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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

Cine Dica: Programação da Cinemateca Paulo Amorim (16/02/23)

Devido ao feriado de Carnaval, não teremos sessões de cinema nos dias 18, 19, 20 e 21 (de sábado a terça-feira). 

Marte Um 

Corsage

Sala Norberto Lubisco, às 15h

Sinopse: O filme é inspirado na vida de Elizabeth da Baviera (1837 – 1898), esposa do imperador da Áustria e que ficou mais conhecida como Sissi, a Imperatriz. Inteligente e perspicaz, Sissi era considerada um ícone de beleza – e lutava para se manter jovem e magra. Quando completou 40 anos, resolveu lutar contra as convenções sociais e contra a imagem hiperbolizada de si mesma. A produção foi indicada pela Áustria para concorrer ao Oscar de filme internacional.


HOLY SPIDER

Na Sala Eduardo Hirtz, às 16h45min

Sinopse: Uma jornalista investiga o submundo da cidade sagrada iraniana Mashad, em busca de um serial killer de prostitutas. Conhecido como Spider Killer, o assassino é um fanático religioso que acredita estar em uma missão espiritual de limpar as ruas da corrupção e imoralidade. Baseado em uma sequência de crimes que aterrorizou o Irã no início dos anos 2000 e que resultou na morte de 16 mulheres, o longa-metragem conquistou o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes 2022 para Zar Amir Ebrahimi. Também foi o indicado pela Dinamarca na disputa pelo Oscar de filme internacional.


As Histórias de meu Pai

Na Sala Eduardo Hirtz, às 14h45min

Sinopse: Émile, de 11 anos, adora ouvir as histórias do pai. Homem múltiplo, André consegue ser campeão de judô, paraquedista, jogador de futebol, espião e até conselheiro do presidente francês Charles de Gaulle. Quando André acha que foi traído pelo presidente, pede ajuda ao garoto para matá-lo – ao mesmo tempo em que torna suas façanhas cada vez mais perigosas. O filme é uma adaptação do romance “Profession du Père”, do escritor Sorj Chalandon.


Garoto dos Céus

Na Sala Norberto Lubisco, às 19h15min

Sinopse: Adam é filho de um pescador de uma pequena província que consegue uma bolsa de estudos para a conceituada Universidade Al-Azhar, no Cairo. A morte do Grande Imã, principal líder religioso do lugar, transforma completamente a vida.


Aftersun

Na Sala Eduardo Hirtz, às 19h

Sinopse: Quando tinha 11 anos, Sophie passou alguns dias de férias com o pai, numa praia ensolarada e cheia de descobertas. Vinte anos depois, ela encontra um vídeo daquele verão e tenta se reconciliar com suas lembranças e com aquele homem que até hoje não conhece plenamente.


Marte Um

Na Sala Norberto Lubisco, às 17h

Sinopse: Os Martins, uma família negra de classe média baixa, vivem na periferia de uma grande cidade brasileira – e, apesar da situação do país, tentam equilibrar suas expectativas e dificuldades. A mãe, Tércia, acha que está amaldiçoada depois de levar um susto, enquanto a filha mais velha planeja ir morar com a namorada. O pai, Wellington, que trabalha como porteiro, sonha com o dia em que o filho mais novo será um jogador de futebol, mas Deivinho sonha mesmo em viajar para Marte. O longa é o indicado pelo Brasil para concorrer a uma vaga na disputa pelo Oscar de melhor filme internacional.



Conheça a Cinemateca Paulo Amorim:  https://cinematecapauloamorim.wordpress.com/

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

Cine Dica: Em Cartaz - 'Triângulo da Tristeza'

 Sinopse: Um cruzeiro para os super-ricos afunda, deixando os sobreviventes, incluindo um casal de celebridades, presos em uma ilha. 

Ruben Östlund tem uma predileção em colocar os seus personagens em situações que os tirem em seus cenários habituais e fazendo com que os mesmos enfrentem situações que eles não possam controlar. Se em "Força Maior" (2015) vemos um pai de família cometer um ato falho durante uma avalanche, por outro lado, "The Square - A Arte da Discórdia" (2018) vemos a elite incapaz de administrar emocionalmente um evento artístico de proporções imprevisíveis. Em seu mais novo filme, "Triângulo da Tristeza" (2022), vemos uma situação parecida, mas em proporções ainda mais elevadas e colocando a elite em situações que os deixam em total impotência.

