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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 11 de novembro de 2021

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (11/11/21)

 Deus Não Está Morto: O Próximo Capítulo

Sinopse: A série DEUS NÃO ESTÁ MORTO continua. Agora em DEUS NÃO ESTÁ MORTO - O PRÓXIMO CAPÍTULO, David White, como Reverendo Dave, se encontra na defesa de um grupo de famílias que educam seus filhos em casa após receberem uma inspeção inesperada de uma funcionária do governo local. 


A Profissional

Sinopse: Anna (Maggie Q) é uma matadora de aluguel extremamente habilidosa treinada pelo lendário assassino Moody (Samuel L. Jackson), que a ensinou tudo que sabe e era a única figura paterna que ela já teve. Quando Moody é brutalmente assassinado por inimigos, Anna jura se vingar e acaba caindo em um jogo de gato e rato com um maníaco homicida (Michael Keaton) cuja obsessão por ela vai além de suas habilidades como matadora.

Querido Evan Hansen

Sinopse: O fenômeno da Broadway de tirar o fôlego torna-se um evento cinematográfico quando o vencedor do Tony, Grammy e Emmy, Ben Platt, repete seu papel como um estudante do ensino médio ansioso e isolado, ansiando por compreensão e pertencimento em meio ao caos e crueldade da era da mídia social.


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quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Cine Dica: PROGRAMAÇÃO DE 11 A 17 DE NOVEMBRO DE 2021 na Cinemateca Paulo Amorim

 SEGUNDAS-FEIRAS NÃO HÁ SESSÕES

Cães de Aluguel 


SALA 1 / PAULO AMORIM


15h – O HOMEM QUE VENDEU SUA PELE Assista o trailer aqui.

(The Man who Sold his Skin - Alemanha-Bélgica-França-Tunisia, 2020, 104min).Direção de Kaouther Ben Hania, com Yahya Mahayni, Monica Bellucci, Dea Liane, Koen de Bouw. Pandora Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Sam Ali é um jovem sírio que trocou seu país pelo Líbano para escapar da guerra. Mas seu projeto de vida é viajar para a Bélgica e reencontrar Abeer, a namorada que também fugiu do Líbano. A oportunidade surge quando Sam conhece Jeffrey Godefroy, um cultuado artista contemporâneo que propõe transformar o próprio corpo do jovem em uma obra de arte – o que significa passaporte livre para qualquer lugar do mundo. O filme foi indicado pela Tunísia para concorrer ao Oscar de melhor longa internacional.


*SESSÕES SOMENTE NOS DIAS 11, 12 E 16 (QUINTA, SEXTA E TERÇA).


17h – UMA HISTÓRIA DE FAMÍLIA Assista o trailer aqui.

(Family Romance, LLC - Estados Unidos/Japão, 2020, 90min). Direção de Werner Herzog, com Ishii Yuichi, Mahiro Tanimoto. Arteplex Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Em tempos de fake news e relações virtuais, por que não contratar amigos e familiares? Na empresa Family Romance LLC, há locações para todos os tipos de necessidades, inclusive seguidores para redes sociais e substitutos para reuniões de trabalho. Entre as muitas contratações da empresa, Ishii é chamado para representar o pai desaparecido de uma menina de 12 anos.


SALA 2 / EDUARDO HIRTZ


14h30 – DE VOLTA À ITÁLIA Assista o trailer aqui.

(Made in Italy - Reino Unido/Itália, 2020, 95min). Direção de James D'Arcy, com Liam Neeson, Micheál Richardson, Valeria Bilello, Lindsay Duncan. California Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Robert e Jack são pai e filho, mas nunca conseguiram lidar com a perda da esposa e mãe, morta num acidente de carro. Agora, ambos viajam para a região da Toscana, na Itália, com a intenção de vender uma antiga casa da família. Em meio às reformas que o lugar exige e ao cenário de extrema beleza, pai e filho precisam aprender a expressar os seus sentimentos e buscar uma maneira de recomeçar.


16h30 – BOB CUSPE, NÓS NÃO GOSTAMOS DE GENTE *ESTREIA* Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2021, 90min). Direção de Cesar Cabral, com vozes de Milhem Cortaz, Paulo Miklos, André Abujamra. Animação, Vitrine Filmes.14 anos.

