Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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Sinopse: Na época da grande Depressão assolando Londres, Mary Poppins retorna dos céus com seu fiel amigo Jack para ajudar Michael e Jane Banks, agora adultos trabalhadores que sofreram uma grande perda. As crianças Annabel, Georgie e John vivem com os pais na mesma casa de 24 anos atrás e precisam da babá e o acendedor de lampiões otimista para trazer alegria e magia de volta no seu dia a dia.
Os estúdios Disney pegaram gosto de revisitar os seus clássicos, já que muitos andam fazendo um grande sucesso. Contudo, se por um lado há um bom filme como, por exemplo, Malévola, cuja a sua releitura do conto A Bela Adormecida foi mais do que satisfatória, do outro, há títulos como A Bela e a Fera, que mais se preocupa em manter à fidelidade com relação a obra original do que ter personalidade própria. O Retorno de Mary Poppins segue essa tendência do estúdio, mas sendo uma obra que agradará muito mais aquela velha geração que cantarolou as clássicas músicas da obra de 1964.
Dirigido por Rob Marshall (Chicago), a trama se passa mais de duas décadas depois dos eventos vistos no filme anterior. Os irmãos Michael e Jane Banks agora são adultos, trabalham, mas enfrentam os problemas do dia a dia e em tempos de crise. Os filhos de Michael, que são Annabel, Georgie e John, recebem a visita de Mary Poppins (Emily Blunt) e, assim como ocorreu no passado, se tornando babá das crianças.
Para começo de conversa, o estúdio acertou na escolha de Rob Marchall na direção, já que foi ele que criou musicais como o já citado Chicago, Nine e dentre outros títulos em tempos que se dizia que o cinema musical estava morto no cinema americano. Porém, O Retorno de Mary Poppins sofre um pouco por ser mais uma releitura do clássico do que uma continuação propriamente dita e sempre quando começa um número musical parece que nos dá aquela sensação de déjà vu. Se por um lado é ótimo assistir à passagem da trama onde os atores contracenam com personagens em desenho animado, do outro, o número musical dos limpadores de chaminé visto aqui é praticamente igual se comparado ao clássico.
Mas se tem algo que se diferencia e muito se compararmos essa continuação com o clássico é atuação de Emily Blunt. Ao invés de simplesmente imitar o desempenho de Julie Andrews, Blunt, por sua vez, cria para si a sua própria Mary Poppins, onde um ar de mistério e um pouco de melancolia moldam a sua atuação em cena. Sendo uma personagem predestinada em ajudar famílias a reencontrar a felicidade, Blunt cria para si uma Poppins equilibrada, mas não escondendo em seu olhar um ar de tristeza ao testemunhar que o seu trabalho terá novamente o seu dever comprido.
Mas se por um lado o desempenho dela é mais do que satisfatório, o mesmo não pode se dizer dos demais do elenco, cuja as atuações são até satisfatórias, mas nada muito além disso. Porém, é divertido a participação de Colin Firth e principalmente de Meryl Streep. A diva, aliás, nos brinda novamente com uma boa atuação para canção e provando que sua indicação ao Oscar pelo filme Caminhos da Floresta (também de Marchall) não foi algo em vão.
Apesar de irregular em alguns momentos, O Retorno de O Retorno de Mary Poppins é divertido em sua proposta, mesmo quando ela não obtém a sua identidade própria.
O apresentador de tv Morales e dono da grife paulistana Morales Tapetes Orientais promoveu jantar de confraternização com presença de artistas e amigos em sua cobertura no Morumbi em São Paulo. A atriz internacional de cinema e tv Cris Lopes, o Diretor premiado de cinema e publicidade Rodney Borges e a jornalista Rubia Matos prestigiaram o jantar de reencontro dos amigos no Brasil em comemoração do Natal.
Cris Lopes apresentou uma série de documentários filmados no Egito e Marrocos na campanha da grife de tapetes orientais juntamente com o apresentador Morales para veiculação na tv com curiosidades como a confecção artesanal feita à mão e a história da origem dos tapetes orientais para o público e o uso em palácios desde a época dos reis e faraós, incluindo a rainha Cleopatra, que se enrolou em um tapete carregada no ombro por um de seus conselheiros para retornar a seu reino após sua fuga forçada, para uma audiência secreta com Julio César quando o imperador ameaçou tomar seu palácio para dominar a riqueza do Egito e o feito da rainha acabou levando ao famoso romance de Cleopatra e Julio Cesar.
No próximo dia 04/janeiro, a atriz Cris Lopes vai filmar em São Paulo cenas do longa-metragem Truck in Texas com direção e roteiro de Jefferson José. Este ano, Cris vai passar o Natal e o Reveillon com a família no Brasil.
Sinopse: 1987, Bumblebee encontra refúgio em um ferro-velho de uma pequena cidade praiana da Califórnia. Uma jovem chamada Charlie, que vive uma fase em busca por um lugar mp mundo, encontra Bumblebee desmemoriado. Quando ele acorda, Charlie logo percebe que este não é qualquer fusca amarelo.