A história começa acompanhando os jovens modelos Carl (Harris Dickinson) e Yaya (Charlbi Dean), que estão navegando pelo mundo fashionista enquanto tentam se tornar influencers. Eles ganham passagens para viajar num cruzeiro de luxo, sendo os únicos passageiros classe média num grupo de milionários, liderado por um alcóolatra capitão comunista do barco (Woody Harrelson). Porém, uma noite de tormenta e ataques de piratas fazem o navio naufragar, deixando os sobreviventes presos numa ilha deserta.

Ruben Östlund não tem pressa em nos levar ao cenário principal que irá desencadear situações fora do comum e, portanto, ele decide apresentar de forma gradual o casal principal e dos quais são uma representação da classe média atual que tenta de todo custo ser reconhecidos pelos seus trabalhos nas redes sociais. Por conta disso há uma discussão sobre o papel do homem e da mulher atual, dos quais os mesmos buscam igualdade na união, mas que logo são jogados em cenário de atrito e incerteza com relação a união. Não há como não rir dos diálogos entre os dois, principalmente vindos do personagem de Harris Dickinson que se vê confuso, não somente com relação ao seu relacionamento, como também com relação ao universo da moda em que está convivendo.

Uma vez apresentado os dois protagonistas conhecemos no barco os demais personagens que irão elevar o filme em outro patamar. Conhecemos personagens da elite que sempre se entregam ao luxo, mas nunca tendo uma noção de uma realidade que possui muito mais além do que isso. Portanto, em determinado momento por exemplo, há uma curiosidade de um desses da elite em querer saber como a tripulação se diverti, como se realmente acreditassem que realmente teriam achado a felicidade e acreditando que estão dando uma esmola ou dando uma passagem temporária para suas realidades. Isso é apenas um aperitivo do que virá em seguida e fazendo a gente ser pego de forma desprevenida.

É então que surge do nada Woody Harrelson como capitão deste barco cheio de figuras peculiares e nos brindando com uma de suas melhores atuações da carreira. Mas isso somente acontece graças ao personagem que ele contracena, interpretado pelo ator Zlatko Buric e ambos nos brindando com diálogos fantásticos e que nos faz rir a todo momento. Ao mesmo tempo em que a conversa de ambos se eleva em novos patamares o barco onde se encontra a elite poderosa começa a sentir a realidade batendo a sua porta.

É preciso deixar claro que esse momento não é para os estômagos fracos, principalmente para aqueles que comeram algo. Ruben Östlund  surpreende ao nos passar a sensação de que realmente o barco está enfrentando uma grande tempestade lá fora e fazendo com que os passageiros e a tripulação sintam os efeitos de forma imediata. Uma vez sentindo os efeitos não será todo o poder do mundo que irá impedir que eles deixem de serem seres humanos e colocando para fora tudo o que haviam degustado naquele momento.

Ao mesmo tempo, o personagem de Woody Harrelson e seu companheiro começam a soltar frases de Karl Marx, Martin Luther King e outras diversas figuras históricas que lutaram pela igualdade e socialismo e provocando a elite que se encontra no local que sempre defendeu com unhas e dentes o sistema do capitalismo. Sinceramente eu comecei a rir da situação, já que é um humor ácido, sedutor e ao mesmo tempo obrigatório para ser ouvido por todos em tempos atuais em que a divisão de classes se encontra ainda mais acentuado.

Após esse show de máscaras caindo o cenário muda e vemos alguns personagens que restaram estarem presos em uma ilha deserta. Uma vez que os recursos se encontram escassos a divisão de classes já não mais existe e a mão trabalhadora se torna a potência motriz daquele grupo incapaz de acender uma fogueira. Neste último caso, por exemplo, se destaca a camareira que agora se torna a líder do grupo, pois sempre soube se virar em situações corriqueiras, mas que são completamente desconhecidas pela elite. Atriz Dolly de Leon surpreende em cena, ao colocar os demais personagens em sua mão e fazendo com que os mesmos se darem conta que eles sempre foram dependentes dela, mas que nunca haviam se dado conta.

