004) Joan Allen obtém aqui o seu primeiro grande desempenho da carreira ao interpretar a esposa do protagonista e aqui ela não faz feio, principalmente quando ela bate de frente contra os homens que querem arruinar Tucker. Por outro lado, temos aqui um jovem Christian Slater, que estava vindo do sucesso "O Nome da Rosa" (1986), mas que aqui faz um papel esquecível como o filho mais velho do protagonista.

Como não poderia deixar de ser, o ato final possui todo aquele discurso de positividade, onde o protagonista luta contra o próprio sistema e sai ganhando e entrando para a história. Se revisto hoje possa parecer um tanto que piegas, ao menos, o filme é uma prova que Coppola até que tentou jogar conforme as regras impostas por hollywood naquela época. Porém, assim como o protagonista deste filme, o mesmo optou em dar o bom exemplo de como se faz filmes de verdade e não somente para vende-los e serem consumidos de forma desenfreada e que, infelizmente, acontece muito hoje em dia.

"Tucker - Um Homem e Seu Sonho" é o filme mais convencional da carreira de Francis Ford Coppola, mas que também simboliza a luta do cineasta contra o sistema cheio de regras do cinemão norte americano e cuja essa batalha ainda perdura.  

Onde assistir: Locação e venda pelo Youtube, Google Play Filmes, Prime Vídeo, Apple tv e mídia física em Blu-Ray e DVD. 


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Cine Dica: Mostra Retratos de Kinshasa

 RETRATOS DE KINSHASA

De 16 a 28 de maio, a Cinemateca Capitólio apresenta a mostra Retratos de Kinshasa, com sete filmes que revelam diferentes aspectos do cotidiano vivido na capital da República Democrática do Congo. A programação tem o apoio da Cinemateca da Embaixada da França e do Institut Français.  O valor do ingresso é R$ 10,00.  


Programação completa: http://www.capitolio.org.br/novidades/6267/retratos-de-kinshasa/ 


SOBRE A MOSTRA

A cidade de Kinshasa, capital da República Democrática do Congo, vibra com as histórias de seus habitantes: de jovens estrelas da música eletrônica a aspirantes a boxeadoras, de cantoras talentosas que precisam conciliar a arte e com as responsabilidades familiares a gangues que reivindicam seu território através da moda, de grupos dedicados a street art aos parentes que buscam os direitos das vítimas de guerras. A realidade multifacetada do país situado na África Central, independente desde 1960, é iluminada a partir dos retratos criados nas ficções e nos documentários. O cinema dá cor aos sonhos de um Congo intenso e às memórias dolorosas do antigo Zaire, que se entrelaçam nos caminhos percorridos por mulheres e homens nas ruas de Kinshasa.

A mostra Retratos de Kinshasa apresenta sete filmes entre ficções contemporâneas, como Felicidade, dirigida pelo franco-senegalês Alain Gomis, e Maki’la, longa de estreia da congolesa Machérie Ekwa Bahango; e documentários reveladores como Victoire Terminus e Sistème K, dirigidos por Renaud Barret, e Caminho para Kinshasa, de Dieudo Hamadi, grande revelação do cinema do país.

A programação também apresenta a cópia restaurada de um clássico do cinema africano, A Vida é Bela, realizado em 1987 por Mweze Ngangura e Benoit Lamy, com foco na vibrante vida noturna de Kinshasa, e uma sessão especial do documentário Quando Éramos Reis, de Leon Gast, que narra o célebre evento “The Rumble in the Jungle”, a luta entre os boxeadores George Foreman e Muhammad Ali promovida pelo ditador Mobutu Sese Seko, que comandou o país entre 1965 e 1997.          


GRADE DE HORÁRIOS

Retratos de Kinshasa


16 de maio (terça-feira)

15h – Système K

17h – Maki'la

19h – Felicidade


17 de maio (quarta-feira)

15h – Caminho para Kinshasa

17h – Victoire Terminus

19h – Système K


18 de maio (quinta-feira)

15h – Victoire Terminus

17h – Caminho para Kinshasa

19h – A Vida é Bela


19 de maio (sexta-feira)

15h – Maki'la

17h – Felicidade


20 de maio (sábado)

NOITE DOS MUSEUS


21 de maio (domingo)

15h – Victoire Terminus

17h – A Vida é Bela

19h – Quando Éramos Reis


23 de maio (terça-feira)

15h – Felicidade

17h30 – Système K

19h – Maki'la


24 de maio (quarta-feira)

