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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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sexta-feira, 7 de junho de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: 'Compra-me Um Revólver' - O lado Verossímil de um Futuro Apocalítico.

Sinopse:O filme traz uma visão distópica de um México controlado inteiramente por cartéis, no qual as mulheres estão desaparecendo. Uma jovem usa uma máscara para esconder sua identidade e ajudar o pai a cuidar de um campo de beisebol frequentado pelos traficantes. 

Em tempos de um Brasil atual em que se vende a ideia, erroneamente, que liberar porte de armas para o povo irá conter a violência já existente, ao mesmo tempo se cria um pessimismo com relação ao nosso próprio futuro. Futuro esse, aliás, que é sempre retratado em filmes apocalípticos, mas cujas as últimas obras não estão muito distantes de nossa própria realidade. "Compra-me Um Revólver" pode ser uma ficção futurística, mas que assusta pelo seu teor realístico, com altas doses de pessimismo e que nos deixa mentalmente em frangalhos.   
Dirigido pelo mexicano  Julio Hernández Cordón, do filme "Atrás Há Relâmpagos"(2017), o filme conta a história de futuro próximo, onde a jovem Huck (Matilde Hernandez) usa uma máscara para conseguir esconder que é uma menina, pois as mulheres estão desaparecendo gradualmente em sua cidade. Huck ajuda o pai viciado a cuidar de um campo de beisebol abandonado, onde os traficantes se encontram para jogar. O pai tenta protegê-la dos perigos daquela realidade, mas é o grupo de garotos amigos o grande aliado da menina. Juntos, eles vão ter que lutar para superar as dificuldades da vida e derrotar a máfia local. 
Embora a trama se passe em um futuro, o filme está muito mais próximo da realidade vista em nosso dia a dia, principalmente em países como o México que luta contra a violência que sempre nasce devido ao tráfico de drogas. A história abre com letreiros para fazer com que a gente se localize naquele universo, mas, ao meu ver, isso soa como dispensável, pois o horror do realismo já dá conta de todo o recado. Na medida em que a trama avança, pouco importa onde ou quando a trama se passa, mas sim nos preocupamos mais com o bem-estar do pai e da filha.
Matilde Hernandez é a força matriz da obra, já que é através do seu olhar inocente que enxergamos uma realidade distorcida e da qual é somente movida pelo desejo de manter a sua sobrevivência. Uma vez que o horror dessa realidade toma conta do ambiente, enxergamos um olhar infantil transitando entre a loucura e a lucidez, mas jamais abandonando as suas motivações em manter a sua segurança e do seu pai. Se para nós, o clima mórbido da trama toma ares de filme de horror, para os jovens personagens vistos na tela isso se tornou algo banal, ao ponto de vermos uma criança desejar o seu braço decapitado de volta se tornar algo rotineiro para aqueles jovens personagens que convivem com uma insana violência que impregna em seu dia a dia.
"Compra-me Um Revólver" pode ser uma ficção, mas assusta pela sua realidade nua e crua e da qual pode estar muito mais próxima de nós do que a gente imagina.



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Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre: 'Último Lance' - O Mistério das Artes

Nota: Filme exibido no último sabado (01/06/19) para associados do Clube.  

Sinopse: Olavi (Heikki Nousiainen) é um negociante de arte obcecado com trabalho que vem sendo deixado para trás com a modernização da indústria, que favorece cada vez mais grandes conglomerados. Quando o que pode ser um obscuro ícone de um pintor russo acaba em suas mãos, ele recebe a ajuda surpreendente de seu neto para recuperar suas finanças, o reaproximando de sua filha. 

