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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 23 de março de 2023

Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEBANCÁRIOS 23 a 29 DE MARÇO

ESTREIAS:

O RIO DO DESEJO


O RIO DO DESEJO

Direção: Sérgio Machado

Brasil/2022/drama/107min.

Classificação Indicativa:

Sinopse: Ao se apaixonar por Anaíra (Sophie Charlotte), Dalberto (Daniel de Oliveira) abandona seu trabalho na polícia e o casal passa a viver às margens do Rio Negro, na casa que Dalberto divide com os dois irmãos. Mas, quando Dalberto é obrigado a se arriscar em uma longa viagem rio acima, Dalmo (Rômulo Braga), o irmão mais velho, luta para controlar a atração que sente pela cunhada. Enquanto isso, Anaíra e Armando (Gabriel Leone), o caçula, também se aproximam. E a volta de Dalberto reúne, sob o mesmo teto, três irmãos apaixonados pela mesma mulher.

Elenco:Daniel de Oliveira,Sophie Charlotte, Gabriel Leone



LAS ABOGADAS- Advogadas na linha de frente da crise dos imigrantes

Direção: Victoria Bruce

México/2022/Documentário/ 95 min. Classificação Indicativa: 12 anos. 

Sinopse: LAS ABOGADAS gira em torno de corajosas advogadas que enfrentam adversidades intransponíveis. A partir de 2018, Rebecca Eichler, Mulu Alemayehu, Charlene D'Cruz e Jodi Goodwin encontram suas ferramentas legais habituais sendo sistematicamente distorcidas, frustradas e retiradas de seu trabalho crítico pelas mudanças caóticas e anti-imigrantes do governo dos Estados Unidos.A narrativa de LAS ABOGADAS gira em torno dessas diversas mulheres e seus clientes, à medida que histórias de refugiados comoventes e comoventes se desenrolam.

O filme será exibido com entrada franca e integra a Mostra Espiritualidade e Consciência realizada pelo Cine Farol.


EM CARTAZ:


MEDUSA

Direção: Anita Rocha da Silveira

Brasil/2022/fantasia-terror/128min.

Sinopse: Há muitos e muitos anos, a bela Medusa foi severamente punida por Atena, a deusa virgem, por não ser mais pura. Hoje, a jovem Mariana pertence a um mundo em que deve se esforçar ao máximo para manter a aparência de uma mulher perfeita. Para não caírem em tentação, ela e suas amigas se esforçam ao máximo para controlar tudo e todas à sua volta. Porém, há de chegar o dia em que a vontade de gritar será mais forte.

Elenco: Mari Oliveira, Lara Tremouroux, Joana Medeiros, Felipe Frazão, Bruna G, Carol Romano, João Oliveira, Bruna Linzmeyer, Thiago Fragoso, Inez Viana.

MEDUSA foi exibido na Quinzena dos Realizadores do Festival de Cannes, e percorreu outros festivais do mundo todo, como Toronto, Indie Lisboa, Miami Film Festival, San Sebastian e foi um dos grandes vencedores do Festival do Rio, levando o prêmio de Melhor Filme e Melhor Direção.


HORÁRIOS DE 23 a 29 DE MARÇO DE 2023 (Não há sessões nas segundas-feiras):


15h: MEDUSA

17h15: O RIO DO DESEJO

19h: LAS ABOGADAS ( ENTRADA FRANCA)


Os ingressos podem ser adquiridos por R$ 12,00 na bilheteria do cinema . Idosos, estudantes, bancários sindicalizados, jornalistas sindicalizados, portadores de ID Jovem, trabalhadores associados em sindicatos filiados a CUT-RS e pessoas com deficiência pagam R$ 6,00.Aceitamos Banricompras, Visa, MasterCard e Elo.

CINEBANCÁRIOS :Rua General Câmara, 424 – Centro – Porto Alegre -Fone: 30309405/Email: cinebancarios@sindbancarios.org.br

quarta-feira, 22 de março de 2023

Cine Dica: Em Cartaz - ‘Belchior - Apenas Um Coração Selvagem’

Sinopse: Belchior - Apenas um Coração Selvagem é um autorretrato do cantor, mergulhando em sua selvageria nos poemas, como cantor e compositor.  

Determinado artista do universo da música é tão talentoso que os seus dons não são o suficiente para se manter em um único corpo. No caso do artista Belchior é um dessas histórias que se sobressaem se for compará-las a qualquer ficção, pois todo ser humano que se preze tem o dom de ir muito além do que é predestinado a ser. "Belchior - Apenas Um Coração Selvagem" (2022) é uma colagem de inúmeras fases desse talento, mas todos sendo com ele em foco e revelando o seu verdadeiro ser por dentro.

Dirigido por Camilo Cavalcanti e Natália Dias, o filme fala sobre Antônio Carlos Belchior Fontenelle Fernandes (1946 – 2017), mais conhecido como Belchior, que ganha um autorretrato que mergulha no coração selvagem do poeta, cantor e compositor cearense. Com suas canções geniais e suas ideias cortantes, ele marcou e ainda marca a vida de muita gente.

