Com direção de Eliane Caffé, Era o Hotel Cambridge entra em cartaz no CineBancários no dia 30 de março, com uma Sessão de Lançamento às 19h30. Após a exibição do filme será realizado um debate que contará com a presença do ator Jose Dumont e Carmen Silva (Frente de Luta por Moradia). O longa
 narra a trajetória de refugiados recém-chegados ao Brasil que, juntos 
com trabalhadores sem-teto, ocupam um velho edifício abandonado no 
centro de São Paulo. Em meio à tensão diária da ameaça do despejo, 
revelam-se dramas, situações cômicas e diferentes visões de mundo. Desde
 a sua apresentação no Festival do Rio, em setembro/outubro passados, 
Hotel Cambridge vem tendo expressiva participação em eventos de cinema 
no País e no exterior.
A distribuição de senhas será realizada a partir das 19h e a entrada é franca.
O filme ficará em cartaz nas sessões das 15h e 19h. Os ingressos podem ser adquiridos no local ou no site ingressos.com
 a R$10,00. Estudantes, idosos, pessoas com deficiência, bancários 
sindicalizados e jornalistas sindicalizados pagam R$5,00. Aceitamos os 
cartões Vale Cultura do Banrisul, Banricompras, Visa e Mastercard.
FICÇÃO
Era
 o Hotel Cambridge aborda a questão do movimento de refugiados/imigrante
 em conexão com a luta de trabalhadores sem-teto que disputam uma 
moradia digna nascidades do mundo inteiro. O filme é um hibrido de 
ficção e documental no qual participam atores e personagens reais de uma
 ocupação no centro de São Paulo. O convívio entre línguas, mundos e 
culturas diferentes transforma a narrativa em uma rica polifonia de 
situações tragicômicas. As janelas do edifício se abrem para outros 
mundos através da web, quando os refugiados se conectam com seus 
familiares e países de origem deixados para trás. 
A
 preparação do projeto levou dois anos e foi gerido por um coletivo que 
permitiu transformar todo o edifício (que é zona de conflito real) no 
set criativo da filmagem. Esse coletivo foi composto por quatro frentes 
principais: equipe de produção do filme; lideranças da FLM (Frente de 
Luta pela Moradia); grupo dos refugiados e núcleo de estudantes de 
arquitetura da Escola da Cidade. Por meio oficinas dentro da ocupação 
surgiu a matéria prima para o aprimoramento do roteiro e da direção de 
arte. A ousadia do experimento garantiu autenticidade e força dramática 
ao filme.
MOVIMENTO
A
 FLM (Frente de Luta pela Moradia) acolheu e orientou a produção do 
filme Era o Hotel Cambridge. Constituída por indivíduos com extração nas
 camadas mais vulneráveis da população, a Frente de Luta pela Moradia 
tem entre suas principais lideranças mulheres pobres, negras, 
trabalhadoras e chefes de família, que veem na organização a esperança 
em dias melhores para si e seus filhos. Carmen Silva Ferreira, atriz do 
filme, é uma dessas novas lideranças na cidade de São Paulo. Baiana, 
vítima de violência doméstica, oito filhos, imigrante, ela mesma foi uma
 sem-teto. Na luta pela reforma urbana, constituiu vários oásis de 
solidariedade e respeito em São Paulo, uma cidade acostumada a excluir 
os mais pobres, os mais fracos, os diferentes. Assim são os prédios hoje
 ocupados pelos sem-teto organizados na FLM.
Antes
 imóveis mortos (mortos pela especulação imobiliária, diga-se), 
esqueletos de concreto e ferro inúteis na paisagem urbana, focos da 
criminalidade, da doença e do desespero, esses edifícios 
transformaram-se em generosa experiência coletiva de acolhimento sem 
discriminação.
O
 convívio respeitoso que vemos entre os moradores, a proteção às 
crianças, aos idosos, aos deficientes, o cuidado com seu futuro, para 
não falar da limpeza esmerada das áreas comuns, tudo isso reforça em nós
 a idéia de que, ali, entre os pobres, encontra-se uma nova forma de 
vida e de luta social –mais feminina, mais gentil, mais solidária.
São
 Paulo merece o amor e a dignidade humana que vemos prevalecer no trato 
entre os moradores desses imóveis onde quem fala mais alto é a voz da 
esperança em uma cidade mais justa e gentil. É disso, estamos certos, 
que o Brasil e o mundo precisam.