15h – Caminho para Kinshasa

17h – Victoire Terminus


25 de maio (quinta-feira)

15h – Système K

26 de maio (sexta-feira)

15h – A Vida é Bela


27 de maio (sábado)

15h – Caminho para Kinshasa

28 de maio (domingo)

15h – Felicidade

quinta-feira, 18 de maio de 2023

Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEBANCÁRIOS DE 18 A 24 DE MAIO

 EM CARTAZ:

Bem Vinda Violeta 

O HOMEM CORDIAL

Brasil/ drama/ 2022/84min

Direção:

Classificação indicativa: 14 anos

Sinopse: Aurélio é vocalista de uma famosa banda de rock que fez muito sucesso até o final dos anos 90. Na noite de retorno de sua banda aos palcos, viraliza na internet um vídeo que o envolve na morte de um policial militar. Ninguém sabe o que de fato aconteceu, mas o astro passa a ser alvo de grupos radicais. Aurélio, então, se vê inserido em uma tensa e violenta jornada pelas ruas de São Paulo. Durante uma única noite, encontrará figuras importantes de sua carreira e Helena, uma jovem jornalista determinada a descobrir o que realmente aconteceu.

Elenco: Paulo Miklos, Thaíde, Dandara de Morais, Thalles Cabral, Theo Werneck, Fernanda Rocha, Bruno Torres, Murilo Grossi, Mauro Shames, Felipe Kenji, Tamirys O’Hanna e André Deca  


A CIDADE DOS ABISMOS

Brasil/Drama/ 2021/97min

Direção: Priscyla Bettim,Renato Coelho

Sinopse: Em uma fatídica noite de véspera de Natal, Glória, Maya, Bia e Kakule se encontram num bar no centro da cidade de São Paulo. Em meio a solidões, conexões e desconexões, Maya é assassinada. Um inexorável anseio por justiça perpassa o destino dos personagens, que se unem saltando em direção ao abismo.

Elenco: Veronica Valenttino,Carolina Castanho,Guylain Mukendi


BEM-VINDA VIOLETA

Brasil/ Drama/ 107min

Classificação indicativa: 14 anos

Direção: Fernando Fraiha

Sinopse:Ana (Débora Falabella) é uma escritora que, ansiosa em busca de inspiração para escrever "Violeta", seu próximo romance, ingressa em um conhecido laboratório literário na Cordilheira dos Andes. Nessa viagem, ela se envolve com Holden (Darío Grandinetti), criador de um método no qual os escritores abandonam suas próprias vidas para viverem como seus personagens. O líder carismático cativa a escritora e Ana mergulha em uma intensa investigação artística, vivendo, segundo o método orienta, como sua personagem Violeta - até que a ficção sai do controle. O longa é inspirado no romance “Cordilheira", de Daniel Galera.

Elenco: Débora Falabella,Dario Grandinetti,Germán De Silva


HORÁRIOS DE 18 a 24 DE MAIO(não há sessões nas segundas-feiras):


15h: BEM-VINDA VIOLETA

17h: O HOMEM CORDIAL

19h: A CIDADE DOS ABISMOS


Os ingressos podem ser adquiridos por R$ 12,00 na bilheteria do cinema . Idosos, estudantes, bancários sindicalizados, jornalistas sindicalizados, portadores de ID Jovem, trabalhadores associados em sindicatos filiados a CUT-RS e pessoas com deficiência pagam R$ 6,00.Aceitamos Banricompras, Visa, MasterCard e Elo.

CINEBANCÁRIOS :Rua General Câmara, 424 – Centro – Porto Alegre -Fone: 30309405/Email:cinebancarios@sindbancarios.org.br

Cine Dica: CINEMATECA PAULO AMORIM - PROGRAMAÇÃO DE 18 A 24 DE MAIO DE 2023

 PROGRAMAÇÃO DE 18 A 24 DE MAIO DE 2023

SEGUNDA-FEIRA NÃO HÁ SESSÕES

"Sem Ursos"


Nossa estreia desta cinesemana é o elogiado longa iraniano SEM URSOS, realizado pelo diretor Jafar Panahi durante a prisão domiciliar a que foi condenado por contestar o regime de seu país. Também seguem em cartaz duas produções gaúchas dirigidas por mulheres: o documentário OLHA PRA ELAS, de Tatiana Sager, e o longa A PRIMEIRA MORTE DE JOANA, de Cristiane Oliveira.