Belchior foi um de muitos artistas que nasceram, cresceram e se formaram como grandes talentos em meio ao sertão infinito. O documentário sintetiza o fato que o Nordeste é um lugar com ingredientes os suficientes para nascer dali grandes talentos, pois da dificuldade em meio a falta de recursos, há também a força de vontade daqueles que decidem seguir firmes com as suas virtudes e colocá-las elas em prática em meio as dificuldades extremas. Belchior foi um desses talentos que transitou entre a fé e o dom de criar poesia em meio as dificuldades em sua volta.

Se tornado compositor, começou a compor músicas que falavam de sua visão pessoal com relação ao seu mundo em volta, mas que ao mesmo tempo falava sobre a verdadeira realidade da cultura brasileira. O cantor surgiu justamente no momento do nascimento do movimento "Tropicália", do qual não se limitou somente na música, como também em outras formas de arte como cinema, teatro e poesia. Belchior, portanto, se casava com perfeição com aquele momento, principalmente em uma fase em que a música popular brasileira passava por uma metamorfose que, embora gradual, geraria grandes frutos e para serem registrados nos livros de história.

Por vezes, o artista foi alguém que alguns críticos não sabiam ao certo decifrá-lo, ao ponto de que eles o tachavam de forma negativa, pois não havia como expressar sobre ele de outra forma. O cantor, por sua vez, soube dançar conforme a música, ao ponto de jamais expressar de forma raivosa a forma como falavam sobre ele, mas sim de forma passiva e fazendo com que os seus detratores jogassem ainda mais lenha na fogueira. A mídia nunca foi delicada com ele, mas isso não impediu que ele continuasse em frente.

Vale destacar que o documentário tem muitas pausas e dando espaço as suas poesias, das quais as mesmas são representadas pelo ator Silvero Pereira, do filme "Bacurau" (2019) e cuja sua presença forte se torna um belo representante com relação as mensagens que o compositor passava em suas palavras. A obra não perde o seu tempo com relação as motivações que o levaram a desaparecer, sendo que somente anos mais tarde foi revelado que ele se encontrava em Porto Alegre. O documentário em si já nos deixa uma ideia de suas motivações pelo isolamento, pois o mundo sempre cobra pelo que o artista e o homem si é em vida, mas são suas ações em prol da arte que ecoam eternamente.

"Belchior - Apenas Um Coração Selvagem" é um documentário que fala sobre um talento que desejou ser esquecido pelo mundo, mas cuja suas obras já eram grandes o suficiente para ser sempre lembrado. 


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Cine Dica: Sessões Clube de Cinema 25 e 26/03/2023

Segue a programação do Clube de Cinema no próximo final de semana.

Morangos Silvestres


SESSÃO DE SÁBADO CLUBE DE CINEMA

Local: Sala Redenção, Campus Central da UFRGS

Data: 25/03/2022, sábado, às 10:15 da manhã


"M8 - Quando a Morte Socorre a Vida"

Brasil, 2020, 94 min, 14 anos

Direção: Jeferson De

Elenco: Juan Paiva, Mariana Nunes, Raphael Logam, Tatiana Tibúrcio, Giulia Gayoso, Henri Pagnoncelli

Sinopse: Maurício começa a estudar na renomada Universidade Federal de Medicina. Em sua primeira aula de anatomia, ele conhece M8, o cadáver que servirá de estudo para ele e os amigos. Durante o semestre, o mistério da identidade do corpo só pode ser desvendado depois que ele enfrentar suas próprias angústias.


* * * * * 

SESSÃO DE DOMINGO CLUBE DE CINEMA

Local: Sala Eduardo Hirtz, Cinemateca Paulo Amorim, Casa de Cultura Mario Quintana

Data: 26/03/2023, domingo, às 10:15 da manhã


"Morangos Silvestres" (Smultronstället)

Suécia, 1957, 92 min, 10 anos

Direção: Ingmar Bergman

Elenco: Victor Sjöstrom, Bibi Andersson, Ingrid Thulin, Gunnar Björnstrand, Max von Sydow

Sinopse: Isak Borg, respeitado professor de Medicina, é convidado por sua universidade de formação, na cidade sueca de Lund, para a cerimônia de comemoração pelos seus 50 anos de carreira. Isak viaja com a sua nora, Marianne, que passa por uma crise em seu casamento, e durante o percurso é obrigado a enfrentar o vazio de sua existência. Um delicado e poético filme sobre a mortalidade e o passado. 


Atenciosamente,

Carlos Eduardo Lersch

Diretor de Programação CCPA.

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terça-feira, 21 de março de 2023

Cine Dica: Em Cartaz - 'Quando Falta o Ar'

Sinopse: A luta diária de trabalhadoras do sistema público de saúde brasileiro em defesa da vida, em um país abandonado por seu presidente. 

 

Embora seja um crítico de cinema eu preciso de outros trabalhos para me sustentar, seguir em frente e obter recurso para continuar escrevendo a todo custo. Atualmente trabalho como Controlador de Acesso no trânsito desde novembro de 2019, sendo um trabalho que não me imaginava nele, mas me superei e me dei muito bem com ele. Porém, eu jamais me imaginava usar luvas e máscaras cirúrgicas durante esse processo, mas foi exatamente que aconteceu comigo e com muitas pessoas no decorrer do tempo.