No final das contas, Ruben Östlund fez um filme que dá continuidade ao debate que já havia sido discutido em filmes como no caso de "Parasita" (2019). Porém, diferente do longa de Bong Joon-ho, aqui a trama termina em aberto, pois o próprio assunto segue ainda firme no nosso mundo atual e sem data para término. A meu ver, somente com uma nova pandemia ou tragédias naturais é que fará com que as elites se darem conta que somos todos iguais diante de um obstáculo e que não se pode controlá-lo por mais que tenha recursos neste mundo.

"Triângulo da Tristeza" nos faz rir e refletir sobre os tempos atuais em que vivemos, onde há uma divisão cada vez maior entre as pessoas, quando na verdade são todas iguais perante situações que não se pode dominar com todas as forças. 


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Cine Dica: SEGUNDA SEMANA DA MOSTRA A VINGANÇA DOS FILMES B

Halloween – A Noite do Terror

A mostra A Vingança dos Filmes B segue em exibição na Cinemateca Capitólio até o dia 26 de fevereiro. Nos dias 16 e 17 de fevereiro, as últimas sessões de Mogambo, de John Ford, e Os Assassinos, de Robert Siodmak, na mostra Ava Gardner 100 anos.

Programação completa: http://www.capitolio.org.br/programacao/


GRADE DE HORÁRIOS

16 a 26 de fevereiro de 2023


16 de fevereiro (quinta)

15h – Mogambo

17h – Sessão Old Dark House I: A Mansão Macabra (Burnt Offerings / EUA / 1976 / 116′). Dir: Dan Curtis.

19h30 – Sessão Old Dark House II: A Casa da Noite Eterna ( The Legend of Hell House / UK / 1974 / 95′). Dir: John Hough. (Sessão Especial de 50 anos).


17 de fevereiro (sexta)

15h – Os Assassinos

17h – Sessão Malditos Clássicos: O Carro, a Máquina do Diabo (The Car / EUA / 1977 / 96’). Dir: Elliot Silverstein.

19h30 – Código Carpenter: Christine, O Carro Assassino (Christine / EUA / 1983 / 110’). Dir: John Carpenter.


18 a 21 de fevereiro

RECESSO DE CARNAVAL


22 de fevereiro (quarta)

15h – Sessão Malditos Clássicos: Farsa Trágica  (The Comedy of Terrors / EUA / 1963 / 84’). Dir: Jacques Tourneur.

17h – Southern Gothic Session I: A Inocente Face do Horror (The Other / EUA / 1972 / 108’). Dir: Robert Mulligan.

19h30 – Southern Gothic Session II: O Reflexo do Mal (The Reflecting Skin / UK / CAN / 1990 / 96’). Dir: Philip Ridley.


23 de fevereiro (quinta)

15h – Sessão Malditos Clássicos: A Noite do Demônio (Night of the Demon / UK / EUA / 1958 / 95’). Dir: Jacques Tourneur.

17h – Hail Satan? (EUA / 2019 / 95′). Dir: Penny Lane.  (Entrada franca)

19h30 – Sessão Transluciferação II: Demônios (BR / 2003 / 25’) + O Fim da Picada (BR / 2005 / 80’). Dir: Christian Saghaard. (Entrada franca)


24 de fevereiro (sexta)

15h – Código Carpenter: O Monstro do Ártico (The Thing From Another World / EUA /1951 / 87’). Dir: Christian Nyby e Howard Hawks.

17h – Troma Connection: Blood Hook (Idem / EUA / 1986 / 92′). Dir: Jim Mallon (Entrada franca)

19h30 – Código Carpenter: Halloween – A Noite do Terror (Halloween / EUA / 1978 / 91′). Dir: John Carpenter.