Embora não chega a ser um subgênero, é notório que, ao longo da história do cinema, exista alguns filmes cujo o foco principal são obras de artes valiosas e que acabam movendo as peças principais da trama. Temos, por exemplo, o recente "O Caravaggio Roubado" (2018), do qual transita entre o humor, com pitadas de história policial, e cuja a obra de arte se torna o verdadeiro foco principal da trama. "O Último Lance" segue para um caminho parecido, porém, mais humano e destacando os laços familiares em meio as artes.
Dirigido por Klaus Härö, do filme "O Esgrimista" (2015), o filme conta a história de Olavi (Heikki Nousiainen), um vendedor de obras de artes e que procura uma nova obra prima para obter uma boa venda. Certo dia, ele dá de encontro com uma rara pintura russa, mas não possui dinheiro o suficiente para adquiri-la. Ao mesmo tempo, há uma reaproximação entre ele, seu neto e sua filha e que aos poucos vai se revelando os motivos que levaram ao afastamento.
Klaus Härö cria um belíssimo jogo de câmera através do ambiente em que se encontra os personagens. Na medida em que a câmera avança, nós acabamos conhecendo aos poucos esse universo particular das artes desse protagonista e revelando a sua real personalidade perante o mundo em que vive. Se em um primeiro momento não sentimos nenhuma simpatia por ele, por outro lado, isso é dissipado quando entra em cena o seu neto (Amos Brotherus) e despertando em ambas as partes a curiosidade de se conhecer mundos distintos, mesmo aparentando ser algo quase impossível.
O filme, portanto, transita por momentos de comédia dramática, para situações até mesmo misteriosas, já que a pintura principal da trama se torna um enigma, principalmente que não se sabe o real nome de sua autoria. Na medida que se descobre quem é o verdadeiro pintor, logo se constrói um cenário de jogo de poderes para ver quem obtém a obra, mesmo quando alguns mal sabem o tamanho do seu valor. Portanto, a sequência em que acontece um leilão, para ver quem dá o maior lance da pintura, se torna uma passagem cheia de suspense e do qual sentimos adrenalina ao lado do protagonista.
Após isso, o filme se encaminha para o lado feio, para não dizer hipócrita do mundo das artes. Ao mesmo tempo, ficamos conhecendo mais a fundo o protagonista, na medida em que ele tenta se reaproximar de sua família. Se há um egoísmo quase doentio vindo de sua pessoa, por outro lado, figuras gananciosas do mundo das artes fazem ele se tornar uma criatura frágil perante uma realidade que ele tanto amou, mas que não foge das regras da ambição.
Heikki Nousiainen está ótimo em cena, ao criar um Olavi forte em suas convicções, mas frágil perante uma realidade que sempre tentou ignorar. E se atuação do jovem Amos Brotherus é apenas ok, por outro lado, a interprete Pirjo Lonka, que faz a filha do protagonista, rouba a cena toda vez que surge ela na tela. Um filme, não somente moldado pelo universo das artes, mas também pela contagiante humanidade vinda dos seus respectivos personagens.
"O Último Lance" é, tanto uma singela carta de amor para aqueles que amam as obras de artes, como também uma sedutora fábula sobre os laços familiares. 

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quarta-feira, 5 de junho de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: 'X-Men: 'Fênix Negra' - O Fim de Uma Era

Sinopse: Jean começa a liberar poderes que a corrompem e a transformam em uma Fênix Negra. Agora, os X-Men precisam decidir se a vida de um membro da equipe vale mais do que todas as pessoas do mundo. 