A pandemia do Covid-19 nos colocou em um cenário que antes era somente visto nos filmes de ficção, mas cuja essa realidade veio e nos pegou com tamanha força que fico até mesmo surpreso por ainda estarmos aqui. Houve inúmeras perdas, das quais não podem ser esquecidas, mas também houve diversas vidas que foram salvas e muito se deve ao trabalho voluntário e principalmente vindo daqueles que trabalham pelo SUS, um sistema público de saúde eficaz e que jamais deve ser pensado em ser cancelado em nossas vidas. "Quando Falta o Ar" (2021) é um retrato sobre os primórdios da pandemia, mas nos revelando o quão árduo seria essa batalha.

Dirigido por Ana Petta e Helena Petta, ambas as cineastas decidiram que era necessário registrar a luta de mulheres na linha de frente do SUS, durante o combate à pandemia de Covid-19. Abordando a pandemia com foco nos diferentes tempos e dimensões envolvidas no cuidado em saúde, o longa revela a face humana da luta coletiva contra o vírus, trazendo a interseção da saúde com a religiosidade, a desigualdade social e o racismo estrutural presentes no país. O documentário apresenta registros de equipes atuantes em São Paulo (Hospital das Clínicas), Recife (UBS do Morro da Conceição), Pará (Hospital Municipal de Castanhal e equipe de saúde de Igarapé Miri) e Salvador (Complexo Penitenciário Lemos de Brito).

Com diversos planos-sequências, as cineastas seguem esses homens e mulheres corajosos, que vão para salvar e orientar uma população desorientada com relação ao que estava realmente acontecendo com o nosso país, pois ainda estávamos sendo governados por um governo que liderou a desinformação e não liberando medicamentos realmente eficazes contra a doença. É como se estivéssemos testemunhando uma força rebelde que quebra o sistema, pois ao fazer isso se preza em tentar salvar o maior número de vidas possível, pois a maioria já tem uma noção da enorme catástrofe que estará por vir. Portanto, não deixa de ser singelo quando vemos os mesmos em aconselhar as pessoas, com suspeita de ter contraído a doença, em permanecer em suas casas, mas de uma forma para que elas possam compreender gravidade que estávamos passando.

Cada pessoa apresentada em cena tem uma história para contar, desde um senhor de idade enfermo que possui diversos netos, como também os próprios deste serviço público que se encontram nesta batalha árdua e que deixam até mesmo a sua vida pessoal em segundo plano. Curiosamente, o documentário não se estende somente nas periferias ou nos hospitais, como também nos próprios presídios onde os prisioneiros podem estar sendo colocados como grupo secundário para serem salvos, mas que pedem por socorro e se abraçando a sua fé para continuarem vivos. Portanto, ao vermos um prisioneiro comemorando pelo fato de seu resultado ter dado negativo se torna um momento fortíssimo, pois o mesmo se vê com poucos recursos, mas tendo a sua fé intacta para se manter de pé e continuar respirando.

Neste último caso, infelizmente, testemunhamos os enfermos em seu leito, tendo dificuldade de respirar e nos provocando uma verdadeira aflição. Imediatamente as cenas me remeteram ao fato de que Manaus sofreu com a falta de oxigênio e tendo que escolherem com relação sobre quem viveria e quem morreria, pois o recurso não era para todos e não obtendo nenhuma ajuda daquele desgoverno. Não há como não se emocionar ao vermos uma enfermeira em pôr em prática todas as suas forças para reanimar uma pessoa que havia parado de respirar e tendo, ao menos, um pouco de satisfação quando viu que o seu esforço valeu a pena com todo o seu sacrifício.

Ao final, constatamos que esses heróis do mundo real ainda possuem a sua vida pessoal, mas da qual se torna apenas um local de repouso, pois o pedido de socorro pode chegar a qualquer momento. O documentário em si é uma representação de uma força contra o sistema, pois o próprio estava sendo viciado pela desinformação, fake news e por um homem que estava no poder que não estava nem aí pelas vidas humanas. Coube então a força dessas pessoas comuns que fizeram e ainda fazem a diferença.

"Quando Falta o Ar" é um documentário sobre o prelúdio com relação ao que viveríamos durante a pandemia, mas cujo esse cenário de horror foi combatido com força graças aos homens e mulheres do SUS. 


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segunda-feira, 20 de março de 2023

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre - 'A Porta ao Lado'

Nota: Filme exibido para os associados no dia 12/03/2023. 

Sinopse: Rafa e Mari são casados e vivem um matrimônio tradicional e estável. A união segue tranquila até o dia em que o casal Fred e Isis se muda para o apartamento ao lado. 

Mike Nichols foi um diretor a frente do seu tempo, pois graças a sua coragem ele levou para tela filmes que falassem sobre a realidade sobre relacionamentos e como eles em si não eram perfeitos. Um dos seus últimos trabalhos notórios, por exemplo, "Closer" (2004) retrata indivíduos se apaixonavam, traiam e não conseguindo compreender os seus próprios sentimentos. O filme brasileiro "A Porta ao Lado" (2021) segue por uma premissa parecida, onde relacionamento aberto pode ser colocado em prática para alguns, mas não significa que pode ser digerido facilmente para outros.