Permanecem em exibição dois longas festejados pelo público: BELCHIOR - APENAS UM CORAÇÃO SELVAGEM, dos cineastas Natália Dias e Camilo Cavalcanti, e CLOSE, do belga Lukas Dhont, já estão alcançando sua 11ª semana de exibição. Além disso, o público tem mais uma chance para assistir A ESPOSA DE TCHAIKOVSKY, drama russo dirigido por Kirill Serebrennikov e baseado no livro “Antonina Tchaikovsky: História de uma Vida Esquecida”, e A GAROTA RADIANTE, longa de estreia da atriz francesa Sandrine Kiberlain.


Já antecipamos uma novidade para a próxima semana!

No dia 26 de maio, faremos o lançamento do novo site da Cinemateca Paulo Amorim e do Portal do Cinema Gaúcho, com um banco de dados completo sobre toda a produção de longas feitos no Rio Grande do Sul.


SALA PAULO AMORIM


 14h45 – SEM URSOS - ESTREIA Assista o trailer aqui.

(No Bears - Irã, 2022, 105min). Direção de Jafar Panahi, com Jafar Panahi, Naser Hashemi, Vahid Mobaseri. Imovision, 14 anos. Drama.

Sinopse: Este é mais um longa que o diretor iraniano conduziu na clandestinidade, driblando a ordem que o impedia de trabalhar e circular pelo seu país depois que afrontou os líderes políticos e religiosos. Interpretando a si mesmo, o cineasta aparece isolado em um vilarejo do interior e, mesmo com uma internet precária, dirige a história de um casal que tenta imigrar ilegalmente para a Europa. Ao mesmo tempo, ele se vê em meio a uma discussão da comunidade sobre um casamento arranjado entre dois jovens. Com este filme, Panahi conquistou o prêmio especial do júri no Festival de Veneza de 2022.


16h45 – BEM VINDA, VIOLETA Assista o trailer aqui.

(Brasil/Argentina, 2023, 110min). Direção de Fernando Fraiha, com Débora Falabella e Darío Grandinetti. Vitrine Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Para escrever seu próximo romance, que vai se chamar “Violeta”, a escritora Ana ingressa em um famoso laboratório literário na Cordilheira dos Andes. Lá ela conhece Holden, criador de um método no qual os escritores abandonam suas próprias vidas para viver como seus personagens. O roteiro foi inspirado na novela “Cordilheira", de Daniel Galera, e as locações foram em Ushuaia, na Patagônia argentina.


18h45 – SEM URSOS - ESTREIA

(No Bears - Irã, 2022, 105min). Direção de Jafar Panahi, com Jafar Panahi, Naser Hashemi, Vahid Mobaseri. Imovision, 14 anos. Drama.

Sinopse: Este é mais um longa que o diretor iraniano conduziu na clandestinidade, driblando a ordem que o impedia de trabalhar e circular pelo seu país depois que afrontou os líderes políticos e religiosos. Interpretando a si mesmo, o cineasta aparece isolado em um vilarejo do interior e, mesmo com uma internet precária, dirige a história de um casal que tenta imigrar ilegalmente para a Europa. Ao mesmo tempo, ele se vê em meio a uma discussão da comunidade sobre um casamento arranjado entre dois jovens. Com este filme, Panahi conquistou o prêmio especial do júri no Festival de Veneza de 2022.

(NÃO HAVERÁ SESSÃO NA TERÇA E NA QUARTA, DIAS 23 E 24)


SALA EDUARDO HIRTZ


 15h – A ESPOSA DE TCHAIKOVSKY Assista o trailer aqui.

(Zhena Chaikovskogo – Rússia/ França/ Suíça, 2022, 143min). Direção de Kirill Serebrennikov, com Alyona Mikhailova, Odin Lund Biron e Miron Fedorov. Imovision, 16 anos. Drama.

Sinopse: Antonina Miliukova é uma jovem bonita e inteligente que pertence a uma família da aristocracia russa. Apesar de ter o mundo a seus pés, seu maior sonho é se casar com o compositor Pyotr Tchaikovsky (1840 – 1893). O músico aceita o casamento para acabar com os rumores sobre sua sexualidade, mas, à medida em que o tempo passa, a relação fica insustentável. O filme é baseado no livro “Antonina Tchaikovsky: História de uma Vida Esquecida”, de Valeri Sokolov, e destaca o trabalho de Serebrennikov - que também é diretor de ópera e teatro – à frente de um filme de época.


