Quem sou eu

Minha foto
Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

Pesquisar este blog

segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

Cine Dica: Em Cartaz - 'Aftersun'

Sinopse: Sophie reflete sobre a alegria e a melancolia das férias que ela tirou com seu pai 20 anos antes. Memórias reais e imaginárias preenchem as lacunas enquanto ela tenta reconciliar o pai que conheceu com o homem que desconhecia. 

É engraçado que quando a gente se lembra de uma determinada situação ela não era exatamente aquilo como a gente se lembrava. Pego, por exemplo, a minha sensação quando revejo alguns filmes clássicos e percebo que determinadas cenas não são de acordo com as minhas lembranças que eu havia guardado de determinados títulos. "Affersun" (2022) fala mais ou menos sobre isso, ao revisitarmos lembranças através das imagens e nos darmos conta que é sempre preciso reavaliarmos os nossos pensamentos e sentimentos sobre um determinado ponto de nossas vidas.  

Dirigido por Charlotte Wells, a trama se passa no final da década de 1990, onde Sophie (Frankie Corio), de onze anos, e seu pai Calum (Paul Mescal) passavam as férias em um clube na costa turca. Eles tomam banho, jogam bilhar e desfrutam da companhia amigável um do outro. Calum se torna a melhor versão de si mesmo quando está com Sophie. Sophie, enquanto isso, acha que tudo é possível com ele. Quando a jovem está sozinha, ela faz novos amigos e tem novas experiências. Enquanto saboreamos cada momento passado juntos, uma sensação de melancolia e mistério às vezes permeia o comportamento de Calum.  

Charlotte Wells faz um filme inspirado em sua vida pessoal e por conta disso temos a sensação de que ela esteja tentando se abrir conosco como uma forma de fazer as pazes com o seu pai e do qual, talvez, ela não tenha conhecido por completo. Mais do que fazer uma reconstituição do seu passado, a cineasta busca usar o lado técnico cinematográfico como uma forma para que o mesmo se torne uma ferramenta crucial para construção de suas lembranças e passar para nós uma forma para que tiremos as nossas próprias conclusões sobre o que nós vemos na tela. Curiosamente, assistimos as primeiras imagens digitais que estavam começando a serem usadas no final do século vinte e nos dando uma dimensão dos novos rumos e mudanças que aquela geração de Sophie estava passando naquele momento. 

Na verdade, o filme toca nas questões sobre mudanças, transformações e arrependimentos dos quais nós sentimos ao longo do percurso. Enquanto Sophie é uma observadora e curiosa sobre a vida adulta, o seu pai, por sua vez, parece em alguns momentos querendo resgatar um passado do qual não retorna, mas que vê em sua filha todos os seus talentos assim como também os seus defeitos. Há, portanto, uma espécie de pequena luta interna de ambas as partes em tentar conhecer um ao outro, mas que felizmente não se eleva para um caminho de atrito, mas sim de aprendizado.  

Ao focar somente nesta relação de pai e filha, Charlotte Wells procura filma-los das mais diversas formas e fazendo com que tenhamos inúmeras perspectivas sobre determinadas cenas. É curioso, por exemplo, a cena em que os dois estão sentados diante da tv, onde observamos os seus reflexos na tela, mas ao mesmo tempo temos outra visão de ambos de um espelho ao lado. É como se a diretora nos dissesse que é preciso observar tudo de diversos ângulos para que então não percamos nenhum detalhe e que não passe desapercebido.  

Verdade seja dita, o filme possui ares de quase um documentário, já que os dois interpretes se interagem de uma forma natural e como se eles estivessem agindo de forma verdadeira e quase nunca inventiva. Paul Mescal, por exemplo, vai se transformando diante de nossos olhos de uma forma bastante verossímil, como se ele estivesse realmente se abrindo sobre a sua pessoa e fazendo a gente ficar na dúvida quando é o interprete ou o personagem em cena. Já Frankie Corio é uma forte promessa para o cinema, já que mesma com pouca idade demonstra um grande talento e podendo nos surpreender ainda mais futuramente.  