E lá se vão quase vinte anos desde que foi lançado "X-Men: O Filme" (2000). De lá pra cá, foi lançado duas trilogias, mais três filmes solo de Wolverine e dois de Deadpool. Entre fins e recomeços, os heróis mutantes foram vitais para o fortalecimento de adaptações das HQ para o cinema, pois atualmente fica muito difícil de se imaginar o que seria caso o estúdio Fox não acreditasse nessa iniciativa naquela época.
Após o encerramento da segunda trilogia, com o filme "X-Men - Apocalipse"(2016), eu achava que não era mais necessário um novo capitulo para a saga. Quando, por exemplo, havia sido lançado "Logan"(2017), o filme acabou dando um ponto de encerramento digno ao personagem e a todo legado da franquia. Mas, nunca diga nunca no mundo de Hollywood, pois eis que chega agora "X-Men: Fênix Negra", filme que, ao menos, encerra com dignidade a franquia iniciada no ano 2000, mesmo quando ela não entrega como um todo o seu verdadeiro potencial.
Dirigido pelo estreante Simon Kinberg, o filme se passa no início dos anos 90, onde os X-Men são convocados pelo governo norte americano para tentar salvar um grupo de astronautas que estão à deriva no espaço. Durante o resgate, Jean (Sophie Turner) é atingida violentamente por misteriosos raios cósmicos e despertando nela poderes que até então estavam adormecidos. Não demora muito para Jean perder o controle e fazendo com que ela se encaminhe por situações irreversíveis.
Baseado na clássica HQ "Fenix Negra", escrito na época pelo roteirista Chris Claremont e com desenhos de John Byrne, os realizadores aqui evitam os erros cometidos em "X-Men: O Confronto Final" (2006), dedicando quase todas as suas atenções a personagem Jean e da qual se torna a protagonista definitiva da obra. Aproveitada parcialmente na trilogia original, Jean finalmente mostra todo o seu potencial em cena, não somente com relação ao vasto poder que tem, como também um alto grau de dramaticidade que poucas vezes havia sido explorado nas adaptações. Os primeiros minutos, aliás, sintetizam o peso dramático que o filme irá explorar como um todo.
Drama, aliás, é algo que sempre moldou a personagem e é nisso que estava faltando a ser explorado. Se isso não havia acontecido quando a personagem era interpretada por Frank Jessen, ao menos, quem teve melhor sorte foi Sophie Turner. Recém-saída do grande sucesso que foi a série "Game of Thrones", Sophie Turner carrega todo o filme nas costas e nos brindando com uma interpretação digna de nota.
Mas como não poderia deixar de ser, James McAvoy novamente surpreende como Charles Xavier, principalmente ao construir uma nova faceta para o personagem, cujo o seu ego inflado acaba se tornando o seu principal inimigo. A relação de professor e aluna, aliás, é o que torna especial o desenvolvimento da trama, ao explorar os erros e acertos dessa relação e culminando em revelações doloridas. Uma vez que Jean começa a perder o controle dos seus poderes, o grupo se defronta com situações imprevisíveis, das quais culminará em uma tragédia e que fará mudar a vida deles para sempre.
Por conta disso, eu acho até mesmo doloroso constatar que os roteiristas inventaram em última hora um inimigo dispensável para surgir em cena e da qual é interpretada pela atriz Jessica Chastain. Embora ela esteja bem em seu papel, sinto que ela foi inserida na trama unicamente para gerar um grande conflito, principalmente em seu ato final. Falando nisso, é notório que os realizadores optaram em descarregar toda ação, com efeitos especiais mirabolantes, somente em sua meia hora final.
Se por um lado tudo que é visto nos minutos finais soam como excesso, ao menos, isso tudo não estava impregnado ao longo do filme como um todo. Pelo menos, os minutos finais do filme permitem que os protagonistas respirarem um pouco, principalmente por conseguirem cada um deles uma redenção, mesmo com os sacrifícios ao longo do percurso. Resumidamente, não era um filme necessário, mas também foi até que bem pensado para agradar aos fãs e os respeitando da melhor maneira possível.
Com uma maravilhosa trilha sonora composta por Hans Zimmer, "X-Men: Fenix Negra" é o fim de uma era, da qual se encerra com certa dignidade e de forma merecida.   


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Cine Dica: O Fenômeno dos Novos Cinemas (4 a 16 de junho)