Dirigido por Julia Rezende, do filme "Depois a Louca Sou Eu" (2019), o filme conta a história de Rafa (Dan Ferreira) e Mari (Letícia Colin), que vivem um relacionamento tranquilo e estável, monogâmico, dentro dos moldes mais tradicionais. Juntos há mais de cinco anos, os dois se acostumaram com a rotina e a monotonia da vida de casados, sem muitas aventuras. Mas quando Fred (Túlia Starling) e Isis (Bárbara Paz), um casal que vive um relacionamento aberto, se muda para o apartamento ao lado, Mari acaba sendo levada a questionar seu casamento e considerar outras formas de se relacionar. O encontro entre os dois casais provoca desejos, dúvidas e inseguranças, transformando completamente a vida dos quatro.

Transitando entre o drama, erotismo e até mesmo algumas pitadas de suspense, Julia Rezende consegue equilibrar esses pontos em um único filme, principalmente pelo fato dela jamais tirar o foco dos seus respectivos protagonistas, principalmente quando os mesmos se colocam em questionamentos sobre alguns fatos sobre a vida. É notório, por exemplo, a predileção da diretora em focar sempre as expressões dos seus respectivos protagonistas, pois a complexidade dos seus questionamentos faz com que os mesmos ganhem traços através dos rostos deles como um todo. Em um determinado momento, por exemplo, Mari questiona para rafa se eles deveriam ter um filho e é aí que ela nos passa todo um lado de sentimentos conflitantes através do seu olhar e expressões faciais que entregam o seu desequilibro para a dúvida no ar.

É então que o filme se encaminha para o cenário dos relacionamentos abertos, onde os personagens se veem decididos a se entregarem aos seus desejos, mas tendo a consciência de suas futuras consequências. Neste último caso, isso é muito bem representado por Mari, do qual através de um flashback temos uma noção de que os desdobramentos de sua vida amorosa não eram exatamente como ela queria e fazendo se questionar se não deveria ter tomado um outro rumo da vida. O casal ao lado serve para transbordar essas sensações de frustração e desejo que ela sentia e fazendo ela abraçar esses momentos mesmo quando ela possa a vir questioná-los posteriormente.

Letícia Colin nos brinda com uma ótima atuação, cuja sua Mari transita entre a razão e o desejo ardente, mas dos quais terá que trabalhá-los antes que seja tarde. Já Bárbara Paz se encaixa perfeitamente em sua personagem Isis, já que a mesma possui um desejo de liberdade incontrolável e do qual não deseja desvencilhá-lo. E se por um lado Tulio Starling nos apresenta uma atuação contida, do outro, Danilo Ferreira nos surpreende com uma atuação cujo seu olhar fala mais do que meras palavras que o seu personagem poderia dizer e protagonizando os momentos em que nos dá entender que ele sabe mais do que a gente poderia imaginar.

O filme somente peca quando a trama não nos dá uma solução plausível para os seus respectivos personagens. Talvez a intenção seja proposital, já que o próprio mundo real de hoje dos relacionamentos já se encontra tão complexos que o filme é apenas uma camada da superfície que representa esse cenário. O final nos deixa no vácuo, mas porque talvez já estejamos nele há muito tempo com relação a esse assunto.

"A Porta ao Lado" é sobre os relacionamentos atuais que se encontram cada vez mais fora do convencional e cabe cada um decidir da melhor maneira como ser feliz nesta situação. 


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Cine Dica: Encontro dos Festivais Ibero-americanos de Cinema (23 de março a 05 de abril)

Noites Alienígenas

1º Encontro dos Festivais Ibero-americanos de Cinema terá oito painéis temáticos e mais de 40 exibições de filmes de diversos países. Evento da Fundacine em parceria com a Coordenação de Cinema e Audiovisual do município ainda contará com uma masterclass virtual e ambiente de negócios para profissionais do setor

A programação do 1º Encontro dos Festivais Ibero-americanos de Cinema (EFIC) está repleta de oportunidades de capacitação para produtores e realizadores do setor: serão oito painéis temáticos e uma masterclass virtual, para os inscritos; além da exibição de mais de 20 filmes em 47 sessões   , com entrada franca também para o público em geral. Promovido pela Fundação Cinema RS (Fundacine) em parceria com a Coordenação de Cinema e Audiovisual da Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre, o evento é totalmente gratuito e acontece entre os dias 23 e 27 de março, na Cinemateca Capitólio (rua Demétrio Ribeiro, 1085 - Centro Histórico), em Porto Alegre.

Nesta quarta-feira, dia 22 de março, às 18h, a Masterclass Virtual “Festivais de cinema pós-pandemia: mudanças, evolução e desafios”, ministrada pela produtora cinematográfica e curadora de festivais de cinema Hebe Tabachnik, dá início à maratona de atividades do EFIC.

A convidada irá abordar (em idioma espanhol) as formas possíveis de adaptação e sustentabilidade para diversidade e inclusão, além de traçar possibilidades de se nutrir os indivíduos e as comunidades e ampliar a experiência de ir a um festival de cinema, fazendo isto relevante, provocador, e ao mesmo tempo inspirador e divertido. As inscrições para esta atividade, em especial, devem ser feitas via google forms (link disponível na bio da página da Fundacine no Instagram, e também no site da instituição).