Sinopse: Um dos personagens mais famosos dos quadrinhos dos anos 1980, o punk mal-humorado Bob Cuspe aparece agora num deserto pós-apocalíptico onde alguns seres insuportáveis do mundo pop estão tentando matá-lo. Tudo, na verdade, é fruto da imaginação do cartunista Angeli, criador do personagem – numa combinação de stop-motion com documentário, comédia, road-movie e muito rock´n´roll.


SESSÕES ESPECIAIS - SALA PAULO AMORIM


Sessão do programa “Sessões de Cinema Inclusivo”

Exibição com legendas, audiodescrição e Libras

DIA 13 DE NOVEMBRO ÀS 14h

RAIA 4

(Brasil, 2020, 96min). Direção de Emiliano Cunha.

Sinopse: Duas adolescentes de temperamentos distintos se preparam para competições de natação, ao mesmo tempo em que afloram rivalidades também na vida pessoal.


Sessão do ciclo Clássicos na Cinemateca – 35 anos.

DIA 14 DE NOVEMBRO ÀS 15h


O MORRO DOS VENTOS UIVANTES

(EUA, 1939, 105min). Direção de William Wyler.

Sinopse: Baseado no clássico homônimo de Emily Brontë, lançado em 1847, o filme conta a história de Heathcliff (o ator Laurence Olivier), um homem rico que foi adotado na infância e nutre sentimentos antagônicos por seu irmão e uma garota do passado.


Sessão da oficina “Escola de Cinéfilos”

DIA 16 DE NOVEMBRO ÀS 19h


CÃES DE ALUGUEL

(EUA, 1992, 105min). Direção de Quentin Tarantino.

Sinopse: Seis criminosos, que mal se conhecem, planejam um grande roubo de diamantes. Mas algo dá errado e o bando, reunido num velho armazém, passa a trocar acusações que vão ficando cada vez mais pesadas.


Sessão do 2º Festival Cinema Negro em Ação

DIA 17 DE NOVEMBRO ÀS 19h


“ESQUENTA” CINEMA NEGRO EM AÇÃO

Programa com curtas-metragens, videoclipes e videoartes vencedores da primeira edição do Festival, realizada em novembro do ano passado.


SESSÕES ESPECIAIS - SALA EDUARDO HIRTZ

MOSTRA BANRISUL CINEMA E LITERATURA


ENTRADA FRANCA

DIA 11 DE NOVEMBRO ÀS 18h30


LUA DE OUTUBRO

(Brasil, 1998, 100min). Direção de Henrique de Freitas Lima, com Marcos Winter, Beatriz Rico, Sirmar Antuntes.

Sinopse: Após a revolução de 1923, o capitão federalista Pedro Arzábal ganha terras no Rio Grande do Sul. Mas quando chega para tomar posse, enfrenta a oposição do homem forte da região. Além disso, se sente atraído por Leonor, uma jovem bela e enigmática que acaba de voltar para sua casa. O filme é baseado no conto homônimo do escritor uruguaio Mario Arregui.


DIA 12 DE NOVEMBRO ÀS 18h30


MANHÃ TRANSFIGURADA

(Brasil, 2008, 100min). Direção de Sérgio de Assis Brasil, com Manuela do Monte e Rafael Sieg.

Sinopse: No final do século XIX, no interior do Rio Grande do Sul, a jovem Camila é obrigada a se casar com um rico estancieiro para resgatar a posição social de sua família. O marido a transforma em prisioneira, com autorização para receber apenas as visitas do padre e do sacristão, o que dá origem a um inesperado triângulo amoroso. O filme é baseado no romance homônimo do escritor Luiz Antonio de Assis Brasil.


DIA 13 DE NOVEMBRO ÀS 18h30


VALSA PARA BRUNO STEIN

(Brasil, 2007, 88min). Direção de Paulo Nascimento, com Walmor Chagas e Ingra Liberato.

Sinopse: Bruno Stein é um homem idoso e de comportamento rígido que vive com a família num lugar isolado do Rio Grande do Sul. Mas a chegada de um novo empregado para sua olaria e uma paixão inesperada pela nora fazem com que ele encontre um novo sentido para sua vida. O filme é baseado no romance homônimo de Charles Kiefer e conta com uma atuação inesquecível de Walmor Chagas como Bruno Stein.


DIA 14 DE NOVEMBRO ÀS 18h30


OS SENHORES DA GUERRA

(Brasil, 2016, 113min). Direção de Tabajara Ruas, com Andre Arteche e Rafael Cardoso.

