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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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terça-feira, 13 de setembro de 2016

Cine Especial: Boca do Lixo nos tempos da Pornochanchada: Parte 3

 Nos dias 17 e 18 de Setembro, eu estarei participando do curso Boca do Lixo nos tempos da Pornochanchada, criado pelo Cine Um e ministrado pelo jornalista Cassiano Scherner. Enquanto os dias da atividade não chegam, eu irei por aqui relembrar um pouco desses filmes, que atraiam milhares pessoas para o cinema e que posteriormente fazia um grande sucesso nas noites de domingo no SBT. 
  
Amadas e Violentadas (1975)

Sinopse: Leandro, um psicopata (interpretado David Cardoso) sexualmente traumatizado desde a infância, quando o pai flagrou a esposa na cama com outro, assassinando-a e depois cometendo suicídio. Hoje, é um escritor bem-sucedido de casos de assassinatos não-resolvidos pela polícia. A trama segue sem muita inventividade: ele decide escrever um livro baseado em todos os assassinatos que vai cometendo, sempre arroubos de violência a partir de uma incitação ao sexo.
O cinema de Jean Garrett divide-se em pontos distintos. A primeira é uma necessidade sua, própria, de criar climas de suspense, de utilizar a linguagem cinematográfica clássica e poder trabalhar com ela, de forma seca (pouquíssimos planos e cortes desnecessários) e efetiva. A segunda, obviamente, é questão do métier: dedicar um generoso espaço narrativo-visual - e, claro, criar na trama ocasiões que facilitem - dado aos corpos seminus das atrizes. O filme se tornou o segundo sucesso no cinema para atriz Fernanda de Jesus (o primeiro foi Eu dou o que ela gosta) e se consagrou na telinha com a novela Rebu exibida entre 1974 e 1975.



Noite em Chamas (1977) 

Sinopse: O filme acompanha inúmeras tramas que ocorrem dentro de um grande hotel. Ao mesmo tempo, revoltado com o emprego, um funcionário decide explodir o hotel onde trabalha como servente.

Criado pela Boca do Lixo, o filme pegava carona do cinema catástrofe que gerava grandes sucessos da época como Inferno na Torre, Aeroporto e Terremoto. Dirigido por Jean Garrett, o filme foi vendido como uma super produção da época (6 milhões de cruzeiros da época), mas visto hoje se percebe que o filme foi feito com pouco recurso e fazendo com que alguns recursos técnicos do período envelhecem mal ao longo dos anos. O filme se destaca mais pelo fato de haver inúmeras sub-tramas que ocorrem no hotel e fazendo com que todas elas tivessem um final definitivo quando ocorresse o grande incêndio da trama. 
Até lá, o filme é uma mistura de tudo um pouco, desde humor, drama, erotismo e suspense psicológico.


O Barão Otelo no Barato dos Bilhões (1971)


Sinopse: João Otelo dos Anzóis Carapuça (Grande Otelo), conhecido como João-Sem-Direção, é um homem pobre que equilibra seu trabalho em um posto de gasolina com diversos outros bicos, sendo até gândula do Maracanã. Tudo isso para sustentar três mulheres. Sua vida muda ao conhecer Carvalhais (Ivan Cândido), um industrial malandro que quer descobrir a forma infalível de ganhar na loteria. De repente, João se vê milionário e cai nas garras de Maria-Vai-Com-As-Outras (Dina Sfat), líder da alta sociedade, além de ser assediado por um trio sinistro (Wilson Grey, Hildergard Angel e Procópio Mariano), que representam a organização, o público e o mercado. Com sua vida virando de pernas pro ar, João logo vai perceber que só dinheiro não garante a felicidade.


Não sei se esse filme pertencia a Boca do Lixo, mas foi um que era reprisado na Sessão Cinema Brasileiro da extinta rede Manchete. Aliás, foi por essa sessão que conheci muitos filmes da Boca também e esse foi exibido num longínquo sábado de noite. Na época eu não conhecia Otelo e fui somente conhecer o seu talento no universo do humor por esse filme.
Não há como não deixar de rir das situações que o seu personagem se mete do começo até o final do filme. O terceiro ato onde ele encara o lado bom e ruim do mundo da riqueza gera inúmeras situações constrangedoras para o personagem mas ao mesmo tempo divertidas. Um clássico desse grande mestre do humor brasileiro que merece ser redescoberto. 

Interessados em participar da atividade cliquem aqui.

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Cine Curiosidade: Para se desligar da crise basta ir ao cinema



Que o cinema se fortalece em meio a uma crise isso não é novidade. Pegamos como exemplo os anos 30 nos Estados Unidos, onde os americanos sofriam na maior miséria, mas lotavam para assistir diversos filmes. Só para se ter uma idéia, King Kong de 1933 faturou mais de um milhão de dólares em suas primeiras semanas, sendo naquela época uma quantia exorbitante. Talvez o Brasil não esteja numa crise que possa quebrar o país (ainda), mas o povo vive numa crise de confiar ou não em seus políticos, que cada vez mais deixam cair as suas máscaras e revelando as suas reais intenções para nós os brasileiros.
Portanto o cinema em si se torna um lugar onde esquecemos um pouco da realidade e adentramos em duas horas de entretenimento e reflexão.  No Jornal do Comércio do dia 08 de Setembro, Lucia Cuervo, Diretora de Marketing do GNC cinemas, teve seu texto publicado sobre esse assunto e me fez concordar em cada palavra. Confiram:

Nota: Cliquem na imagem para ler melhor o texto


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segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Cine Dica: Em Cartaz: O ROUBO DA TAÇA


Sinopse:Rio de Janeiro, 1983. O corretor de seguros Peralta está atolado em dívidas e tem a ideia de invadir a sede da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Com a ajuda do amigo Borracha, ele rouba a Taça Jules Rimet, que o Brasil venceu na Copa do Mundo de Futebol do México, em 1970.