17h30 – BELCHIOR – APENAS UM CORAÇÃO SELVAGEM Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2022, 90min). Documentário de Natália Dias e Camilo Cavalcanti. Clariô Filmes. 14 anos.

Sinops: Antonioe Carlos Belchior Fontenelle Fernandes (1946 – 2017), mais conhecido como Belchior, ganha um autorretrato que mergulha no coração selvagem do poeta, cantor e compositor cearense. Com suas canções geniais e suas ideias cortantes, ele marcou e ainda marca a vida de muita gente.


19h15 – A PRIMEIRA MORTE DE JOANA Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2020, 91min). Direção de Cristiane Oliveira, com Letícia Kacperski, Isabela Bressane, Joana Vieira, Lisa Gertum Becker. Lança Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Joana, de 13 anos, quer descobrir por que sua tia-avó morreu sem nunca ter namorado ninguém. Os questionamentos e descobertas da adolescente mexem com a comunidade tradicional onde ela vive, no sul do Brasil, ao mesmo tempo em que o lugarejo acompanha a construção de uma usina eólica nas proximidades. Com locações nas cidades de Osório e Santo Antônio da Patrulha, este é o segundo longa da diretora gaúcha e foi visto em mais de dez festivais internacionais.

(NA QUINTA, DIA 18, HAVERÁ DEBATE COM CONVIDADAS DA PRODUÇÃO)


SALA NORBERTO LUBISCO


15h30 - OLHA PRA ELAS Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2023, 76min). Documentário de Tatiana Sager. Panda Filmes, 12 anos.

Sinopse: Adelaide, Tatiane, Catia, Naiane e Roselaine são mães e vivem longe dos seus filhos. Esse afastamento tem um mesmo motivo: elas estão presas. Suas histórias de vida representam uma questão de gênero e a realidade de mais de 40 mil mulheres brasileiras, trazendo à reflexão problemas como as prisões precárias e a desestruturação do lar.


17h – A GAROTA RADIANTE Assista o trailer aqui.

(Une jeune fille qui va bien - França, 2021, 98min). Direção de Sandrine Kiberlain, com Rebecca Marder, André Marcon, Anthony Bajon. Pandora Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Irène é uma jovem judia de 19 anos que sonha em se tornar atriz em um cenário complexo: o verão de 1942, quando a França está ocupada pelos nazistas. A jovem está descobrindo o mundo, o amor, o prazer de viver e uma carreira - mas seus sonhos talvez estejam distantes. O filme marca a estreia da premiada atriz Sandrine Kiberlain na direção de um longa e é inspirado em memórias de sua própria família. 


19h – CLOSE Assista o trailer aqui.

(Bélgica/França/Holanda, 2022, 105min). Direção de Lukas Dhont, com Eden Dambrine, Gustav De Waele, Émilie Dequenne. O2 Filmes, 12 anos. Drama.

Sinopse: Léo e Rémi, de 13 anos, são inseparáveis - melhores amigos e próximos como irmãos. Mas, quando começam um novo ano escolar, as pressões da adolescência desafiam este vínculo tão fraterno, gerando consequências inesperadas e de longo alcance. O filme é um dos cinco indicados ao Oscar de melhor longa internacional.

(NÃO HAVERÁ SESSÃO NA QUINTA, DIA 18)


QUINTA, DIA 18, ÀS 19h30

LUIZA HELLENA – UMA VOZ – ENTRADA FRANCA

(Brasil, 2022, 31min) – documentário dirigido por Paulinho Parada. O filme integra o projeto Cinema Musical Gaúcho, que apresenta filmes sobre a música do RS.

Sinopse: O filme apresenta a música e a trajetória da intérprete Luiza Hellena, de 76 anos, que nasceu em São Lourenço e com apenas 16 anos começou a cantar nos palcos da capital. Foi amiga de Lupicínio Rodrigues e vivenciou os preconceitos e as dificuldades de ser uma mulher artista.


PREÇOS DOS INGRESSOS:

TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 14,00 (R$ 7,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 16,00 (R$ 8,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). CLIENTE BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES MEDIANTE PAGAMENTO COM O CARTÃO DO BANCO.

Estudantes devem apresentar Carteira de Identidade Estudantil.

Outros casos: conforme Lei Federal nº 12.933/2013.

A meia-entrada não é válida em festivais, mostras e projetos que tenham ingresso promocional. Os descontos não são cumulativos. Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelos telefones: (51) 3136-5233, (51) 3226-5787.