OBRAS-PRIMAS DO CINEMA JOVEM DOS ANOS 1960 EM EXIBIÇÃO NA CINEMATECA CAPITÓLIO PETROBRAS

A Cinemateca Capitólio Petrobras apresenta de 04 a 16 de junho a mostra O Fenômeno dos Novos Cinemas, com uma programação que apresenta obras de quatorze cineastas que transformaram o cinema na década de 1960, como o brasileiro Glauber Rocha, o indiano Mrinal Sen, a norte-americana Barbara Rubin, o canadense Gilles Groulx e o alemão Alexander Kluge. O valor do ingresso é R$ 10,00, com meia entrada para estudantes e idosos.
A mostra conta com a exibição de As Pequenas Margaridas, obra-prima transgressora da tcheca Věra Chytilová, realizada em 1966, na abertura, terça-feira, 04 de junho, às 20h. Carro-chefe da Nouvelle Vague Tcheca, o filme é um exercício audiovisual extravagante, anarquista e dadaísta, com uma explosão de cores psicodélicas e símbolos do inconsciente. A diretora definiu o filme como “uma farsa filosófica feminista”.
O público poderá participar de duas sessões comentadas, agendadas para os dias 05 e 16 de junho: na quarta-feira, 5 de junho, às 20h, o pesquisador das cinematografias africanas Pedro Henrique Gomes participa de um debate após a sessão com quatro filmes do realizador nigerino Moustapha Alassane realizados entre 1962 e 1966. No domingo, 16 de junho, às 18h, a sessão de encerramento da mostra apresenta a cópia restaurada em DCP de O Demônio das Onze Horas, um dos filmes mais celebrados de Jean-Luc Godard, seguida de debate com o crítico Enéas de Souza, autor do livro Trajetórias do Cinema Moderno.
Barravento, primeiro longa-metragem de Glauber Rocha, tem exibição de cópia restaurada em DCP no sábado, dia 08. A mostra também marca a celebração do 50º aniversário de três obras-primas vanguardistas realizadas em 1969: O Chacal de Nahueltoro, filme emblemático do nuevo cine chileno de Miguel Littin, Mr. Shome, o marco inicial do Cinema Paralelo Indiano, realizado por Mrinal Sen, e Diário de um Ladrão de Shinjuku, um dos filmes mais radicais de Nagisa Oshima, um dos fundadores da Nouvelle Vague Japonesa.
O Fenômeno dos Novos Cinemas tem co-organização do Goethe-Institut Porto Alegre, da Cinemateca Chilena, da Embaixada da França no Brasil, Cinemateca da Embaixada da França no Brasil e Institut Français.
A Cinemateca Capitólio Petrobras conta, em 2019, com o projeto Cinemateca Capitólio Petrobras programação especial 2019 aprovado na Lei Rouanet/Governo Federal, que será realizado pela FUNDACINE – Fundação Cinema RS e possui patrocínio master da PETROBRAS. O projeto contém 26 diferentes atividades entre mostras, sessões noturnas e de cinema acessível, master classes e exposições.
INFORMAÇÕES
A bilheteria abre 30 minutos antes das sessões. O valor do ingresso é R$ 10,00, com meia entrada para estudantes e idosos.
As sessões de O Chacal de Nahueltoro, Mr. Shome e Diário de um Ladrão de Shinjuku têm entrada franca.
A Cinemateca Capitólio Petrobras fica na Rua Demétrio Ribeiro 1085 – Esq. com Borges de Medeiros. Mais informações (51) 3289 7453 | http://www.capitolio.org.br |facebook.com/cinemateca.capitolio

FILMES

Barravento
Brasil, 1962, 78 minutos, DCP
Direção: Glauber Rocha
Numa aldeia de pescadores de xaréu, cujos antepassados vieram da África como escravos, permanecem antigos cultos místicos ligados ao candomblé. A chegada de Firmino, antigo morador que se mudou para Salvador fugindo da pobreza, altera o panorama pacato do local, polarizando tensões.

A Solidão do Corredor de Fundo
(The Loneliness of the Long Distance Runner)
Reino Unido, 1962, 104 minutos, HD
Direção: Tony Richardson
Rapaz rebelde vai para reformatório depois de um roubo mal sucedido. O diretor descobre nele um enorme talento para corrida e se aproveita disso para tentar conquistar o campeonato entre reformatórios.

Natal na Terra
(Chrismas on Earth)
Estados Unidos, 1963, 30 minutos, HD
Direção: Barbara Rubin
Obra transgressora inspirada no poema Uma Temporada no Inferno, escrito por Arthur Rimbaud. Ao combinar, através de um ritual orgiástico, as paixões da jovem cineasta – 17 anos de idade – e as aspirações de emancipação de seu tempo, Natal na Terra tornou-se rapidamente uma obra de arte icônica da cena underground dos Estados Unidos.

O Evangelho Segundo São Mateus
(Il vangelo secondo Matteo)
Itália, 1964, 138 minutos, HD
Direção: Pier Paolo Pasolini
A vida de Jesus Cristo é recontada segundo o primeiro e o mais belo dos Evangelhos, o de São Mateus.

O Gato no Saco
(Le Chat dans le Sac)
Canadá, 1964, 75 minutos, HD
Direção: Gilles Groulx
Um jornalista encontra-se em um conflito entre tentar mudar a sociedade ou aceitar seu lugar nela. Enquanto vive essa tensão existencial, sua namorada, uma jovem atriz, não compartilha dos mesmos pensamentos. Surge uma tensão entre os dois. O longa de estreia de Groulx é um dos pilares do cinema moderno realizado no Québec nos anos 1960.

O Demônio das Onze Horas
(Pierrot Le Fou)
França, 1965, 115 minutos, DCP
Direção: Jean-Luc Godard
Para escapar de uma sociedade entediante, Ferdinand Griffon viaja com Marianne. Os dois iniciam uma onda de crimes que vai da França ao Mediterrâneo e termina com um banho de sangue.