A reta final nos reserva momentos até mesmo tensos, pois ficamos nos perguntando de que maneira irá terminar esse passeio familiar e que tem muito a revelar. Ao final, vemos uma Sophie mais velha, reflexiva, e tentando compreender os dilemas da vida adulta que o seu pai estava enfrentando naqueles tempos já longínquos. Ao final, constatamos que há um compreendimento de ambas as partes e deixando, enfim, os verdadeiros sentimentos se aflorarem. "Affersun" é uma das mais belas surpresas nesta reta final de ano, pois é um filme que nos identificamos e fazendo despertar em nós o desejo de nos lembrarmos do nosso passado por um outro angulo. 



   Faça parte:


Mais informações através das redes sociais:

Facebook: www.facebook.com/ccpa1948

twitter: @ccpa1948  
Instagram: @ccpa1948 

Joga no Google e me acha aqui:  
Me sigam no Facebook twitter, Linkedlin e Instagram.  

sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

Cine Especial: 'Norma Rae – E a Luta Continua'

Sinopse: Como muitos dos integrantes de sua família antes dela, Norma Rae trabalha numa fábrica têxtil local por um salário que não condiz com as longas horas e as péssimas condições de trabalho. Depois de ouvir um discurso de um defensor dos direitos trabalhistas, a jovem é inspirada a convencer seus colegas de trabalho a lutar pela criação de um sindicato. 

Com os Sindicatos fragilizados atualmente, não somente no Brasil como também pelo mundo a fora, fica até estranho nos relembrarmos de tempos em que essas entidades Sindicais faziam a diferença, principalmente em tempos em que se trabalhava mais como oposição e exclusivamente a serviço do trabalhador. Infelizmente eu sou um que viu de perto determinado Sindicato negociando com os patrões de tal indústria ao invés de realmente fazer uma Assembleia para discutir, analisar as novas propostas e falar somente com os trabalhadores. "Norma Rae" (1979) fala sobre tempos em que Sindicatos batiam de frente nas portas dessas indústrias, porém, encontravam pessoas corajosas que faziam a diferença.

Dirigido por Martin Ritt, a trama começa no verão de 1978. Em Hinleyville, uma pequena cidade sulista, a maioria da classe operária trabalha em uma indústria têxtil, cujas condições de trabalho são intoleráveis. Lá também trabalha Norma Rae (Sally Field), uma mãe solteira que vive com os pais, que também são operários da fábrica. De repente vindo de Nova York chega Reuben Warshowsky (Ron Leibman), um sindicalista que, ao tentar arrumar um quarto em um determinado hotel. Norma conhece Reuben, sendo que ambos formam um laço de amizade e juntos decidem lutar para abertura de um Sindicato na cidade, mas para isso precisará da união dos trabalhadores.

O filme já começa de uma forma arrasadora, já que Martin Ritt nos apresenta de imediato o cenário principal onde a protagonista trabalha e logo fazendo a gente constatar que não é um dos melhores lugares para se trabalhar. Logo percebemos também que é uma sociedade do interior de tempos mais conservadores, mas não fugindo do radar de pessoas que tinham coragem de contestar e tentando com eles enxergar as suas condições trabalhistas com um novo olhar. Norma talvez já era uma contestadora em meio aquela realidade, mas precisaria de um empurrão e é aí que Reuben Warshowsky  entra em cena.

Acima de tudo é preciso dar crédito ao incrível desempenho de Ron Leibman que interpreta o sindicalista que surge naquela cidade do nada, mas que mexe com os sentimentos e pensamentos de Norma de forma imediata. Não deixa de ser incrível, por exemplo, a cena em que ele vai inspecionando o local de tecelagem, mas sendo observado de perto pelos patrões do local e gerando um duelo verbal que nos gera até mesmo uma pequena tensão. Mas é mesmo Sally Field que dá um verdadeiro show.

Vencedora de vários prêmios por esse papel, incluindo o Oscar, Field interpreta uma solista de corpo e alma, onde não obtém acesso para o conhecimento, mas tendo consigo uma força para se manter viva perante ao conservadorismo e o abuso do machismo naqueles tempos. Com Reuben ela consegue obter o conhecimento do qual estava faltando e dando-lhe forças para que o ambiente de trabalho daquela fabrica tenha um novo direcionamento. Claro que ela sofre com o preconceito, de resistência daqueles que tem ainda medo de perderem os seus empregos, mas ela não desiste mesmo estando à beira do precipício.