Embora a saga Transformers seja uma franquia multimilionária, convenhamos, ela sofre do mal da visão autoral de Michael Bay. Dono de uma peculiaridade em querer sempre fazer dos seus filmes uma verdadeira montanha russa, Bay usou e abusou ao longo de cinco filmes, sendo que o Último Cavaleiro foi o ápice dessa mediocridade em querer fazer uma ação vertiginosa do começo ao fim dela. Felizmente os produtores decidiram, finalmente, tirar o pé do acelerador e o derivado Bumblebee é, sem sombra de dúvida, o melhor filme da franquia até aqui.
Dirigido por Travis Knight (Kubo e as cordas Mágicas), a trama se passa em 1987, onde testemunhamos Bumblebee se refugiar na terra, pois os seus inimigos, os Decepticons, estão em seu encalço. Quando ele se esconde num ferro velho, disfarçado na forma de um fusca, logo é encontrado pela jovem Charlie (Hailee Steinfeld). Juntos eles criam uma forte amizade, mas os problemas dessa união logo vão surgindo.
O grande trunfo do filme é não fazer com que a pessoa tenham a obrigação de assistir a todos os filmes anteriores, já que a trama se passa muito antes do início da saga do cinema iniciada em 2007. Além disso, o filme se passa nos anos 80, época em que os primeiros desenhos animados deTransformers faziam um enorme sucesso. Não é à toa, portanto, que o visual dos robôs vistos aqui remete aquele tempo e fazendo a gente se esquecer de todos os exageros de Bay dos filmes anteriores.
Mas o trunfo da produção se encontra na forma de conduzir o cinéfilo a uma trama nostálgica e que facilmente a gente se identifica com ela. Além das velhas e deliciosas referências a cultura pop oitentista, o filme segue a velha fórmula de sucesso que é sobre superação perante os obstáculos. Charile, por exemplo, é uma jovem que não consegue superar um trauma vindo do seu passado, mas sendo através da amizade com Bumblebee que faz com que se desperte o seu talento, então, adormecido.
Aliás, principalmente para o cinéfilo de olho atento, amizade de ambos os personagens em cena remete aos velhos clássicos Sessão da Tarde daqueles tempos dourados. Ao vermos, por exemplo, Charlie tentar esconder Bumblebee dos demais humanos é uma referência mais do que explicita ao clássico ET de Steven Spielberg. E se isso já não bastasse, não se surpreenda também se uma determinada cena perto do final do filme lhe faça se lembrar da cultuada animação O Gigante de Ferro. Falando em seu final, as cenas de ação, tão frenéticas nos filmes anteriores da franquia, só acontecem em um grau elevado nos minutos finais da obra. Se por um lado isso possa parecer um choque para os fãs de Michael Bay, por outro, isso se cria um verdadeiro refresco para os olhos de quem assiste. Em tempos de hoje em que o público se incomoda cada vez mais da abundância de efeitos visuais desnecessários, ao menos aqui, os realizadores parecem que finalmente entenderam o recado. Bumblebee não é somente o melhor filme da Franquia Transformers, como também ele é nostálgico, colorido e gostoso de se assistir do seu começo ao fim.
Não se pode duvidar que a Netflix é hoje uma das maiores marcas de entretenimento ao lançar inúmeros atrativos em seu cardápio. Porém, quantidade não significa qualidade e os realizadores da plataforma tem feito alguns filmes e séries dispensáveis paraos nossos olhos. A questão é porque acontece isso?
Difícil tirarmos uma rápida conclusão, já que qualquer uma levantada pode se tornar um tanto que precipitada. Mas há algo a ser observado e do qual se torna no mínimo curioso. Nos últimos tempos,por exemplo,a Netflix tem investido em títulos de filmes e séries com um enorme alarde, mas tendoum resultado aquém do esperado. Em contrapartida, títulos que quase não tiveram uma propaganda em grande escala acabaram caindo no gosto do público.
Pegamos, por exemplo, a série AlteredCarbon, da qual foi alardeada como uma espécie de novoBladeRunner e que, no princípio, chamou atenção da crítica e do público. Porém, o tempo passou e não ouço ninguém falar sobre a série, sendo que eu, por exemplo, assisti ao primeiro episódio, mas que não me atraiu em querer assistir aos outros seguintes. Em contrapartida, La Casa de Papel, série que até mesmo foi desprezada pelos próprios realizadores na Espanha, acabou sendo comprada pela Netlixsem muito alarde, mas acabou se tornando a série mais cultuada de 2018.
Claro que a própria história vista dentro do cinema nos mostrou que propagandas de larga escala podem acabar atraindo os olhares para determinados projetos com potencial de sucesso. Porém, hoje se tem um público com um olhar, por vezes, apurado e que acabam não caindo facilmente no conto do vigário. Mas se determinado filme, ou série, teve um determinado tratamento Vip, infelizmente outros títulos,ótimos aliás, acabam ficando no meio do caminho. Abaixo, segue dois exemplos que representam os dois lados da moeda com relação a esse assunto.