Filmes de Moustapha Alassane

O Anel do Rei Koda
(La bague du roi Koda)
Níger, 1962, 24 minutos, HD
Direção: Moustapha Alassane
Ilustração de uma lenda do país de Djerma em Niger. No reino do Rei Koda, um selvagem e cruel déspota, vive um bravo pescador chamado “Dedo de Deus”. Para testar sua virtude, o rei Koda lhe dá o anel que ele usa em seu dedo com a missão de devolvê-lo depois de um ano.

Aouré
Níger, 1962, 30 minutos, HD
Direção: Moustapha Alassane
Neste híbrido de ficção e documentário, Alassane narra a vida conjugal de um jovem casal muçulmano de etnia Zharma que vive no vale do rio Níger.

O Retorno do Aventureiro
(Le retour d’un Aventurier)
Níger, 1966, 33 minutos, digital
Direção: Moustapha Alassane
Uma sátira aos filmes de cowboys norte-americanos é o plano de ação que leva o diretor Moustapha Alassane a questionar a África e o mundo ocidental.

Boa Viagem, Sim
(Bon Voyage, Sim)
Níger, 1966, 5 minutos, digital
Direção: Moustapha Alassane
Sim, presidente da ‘República dos Sapos’, parte em viagem convidado pelo presidente de um país vizinho

As Pequenas Margaridas
(Sedmikrásky)
Tchecoslováquia, 1966, 72 minutos, DCP
Direção: Věra Chytilová
Duas garotas, ambas chamadas Marie, reconhecem que o mundo está corrompido e decidem embarcar em uma série de brincadeiras destrutivas que consomem e destroem o que está ao redor delas. Carro-chefe da Nouvelle Vague Tcheca, o filme é um exercício audiovisual extravagante, anarquista e dadaísta, com uma explosão de cores psicodélicas e símbolos do inconsciente. A diretora definiu o filme como “uma farsa filosófica feminista”.

Despedida de Ontem
(Abschied von Gestern)
Alemanha, 1966, 84 minutos, digital
Direção: Alexander Kluge
Uma jovem, Anita G., rouba um pulôver para se aquecer. Cumprida a pena, ela faz várias tentativas de começar vida nova. Depois de uma fuga em ziguezague, vai parar de novo na cadeia. Os nazistas tinham levado seus pais. Ela vem do Leste. E agora passa frio no Oeste. Três Alemanhas.

Memórias do Subdesenvolvimento
(Memorias del subdesarrollo)
Cuba, 1968, 97 minutos, HD
Direção: Tomás Gutiérrez Alea
Baseado no livro homônimo de Edmundo Desnoes, o filme conta a história de Sergio. Mesmo após a partida de seus amigos e familiares de Cuba, no início dos anos 1960, ele decide permanecer no país e acompanhar as transformações vivenciadas após a Revolução.

A Cor da Romã
(Sayat Nova)
União Soviética, 1968, 80 minutos, HD
Direção: Sergei Parajanov
A vida, a arte, as ideias, as paixões, os tormentos e as trepidações da alma do trovador armênio do século XVIII, Harutyun Sayatyan, conhecido como Sayat Nova (O Rei da Canção). Uma abordagem lírica e mística recriada por Parajanov a partir do mundo interior do poeta.

O Chacal de Nahueltoro
(El Chacal de Nahueltoro)
Chile, 1969, 95 minutos, HD
Direção: Miguel Littin
Basado em fatos reais, o filme é a recriação de um impactante crime, descoberto na crônica policial do Chile em meados da década de 1960, quando um campesino chamado Jorge del Carmen Valenzuela Torres foi preso pelo assassinato múltiplo de uma mulher campesina e seus cinco filhos, na localidade de Nahueltoro.

Mr. Shome
(Bhuvan Shome)
Índia, 1969, 85 minutos, digital
Direção: Mrinal Sen
Viúvo acostumado à rotina resolve tirar um dia de folga. O encontro com uma jovem camponesa abala seu modo de ver a vida. Comédia política com uma enorme abertura à invenção cinematográfica, o filme é considerado o marco inicial do cinema paralelo indiano.

Diário de um Ladrão de Shinjuku
(Shinjuku Dorobu Nikki)
Japão, 1969, 96 minutos, HD
Direção: Nagisa Oshima
Um retrato híbrido de Shinjuko, bairro famoso de Tóquio, livremente centrado em duas personagens: Torio Okanoue, que tem um fascínio quase erótico pelos livros que rouba de uma livraria, e Umeko Suzuki, a assistente da loja começa a se relacionar com ele após tê-lo observado a roubar.