Sinopse: Julio e Carlos são irmãos e grande amigos. Mas são separados pela Revolução de 1923, que divide o Rio Grande do Sul entre chimangos e maragatos. Julio é prefeito de Santa Maria e está com os primeiros, enquanto Carlos é revolucionário e maragato. O filme é adaptado do romance homônimo de José Antonio Severo (1942 – 2021), que se baseou em um episódio verídico da história do Rio Grande do Sul.


DIA 16 DE NOVEMBRO ÀS 18h30


AINDA ORANGOTANGOS

(Brasil, 2008, 85min). Direção de Gustavo Spolidoro, com Julio Andrade, Heinz Limaverde, Renata de Lélis, Rafael Sieg.

Sinopse: Rodado em um plano-sequência, o filme acompanha 15 personagens em um tórrido dia do verão porto-alegrense. Entre eles está um casal de chineses, um Papai Noel bêbado, duas garotas apaixonadas, o porteiro de um prédio e um casal de noivos. O roteiro é adaptado de seis contos do livro homônimo do escritor Paulo Scott.


DIA 17 DE NOVEMBRO ÀS 18h30

SOBRE SETE ONDAS VERDES ESPUMANTES


(Brasil, 2013, 74min). Direção de Bruno Polidoro e Cacá Nazario. Documentário.

Sinopse: A vida e a obra do escritor Caio Fernando Abreu (1948 – 1996) são revistas num documentário poético, que conta com a participação de vários de seus amigos, como Maria Adelaide Amaral, Grace Gianoukas e Adriana Calcanhoto. O filme passa por lugares onde o escritor viveu, como Santiago do Boqueirão, Amsterdã, Berlim, Paris, Londres e Porto Alegre. Neste dia, a sessão será tema do encontro “O Que é o Cinema Gaúcho?”, apresentado pelo pesquisador Glênio Póvoas.


PREÇOS DOS INGRESSOS:

TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 12,00 (R$ 6,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 14,00 (R$ 7,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). CLIENTES DO BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES. 

Professores tem direito a meia-entrada mediante apresentação de identificação profissional. Estudantes devem apresentar carteira de identidade estudantil. Outros casos: conforme Lei Federal nº 12.933/2013. Brigadianos e Policiais Civis Estaduais tem direito a entrada franca mediante apresentação de carteirinha de identificação profissional.

*Quantidades estão limitadas à disponibilidade de vagas na sala.

A meia-entrada não é válida em festivais, mostras e projetos que tenham ingresso promocional. Os descontos não são cumulativos. Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelos telefones: (51) 3136-5233, (51) 3226-5787.


Acesse nossas plataformas sociais:

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terça-feira, 9 de novembro de 2021

Cine Dica: Os Filmes da Revolução

 Uma das cinematografias mais destacadas

do audiovisual da América Latina 


A Revolução Cubana completou 62 anos. Liderados por Fidel Castro e Ernesto "Che" Guevara, os guerrilheiros da Sierra Maestra protagonizaram um dos momentos mais importantes do século XX, alterando o rumo de todo o continente americano. No entanto, os revolucionários nunca visaram, tão somente, uma mera tomada de poder, mas sim, carregavam consigo todo um projeto de modificação da sociedade. Para tanto, o Cinema era uma peça fundamental na construção daquela nova realidade social, ocupando a centralidade da produção de imagens do novo regime cubano, tocando diretamente no imaginário social. A construção de um novo cinema era vista como fundamental na formação de um "homem novo".

Os filmes cubanos atingiram o status de produto prioritário do Estado e foram produzidos em larga escala, dominando as salas de Cinema em seu próprio país, algo inédito no continente americano, e alcançaram diversas salas ao redor do mundo, circulando também por muitos festivais. Filmes como "Lucía", de Humberto Solás, em 1968 e "Memórias do Subdesenvolvimento", de Tomás Gutiérrez Alea - filme mais premiado no mundo em 1968 - ganham destaque em festivais internacionais. Feito somente comparável a "Morango e Chocolate", do mesmo Alea, que disputou o Oscar em 1993.


COMO SERÁ?

O Curso online CINEMA CUBANO: OS FILMES DE REVOLUÇÃO, ministrado pelo historiador e cineasta Alexandre Guilhão, apresentará um panorama social e histórico da formação do Cinema em Cuba. O objetivo é analisar o diálogo da produção cinematográfica com a própria história social e política do país. Serão analisados diversos filmes e os principais diretores, desde a era pré-revolucionária até os filmes mais importantes das décadas de 60, 70, 80 e 90.