A abertura oficial do evento acontece às 18h de quinta-feira (23), com uma confraternização para convidados, seguida de apresentação às 18h40 do prestigiado músico Sérgio Rojas. Às 19h, ocorre o cerimonial de abertura na sala de cinema, onde, às 19h30m será exibido o filme Noites Alienígenas (Direção: Sérgio de Carvalho). Após a sessão haverá conversa com o diretor do filme, que foi vencedor do Festival de Gramado de 2022.

Ao longo dos cinco dias de evento - que tem como objetivo promover ações de formação, conexões criativas e negócios para o segmento - uma série de profissionais do setor audiovisual de países onde o idioma predominante é o português ou espanhol estarão participando das atividades. Durante este período, a capital gaúcha receberá curadores, programadores, diretores artísticos e gerentes dos principais festivais cinematográficos realizados no cenário ibero-americano.

Dentre as presenças confirmadas estão representantes de festivais como DocLisboa, Cine Ceará, Festival do Rio, Festival de Guadalajara, DocMontevideo, FRAPA, Festival de Cinema de Gramado, FAM, BAFICI, Olhar Festival Internacional de Cinema de Curitiba, Mostra Internacional de São Paulo, FicValdivia, Cine Esquema Novo, FECCI, Festival de Cinema da Fronteira, Tela Indígena, Fantaspoa, Janela Internacional de Cinema, Santa Maria Vídeo e Cinema, entre outros.  Na grade de atrações, a Mostra EFIC de Cinema – que se estende até o dia 5 de abril – levará para a tela grande da Cinemateca Capitólio títulos especiais que estiveram em importantes festivais de cinema para o público cinéfilo e população em geral. Para ter acesso aos filmes, é preciso retirar ingresso 1 hora antes do início de cada sessão.  

Aos inscritos, o evento ofertará, além da masterclass virtual, uma programação capacitiva que contará com debates sobre impulsionamento das políticas públicas para o setor audiovisual, incluindo oito painéis temáticos, seguidos de diálogo com representantes de festivais convidados, que estarão apresentando os eventos a partir das suas experiências, seja organização, programação, curadoria ou crítica. Desta forma, o encontro ainda irá oportunizar que os conteúdos produzidos localmente possam ser apresentados a realizadores de festivais nacionais e internacionais. As inscrições para os painéis também estão abertas (link disponível na bio da página da Fundacine no Instagram, e também no site da instituição).

A iniciativa conta com financiamento do Pró-Cultura/Sedac-RS e tem patrocínio da CEEE Grupo Equatorial Energia. Em breve, a programação completa será divulgada nos sites e redes sociais da Fundacine e da Cinemateca Capitólio.


I ENCONTRO DOS FESTIVAIS IBERO-AMERICANOS DE CINEMA

PROGRAMAÇÃO GERAL:


22/03 (Quarta-feira)

18h - MASTERCLASS VIRTUAL (ZOOM): “Festivais de cinema pós-pandemia: mudanças, evolução e desafios.”

Sinopse: A demanda por conteúdo, ferramentas criativas revolucionárias e formas híbridas de entregar as histórias se expandiram exponencialmente. É um momento de adaptação e sustentabilidade para diversidade e inclusão e, mais do que nunca, pensar criativamente em como alcançar o público, nutrir os indivíduos e as  e ampliar a experiência de ir a um festival de cinema, fazendo isto relevante, provocador, e ao mesmo tempo inspirador e divertido.

Ministrante: Hebe Tabachnick


23/03 (Quinta-feira)

18h – Confraternização de Abertura

18h40m - Apresentação musical de Sérgio Rojas

19h- Cerimonial de abertura na sala de cinema

19h30m – exibição do filme Noites Alienígenas* (91 min. 2023, Brasil).Direção: Sérgio de Carvalho.

Após a sessão haverá conversa com o diretor Sérgio de Carvalho*

* Filme vencedor do Festival de Gramado de 2022


24/03 (Sexta-Feira)

09h30m - Welcome coffee

10h– Painel 1 “Perspectivas do cinema documental”.

Sinopse: A ascensão do cinema documental em festivais e mostras internacionais.

Convidados: Miguel Ribeiro, (Doc Lisboa- Festival Internacional de Cinema), Luis

Eduardo Zaffaroni (DocMontevideo e DOCSP)

Mediação: Quetta Satt (Professora e pesquisadora FAMECOS- PUCRS)


Sessões na Sala de Cinema:

14h30m – exibição do filme Desterro (123 min., 2020, Brasil / Portugal / Argentina). Direção: Maria Clara Escobar

17h - Programa de Curtas 1 (54 min.).

 Construção (16 min.). Direção: Leonardo da Rosa.

Garotos ingleses (15 min.). Direção: Marcus Curvelo.

Um tempo para mim (21 min.). Direção: Paola Mallmann.

18h - Painel 2 – “Circuito Internacional de Festivais e o potencial das obras

ibero-americanas.”

Sinopse: A recepção do cinema ibero-americano no circuito internacional de festivais e mostras sob os olhares da curadoria e da produção.   