25 de fevereiro (sábado)

15h –  Sessão Shoot or Die 3: Na Rua Depois das 3 (BR / 2022 / 9’). Dir: Daniel Rodrigues + O Dia da Expiação (BR / 2022 / 60’). Dir: Cláudio Guidugli.  (Entrada franca)

17h –  Maldita Matinê: O Terror da Serra Elétrica (Mil Gritos Tiene La Noche / ESP / 1982 / 85’). Dir: Juan Piquer Simón.

19h – Troma Connection: Eating Miss Campbell (UK / 2022 /84’). Dir: Liam Regan.  (Entrada franca)

21h –  Código Carpenter: O Enigma do Outro Mundo (The Thing / EUA / 1982 / 109’). Dir: John Carpenter.


26 de fevereiro (domingo)

15h – Sessão A Vingança do FECEA: Mileage + Retrato + A Hallowed Eve + Same Night Different Blue + On The Shepherd’s Warning + Good Night Mr. Ted. (Total: 75′).

17h –  Sessão Shoot or Die 4: A Vingança de Jairo (La Venganza de Jairo / COL / 2019 / 82′).  (Entrada franca)

19h – Sessão de Encerramento: O Cemitério das Almas Perdidas (BR / 2020 / 90’). Dir: Rodrigo Aragão.   (Entrada franca)

terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre - 'Garoto dos Céus'

 Nota: Filme exibido para os associados no último Sábado (11/02/23).   

Sinopse. Em Garoto dos Céus Adam, um humilde filho de um pescador, ingressa na prestigiosa Universidade Al-Azhar, no Cairo: o epicentro do poder do Islã sunita. No primeiro dia de aula, o Grande Imã que dirige a instituição morre repentinamente.  

"O Nome da Rosa", escrito pelo romancista Umberto Eco, foi um dos grandes sucessos do universo literário ao ser lançado em 1980 e obtendo uma ótima adaptação cinematográfica em 1986. A trama em si era uma grande teia de investigações envolvendo a religião católica e desencadeando um jogo político onde tudo e a todos tem objetivos obscuros. "Garoto dos Céus" (2022) possui uma temática parecida, mas localizada nas entranhas da religião Islâmica e tendo as mais diversas reviravoltas.

Dirigido por Tarik Saleh, o filme conta a história de Adam, um humilde filho de um pescador, que ingressa na prestigiosa Universidade Al-Azhar, no Cairo: o epicentro do poder do Islã sunita. No primeiro dia de aula, o Grande Imã que dirige a instituição morre repentinamente. Sem saber, Adam se encontra no centro de uma implacável luta pelo poder entre as elites religiosas e políticas do país. Ao longo dos dias turbulentos na prestigiosa universidade, Adam terá que deixar para trás sua ingenuidade se quiser continuar naquele lugar.

Por mais que as informações atuais cheguem para nós em um piscar de olhos graças a internet, a população em geral, principalmente a ocidental, não tem o menor conhecimento com relação a religião Islã. Devido aos últimos acontecimentos do início do século vinte um, principalmente ao "fatídico 11 de Setembro", o Islã se tornou para a visão do ocidente como um grupo de fanáticos religiosos e terroristas, mas nunca parando para pensar que estas questões não se limitam unicamente a eles. Se no passado a Igreja Católica cometeu atos terríveis durante as cruzadas, por outro lado, atualmente nós brasileiros convivemos com um país laico, mas cuja uma religião nova ou outra tenta dominar o estado, principalmente quando se infiltra nos principais poderes para assim ter a chance de obter o tão sonhado “País Patriarcado”.

No caso do filme, o realizador Tarik Saleh procura retratar essas pessoas que põem em prática essa religião da maneira mais verossímil possível e fazendo com que o ocidente possa compara-la as demais religiões que estamos mais do que acostumados pelo mundo. Curiosamente, a morte repentina do Grande Imã faz com que caia uma cortina e da qual a mesma escondia um jogo político interno, não somente daqueles que trabalham dentro da Universidade Al-Azhar, como também da política dominante que deseja escolher o seu próprio Imã a todo custo. Neste vespeiro de jogo político x religião se encontra então Adam, do qual se torna uma representação do nosso olhar com relação àquela realidade até então desconhecida para muitos, mas da qual encontramos familiaridade com outros diversos acontecimentos que já presenciamos ao longo do tempo.