Ministrante: ALEXANDRE GUILHÃO

Formado em Cinema e Mestre e Doutorando em História pela PUCRS. Produziu dissertação de Mestrado que analisou a transição do Cinema em Cuba após a Revolução e os seus principais filmes. Desenvolveu também pesquisa, em nível acadêmico, sobre o Cinema Cubano. É coordenador do grupo de estudos em Cinema-História da PUCRS. Já ministrou cursos e oficinas com esta temática, bem como, coordenou simpósios temáticos e escreveu artigos sobre Cinema e História, em especial na América Latina. Roteirista e diretor de fotografia. Dirigiu o documentário Tomada da Casa do Povo (vencedor do II Cine Tamoio Festival).

Curso online

"CINEMA CUBANO: OS FILMES DA REVOLUÇÃO"

de Alexandre Guilhão


* Datas: 13 e 14 / Novembro (sábado e domingo)

* Horário: 14h às 16h30

* Duração: 2 encontros online

(carga horária total: 5 horas / aula)

* Material: Certificado de participação


Informações

cineum@cineum.com.br / Fone: (51) 99320-2714

Inscrições

https://cinemacineum.blogspot.com/2021/10/cinema-cubano.html


ATENÇÃO

ÚLTIMOS DIAS PARA INSCRIÇÃO

Curso online

"FOUND FOOTAGE: O HORROR E A ESTÉTICA DA IMPERFEIÇÃO"

de Rodrigo Carreiro

* Datas: 06 e 07 / Novembro (sábado e domingo)

Inscrições

https://cinemacineum.blogspot.com/2021/10/found-footage.html



segunda-feira, 8 de novembro de 2021

Cine Especial: Revisitando 'Um Bonde chamado Desejo'

Sinopse: Blanche vai visitar a irmã grávida em Nova Orleans em busca de um lugar para morar, já que, após seduzir um jovem de 17 anos, ela foi expulsa da sua cidade natal. Sua chegada afeta fortemente a vida da irmã, a do cunhado e a sua também. 

Quando eu penso no cinema norte americano dos anos quarenta e cinquenta eu o chamo de realidade plástica, pois os estúdios não retratavam o mundo real dos EUA como realmente era. Um desses motivos se deve ao famigerado Código Hays, que foi um conjunto de normas morais aplicadas aos filmes lançados nos Estados Unidos entre 1930 e 1968 pelos grandes estúdios cinematográficos. Por conta disso assistíamos coisas absurdas, como no caso de nunca vermos um vazo aberto no banheiro ou de um casal nunca dormir na mesma cama.

Em meio a isso, muitos cineastas tentavam driblar o código, ao ponto de alguns filmes levarem mais de um ano para serem lançados. Os anos sessenta vieram e essa censura acabou ficando cada vez mais enfraquecida, principalmente em tempos em que a realidade nua e cura bateu na porta do norte americano, desde a questão do assassinato do Kennedy, guerra do Vietnã e crise financeira. Os anos setenta vieram, com jovens cineastas dando novo sangue e formando assim o melhor período que ficou denominado como a "Nova Hollywood".

Porém, antes disso, houve alguns títulos que, mesmo diante da sombra do Código Hays, surpreenderam ao serem lançados graças a sua temática mais ousada, adulta e realista.  Elia Kazan foi um desses casos que brigava contra os censores para poder lançar o seu filme da sua maneira, mesmo que houvesse a possiblidade de chocar uma sociedade inteira. Se anteriormente ele havia surpreendido em 1947 com "A Luz é para Todos" era uma questão de tempo para que ele rompesse a realidade plástica que o cinema americano sempre vendia e lançar algo que se aproximasse de sua própria realidade. "Um Bonde Chamado Desejo" (1951) é um filme a frente de sua época, corajoso na sua maneira e tendo melhorando cada vez mais na medida em que o tempo passa.

Na trama conhecemos Blanche DuBois (Vivien Leigh), uma mulher frágil e neurótica, que vai visitar sua irmã grávida (Kim Hunter), em Nova Orleans, em busca de um lugar que possa chamar de seu, já que, após seduzir um jovem de 17 anos, ela foi expulsa da sua cidade natal no Mississipi. Sua chegada afetará fortemente a vida da sua irmã, do seu cunhado e a sua própria vida.