Claro que o filme tem todos aqueles ingredientes que fazem ser aquele forte concorrente para premiações de fim e começo de ano. Porém, "Norma Rae" é um sobrevivente ao teste do tempo, pois estamos aqui ainda hoje lutando pelos nossos direitos, para não sermos substituídos pela máquina e tão pouco nos rebaixarmos perante os obstáculos. Portanto, a cena em que a personagem de Sally Field sobe na mesa para unir os trabalhadores dentro da fábrica é simbólica e serve de exemplo para aqueles que ainda tem coragem de enfrentar os poderosos.

"Norma Rae" fala sobre tempos em que o Sindicato era realmente um Sindicato e sendo construído por trabalhadores que buscavam os seus verdadeiros direitos e ajudar o seu próximo. 


   Faça parte:


Mais informações através das redes sociais:

Facebook: www.facebook.com/ccpa1948

twitter: @ccpa1948  
Instagram: @ccpa1948 

Joga no Google e me acha aqui:  
Me sigam no Facebook twitter, Linkedlin e Instagram.  

Cine Dica: Estreias do Final de Semana (16/12/22)

Um final de semana atípico para o cinema, já que boa parte das salas do RS serão ocupadas somente por um filme, ou seja, por "Avatar: O Caminho da Água".  Mais de treze anos após o lançamento do primeiro filme, James Cameron aposta todas as suas fichas nesta super produção que, segundo o próprio, irá mudar o cinema novamente. Será?

Seja como for confira os principais trailers desse filme evento. Lembrando que se caso você  queira ir contra maré e more na capital Gaúcha assista a programação nova do Cinebancários, Cinemateca Capitólio e Cinemateca Paulo Amorim


Avatar: O Caminho da Água

Sinopse: Após formar uma família, Jake Sully e Ney'tiri fazem de tudo para ficarem juntos. No entanto, eles devem sair de casa e explorar as regiões de Pandora quando uma antiga ameaça ressurge, e Jake deve travar uma guerra difícil contra os humanos.


   Faça parte:


Mais informações através das redes sociais:

Facebook: www.facebook.com/ccpa1948

twitter: @ccpa1948  
Instagram: @ccpa1948 

Joga no Google e me acha aqui:  
Me sigam no Facebook twitter, Linkedlin e Instagram.  

Cine Dica: CINEMATECA CAPITÓLIO CELEBRA O CENTENÁRIO DE PASOLINI

Nos dias 17 e 18 de dezembro, último final de semana antes do recesso de ano novo, a Cinemateca Capitólio celebra o centenário do diretor italiano Pier Paolo Pasolini (1922-1975) com exibições especiais das cópias restauradas de Teorema (1968) e Salò, ou os 120 Dias de Sodoma (Salò o le 120 giornate di Sodoma, 1975). As sessões têm entrada gratuita, a retirada de senha ocorre 30 minutos antes da sessão na bilheteria da Cinemateca.

A programação é uma realização da Cinemateca Capitólio, da Vai e Vem Produções Culturais, do Istituto Italiano di Cultura di San Paolo e do Consulado Geral da Itália em Porto Alegre.


PIER PAOLO PASOLINI

Nascido em 5 de março de 1922, em Bolonha, no norte da Itália, Pier Paolo Pasolini encontrou na literatura, desde cedo, uma paixão. Formou-se em Estudos Literários pela Universidade de Bolonha, publicou livros de poesia, contos e romances. Foi poeta, editor, pintor, ensaísta, crítico literário e cinematográfico, roteirista, jornalista e agitador cultural. Somente aos quarenta anos de idade se rendeu ao cinema, meio pelo qual ganharia projeção mundial. Gay, cristão e marxista, Pasolini era polêmico, controverso e marcou uma época. Intelectual profundamente crítico da sociedade de consumo e do capitalismo, foi uma figura central na vida cultural italiana dos anos 1950 aos 1970. Atacada de diversos lados, sua obra foi marcada pelas experiências políticas e estéticas que teve ao longo da vida e se tornou um precioso legado para a história.