GRADE DE HORÁRIOS
4 a 16 de junho

4 de junho (terça-feira)
20h – As Pequenas Margaridas
5 de junho (quarta-feira)
18h30 – As Pequenas Margaridas
20h – Filmes de Moustapha Alassane + debate com Pedro Henrique Gomes

6 de junho (quinta-feira)
18h30 – Filmes de Moustapha Alassane
20h – O Gato no Saco
7 de junho (sexta)
18h30 – Despedida de Ontem
20h – A Cor da Romã

8 de junho (sábado)
18h30 – Barravento
20h – Memórias do Subdesenvolvimento

9 de junho (domingo)
18h30 – Despedida de Ontem
20h – A Solidão do Corredor de Fundo

11 de junho (terça)
18h30 – Despedida de Ontem
20h – Memórias do Subdesenvolvimento

12 de junho (quarta)
18h30 – O Demônio das Onze Horas
20h30 – O Chacal de Nahueltoro

13 de junho (quinta)
18h – A Solidão do Corredor de Fundo
20h – Mr. Shome

14 de junho (sexta)
18h – A Cor da Romã
20h – Projeto Raros Especial: Diário de um Ladrão Shinjuku

15 de junho (sábado)
18h – O Evangelho Segundo São Mateus
21h – Natal na Terra

16 de junho (domingo)
18h – O Demônio das Onze Horas + debate com Enéas de Souza

terça-feira, 4 de junho de 2019

Cine Dica: Curso Christopher Nolan - Inscrições abertas


INSCRIÇÕES ABERTAS
 
CURSO
  Apresentação
 
Obtendo carta branca para quase todos os seus projetos, o cineasta inglês Christopher Nolan é um caso raro dentro da Hollywood atual que se encontra cada vez mais presa a fórmulas de sucesso, não abrindo leque para projetos mais corajosos. Porém, Nolan obteve o feito de trabalhar em dois mundos, tanto dos pequenos projetos autorais que lhe deram reconhecimento, como também possuir total controle de alguns super espetáculos cinematográficos. Em ambos os casos, todos possuem o seu olhar pessoal, mas Nolan seria realmente um cineasta original em sua essência?
 

 
Objetivos
 
O curso Christopher Nolan: A Representação da Realidade, ministrado por Marcelo Castro Moraes, fará uma ampla revisão da carreira do cineasta, mas não se limitará em tratar somente sobre a carreira de Nolan. O olhar será mais amplo, incluindo como temática o próprio Cinema, abordando os conceitos de realismo e gênero fantástico, e também alguns dos principais realizadores que ajudaram a fortalecer a sétima arte como um todo. Além disso, faremos uma investigação de como Nolan usou os velhos artifícios técnicos e trazê-los para os dias atuais. É graças ao cinema do passado que Nolan enxergou o próprio futuro do cinema, aprimorou recursos de ponta que hoje estão perfeitamente integrados os filmes de grande espetáculo.
  
Curso
CHRISTOPHER NOLAN
A REPRESENTAÇÃO DA REALIDADE

de Marcelo Castro Moraes


 
Datas: 15 e 16 / Junho (sábado e domingo)
Horário: 14h às 17h
Local: Cinemateca Capitólio Petrobras
(Rua Demétrio Ribeiro, 1085 - Centro Histórico - Porto Alegre - RS)
Material: Certificado de participação e Apostila
 
Investimento
Pagamento p/ Cartão de crédito: R$ 95,00
- Pagamento p/ Depósito: R$ 90,00

* Promoção: R$ 80,00
(Válido para as primeiras 10 inscrições p/ depósito)
 
Informações
cineum@cineum.com.br / Fone: (51) 99320-2714
 
Inscrições on line
www.cinemacineum.blogspot.com.br
 

 
Realização
Cine UM Produtora Cultural - 10 Anos
 
Apoio
Cinemateca Capitólio Petrobras

Cine Dica: Hou Hsiao-hsien, Vera Chytilova e Suspiria (3 a 16 dejunho)

JEAN-MICHEL FRODON APRESENTA OBRA-PRIMA DE HOU HSIAO-HSIEN CLÁSSICO TRANSGRESSOR DE VERA CHYTILOVÁ ABRE MOSTRA O FENÔMENO DOS NOVOS CINEMAS

SUSPÍRIA DE LUCA GUADAGNINO ENTRA EM CARTAZ
A Cinemateca Capitólio Petrobras apresenta na primeira semana de junho a estreia exclusiva da aguardada refilmagem que o italiano Luca Guadagnino fez para o clássico Suspíria – A Dança do Medo, de Dario Argento; uma sessão especial de uma obra-prima do taiwanês Hou Hsiao-hsien apresentada pelo crítico francês Jean-Michel Frodon; e a exibição de As Pequenas Margaridas, da tcheca Věra Chytilová, na sessão de abertura da mostra O Fenômeno dos Novos Cinemas.