O filme possui pontos em comum com o suspense, já que o protagonista sempre está à beira de cair no precipício no momento que se torna uma peça central da trama e se tornando ao mesmo tempo os dois lados da mesma moeda. Por conta disso, o filme me fez lembrar de ótimas séries como, por exemplo, "Homeland", da qual a mesma retratava o Islã como ferramenta principal para o nascimento do terrorismo, mas não escondendo o fato que o próprio ocidente possui o dedo podre e se tornando o catalizador para isso. Por conta disso, a obra me fez pensar que ela poderia ter se saído melhor como uma série de tv, já que há diversas informações que são jogadas a todo momento para nós e que nem todas acabam sendo digeridas facilmente.

Em tempos em que uma extrema direita deseja obter as principais lideranças do mundo, o filme chega em um momento para nos dizer que esse jogo político x religião acontece o tempo todo, seja ele no ocidente ou em países como o Egito que até hoje mantem as velhas tradições. Ao final, uma vez que o jovem protagonista conhece esse sistema por detrás das cortinas o mesmo se dá conta que o mundo é muito mais complexo do que se imagina e cuja a palavra do Deus único não será o suficiente para mantê-lo vivo em meio as ambições pelo poder que acontecem o tempo todo. "Garoto dos Céus" é sobre a inocência que desaparece quando a mesma testemunha os jogos pelo poder e cujos os cenários políticos e religiosos se encontram somente separados em uma linha imaginaria e da qual é facilmente descartada. 


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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

Cine Especial: Cine Debate – ‘O Homem do Jazz’

Sinopse: Bayou é um homem humilde que se apaixona por Leanne, uma moça de família rica. O casal tenta viver seu amor, mas os pais da moça são contrários ao romance e ameaçam o jovem. Os anos passam, mas nenhum dos dois consegue esquecer o que sentem.

Ao longo do tempo sempre nos deparamos com histórias românticas, mas cuja a maioria delas são proibidas e terminam de maneira trágica. Talvez não seja a primeira, mas "Romeu e Julieta", obra máxima de William Shakespeare", é a mais conhecida. Já produções que falam sobre o racismo desenfreado norte americano também existem em diversos exemplos atualmente, principalmente em tempos em que a diversidade é a palavra de ordem enquanto o racismo, merecidamente, é algo que soa como um verdadeiro crime. Pois bem, da união desses dois temas é que temos "O Homem do Jazz" (2022), filme lançado no ano passado pela Netflix.

O longa-metragem, dirigido pelo ator Tyler Perry, sendo quase sempre visto em comédias, acompanha o romance proibido entre Bayou e Leanne (vividos pelos novatos Joshua Boone e Solea Pfeiffer), que são separados pela mãe dela em nome de um casamento arranjado com um branco rico. Mas ele nunca consegue esquecê-la e a trama abrange 40 anos de segredos e mentiras. A trama, da qual se passa durante os anos quarenta, carrega um drama que comove e com um conteúdo pesado que rodeia os EUA até os dias de hoje. Logicamente, estamos falando dos anos quarenta, época em que o racismo era forte na terra que se dizia livre para todos os povos, mas que tratava o povo negro como algo a ser extinto.

Usando o romance proibido como ator principal da trama, Tyler Perry aborda o racismo de maneira nua e crua, com proporções trágicas e que não deve em nada se formos comparar com relação a outras tragédias Shakespearianas. Em alguns pontos o roteiro é pesado, reflexivo e cuja as camadas a serem descascadas representam a dura luta pela sobrevivência perante a ignorância branca. Infelizmente o filme se alonga por demais em alguns momentos e exigindo um pouco a paciência do cinéfilo.

Embora aparentem serem novatos na área da atuação, Joshua Boone e Solea Pfeiffer, que interpretam o casal protagonista, com o auxílio requintado de Amirah Vann, mãe do jovem negro, seguram bem os seus desempenhos, tornando o drama mais receptível e conseguindo atenção daqueles que estão assistindo. Além disso, é preciso reconhecer a super produção como ela é, sendo que a fotografia e edição de arte são o grande ponto positivo da parte técnica do filme e cuja a sua reconstituição de época revela o seu grande charme. Diante dessas observações, o término do filme acaba expondo a bandeira dos Estados Confederados, usada pelos estados do sul do país durante a Guerra Civil norte-americano e símbolo de grupos racistas da extrema-direita.