FILMES


Teorema

Itália, 1968, 98 minutos, DCP

Direção: Pier Paolo Pasolini

Em Milão, a vida de uma rica família burguesa é totalmente modificada com a chegada de um misterioso visitante. 

Debate após a sessão com o cineasta, crítico e professor Fabiano de Souza; mediação de Marcus Mello.


Salò, ou os 120 Dias de Sodoma

(Salò o le 120 giornate di Sodoma)

Itália, 1975, 117 minutos, DCP

Direção: Pier Paolo Pasolini

Quatro libertinos fascistas reúnem nove adolescentes, meninos e meninas, submetendo-os a 120 dias de sofrimento como escravos sexuais, obrigando-os a praticar os mais diferentes tipos de orgias, torturando-os física e mentalmente.

Debate após a sessão com a professora e crítica de cinema Fatimarlei Lunardelli e o professor Marco De Biasio; mediação de Marcus Mello.


GRADE DE HORÁRIOS


17 de dezembro (sábado)

19h – Teorema


18 de dezembro (domingo)

19h – Salò, ou os 120 Dias de Sodoma


Serviço:

Cinemateca do Capitólio

Endereço: R. Demétrio Ribeiro, 1085 – Centro Histórico, Porto Alegre-RS

Telefone: (51) 3289-7458

Site: http://www.capitolio.org.br/

Instagram: @cinematecacapitolio

Entrada gratuita

quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

PROGRAMAÇÃO DE 15 A 21 DE DEZEMBRO DE 2022 na Cinemateca Paulo Amorim

 SEGUNDAS-FEIRAS NÃO HÁ SESSÕES

AFTERSUN 


SALA 2 / EDUARDO HIRTZ


14h45 – BEM-VINDOS A BORDO Assista o trailer aqui.

(Rien à Foutre - França/Bélgica, 2021, 115min). De Emmanuel Marre e Julie Lecoustre, com Adèle Exarchopoulos, Alexandre Perrier, Mara Taquin. Synapse Filmes, 16 anos. Comédia dramática.

Sinopse: Cassandre é comissária de bordo em uma companhia aérea de baixo custo. Ela dribla o salário baixo fazendo horas extras e sendo o mais eficiente possível – e compensa tudo com uma vida despreocupada. Quando a garota é demitida e precisa voltar para casa, surgem problemas que ela não queria enfrentar. O longa fez sua estreia na Semana da Crítica do Festival de Cannes.


17h – MARTE UM Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2021, 115min). Direção de Gabriel Martins, com Cícero Lucas, Carlos Francisco, Camilla Damião. Embaúba Filmes, 16 anos. Drama.

Sinopse: Os Martins, uma família negra de classe média baixa, vivem na periferia de uma grande cidade brasileira – e, apesar da situação do país, tentam equilibrar suas expectativas e dificuldades. A mãe, Tércia, acha que está amaldiçoada depois de levar um susto, enquanto a filha mais velha planeja ir morar com a namorada. O pai, Wellington, que trabalha como porteiro, sonha com o dia em que o filho mais novo será um jogador de futebol, mas Deivinho sonha mesmo em viajar para Marte. O longa é o indicado pelo Brasil para concorrer a uma vaga na disputa pelo Oscar de melhor filme internacional.


19h15 – AFTERSUN (NÃO HAVERÁ SESSÃO NA QUARTA, DIA 21) Assista o trailer aqui.

(Reino Unido/EUA, 2022, 100min). Direção de Charlotte Wells, com Frankie Corio e Paul Mescal. O2 Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Quando tinha 11 anos, Sophie passou alguns dias de férias com o pai, numa praia ensolarada e cheia de descobertas. Vinte anos depois, ela encontra um vídeo daquele verão e tenta se reconciliar com suas lembranças e com aquele homem que até hoje não conhece plenamente.


SALA 3 / NORBERTO LUBISCO


15h – A MORTE HABITA À NOITE    ESTREIA  Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2020, 95min). Direção de Eduardo Morotó, com Roney Villella e Mariana Nunes. Vitrine Filmes, 16 anos. Drama.

Sinopse: Raul é um escritor de 50 anos, desempregado e apaixonado por Lígia, que nos últimos anos foi sua parceira de uma vida sem regras. Durante uma noite conturbada, Raul cruza com Cássia, uma jovem cheia de vida que vai despertar nele um lado antes desconhecido. Ambientado no submundo da noite pernambucana, o filme é inspirado no universo de Charles Bukowski.