Mediação: Daniela Mazzilli (Coord. Cinema e Audiovisual) e Beto Rodrigues


(FUNDACINE)

Convidados: Wolney Oliveira (Cine Ceará), Marilha Naccari (FAM), Renata Almeida (Mostra Internacional de Cinema de SP), Vilma Lustosa (Festival Internacional do Rio), Antonio Gonçalves Junior (Olhar de Cinema), Pavel Cortés (Festival Internacional de Cinema de Guadalajara), 19h40m – exibição do filme Marte Um (115 min, 2022. Brasil). Direção: Gabriel Martins.

Sessão apresentada pelo diretor Gabriel Martins.*


25/03 (Sábado)

09h30m - Welcome Coffee

10h - Painel 3: “Políticas públicas de fomento e a presença dos filmes

brasileiros em festivais internacionais.”

Neste painel as instituições convidadas irão apresentar e debater as novas políticas audiovisuais que serão implementadas na retomada do apoio à realização de festivais, à distribuição dos filmes brasileiros, bem como o apoio à participação de obras brasileiras selecionadas em festivais internacionais. Além disso, serão abordados em específico os editais que serão lançados pela Lei Paulo Gustavo e Aldir Blanc II.

Convidados: Daniel Tonacci (ANCINE), Adriane Freitag (Cinema do Brasil), Sofia Ferreira (IECINE), Mediação: Beto Rodrigues (FUNDACINE)

14h30m - Painel 4: O papel dos festivais no lançamento de filmes e sua

inserção mercado brasileiro

Sinopse: As possibilidades de distribuição para um longa-metragem brasileiro apartir das experiências em festivais de cinema. 

Convidados: Gabriel Martins (Marte Um), Marcos Santuário (Festival de Cinema de Gramado)

Mediação: Antonio Gonçalves Junior (Olhar de Cinema)

16h - Programa de curtas 2: Gabriel Martins (60 min.). Nada (27 min.), No final do mundo (5 min.) e Terremoto (26 min.).

Sessão apresentada pelo diretor Gabriel Martins*

17h30m - Painel 5 – “O processo curatorial e sua influência na programação de

Mostras e Festivais.”

Sinopse: Os festivais de cinema possuem uma certa marca representada por sua linha curatorial que mesmo com a mudança dos profissionais da curadoria, ano a ano, costumam manter determinadas características que expressam suas identidades. Esse painel discutirá como a organização de cada festival pensa sua curadoria a cada nova edição dos eventos, o papel da pesquisa e qual sua influência na hora de organizar a programação.

Convidados: Lorenna Rocha (Indeterminações e Janela Internacional de Cinema do

Recife), Wolney Oliveira (Cine Ceará), Renata Tupinambá (FeCCI - Festival de

Cinema e Cultura Indígena)

Mediação: a confirmar

19h – exibição do filme Alcarrás (120 min., 2023, Espanha / Itália). Direção: Carla Simón.


26/03 (Domingo)

15h - Painel 6 Sala Multimídia: O trabalho dos profissionais da crítica nos festivais e mostras de cinema. 

Sinopse: O espaço encontrado pela crítica nos eventos de cinema e qual seu papel o fomento da cinefilia. Convidados: David Manuel Obarrio (BAFICI), Victor Guimarães

(FICValdivia/Semana de Berlim),Ivonete Pinto (Revista Teorema)

Mediação: Daniel Rodrigues (ACCIRS)


Sessões de cinema:

15h – Eami (85 min., 2022, Paraguai / Estados Unidos / Alemanha / Argentina /

França / México). Direção: Paz Encina.

16h45m - Fogo-Fátuo (67 min., 2023, Portugal / França). Direção: João Pedro

Rodrigues.

18h - O Grande Movimento (85 min. 2021, Bolívia / França / Qatar / Suíça).

Direção: Kiro Russo.

19h30m - O Acidente (95 min., 2022, Brasil). Direção: Bruno Carboni.

Após a sessão haverá conversa com o diretor Bruno Carboni.*


27/03 (Segunda-Feira)

09h30min - Welcome Coffee

10h – Painel 7 - Festivais Gaúchos e o intercâmbio entre distintas cinematografias

Sinopse: O que é levado em consideração para construir um evento de cinema sediado no Rio Grande do Sul e qual é a colaboração de um festival para a cinematografia do Estado.

Convidados: João Pedro Fleck (Fantaspoa), Leo Garcia (FRAPA), Kaya Rodrigues

(Festival Cinema Negro em Ação), Ana Letícia Meira Schweig (Tela Indígena),

Jaqueline Beltrame (Cine Esquema Novo).

Mediação: Richard Tavares (Realizador audiovisual).

14h30m- Painel 8 – “Para além das capitais: As trajetórias do cinema independente.”

Sinopse: A história e a tradição de festivais de cinema e mostras relevantes descentralizadas, fora das capitais ibero-americanas e grandes centros já consolidados. A importância destes eventos na relação com as fronteiras, e a movimentação da economia criativa local.

Convidados: Zeca Brito (Festival Internacional de Cinema da Fronteira), Luiz Alberto Cassol (Festival Santa Maria Vídeo e Cinema), Diego Tafarel (Festival Santa Cruz de Cinema). Le Daros (Cine Serra). 