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quarta-feira, 17 de maio de 2023

Cine Dica: Em Cartaz - 'Sem Ursos'

Sinopse: Duas histórias paralelas de amor onde os parceiros são frustrados por obstáculos ocultos inevitáveis, a força da superstição e a mecânica do poder. 

Jafar Panahi já era um dos diretores mais conhecidos do Irã, pois basta vermos a sua genialidade em filmes como "O Espelho" (1997) para termos uma vaga ideia do que eu estou falando. Porém, ao se tornar um opositor do governo de lá ele acabou sendo preso em regime domiciliar, condenado a vinte anos em não trabalhar mais no ramo do cinema e chocando a comunidade cinéfila de todo mundo na época. Contudo, isso não o impediu de realizar filmes que sintetizem a sua situação como em "Isto não é um filme"(2011) e "Taxi do Teerã" (2015). Mas se em "3 Faces" (2018) ele prova que as correntes não o prendiam em "Sem Ursos" (2022) ele faz uma crítica acida sobre os limites impostos contra ele e de forma surpreendente.

Na trama, somos introduzidos a duas histórias de amor distintas, mas contadas paralelamente. Em ambos os casos, acompanhamos a frustração dos parceiros, causada por diversos obstáculos ocultos e, por vezes, até mesmo inevitáveis.  A narrativa ainda apresenta a força das crenças supersticiosas e as mecânicas de poder em um relacionamento. O longa-metragem foi exibido internacionalmente nos Festivais de Veneza e Toronto.

Quando assistimos a um filme de Jafar Panahi nos perguntamos se o que estamos diante é um documentário, ou um falso documentário ou uma ficção. Na abertura, por exemplo, testemunhamos um casal tentando criar uma forma para atravessar a fronteira, quando na verdade se percebe que aquele momento tudo não passava de uma filmagem, sendo que o próprio Panahi estava dirigindo de longe através do seu computador. Mas é uma ficção dentro de uma ficção, cuja proposta se distancia de genialidade de "O Espelho", mas sintetizando ainda mais a situação do diretor em território Iraniano.

Assim como "3 Faces", o diretor se aproxima cada vez mais da proposta de Abbas Kiarostami, ao distanciar um pouco de Teerã e começar a focar nas vilas que tanto o falecido diretor se dedicava. Em determinados momentos, por exemplo, vemos Panahi  pegar o seu carro e dirigir nas estradas empoeiradas, mas somente para chegar a divisa com a Túrquia e colocando a si mesmo em um dilema. A coragem é nítida em vários aspectos, onde realizador prova que não importa quantas condenações podem ser impostas contra ele, pois basta uma câmera na mão para ele se sentir livre para arriscar em qualquer instante.

Ao mesmo tempo é curioso a posição do diretor perante os velhos costumes daquela comunidade do qual ele se encontra, sendo que quanto mais ele se impõe e não atende os desejos deles mais há uma certa tensão no ar acontecendo a todo o instante. O diretor, ou sendo ele mesmo dentro da ficção, procura compreender as regras impostas por aquelas pessoas, ao ponto de querer registrar os fatos, mas sendo logo interrompido. Portanto, vemos o diretor dentro da ficção em querer arriscar tudo, mas será que ele não estava realmente correndo esse risco?

Além disso, realizador nos coloca frente a frente com a questão das fronteiras, não somente entre o Irã e da Turquia, como também de diversas famílias pelo mundo que fogem da guerra para conseguir obter uma nova vida, mas correndo um sério risco de vida. Portanto, não há exatamente um final feliz dos dois lados retratados na história, pois essa questão dificilmente acabará tão cedo um dia. Nos segundos finais vemos Jafar Panah se encontrando impotente e fazendo com que tenhamos diversas interpretações, não somente sobre o seu futuro no Irã, como também de todos aqueles que enfrentam governos autoritários.

"Sem Ursos" é o filme mais transgressor de Jafar Panah, onde ele não se limita em arriscar e nós somente temos que agradecer. 


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Cine Dica: Próxima Sessão do Clube de Cinema de Porto Alegre - 'A Garota Radiante'

 

SESSÃO CLUBE DE CINEMA

Local: Sala Norberto Lubisco, Cinemateca Paulo Amorim, Casa de Cultura Mario Quintana

Data: 20/05/2023, sábado, às 10:15 da manhã

"A Garota Radiante" (Une jeune fille qui va bien)

França, 2021, 98 min, 14 anos


Direção: Sandrine Kiberlain 

Elenco: Rebecca Marder, André Marcon, Anthony Bajon  

Sinopse: Irène é uma jovem judia de 19 anos que sonha em se tornar atriz em um cenário complexo: o verão de 1942, quando a França está ocupada pelos nazistas. A jovem está descobrindo o mundo, o amor, o prazer de viver e uma carreira - mas seus sonhos talvez estejam distantes. O filme marca a estreia da premiada atriz Sandrine Kiberlain na direção de um longa e é inspirado em memórias de sua própria família.