16h50 – GOLIAS Assista o trailer aqui.

(Goliath - França, 2021, 120min). Direção de Frédéric Tellier, com Gilles Lellouche, Pierre Niney, Emmanuelle Bercot. Bonfilm, 14 anos. Drama.

Sinopse: Patrick é um advogado especializado em direito ambiental. France é uma professora que se torna ativista depois que o seu marido fica doente devido à exposição a um pesticida. E também há Mathias, um ambicioso lobista que trabalha para uma grande empresa química. Os destinos destes três personagens se cruzam à medida em que milhares de pessoas tentam se unir para impedir uma tragédia. Inspirado em uma história real, o filme fez parte da programação do Festival Varilux de Cinema Francês.


19h – MOSTRA ENTRE FRONTEIRAS    ENTRADA FRANCA

MOSTRA ENTRE FRONTEIRAS REÚNE TÍTULOS DO BRASIL, PARAGUAI E ARGENTINA.

A Cinemateca Paulo Amorim apresenta a Mostra Entre Fronteiras entre os dias 15 e 18 de dezembro, com sessões gratuitas e sempre às 19h. O programa reúne títulos produzidos na região Entre Fronteiras - formada pelo Sul do Brasil, Nordeste Argentino e Paraguai Oriental - e é um desdobramento do II Mercado Audiovisual Entre Fronteiras, evento de mercado e integração realizado pelo Instituto Estadual de Cinema em convênio com a GramadoTur durante o 50° Festival de Cinema de Gramado. A mostra de filmes conta com o apoio dos institutos de cinema das três regiões: Instituto Estadual de Cinema do RS (IECINE), Instituto de Artes Audiovisuales de Misiones - IAAVIM (Argentina) e Instituto Nacional del Audiovisual Paraguayo - INAP (Paraguai).

Os títulos selecionados pelo curador Giovani Borba dão conta da importância da integração entre as fronteiras e tratam de temas comuns a estas regiões, incluindo questões políticas, relações familiares e o cotidiano dos povos indígenas originários dos países retratados. O programa apresenta um longa inédito: a coprodução CUCHILLO DE PALO, realizada entre Paraguai e Espanha. O público ainda poderá ver quatro curtas-metragens que são resultado do edital Entre Fronteiras, feito em conjunto pela Secretaria da Cultura do RS e o Instituto de Artes Audiovisuales de Misiones.

A programação faz parte do Festival Cinemateca Paulo Amorim, com patrocínio de Icatu Seguros, Rio Grande Seguros, Gerdau e Vero, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. O Festival inclui outras mostras e programações especiais e prevê o início da modernização das salas Paulo Amorim e Norberto Lubisco.


15/12 (quinta) – Sessão de curtas Entre Fronteiras, com os títulos Maragato, El Otro Lado, Um Tempo pra Mim e Tekoa.

16/12 (sexta) – GUATA, documentário de Jorge Morinico, Epifanio Chamorro e João Maurício Farias.

17/12 (sábado) - CUCHILO DE PALO, documentário de Renate Costa.

18/12 (domingo) – ESSE FIN DE SEMANA, drama de Mara Pescio.


SINOPSES:


GUATA

(Documentário / 2022 / BRA-ARG – 56min). Direção de Jorge Morinico, Epifanio Chamorro, João Maurício Farias.

Sinopse: O brasileiro Jorge e o argentino Epifanio são professores e, com este documentário, buscam se encontrar para investigar juntos a importância que o guata (caminhar) ancestral tem para os Guarani enquanto prática existencial, cosmopolítica e filosofia de vida. Após se conhecerem por videoconferência durante a pandemia da covid-19, diversas barreiras do mundo dos jurua (brancos) se impõem na tentativa de fazer uma viagem de Porto Alegre (Brasil) a Misiones (Argentina).


ESSE FIN DE SEMANA

(Drama / 2021 / ARG/BRA – 67min). Direção de Mara Pescio, com Lola Banfi, María Paz Ferreyra, Irina Misisco, Sergio Prina, Gabriela Saidon.