Diante disso, "Homem do Jazz" é uma trágica história de amor vinda do passado, mas cujo os obstáculos e o racismo do homem branco perduram até hoje e que precisa ser combatido de frente.  


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sábado, 11 de fevereiro de 2023

Cine Dica: Em Cartaz - 'Pearl'

Sinopse: Presa na fazenda isolada de sua família, Pearl deve cuidar de seu pai doente sob a vigilância amarga e autoritária de sua mãe devota. Desejando uma vida glamourosa como viu nos filmes, as ambições, tentações e repressões de Pearl colidem. 

Ti West vem chamando atenção com os seus filmes de orçamento limitado, porém, com grande conteúdo em que presta homenagem ao cinema de horror  "Slasher". O seu último filme, "X" (2022) foi sem sombra de dúvida uma homenagem a esse subgênero e que lança perante aos nossos olhos a assustadora idosa assassina chamada Pearl, que queria a todo custo assassinar os jovens que queriam rodar um filme pornô e ao mesmo tempo obter os seus prazeres carnais que tanto foram retidos em tempos mais conservadores. Mas eis que o diretor lança uma luz sobre o seu passado e aí que chegamos a “Pearl" (2022), filme que não somente retrata a origem da personagem como também é um verdadeiro estudo sobre a construção do lado sombrio de uma mente humana.

O ano é 1918, e a jovem Pearl, novamente interpretada por Mia Goth, está obcecada em se tornar famosa. Presa na fazenda isolada de sua família, Pearl se vê obrigada a cuidar de seu pai doente, e viver sob a vigilância constante de sua amarga e autoritária mãe devota (Tandi Wright). Desejando uma vida glamourosa como ela vê nos filmes, Pearl encontra suas ambições, tentações e repressões entrando em conflito. Nesta história da origem da icônica vilã de “X”, quando o sonho de ser finalmente uma estrela é negado a ela, ela começa a assassinar, até alcançar o que deseja.

Filmado em segredo pelos realizadores, o filme é uma parábola sombria da era de ouro do cinema, onde a obra é apresentada da maneira como os longas eram vistos naqueles tempos, desde as suas letras garrafais, como também uma fotografia que nos lembra os primeiros anos do technicolor, além de uma trilha sonora que nos passa a sensação de positividade em uma época cheia de promessas.  Tudo isso remete ao clássico "O Magico de Oz" (1939), onde vemos a menina Dorothy (Judy Garland) cantando uma música da qual ela deseja um lugar melhor do que aquele na fazenda do qual ela morava. Pearl deseja sair da sua fazenda para realizar os seus sonhos dourados em querer ser atriz e dançarina no mundo do cinema, porém, diferente do furacão mágico que levou Dorothy do seu mundo, aqui não há fantasia para que os seus desejos sejam realizados.

A protagonista vive uma vida de isolamento na fazenda, onde é acompanhada pela sua mãe rígida e conservadora, além de ter que cuidar de um pai que se encontra enfermo. Enquanto isso, o seu futuro marido se encontra em combate durante a 1ª Guerra Mundial, além do fato da sociedade estar sendo assombrada pela pandemia da gripe Espanhola. Qualquer semelhança com a pandemia atual do Covid não é mera coincidência, já que ambas as épocas são uma síntese do medo em que a sociedade estava sentido naquele momento, mas ao mesmo tempo sendo alimentados pelos sonhos e promessas do sistema norte americano, mas dos quais não eram para todos.

Pearl é uma sonhadora, da qual deseja alcançar os seus objetivos, mas quanto mais eles não são alcançados mais logo ela se sente frustrada e logo descontando a sua dor contra animais e, posteriormente, nas pessoas próximas. A construção desse lado sombrio de sua pessoa é gradual, como se no fundo ainda sentimentos que há ainda ali uma pessoa boa e da qual irá dar a volta por cima. Porém, o seu mundo real é implacável e do qual irá faze-la perder a razão ao longo do percurso.