Baseado em uma famosa peça da Broadway, o filme possui uma linguagem quase teatral, já que a trama se limita somente no apartamento em que Blanche vai viver com a sua irmã e cunhado. Porém, essas limitações ficam somente na superfície, já que o filme como um todo não esconde o lado nada glamoroso de Nova Orleans, com o direito de vermos sempre pessoas sujas, desarrumadas, desanimadas com o pouco que tem e muito mais próximas de nossa realidade do que a gente poderia imaginar. Em contra partida, vemos Blanche tentando fugir de um passado opressor cheio de culpa, mas descobrindo que o seu novo refúgio somente lhe dará mais dor, sofrimento e nenhuma glória.

Conhecida mundialmente pela sua atuação em "E O Vento Levou" (1939), Vivien Leigh nos brinda, não somente com a melhor atuação de sua carreira, como também uma das melhores atuações femininas da história. Ao interpretar uma personagem tão complexa, Leigh simplesmente desaparece em cena, dando lugar a uma mulher que se consome através da culpa, mas cujo os motivos com relação a isso somente ficam nas entrelinhas. Quem conhece a peça teatral, sabe que neste ponto a verdade não foi explicada com exatidão na adaptação cinematográfica, mas tudo é com relacionado ao desejo reprimido e da pessoa em si em nunca abraçar realmente quem ela é como um todo.

Já Marlon Brando, mesmo em início de carreira, nos prova porque viria a se tornar um dos maiores interpretes da nossa história. Ao interpretar o cunhado da protagonista chamado Stanley, Brando cria para si a imagem do Macho Alpha, do qual não medirá esforços para ser o rei da casa e sempre obrigando a sua esposa Stella (Kim Hunter) a fazer o que ele mandar. Entre uma explosão e outra, a cena em que Brando grita por Stella na frente do apartamento é um marco do cinema. Vale lembrar que Brando foi um dos primeiros atores a se despir da cintura pra cima em cena e provocando o maior escândalo.

Vale lembrar que o filme na época de seu lançado teve três minutos cortados devido ao Código Hays. Talvez o corte mais sentido foi a cena que deu a entender que Blanche foi estuprada por Stanley e cuja a mesma somente foi liberada anos mais tarde. Revisto hoje, o filme é um verdadeiro tapa na cara contra uma sociedade verdadeiramente hipócrita, que esconde embaixo do tapete todos os seus desejos, fracassos e que tentam a todo momento nos vender a família perfeita que já não existe mais.

Mesmo com todas as polêmicas o filme viria a ganhar quatro prêmios no Oscar: Melhor Atriz (Vivien Leigh), Melhor Atriz Coadjuvante (Kim Hunter), Melhor Ator Coadjuvante (Karl Malden) e Melhor Direção de Arte. Recebeu ainda outras 8 indicações: Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Ator (Marlon Brando), Melhor Fotografia em Preto e Branco, Melhor Figurino em Preto e Branco, Melhor Trilha Sonora, Melhor Som e Melhor Roteiro.Aclamado como um dos grandes filmes norte-americanos de todos os tempos, "Um Bonde Chamado Desejo" é um filme a frente da sua época e que quebrou todas as fantasias banais que Hollywood até então vendia. 

NOTA: O filme será exibido amanhã as 16h30 na Cinemateca Capitólio.



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sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Cine Dica: Em Cartaz: ‘Marighella’

Sinopse: Comandando um grupo de jovens guerrilheiros, Marighella tenta divulgar sua luta contra a ditadura para o povo brasileiro, mas a censura descredita a revolução. Seu principal opositor é Lúcio, policial que o rotula como inimigo público. 

Nos últimos vinte anos de nossa história o cinema brasileiro lançou filmes cuja as suas mensagens nos diziam que viveríamos tempos turbulentos e dos quais os mesmos se concretizaram. Mesmo com mensagens subliminares podemos pegar como exemplo o filme "A Frente Fria que a Chuva Trás"(2015), da qual retratava um grupo de jovens de diferentes classes se reunindo para uma festa em uma laje no morro carioca. A obra mostra um estado de alienação vindo dessa nova geração, sendo que a protagonista Amsterdã (Bruna Linzmeyer) explode perante o fato de estar desperta perante o lado farsante daquele cenário.