Sinopse: Julia retorna para sua cidade natal após sofrer um golpe financeiro. Anos após deixar o bairro onde nasceu e cresceu, ela volta com a obrigação de assinar uma autorização para que a filha possa sair do país com o pai. Acima de tudo, ela precisa recuperar algum patrimônio que ainda possa estar lá, e isso resolveria grande parte de seus problemas atuais. Mas, este reencontro com o passado não será tão fácil quando ela esperava, e Julia precisará lidar com tudo aquilo que deixou para trás.


CUCHILLO DE PALO

(Documentário / 2010 / PAR-ESP – 108min).  Direção de Renate Costa.

Sinopse: O filme acompanha a investigação da misteriosa morte de Rodolfo Costa, tio da diretora, perseguido pela ditadura Alfredo Stroessner no Paraguai por conta de sua orientação sexual. Conhecido pela sua alegria, ele foi o único de seus irmãos que decidiu não seguir a profissão de seu pai e quis se tornar bailarino. Usando a própria memória e entrevistando pessoas que viveram nessa época, a cineasta descobre que seu tio fazia parte da "lista dos 108", um grupo de homossexuais que foram perseguidos, presos e torturados pelo regime.


SESSÃO DE CURTAS ENTRE FRONTEIRAS:


MARAGATO

(Ficção, 2021, BRA-ARG – 28min). Direção de Elia Guerin.

Sinopse: O último prisioneiro de um exército decadente tem no rio sua única salvação – e a fronteira se abre como um passo entre a vida e a morte.


EL OUTRO LADO

(Ficção, 2021, BRA-ARG – 16min). Direção de Daniel Pérez.

Sinopse: Ingrid, uma adolescente de 13 anos, precisa cuidar da casa após a morte da mãe e conviver com o irmão, o pai e um tio.


UM TEMPO PARA MIM

(Documentário, BRA-ARG, 2021, 21min). Documentário de Paola Mallmann.

Sinopse: Florência fica menstruada pela primeira vez no mesmo dia em que ocorre um eclipse da Lua. Ela é criada pela avó e segue a rotina e os costumes de sua tradição mbya-guarani.


TEKOA

(Documentário, 2021, BRA-ARG – 20min). Direção de Aymará Schwieters.

Sinopse: Marcial volta à sua aldeia e faz algumas reflexões sobre a vida e o cotidiano neste lugar.


A REDE DE COOPERAÇÃO AUDIOVISUAL ENTRE FRONTEIRAS:

A Rede de Cooperação Audiovisual Entre Fronteiras vincula organizações de trabalhadores, empresas e entidades governamentais para o desenvolvimento audiovisual do Sul do Brasil, Nordeste Argentino e do Paraguai Oriental.

A força da Rede baseia-se na história compartilhada, na cultura em comum e na construção de políticas públicas audiovisuais na região, fruto de análises e propostas que expressam os interesses coletivos.


DIA 20, TERÇA    ENTRADA FRANCA

19h30 – SESSÃO ESCOLA DE CINÉFILOS

Exibição do longa Virgem Margarida, de Licínio Azevedo, como encerramento do curso.


PREÇOS DOS INGRESSOS:

TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 12,00 (R$ 6,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 14,00 (R$ 7,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). CLIENTES DO BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES. 

Professores têm direito a meia-entrada mediante apresentação de identificação profissional. Estudantes devem apresentar carteira de identidade estudantil. Outros casos: conforme Lei Federal nº 12.933/2013. Brigadianos e Policiais Civis Estaduais tem direito a entrada franca mediante apresentação de carteirinha de identificação profissional.


*Quantidades estão limitadas à disponibilidade de vagas na sala.


A meia-entrada não é válida em festivais, mostras e projetos que tenham ingresso promocional. Os descontos não são cumulativos.Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelos telefones: (51) 3136-5233, (51) 3226-5787.


Acesse nossas plataformas sociais:

https://linktr.ee/cinematecapauloamorim

Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEBANCÁRIOS 15 a 23 DE DEZEMBRO

ESTREIA:

A MORTE HABITA À NOITE

Brasil/ 2022/ Ficção/ 94 min.