JEAN-MICHEL FRODON APRESENTA HOU HSIAO-HSIEN
Na segunda-feira, 3 de junho, às 19h30, o crítico francês Jean-Michel Frodon apresenta na Cinemateca Capitólio Petrobras a sessão surpresa de um clássico do diretor taiwanês Hou Hsiao-hsien (158 minutos). A sessão integra a programação do seminário O Estado da Crítica, produzido pela ACCIRS – Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Mais informações sobre o seminário: http://www.accirs.com.br/oestadodacritica2019/
Com projeção digital e legendas em português. O valor do ingresso é R$ 10,00, com meia entrada para estudantes e idosos.

AS PEQUENAS MARGARIDAS DE VERA CHYTILOVA EM EXIBIÇÃO
Na terça-feira, 4 de junho, às 20h, a Cinemateca Capitólio Petrobras apresenta o DCP restaurado de As Pequenas Margaridas, obra-prima transgressora da tcheca Věra Chytilová, realizada em 1966. Carro-chefe da Nouvelle Vague Tcheca, o filme é um exercício audiovisual extravagante, anarquista e dadaísta, com uma explosão de cores psicodélicas e símbolos do inconsciente. A diretora definiu o filme como “uma farsa filosófica feminista”. A sessão abre a programação da mostra O Fenômeno dos Novos Cinemas. O valor do ingresso é R$ 10,00, com meia entrada para estudantes e idosos.

SUSPÍRIA EM CARTAZ
A partir de quinta-feira, 5 de junho, a Cinemateca Capitólio Petrobras exibe Suspíria – A Dança do Medo, a refilmagem que o italiano Luca Guadagnino, diretor de Me Chame Pelo seu Nome, fez para o clássico filme de Dario Argento. O valor do ingresso é R$ 16,00, com meia entrada para estudantes e idosos.

SUSPÍRIA – A DANÇA DO MEDO
(Suspiria)
Itália, 152 minutos, DCP
Direção: Luca Guadagnino
Elenco: Dakota Johnson, Tilda Swinton, Mia Goth, Chloë Grace Moretz, Jessica Harper, Sylvie Testud
Distribuidora: Playarte Pictures
Classificação: 16 anos
Susie Bannion (Dakota Johnson), uma jovem bailarina americana, vai para a prestigiada Markos Tanz Company, em Berlim. Ela chega assim que Patricia (Chloë Grace Moretz) desaparece misteriosamente. Tendo um progresso extraordinário, com a orientação de Madame Blanc (Tilda Swinton), Susie acaba fazendo amizade com outra dançarina, Sara (Mia Goth), que compartilha com ela todas suas suspeitas obscuras e ameaçadoras.

GRADE DE HORÁRIOS
3 a 16 de junho de 2019
3 de junho (segunda-feira)
19h30 – Sessão Hou Hsiao-hsien (Seminário Internacional O Estado da Crítica)

4 de junho (terça-feira)
14h – A Parte do Mundo que Me Pertence
16h – Paul Sanchez Está de Volta
20h – As Pequenas Margaridas

5 de junho (quarta-feira)
14h – A Parte do Mundo que Me Pertence
16h – Paul Sanchez Está de Volta  
18h30 – As Pequenas Margaridas
20h – Filmes de Moustapha Alassane + debate com Pedro Henrique Gomes

6 de junho (quinta-feira)
14h - A Parte do Mundo que Me Pertence
15h45 – Suspíria – A Dança do Medo
18h30 – Filmes de Moustapha Alassane
20h – O Gato no Saco

7 de junho (sexta)
14h - A Parte do Mundo que Me Pertence
15h45 – Suspíria – A Dança do Medo
18h30 – Despedida de Ontem
20h – A Cor da Romã

8 de junho (sábado)
14h - A Parte do Mundo que Me Pertence
15h45 – Suspíria – A Dança do Medo
18h30 – Barravento
20h – Memórias do Subdesenvolvimento