Já "Tropa de Elite" (2007) de José Padilha, ao ser revisto nos dias de hoje, podemos concluir que o fascismo brasileiro já estava encravado a muito tempo em nossa história e a figura do Capitão Nascimento, interpretado por Wagner Moura, seria a representação do discurso de que bandido bom é bandido morto. Veio então "Tropa de Elite 2" (2010) para nos mostrar que a raízes do problema se encontra mais embaixo da terra do que a gente imagina e fazendo da figura do Capitão Nascimento uma das figuras mais complexas e trágicas do nosso cinema. Não é à toa que Wagner Moura demoraria para desvencilhar da imagem desse personagem, mesmo atuando em diversos filmes e séries que comprovaram posteriormente ainda mais a sua versatilidade.

Porém, o ator quis ir mais além, ao sentar na cadeira como diretor e fazer "Marighella" (2021), filme corajoso, que fala de tempos passados, mas cujo os mesmos ecoam nos dias de hoje e fazendo da obra um filme obrigatório para ser visto e analisado nestes tempos turbulentos em que estamos convivendo. Neste filme biográfico, acompanhamos a história de Carlos Marighella (Seu Jorge), em 1969, um homem que não teve tempo pra ter medo. De um lado, uma violenta ditadura militar. Do outro, uma esquerda intimidada. Cercado por guerrilheiros 30 anos mais novos e dispostos a reagir, o líder revolucionário escolheu a ação. Marighella era político, escritor e guerrilheiro contra à ditadura militar brasileira.

Com os minutos iniciais transitando entre a ficção ao documentário, Wagner Moura surpreende na direção no primeiro ato, onde com certeza observou de perto como José Padilha fazia cenas de ação em plano-sequências. A cena inicial, por exemplo, é surpreendente, onde vemos Marighella e seus companheiros assaltando um trem que carregava armamento para o exército e remetendo aos velhos clássicos do faroeste de assalto. Muitos desses planos-sequências se encontram espalhados ao longo do filme, fazendo com que tenhamos a sensação de estarmos de corpo presente na ação e fazendo com que estes momentos fiquem cheios de pura tensão.

Visualmente o filme é surpreendente na sua reconstituição dos anos pós-golpe, cuja a sua fotografia em tons pasteis sintetizam tempos pouco coloridos e dos quais os mesmos eram disfarçados por uma propaganda de um falso país democrático. Curiosamente, Wagner Moura procura nos passar diálogos a dedo, cujo os mesmos a gente ouve todo o santo dia nestes últimos dez anos e fazendo a gente concluir que o golpe daqueles tempos ainda não acabou, pois os discursos de ambos os lados ainda se enfrentam até hoje. O filme, portanto, vem em uma hora mais do que apropriada, principalmente pelo fato de hoje estarmos sendo governados por um Presidente que defende os golpes de estado de ontem e hoje e não é de se admirar que o filme tenha sido censurado e adiado inúmeras vezes.

Conhecido pelo trágico personagem Mané Galinha em "Cidade de Deus" (2002), Seu Jorge nos passa uma força através do personagem histórico, do qual o mesmo não esconde em seu olhar as dores que carrega de um país cansado e amordaçado. Wagner Moura foi feliz na escolha do seu elenco, em não somente ter acertado na escolha de seu protagonista, como também do seu antagonista. Bruno Gagliasso como Lúcio, líder do DOPS, surpreende ao construir o seu personagem, que nada mais é do que um lacaio a serviço do imperialismo americano, mas que acredita ser patriota e fazendo o que acha certo mesmo lhe custando o seu lado mais humano.

Não é preciso ser gênio que o filme se encaminha para um ato final que é a Via Crúcis do protagonista, mas do qual o mesmo não se rendeu mesmo em seu último minuto. Marighella morreu, mas sua ideia ficou, de um país livre da tirania e mesmo com poucos recursos o próprio acreditava que valia a pena lutar pela causa. Resta saber se boa parte do povo brasileiro de hoje irá capitar a proposta final da obra, ou ficar esperando que as mudanças aconteçam conforme o tempo passa.

"Marighella" não é somente sobre um personagem histórico brasileiro, como também uma representação de força do nosso cinema, do qual sempre retratou as diversas fases de nossa história e da qual jamais deve ser censurada. 


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quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Cine Dicas: Estreias do Final de Semana (04/11/21)

 Marighella

Sinopse: Comandando um grupo de jovens guerrilheiros, Marighella tenta divulgar sua luta contra a ditadura para o povo brasileiro, mas a censura descredita a revolução. Seu principal opositor é Lúcio, policial que o rotula como inimigo público. 