Direção: Eduardo Morotó

Sinopse: Aos cinquenta anos, alcoólatra e desempregado, a tábua de equilíbrio de Raul é sua paixão por Lígia, que nos últimos anos foi sua parceira de uma vida sem regras. Mas a relação entre os dois não é mais a mesma. Durante uma noite conturbada, Raul cruza com Cássia, uma jovem desgarrada e cheia de vida que vai despertar nele um lado antes desconhecido.

Elenco: Mariana Nunes, Rita Carelli, Pedro Gracindo, Nínive Caldas e Everaldo Pontes.



Festivais: 

Festival Internacional de Cinema de Rotterdam, 2020 (Holanda)– Secção Bright Future

Festival do Novo Cinema Latino-americano de Havana, 2020 (Cuba)– Operas Primas

Inffinito Film Festival, 2020 (EUA)– Melhor Ator

Festival Luso-Brasileiro de Santa Maria da Feira (Portugal)– Melhor Ator, Prêmio Revelação

Festival Internacional de Cine de Viña del Mar (Chile)

Festival Latino-americano da Filadélfia (EUA)

Festival Internacional de Santiago del Estero (Argentina)

Festival do Cinema Brasileiro de Berlim (Alemanha)

Cine Ceará – Festival Iberoamericano de Cinema, 2020 (Brasil) – Melhor Ator

Fest Cine Pedra Azul (ES)– Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Roteiro, Melhor Fotografia, Melhor Ator, Melhor Atriz

Festival do Rio, 2021 (Brasil)– Premiere Brasil

CineBH – Festival Internacional de Belo Horizonte, 2021 (Brasil)

Fest Cine Pedra Azul (ES)– Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Roteiro, Melhor Fotografia, Melhor Ator, Melhor Atriz


EM CARTAZ:


ÊXTASE

Brasil/ Documentário/ 2022/80 min.

Direção: Moara Passoni

Sinopse: Clara enfrenta o medo e a vulnerabilidade criando um mundo onde ela se sente capaz de controlar tudo, até privar-se de alimento. Mas uma vida feita de restrição e tortura pode aparentar o seu contrário e ser extremamente sedutora. Até que esse delírio aprisionante se rompa, a menina levará seu corpo até o limite.


HORÁRIOS DE 15 a 23 DE DEZEMBRO:

(não há sessões nas segundas-feiras)


15h: ÊXTASE

17h: A MORTE HABITA A NOITE

19h: A MORTE HABITA A NOITE


ATENÇÃO! O CINEBANCÁRIOS ENTRARÁ EM RECESSO A PARTIR DE 24 DE DEZEMBRO E REABRIRÁ DIA 02 DE FEVEREIRO!

OBRIGADA A TODOS PELA COMPANHIA E APOIO NO ANO QUE PASSOU! ESPERAMOS VOCES POR AQUI EM 2023!


Os ingressos podem ser adquiridos por R$ 12,00 na bilheteria do cinema . Idosos, estudantes, bancários sindicalizados, jornalistas sindicalizados, portadores de ID Jovem, trabalhadores associados em sindicatos filiados a CUT-RS e pessoas com deficiência pagam R$ 6,00.Aceitamos Banricompras, Visa, MasterCard e Elo.

CINEBANCÁRIOS :Rua General Câmara, 424 – Centro – Porto Alegre -Fone: 30309405/Email: cinebancarios@sindbancarios.org.br

quarta-feira, 14 de dezembro de 2022

Cine Dica: Em Cartaz - 'Encontros'

Segue a programação do próximo final de semana.

SESSÃO CLUBE DE CINEMA

Local: Sala Eduardo Hirtz, Cinemateca Paulo Amorim, Casa de Cultura Mario Quintana

Data: 17/12/2022, sábado, às 10:15 da manhã


"Encontros" (Inteurodeoksyeon)

Coreia do Sul, 2021, 66 min, 14 anos

Direção: Hong Sang-Soo

Elenco: Shin Seok-ho, Park Mi-so, Kim Young-ho, Kim Min-hee

Sinopse: Três histórias são interconectadas por meio de apresentações e encontros. Em todas, o protagonista é o Young-ho, que vive situações decisivas em sua vida – a partir das relações com o pai, com mãe e com a namorada. Filmado e preto e branco, o longa reforça a proposta do diretor em refletir sobre a vida.