Mediador: Angélica Seguí

14h às 17h30m - *Encontro entre produtores gaúchos e representantes de festivais*


 Sessões no cinema:

17h - Breve História do Planeta Verde (75 min., 2019, Brasil / Argentina). Direção: Santiago Loza.

18h30m - Amazônia, a nova minamata (70 min., 2022, Brasil). Direção: Jorge Bodanzky.

20h - A Rainha diaba (106 min., 1973. Brasil). Direção: Antonio Carlos da Fontoura. 

Apresentação em vídeo do diretor Antonio Carlos da Fontoura.*


Terça - 28/03 – sessões no cinema

15h - Programa de curtas 1 (reprise) 54 minutos.

16h30m - Eami, 85 minutos. (reprise)

18h30m- Programa de Curtas (3, 66 minutos)

Chão de fábrica, 24 minutos. Direção: Nina Kopko

Inabitável, 25 minutos. Direção: Matheus Farias e Enock Carvalho.

Sideral, 15 minutos. Direção: Carlos Segundo

19h30m - Além de nós (104 minutos, 2022, Brasil). Direção: Rogério Rodrigues.

Após a sessão haverá uma conversa com o diretor Rogério Rodrigues.*


Quarta  -  29/03 – sessões no cinema

15h - Fogo-fátuo (reprise), 67 minutos

16h30m - Programa de curtas 3 (reprise), 66 minutos

17h30m - O Grande Movimento (reprise) 85 minutos

19h - Mato Seco em Chamas (153 minutos. 2023. Brasil / Portugal).

Direção: Joana Pimenta e Adirley Queirós.


Quinta 30/03 – sessões no cinema

15h - Vazio (92 minutos, 2021, Equador / Uruguai.) Direção: Paul Venegas

17h - Desterro, 123 minutos. (reprise)

19h30m Casa vazia (85 minutos, 2022. Brasil). Direção: Giovani Borba.

Após a sessão haverá uma conversa com o diretor Giovani Borba.*


Sexta - 31/03 – sessões no cinema

15h - Eu, empresa, 82 minutos, 2021.Brasil. Direção: Leon Sampaio e Marcus


Curvelo.

16h30m - Mato Seco em Chamas,153 minutos. (reprise)

19h30m - Inseparáveis (81 minutos, 2021. Argentina). Direção: María Alvarez.

Após a sessão haverá uma conversa com a diretora María Alvarez.*


Sábado - 01/03 – sessões no cinema

15h - Sessão Vagalume: Perlimps, 80 minutos, 2023. Brasil. Direção: Alê Abreu.

17h - Breve História do Planeta Verde, 75 minutos. (reprise)

19h30m - As Cinéfilas, 75 minutos, 2017. Argentina. Direção: María Alvarez.

Após a sessão haverá conversa com a diretora María Alvarez.*


Domingo - 02/ 03 – sessões no cinema

15h - Sessão Vagalume: Perlimps, 80 minutos. (reprise)

17h - Titane (108 minutos, 2021. França / Bélgica) .Direção: Julia Ducournau.

19h30m - O Tempo Perdido, 85 minutos, 2020. Argentina. Direção: María Alvarez.

Sessão apresentada pela diretora María Alvarez.*


Terça - 04/03 – sessões no cinema

15h - O tempo perdido (reprise), 85 minutos

17h - As cinéfilas (reprise), 75 minutos

19h - Regra 34 (100 minutos, 2022, Brasil). Direção: Júlia Murat.


Quarta  - 05/03 – sessões no cinema

15h - Eu, Empresa (reprise), 82 minutos

17h - Inseparáveis (reprise), 81 minutos

19h30m - Campo Grande é o céu (71 minutos, 2022, Brasil). Direção: Bruna Giuliatti, Jhonatan Gomes e Sérgio Guidoux.  

Após a sessão haverá uma conversa com os diretores.*

sexta-feira, 17 de março de 2023

Cine Especial: 'King Kong - 90 Anos Depois'

É preciso estar fora desse planeta para nunca ter ouvido falar sobre King Kong, o famoso gorila gigante que se apaixonou por uma indefesa jovem e que escalou em direção ao topo do Empire State Building com ela em sua mão. A criatura gigante se tornou um verdadeiro símbolo da sétima arte, obtendo inúmeros fãs ao redor do globo e se tornando desde então um sucesso absoluto. Mesmo nos dias de hoje ele ainda é homenageado e lembrado em diversos filmes, séries, programas de tv e até mesmo vídeo games, tudo isso teve o seu início há exatos noventa anos atrás, ou mais precisamente 02 de março de 1933, sendo considerado por muitos estudiosos como o primeiro grande cinema espetáculo do início do cinema falado e desde então essa arte nunca mais foi a mesma.

Dirigido por Merian C. Cooper e Ernest B. Schoedsack, a trama segue o famoso diretor de cinema Carl Denham (Robert Armstrong) que após encontrar um mapa para a desconhecida Ilha da Caveira, segue viagem para ela junto de sua equipe de filmagens. Chegando lá eles se deparam com uma tribo indígena que acaba sequestrando a jovem atriz e estrela do filme de Denham, Ann Darrow (Fay Wray) para ser oferecida como oferenda ao gorila gigante que habita a ilha e, então, a equipe é obrigada a adentrar a floresta para resgatarem ela.