OS REFUGIADOS
O
 filme Era o Hotel Cambridge representa o universo do refugio em sua 
dimensão humana, intimista e diferente dos preconceitos com os quais ele
 é percebido pelo imaginário dominante. A trama os situa em pé de 
igualdade com brasileiros que também vivem em situações limites. A 
presença deles transforma profundamente a geografia restrita do 
edifício, pois trazem consigo fortes referências sensoriais, afetivas, 
ideológicas e linguísticas. No interior da ocupação o convívio entre 
línguas, mundos e culturas diferentes exibe um rico território de 
situações tragicômicas. Espaços reais e virtuais se mesclam na ficção 
para uma experiência com a narrativa cinematográfica cuja importância é 
aproximar o espectador da figura do refugiado.
ARQUITETURA, EDUCAÇÃO E CINEMA
O
 que definiu a ambiência do filme não foi somente a série de demandas do
 roteiro, mas também as demandas dessa comunidade que temporariamente 
habita o edifício Cambridge. A diretora de arte, Carla Caffé, juntamente
 com professores e estudantes de arquitetura da Escola da Cidade, 
trabalhou os cenários para que terminadas as filmagens, com a da saída 
da equipe do filme, os espaços permanecem equipados para promover o 
encontro, para empoderar a comunidade. Essa experiência possibilitou não
 somente a extensão da educação para fora de seus padrões tradicionais 
de ensino, como também ampliou o diálogo entre arquitetura e cinema. 
SOBRE A DIRETORA
Seu
 primeiro longa metragem Kenoma (1998) alcançou reconhecimento 
internacional e foi exibido em diversos festivais pelo mundo. Seus 
filmes seguintes Narradores de Javé (2002) e O Sol do Meio Dia (2009) 
seguiram o mesmo caminho. Na televisão, Eliane dirigiu minisséries e 
documentários com um viés experimental, além de trabalhar na coordenação
 de coletivos audiovisuais em zonas de conflito no interior do Brasil.
AURORA FILMES
É
 uma produtora audiovisual que desenvolve projetos para o cinema e 
televisão no Brasil e no exterior. Foi fundada em 2006 pelos produtores 
Rui Pires e André Montenegro, que possuem em seus currículos mais de 40 
obras entre longas-metragens e séries. A Aurora Filmes produziu a série A
 Grande Viagem e os longas-metragens Tudo por Amor ao Cinema, Entre 
Vales, Estamos Juntos, Reflexões de um Liqüidificador e A Via Láctea. 
Atualmente a produtora finaliza os filmes Era o Hotel Cambridge e A 
Comédia Divina.
TU VAIS VOIR
Fundada
 em 2001 é uma produtora francesa que produz filmes nacionais e de 
coproduções internacionais. Um de seus maiores sucessos é o filme 
Diários de Motocicleta, de Walter Salles. A produtora possui sólidos 
vínculos com coprodutores de diversos países europeus, assim como na 
América Latina e Israel.
FICHA TÉCNICA
2016 / Brasil / Drama / 90 min
Direção: Eliane Caffé
Produção: Aurora Filmes
Coprodução: Tu Vas Voir
Distribuição: Vitrine Filmes
GRADE DE HORÁRIOS
30 de março (quinta-feira)
15h – Era o Hotel Cambridge, de Eliane Caffé
17h – Sessão Vitrine: O Ornitólogo, de João Pedro Rodrigues
19h30 – Era o Hotel Cambridge, de Eliane Caffé
31 de março (sexta-feira)
15h – Era o Hotel Cambridge, de Eliane Caffé
17h – Sessão Vitrine: O Ornitólogo, de João Pedro Rodrigues
19h – Era o Hotel Cambridge, de Eliane Caffé
01 de abril (sábado)
15h – Era o Hotel Cambridge, de Eliane Caffé
17h – Sessão Vitrine: O Ornitólogo, de João Pedro Rodrigues
19h – Era o Hotel Cambridge, de Eliane Caffé
02 de abril (domingo)
15h – Era o Hotel Cambridge, de Eliane Caffé
17h – Sessão Vitrine: O Ornitólogo, de João Pedro Rodrigues
19h – Era o Hotel Cambridge, de Eliane Caffé
04 de abril (terça-feira)
15h – Era o Hotel Cambridge, de Eliane Caffé
17h – Sessão Vitrine: O Ornitólogo, de João Pedro Rodrigues
19h – Era o Hotel Cambridge, de Eliane Caffé
05 de abril (quarta-feira)
15h – Era o Hotel Cambridge, de Eliane Caffé
17h – Sessão Vitrine: O Ornitólogo, de João Pedro Rodrigues
19h – Era o Hotel Cambridge, de Eliane Caffé