Sobre o Filme: 

Quando eu falo sobre Hong Sang-Soo eu sempre digo que ele se tornou o queridinho daqueles cinéfilos que frequentam uma cinemateca em busca de algo que foge dos padrões tradicionais do cinema. Curiosamente, é um diretor que tem lançado até mesmo dois ou três filmes ao ano, sendo que em 2022 ele já havia desembarcado por aqui com o seu "A Mulher Que Fugiu". Oito meses já se passaram e novamente encontramos um novo título do cineasta nos cinemas chamado "Encontros" (2021), onde novamente ele usa e abusa de sua autoria e nós fãs temos mais do que agradecer pela sua teimosia.

“Encontros” é um longa separado por três episódios, cada um diferente do outro, mas todos falando da mesma pessoa. No primeiro, Youngho (Shin Seokho) visita a clínica oriental de seu pai, que está cuidando de um paciente famoso. No segundo, Juwon (Park Miso), sua namorada acabou de chegar na Alemanha com sua mãe para estudar fora do país, ela então recebe uma ligação de seu namorado, Youngho, falando que ele foi para o país junto com ela. No terceiro, Youngho vai com seu amigo a um lugar onde sua mãe e um ator idoso de teatro comem na praia.

Como foi dito acima, o filme é dividido em três atos envolvendo os mesmos personagens, só que, curiosamente, a linha narrativa é não linear e fazendo a gente não saber ao certo quando se passa cada ponto especifico da trama. Hong Sang-Soo possui essa predileção narrativa pra que, talvez, possamos prestarmos mais atenção em cada detalhe especifico e para que possamos liga-lo em alguma passagem posterior ou anterior da trama. Em um determinado momento, por exemplo, um personagem para em frente de uma poça d'água e fazendo a gente se perguntar se essa passagem é importante ou não para dentro da história.

Mas se você for um marinheiro de primeira viagem e achar que isso é um tanto que complicado de compreender a história saiba que o realizador foi ainda mais longe do que se imagina, pois basta pegarmos como exemplo "A Visitante Francesa" (2012) e "Certo Agora, Errado Antes" (2015) para ter uma ideia de sua ousadia na forma de se contar histórias. Aqui a situação é um tanto que mais simplista, mesmo quando ele foge dos padrões tradicionais, pois há também os ingredientes que ele sempre usou em suas obras anteriores que nos soa familiar, desde ao vermos personagens conversando sobre situações comuns como também os mesmos estarem desfrutando de uma bebida e cigarros em um dia qualquer. É uma forma de convidar a pessoa a embarcar em uma trama curiosa de forma descompromissada, mas que logo a mesma vai se dando conta que está fora do cenário comum de se assistir um longa.

Curiosamente, Hong Sang-Soo gosta também de falar sobre si, desde ao nos dizer de como ele enxerga o mundo em sua volta como também sobre a sua vida profissional e amorosa. Quando vemos, por exemplo, um veterano da interpretação explodindo em um diálogo dentro de uma cafeteria, logo deduzimos que não é o personagem que fala em si, mas sim o realizador que passa a sua ideia através de sua criação. Uma espécie de desabafo que ele faz com relação a forma torta como determinadas pessoas enxergam com relação ao universo da atuação e nisso o realizador tira de letra com a sua mensagem principal.

Ao final, constatamos que o diretor fala sobre pessoas comuns que seguem em frente com as suas vidas mesmo tendo perdido algo pelo caminho, mas que, aos poucos, vão se reencontrando em algum ponto qualquer pelo mundo. O final nos faz a gente se perguntar aonde começa e aonde termina exatamente a trama, mas isso é o que menos importa, pois, a sensação de levarmos conosco obra para o lado de fora do cinema é mais do que compensatória. "Encontros" é Hong Sang-Soo novamente nos pegando desprevenidos, mas criando em nós o desejo de retornarmos ao seu mundo. 


   Faça parte:


Mais informações através das redes sociais:

Facebook: www.facebook.com/ccpa1948

twitter: @ccpa1948  
Instagram: @ccpa1948 

Joga no Google e me acha aqui:  
Me sigam no Facebook twitter, Linkedlin e Instagram.