Ao chegarem na floresta adentro para socorrer atriz eles descobrem que o grande gorila não é o único ser vivo de grandes proporções que vive no local. Há também vários seres pré-históricos que se encontram vivos por lá e fazendo da vida desse grupo um verdadeiro inferno, pois aos poucos são caçados e a maioria sendo mortos. Todos esses seres incríveis foram criados pela técnica de animação Stop-Motion e que, embora até a pouco tempo era considerada antiquada, atualmente está sendo bem reutilizada em obras como no caso de "Pinóquio" (2022) de Guilherme Del Toro. Para a época, esse recurso criado por Charles R. Knight foi uma verdadeira revolução em todos os aspectos, sendo que o Kong em si impressiona até nos dias de hoje e fazendo a gente se perguntar como os realizadores tiveram tanta paciência em fazer diversas cenas quadro a quadro.

Inicialmente estava sendo pensado em utilizar atores fantasiados para criar os enormes monstros, mas agora se percebe o quanto estavam certos em utilizar bonecos para dar vida e obtendo assim maior realismo. Todos os bonecos e maquetes confeccionadas são fascinantes, dando um verdadeiro espetáculo a combinação de ambos, principalmente nas cenas de luta entre Kong e Tiranossauro. Essa cena, aliás, é uma das mais empolgantes, pois ela é divertida, empolgante e terminando de uma forma surreal e surpreendente.

A obra consegue sintetizar a visão do ser humano com relação ao gorila gigante, mesmo quando nós do lado de cá da tela não enxerga da mesma forma hoje em dia. Para os personagens na trama, ele não passa de um ser monstruoso e que somente procura destruir o que encontra pela frente. Porém, se formos analisar mais a fundo, se percebe que as suas ações estão todas voltadas para a personagem Ann Darrow e fazendo com que isso sele o destino do gorila gigante.

No decorrer do filme vemos sempre Kong tentar manter a protagonista a salvo, tanto que ele a protege quando ela grita ao ver o Tiranossauro-Rex se aproximando. Mesmo sendo de forma subliminar o espectador atento irá perceber isso de imediato e fazendo com que a gente se simpatize com a criatura mesmo quando ele toca o terror, tanto na Ilha da Caveira como na cidade de Nova York. Neste último caso, o ato final reserva um dos momentos mais espetaculares da história do cinema.

Quando me perguntam qual é a melhor cena do filme eu digo de forma imediata que é aquela em que King Kong sobe até o topo do Empire State Building e luta com os aviões e fazendo da sequência a mais famosa "Via-Sacra" do cinema. Até hoje muitos se perguntam de que forma foi criada essa cena, pois ela impressiona pela sua escala, ousadia e culminando na morte trágica do protagonista e que fez muitos cinéfilos da época chorarem sem pestanejar. O próprio Merian C. Cooper não esperava essa reação do público e fazendo do resultado algo ainda mais precioso.

Mas embora o gorila gigante seja a verdadeira estrela o elenco humano não fica muito atrás, pois cada um ali tem o seu papel relevante dentro da trama. Tanto Fay Wray como Robert Armstrong e Bruce Cabot estão ótimos em seus respectivos papeis, sendo que a primeira possui um dos gritos mais famosos da história do cinema. Fay Wray interpreta a aspirante a atriz, Ann Darrow que é capturada por Kong e nos brindar com uma atuação digna de nota, pois ela consegue nos passar todo o horror que a sua personagem está sentindo nas mãos do gorila.

Robert Armstrong interpreta o famoso diretor de cinema, Carl Denham, sendo que o personagem é uma alusão ao próprio cineasta Merian C. Cooper, sendo alguém aventureiro e que busca as mais diversas aventuras pelo globo para obter as melhores imagens para os seus documentários. Já Bruce Cabot que interpreta o marinheiro Jack Driscoll, de início pensamos que seu personagem seja um pouco sociável, mas ao passar do filme vemos que na verdade ele é muito corajoso e que usara de todas as formas para resgatar a Ann.

Vale também destacar a trilha sonora realizada pelo compositor Max Steiner para o filme, sendo ela uma das primeiras trilhas da história criadas especialmente para um longa-metragem.  Ela consegue nos transmitir todos os significados das cenas, sendo que as notas se casam de tal forma em determinados momentos que ficamos impressionados em todos os sentidos. Belo exemplo é a cena da primeira aparição de Kong, sendo a trilha faz com que ela se torne dramática e cheia de suspense.

Por fim, "King Kong" é com toda certeza um verdadeiro marco do cinema, sendo um filme revolucionário para época e sobrevivendo com bravura ao teste do tempo ao longo destes noventa anos.   


NOTA:  A Cinemateca Capitólio celebra o aniversário de 90 anos de King Kong, obra-prima de Merian C. Cooper e Ernest B. Schoedsack lançada em março de 1933, com uma sessão especial no sábado, 18/03, às 18h, comentada pelo pesquisador Marcelo Severo.


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