Eternos

Sinopse: Originários dos primeiros seres a terem habitado a Terra, Os Eternos fazem parte de uma raça modificada geneticamente pelos deuses espaciais conhecidos como Celestiais. Dotados de características como imortalidade e manipulação de energia cósmica, eles são frutos de experiências fracassadas de seus próprios criadores, que também foram responsáveis por gerar os Deviantes, seus principais inimigos.


Alerta Vermelho

Sinopse: Um agente do FBI (Dwayne Johnson) persegue o ladrão de arte mais procurado do mundo. Ele só não esperava ter seu alvo (Ryan Reynolds) como parceiro para prender uma bandida muito esperta (Gal Gadot). Classificação indicativa 12 anos, contém violência, drogas lícitas e linguagem imprópria.


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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO DE 04 A 10 DE NOVEMBRO DE 2021 na Cinemateca Paulo Amorim

O HOMEM QUE VENDEU SUA PELE


 ESTAMOS EXIGINDO O COMPROVANTE DE VACINAÇÃO.

SEGUNDAS-FEIRAS NÃO HÁ SESSÕES


SALA 1 / PAULO AMORIM


15h – A DONA DO BARATO Assista o trailer aqui.

(La Daronne - França-Bélgica, 2020, 105min). Direção de Jean-Paul Salomé, com Isabelle Huppert, Hippolyte Girardot, Farida Ouchani. Imovision, 12 anos. Comédia dramática.

Sinopse: Patience Portefeux trabalha como tradutora de francês-árabe para o departamento de narcóticos de Paris. Ela tem vários problemas financeiros em sua vida pessoal, mas a situação se complica ainda mais quando descobre que o filho da dedicada cuidadora de sua mãe será preso por conta de tráfico de maconha. Decidida a proteger o rapaz, a própria Patience despista a polícia e assume a droga - se tornando a dona do barato do título. O filme é uma adaptação do romance da escritora Hannelore Cayre.


*NÃO HAVERÁ SESSÃO NO DIA 07 (DOMINGO).


17h – O HOMEM QUE VENDEU SUA PELE Assista o trailer aqui.

(The Man who Sold his Skin - Alemanha-Bélgica-França-Tunisia, 2020, 104min).Direção de Kaouther Ben Hania, com Yahya Mahayni, Monica Bellucci, Dea Liane, Koen de Bouw. Pandora Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Sam Ali é um jovem sírio que trocou seu país pelo Líbano para escapar da guerra. Mas seu projeto de vida é viajar para a Bélgica e reencontrar Abeer, a namorada que também fugiu do Líbano. A oportunidade surge quando Sam conhece Jeffrey Godefroy, um cultuado artista contemporâneo que propõe transformar o próprio corpo do jovem em uma obra de arte – o que significa passaporte livre para qualquer lugar do mundo. O filme foi indicado pela Tunísia para concorrer ao Oscar de melhor longa internacional.


SALA 2 / EDUARDO HIRTZ


14h30 – UMA HISTÓRIA DE FAMÍLIA *ESTREIA* Assista o trailer aqui.

(Family Romance, LLC - Estados Unidos/Japão, 2020, 90min). Direção de Werner Herzog, com Ishii Yuichi, Mahiro Tanimoto. Arteplex Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Em tempos de fake news e relações virtuais, por que não contratar amigos e familiares? Na empresa Family Romance LLC, há locações para todos os tipos de necessidades, inclusive seguidores para redes sociais e substitutos para reuniões de trabalho. Entre as muitas contratações da empresa, Ishii é chamado para representar o pai desaparecido de uma menina de 12 anos.


16h30 – DE VOLTA À ITÁLIA Assista o trailer aqui.

(Made in Italy - Reino Unido/Itália, 2020, 95min). Direção de James D'Arcy, com Liam Neeson, Micheál Richardson, Valeria Bilello, Lindsay Duncan. California Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Robert e Jack são pai e filho, mas nunca conseguiram lidar com a perda da esposa e mãe, morta num acidente de carro. Agora, ambos viajam para a região da Toscana, na Itália, com a intenção de vender uma antiga casa da família. Em meio às reformas que o lugar exige e ao cenário de extrema beleza, pai e filho precisam aprender a expressar os seus sentimentos e buscar uma maneira de recomeçar.