Atenciosamente,

Carlos Eduardo Lersch

Diretor de Programação CCPA.

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terça-feira, 16 de maio de 2023

Cine Dica: Em Cartaz - 'A Primeira Morte de Joana'

Sinopse: Joana, 13 anos, quer descobrir por que sua tia-avó faleceu aos 70 sem nunca ter namorado. Ao encarar os valores da comunidade em que vive no sul do Brasil, ela percebe que todas as mulheres da sua família guardam segredos. 

A descoberta da sexualidade na pré-adolescência gera uma cruzada para que o jovem possa compreendê-la. No recente "Close" (2022), por exemplo, vemos dois jovens amigos sentindo sensações que antes não sentiam um pelo outro, mas cuja “não aceitação” pelo que realmente sente pode desencadear danos irreversíveis. "A primeira Morte de Joana" (2020), fala sobre a descoberta de sentimentos ainda inéditos para a protagonista central, mas de forma singela e em meio ao conservadorismo hipócrita.

Dirigido por Cristiane Oliveira, do filme "A Mulher do Pai" (2017), o filme conta a história sobre Joana (Letícia Kacperski), que experimenta o típico período transicional entre a infância e a adolescência, que faz com que ela viva os questionamentos e reflexões mais variadas possíveis. Uma grande questão que passa por sua cabeça é entender por que sua tia-avó faleceu aos 70 anos sem nunca ter namorado alguém. Mas ao encarar os valores da comunidade em que vive no Sul do Brasil, ela percebe que todas as mulheres da sua família guardam segredos, o que traz à tona algo escondido nela mesma. E enquanto sua jornada fica cada vez mais repleta de dúvidas, uma grande usina eólica começa a ser construída na pequena cidade em que vive.

É interessante que Cristiane Oliveira cria um teor para trama que transita entre o lado singelo da juventude para momentos de tensão e fazendo parecer em alguns momentos até mesmo um suspense psicológico e do qual a sua trilha sintetiza muito bem isso. O filme, por exemplo, começa com um enterro, onde Joana se despede de sua tia-avó, mas despertando nela um desejo em realmente conhecê-la, mesmo depois dela ter partido de forma repentina. A lado de sua melhor amiga Caroline (Isabela Bressane) ela começa uma jornada de alto descobertas, mas ao mesmo tempo observando a realidade em sua volta de uma outra forma.

Embora muito jovem para a sua idade Letícia Kacperski surpreende em uma atuação digna de nota, ao nos passar para nós uma jovem inocente perante uma realidade mais complexa, mas que não esconde o seu desejo de entender o que realmente acontece em volta e dentro de si. O roteiro constrói para nós momentos em que ficamos na expectativa com relação se Joana realmente irá, ou não, se entregar ao seu verdadeiro "eu", mas até lá ela enfrenta o conservadorismo e o preconceito daquele universo isolado no interior do Sul do país. Porém, nota-se que essas duas observações nada mais são do que uma cortina de fumaça para não revelar os reais sentimentos daquelas pessoas, pois elas temem pelas consequências e não tendo coragem de serem felizes como realmente deveriam ser.

Percebe-se, por exemplo, quando Cristiane Oliveira foca em alguns objetos em cena para fazer deles algo simbólico sobre os sentimentos dos personagens principais. A cena em que vemos Joana e Coraline em um balanço e cuja suas mãos se encontram firmes na corrente do brinquedo simboliza o que prendem elas para não revelar os seus verdadeiros sentimentos. Além disso, há todo um misticismo em torno daquele lugar, como se o mesmo fosse uma forma de fuga para aquelas pessoas buscarem a felicidade, quando na verdade bastavam serem elas mesmas para obterem o que desejam desde o início da história. Ao final, vemos todo o conflito sendo resolvido de uma forma simples, pois a solução estava lá desde o princípio, mas faltava coragem e aceitar o obvio."A Primeira Morte de Joana" fala sobre se descobrir diante mesmo em meio ao preconceito e cuja jornada pode ser ainda mais simples do que se imagina.     


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