Se por um lado "x" era um filme mais sangrento para dizer o mínimo, aqui a situação é inversa, pois a violência acontece, porém, de forma isolada e de pura explosão vinda da própria protagonista. Até lá, o verdadeiro horror se concentra no olhar de desespero de Pearl, como se ela desejasse que alguém a puxasse para fora de sua realidade, mas sendo recusada partir do momento em que ela apresenta a sua instabilidade. Tudo isso poderia acontecer de uma forma superficial, mas logo percebemos que tudo vai mais além e isso se deve atuação assombrosa de Mia Goth. 

Se alguém tinha dúvidas sobre o talento dessa jovem atriz, mesmo quando a mesma havia dado vida a idosa Pearl e Maxine no filme anterior, logo essa incerteza é eliminada a partir do momento em que olhar de sua personagem cheio de cicatrizes emocionais se sobressaem e se revelando alguém instável contra si mesma e contra aqueles em volta dela. Não há como não se emocionar, por exemplo, no extenso monólogo sem corte do qual ela revela a sua verdadeira história, sua dor, para logo em seguida ser ignorada pela sua cunhada, pois a mesma teme pela sua própria vida. Uma cena digna para o Oscar, mas sendo ignorada pelos membros da academia e se tornando uma grande injustiça.

"Pearl" é uma espécie de "Crepúsculo dos Deuses" do século 21, pois é uma obra que nos dá medo, desperta em nós diversas reflexões profundas e possuindo um dos minutos finais mais perturbadores da última década. 

   


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Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (10/02/2023)

 TRIÂNGULO DA TRISTEZA

Vencedor da Palma de Ouro em Cannes, em TRIÂNGULO DA TRISTEZA, de Ruben Östlund ("The Square - A Arte da Discórdia"), a hierarquia social é subitamente virada de cabeça para baixo. O casal de modelos Carl (Harris Dickinson) e Yaya (Charlbi Dean) é convidado para um cruzeiro de luxo com uma lista de passageiros super-ricos e um capitão peculiar, alcoólatra e marxista, interpretado por Woody Harrelson. O que a princípio parecia uma viagem perfeita termina catastroficamente, deixando os sobreviventes presos em uma ilha deserta e lutando pela sobrevivência em uma sátira onde os papéis e as classes sociais são invertidos.



TILL – A BUSCA POR JUSTIÇA

Biografia de Emmett Till, um adolescente negro, que foi brutalmente assassinado aos 14 anos no Mississipi, em 1955. A dona da uma loja de conveniências da região alegou ter sido ofendida pelo menino que, após a declaração, foi covardemente linchado por um grupo de homens. O fato de que os assassinos foram absolvidos, causou uma comoção nacional e impulsionou movimentos contra a violência à pessoas negras no país. 



DESAPEGA

Após sete anos controlada de seu vício em compras, Rita (Gloria Pires) assume a liderança de um grupo de apoio a compradores compulsivos para ajudar outras pessoas a darem a volta por cima. Começando um novo romance com Otávio (Marcos Pasquim) e toda trabalhada no equilíbrio, parece que nada pode apagar o seu brilho. 



O MENINO E O TIGRE

O filme O MENINO E O TIGRE mostra a jornada do órfão Balmani (Sunny Pawar) e do filhote de tigre Mukti pelas montanhas do Himalaia. Balmani resgata Mukti de caçadores cruéis e, juntos, eles partem em uma aventura para encontrar um lar seguro para o tigre. Balmani e Mukti enfrentarão ameaças dos caçadores que estão determinados a recapturar o filhote, e terão que sobreviver a desafios enquanto desenvolvem um forte vínculo de confiança e afeto.



SINFONIA DE UM HOMEM COMUM

O diplomata José Mauricio Bustani, primeiro diretor geral da OPAQ (Organização para a Proibição de Armas Químicas) tentou impedir a destruição do Iraque e, por pressão dos americanos, foi demitido. Hoje, decorridos 19 anos, situações semelhantes se repetem nos bastidores das organizações multilaterais.


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