18h30 – UMA HISTÓRIA DE FAMÍLIA *ESTREIA* Assista o trailer aqui.

(Family Romance, LLC - Estados Unidos/Japão, 2020, 90min). Direção de Werner Herzog, com Ishii Yuichi, Mahiro Tanimoto. Arteplex Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Em tempos de fake news e relações virtuais, por que não contratar amigos e familiares? Na empresa Family Romance LLC, há locações para todos os tipos de necessidades, inclusive seguidores para redes sociais e substitutos para reuniões de trabalho. Entre as muitas contratações da empresa, Ishii é chamado para representar o pai desaparecido de uma menina de 12 anos.

SESSÕES ESPECIAIS DA SEMANA


Sessão do seminário “Jean-Claude Entre”

DIA 04 DE NOVEMBRO ÀS 19h (INGRESSOS R$ 6,00)


#EAGORAOQUE

(Brasil, 2020, 70min). Direção de Rubens Rewald e Jean-Claude Bernardet, com Vladimir Safatle, Palomaris Mathias, Jean-Claude Bernardet.

Sinopse: Um intelectual de esquerda é confrontado diante das limitações de suas ideias. Este é o mote para vários questionamentos políticos que surgem tanto do pai idoso do intelectual quanto da filha, militante de movimentos estudantis.


Sessão da oficina

“Alfabetização Audiovisual com Z Leão”

DIA 06 DE NOVEMBRO ÀS 19h (ENTRADA FRANCA)


CURTAS DA OFICINA DE Z LEÃO

Sinopse: Exibição dos curtas-metragens realizados em oficinas ministradas pelo cineasta em Porto Alegre, Gramado, Bagé, São Leopoldo, Novo Hamburgo e Arambaré.


Sessão do ciclo Clássicos na Cinemateca – 35 anos.

DIA 07 DE NOVEMBRO ÀS 15h (INGRESSOS R$ 6,00)


CINZAS E DIAMANTES

(Polônia, 1958, 105min). Direção de Andrzej Wadja.

Sinopse: Considerado um dos melhores filmes sobre a Segunda Guerra Mundial, mostra a divisão interna da Polônia depois do conflito e que colocou em oposição amigos que lutaram juntos contra a Alemanha. Neste cenário, Maciek, um jovem nacionalista, é incumbido de matar Szczuka, um líder comunista.


Sessão do seminário “Jean-Claude Entre”

DIA 07 DE NOVEMBRO ÀS 19h (INGRESSOS R$ 6,00)

FOME

(Brasil, 2015, 90min). Direção de Cristiano Burlan, com Jean-Claude Bernardet.

Sinopse: Pelas ruas da capital paulista, um velho homem abandona o passado e resolve viver como um andarilho, levando apenas um carrinho e alguns trapos.


Sessão da oficina “Escola de Cinéfilos”

DIA 09 DE NOVEMBRO ÀS 19h (INGRESSOS R$ 6,00)


A DAMA DE SHANGAI

(EUA, 1947, 90min). Direção de Orson Welles.

Sinopse: Um romance proibido, um assassinato e uma fortuna em dinheiro são os ingredientes deste drama policial noir dirigido e protagonizado por Orson Welles. Destaque para a atuação de Rita Hayworth como a sedutora e misteriosa Elsa.


Sessão do 2º Festival Cinema Negro em Ação

DIA 10 DE NOVEMBRO ÀS 19h (INGRESSOS R$ 6,00)


“ESQUENTA” CINEMA NEGRO EM AÇÃO

Programa com curtas-metragens, videoclipes e videoartes vencedores da primeira edição do Festival, realizada em novembro do ano passado.


PREÇOS DOS INGRESSOS:

TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 12,00 (R$ 6,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 14,00 (R$ 7,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS).

CLIENTES DO BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES. 

Professores tem direito a meia-entrada mediante apresentação de identificação profissional.

Estudantes devem apresentar carteira de identidade estudantil. Outros casos: conforme Lei Federal nº 12.933/2013. Brigadianos e Policiais Civis Estaduais tem direito a entrada franca mediante apresentação de carteirinha de identificação profissional.

*Quantidades estão limitadas à disponibilidade de vagas na sala.

A meia-entrada não é válida em festivais, mostras e projetos que tenham ingresso promocional. Os descontos não são cumulativos. Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelos telefones: (51) 3136-5233, (51) 3226-5787.


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