Mary Shelley
Sinopse: A história do romance entre o carismático poeta Percy Shelley e Mary Wollstonecraft, uma jovem de 17 anos que viria a se tornar a aclamada escritora Mary Shelley.
Lançado em circuito restrito nos cinemas, além de ter sido lançado na grade da Netflix sem nenhuma divulgação decente, A diretora Haifaa Al Mansoure a roteirista Emma Jensen assinam essa adaptação sobre a história real da escritora Mary Shelley para, além de contar a jornada de um dos mais importantes nomes da literatura, comprovar a importância da representatividade atrás das câmeras. Portanto, a via crucis que a jovem escritora teve que enfrentar para lançar a sua obra máxima é algo que precisa ser visto e revisto em tempos contemporâneos. Se hoje é comum testemunharmos escritoras fazendo sucesso avassalador com as suas obras literárias, porém, houve tempos em que, infelizmente, elas não obtinham o seu lugar ao sol.
Entre a vida dura e sonhos possíveis, a talentosa atriz Elle Fanning (Malévola) sintetiza toda a doçura e raiva que a escritora guardava dentro de si emmeio a uma realidade em que somente os homens obtinham o sucesso literário. Já DouglasBooth e Tom Sturridge dão aos seus respectivos personagens Shelley eLord Byron uma dose de pretensão e arrogância fazendo com que fique até mesmo difícil de acreditar que houve um tempo em que mulheres talentosas como Mary tiveram que aguentar uma realidade tão machista e pretenciosa.
É dessa realidade nua e crua que Mary Shelley criou o seu mostro, através das dores nascidas de perdas e decepções. Embora romanceado em alguns momentos, os realizadores foram prudentes ao focar na verdade sobre os fatos e que realmente ocorreram. Gradualmente, se percebe os elementos que vão surgindo na tela e que serviram de inspiração para que a escritora criasse a sua maior obra prima.
Em tempos em que a representatividade feminina é cada vez mais necessária, tanto nas séries como também no cinema, Mary Shelley é um belo tributo a uma das maiores mentes do universo literário e que por pouco foi perdido.
Bird Box
Sinopse: Numa realidade apocalípticaMalorie (Sandra Bullock) e seus dois filhos precisam chegar em um refúgio para escapar de um perigo que não se pode ser visto, pois as pessoas acabam se tornando violentas e suicidas.
Num primeiro momento Bird Box pode ser mal interpretado, já que a sua premissa lembra por demais do recente longa de terror Um Lugar Silencioso. Porém, o filme é baseado na obra de Josh Malerman e que havia sido lançado em 2014, ou seja, muito antes do filme de JohnKrasinski. Mas se por um lado o filme pode escapar dessa comparação, porém, há elementos que o fazem se tornar problemático.
Dividido em duas linhas temporais, o filme possui os típicos elementos de sucesso de outros clássicos de horror como, por exemplo, A Noite dos Mortos Vivos e de filmes recentes comoO Nevoeiro. Nada contra ao usar velhas fórmulas de sucesso, mas o problema se encontra na maneira de conseguir manter a atenção daqueles que se prezam em assisti-lo. Quando você começa a questionar sobre o que realmente está acontecendo na trama, os realizadores não nos dão um tempo necessário para refletirmos, pois já somos jogados na teia de eventos.
Se por um lado isso atrapalha, do outro, Sandra Bullock consegue se tornar uma espécie de representação da nossa confusão mental sobre as situações que vão ocorrendo. A sua personagem Malorie é a típica pessoa comum, cheia de dúvidas com relação a determinadas escolhas, mas que terá que amadurece-las para sobreviver em meio a loucura. Se por um lado a sua personagem compensa as falhas do longa, do outro, os demais coadjuvantes são tão fracos em cena que até mesmo a gente já sabe os que irão viver ou morrer na trama.
Há algumas ressalvas, mesmo quando essas possuem poucos momentos em cena. Ao viver a irmã deMalorie, Sarah Paulson (American Crime Story) nos faz desejar que a sua personagem dure muito mais na trama. Em contrapartida, John Malkovich se sobressai em meio aos personagens descartados dentro de um cenário claustrofóbico, mesmo quando o seu personagem se apresente como uma pessoa pouco sociável.
Dividindo a trama em duas linhas temporais, sendo elas localizadas no presente e passado, os realizadores foram infelizes ao não conseguir um bom ritmo na edição, ao ponto da gente sempre desejar para que o filme volte comMarloriee seus filhos em cena e desprezando os eventos do passado vistos dentro da casa. Isso acontece pelo fato de já temos uma nítida ideia do que irá acontecer naquele lugar e fazendo com que o efeito surpresa se perca pelo caminho. Ao menos, os minutos finais do arco final se tornam emocionantes na medida do possível, mesmo quando o seu minuto final se torne um tanto que previsível.
Bird Box é a típica grande produção elaborada pelaNetlfix com grande alarde, mas cujo brilho vai se perdendo no seu devido tempo.