9 de junho (domingo)
14h - A Parte do Mundo que Me Pertence
15h45 – Suspíria – A Dança do Medo
18h30 – Despedida de Ontem
20h – A Solidão do Corredor de Fundo

11 de junho (terça)
14h - A Parte do Mundo que Me Pertence
15h45 – Suspíria – A Dança do Medo
18h30 – Despedida de Ontem
20h – Memórias do Subdesenvolvimento

12 de junho (quarta)
14h - A Parte do Mundo que Me Pertence
15h45 – Suspíria – A Dança do Medo
18h30 – O Demônio das Onze Horas
20h30 – O Chacal de Nahueltoro

segunda-feira, 3 de junho de 2019

Cine Especial: Clube de Cinema de Porto Alegre: 'O Grande Mestre' - Era Uma Vez na China

Sinopse: 1936, Foshan. Um mestre das artes marciais anuncia sua aposentadoria e escolherá um sucessor entre os rivais do norte e do sul. Ip Man tem muitas qualidades e terá que fazer sua melhor apresentação, especialmente diante da filha do mestre. 

O  filme já avisa:  “Inspirado em uma história real de Ip Man, o mestre de Bruce Lee”.  Apesar disso, se você não o conhece ou nunca ouviu falar em Ip Man (1893-1972), responsavel estilo Wing Chung de Kung Fu e mestre do astro mundialmente conhecido , essa informação acaba se tornando mero aperitivo para o filme "O Grande Mestre"(2013), de Won Kar-Wai, do filme "Amor à Flor da Pele"(2000). Na linha dos principais longas-metragens já produzidos sobre essa mesma história, o estrelado pelo galã Tony Leung (Amor à Flor da Pele) é o que mais se afasta da tradição de filmes de artes marciais, caminhando a passos largos para uma produção fundamentada nos efeitos visuais, uma ótima fotográfica e edição de arte.
À frente da coreografia das lutas, o célebre Yuen Wu Ping, também é responsável por essa função para outros filmes como, por exemplo, O Tigre e o Dragão e Matrix. É por conta disso que  "O Grande Mestre" possua uma estética de combate tão parecida à destes outros filmes, com cenas que valorizam muito o malabarismo, as incríveis piruetas do duelo, especialmente as em primeiríssimo plano. Closes em gotas de sangue e no desembainhar de espadas não faltam, assim como batalhas luxuosas na chuva.
No filme, tudo é grandioso, assim como os seus cenários, ao ponto de nós esquecermos do lado dramático da trama. Os diálogos, por sua vez, são um capítulo positivo. Com expressões fortes e, às vezes, certa carga poética, carregam os valores chineses de honra e respeito, além de lições de moral bastante metafóricas.
Mas, como um todo, o filme não é 100% positivo. Por vezes, é confusa a montagem da história que só com as cartelas explicativas ao final de algumas cenas é possível entender o que acaba de acontecer. Outros trechos, porém, acabam ficando sem a compreensão total para o cinéfilo que assiste.  Para onde vai Ip Man, o qual some inexplicavelmente, durante a longa sequência no nordeste da China, 10 anos antes do tempo presente da narrativa? O que aconteceu à sua esposa? Além disso, o enfoque amoroso estabelecido em alguns momentos soa, por vezes, desnecessário a ponto de acrescentar um peso melodramático do qual não era assim tão importante.
" O Grande Mestre" está mais para uma produção que ganha com estética e plástica do que para um filme que se deseja assistir apenas como forma de entretenimento ou informação. Desaponta, em parte, os que esperam pela “verdadeira” história do mestre Ip Man, ou irrita os fãs de efeitos visuais com sua fotografia e seu enquadramento mais conceituais. Não é à toa, por exemplo, que o filme concorreu pelas categorias melhor fotografia e melhor figurino no Oscar 2014. Deixou a festa sem nenhuma estatueta, mas valeu a indicação. Em suma: um filme mais bonito, tecnicamente falando e com um final digno e que presta uma homenagem ao clássico "Era Uma Vez na América" (1984),de Sergio Leone.  

Nota: Sessão especial que ocorreu no último domingo (02/06/19) no Cinebancários de Porto Alegre, com a participação de associados do clube e da Accirs - Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. A sessão teve também a presença do veterano crítico de cinema francês Jean-Michel Frodon. 

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