Muitas vezes surgem casos em que a situação é tão absurda que supera qualquer filme de ficção. O roubo da taça Jules Rimet é um desses casos de situações que beiram ao absurdo, ao ponto de se tornar tragicômico. Não é de se surpreender que, mais cedo ou mais tarde, haveria uma adaptação que levasse para as telas aquela história cabeluda e O Roubo da Taça veio para nos brindar com uma comédia caprichada e nostálgica.
Estamos em 1983, onde o Brasil ainda sofre nas mãos de um governo golpista, mas que começa a dar sinais de despedida. Nesse cenário de cores quentes, mas sem muita esperança com relação ao futuro, o brasileiro aposta as suas fichas de felicidade no futebol, mas não se dando conta que a própria CBF, nada mais era do que uma representação do próprio governo falido do país. Isso acabou gerando o desaparecimento da Taça Jules Rimet dentro da própria sede, sendo que poderia ter sido evitado, se não fosse um erro grotesco e fora do normal vindo das mãos do Presidente da época (Stepan Nercessian).
Vindo de documentários, Caio Ortiz cria uma ácida comédia de humor, por vezes pastelão, onde vemos a figura do malandro carioca, representada pelo personagem Peralta (Paulo Tiefenthaler) tentar a sua última jogada desesperada para pagar suas dividas de vida ou morte. Roubar a replica da taça seria até uma boa idéia. Porém, ela se torna má, no momento que o protagonista descobre que roubou justamente a taça verdadeira, mas graças a um erro criado pelo próprio Presidente da CBF.
O roteiro não poupa os personagens centrais ao se meterem em situações absurdas graças à batata quente que tem em mãos. Segundo o próprio cineasta, as situações que mais beiram ao surreal na trama, são momentos que realmente aconteceram na vida real. Por mais que isso possa ser questionado, os personagens e suas motivações vistos na tela são de um grau de verossimilhança que nos convence e o absurdo acaba se tornando convincente.
Claro que o roteiro somente funcionária graças a um ótimo elenco e é exatamente isso que a produção tem. Paulo Tiefenthaler faz do seu Peralta uma espécie de malandro do RJ marcado pela decadência, mas não deixando de lado a persistência em se dar bem, mesmo quando faz de tudo para só se dar mal. Mas é Tais Araujo, que ao fazer Dolores, esposa de Peralta, que dá um verdadeiro show de humor, sensualidade e nos surpreendendo até mesmo nos minutos finais da trama.
Tecnicamente o filme é um colírio para os olhos, pois Ortiz caprichou na reconstituição da época. A RJ de 1983 é vista aqui com cores quentes, exalando um frescor de uma época já distante, mas que nos cria uma deliciosa sensação de nostalgia. Moda, costumes e política se cruzam nessa reconstituição de época e sintetizando muito bem o principio do fim daquele período de tempos de chumbo. 
O Roubo da Taça é uma deliciosa comédia brasileira que, diferente de outras descartáveis, nos faz rir da situação absurda, mas bem convidativa. 


 
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Cine Dica: Produções argentinas gauchescas na Sala P. F. Gastal



CICLO DE CINEMA GAUCHESCO NA SALA P. F. GASTAL

A partir de 13 de setembro, a Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar) recebe o Ciclo de Cinema Gauchesco, com obras argentinas e brasileiras que apresentam narrativas sobre a cultura gaucha, aproximando as tradições da Argentina e do Rio Grande do Sul. O valor do ingresso é R$ 4,00.

Entre os filmes exibidos, estão Contos Gauchescos, de Henrique de Freitas Lima e Pedro Zimmermann, uma celebração do universo do escritor Simões Lopes Neto, obras argentinas como O Deserto Negro, de Gaspar Scheuer,  Don Segundo Sombra, de Manuel Antín, Aballay, O Homem Sem Medo, de Fernando Spiner, e uma edição do Projeto Raros com o cultuado O Gaúcho de Jacques Tourneur.
O Ciclo de Cinema Gauchesco surge como uma iniciativa do Consulado Geral da República Argentina em Porto Alegre, da Fundação Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore, do Instituto Estadual de Cinema de Rio Grande do Sul e da Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia da Secretaria de Cultura de Porto Alegre de celebrar em parceria neste ano de 2016 a cultura gaucha/gaúcha que irmana a Argentina e o Rio Grande do Sul. Durante o presente ano, a Argentina celebra os 200 anos da Declaração de sua Independência e o Rio Grande do Sul lembra o centenário do falecimento do escritor tradicionalista Simões Lopes Neto. Projetar de maneira simultânea no Acampamento Farroupilha, na Cinemateca Paulo Amorim, na Sala P. F. Gastal e na Cinemateca Capitólio um ciclo de cinema sobre a temática gauchesca formado por filmes de ambas as margens do Rio Uruguai é uma forma de homenagear estas datas simbólicas durante a semana gaúcha por excelência: a Semana Farroupilha.

GRADE DE PROGRAMAÇÃO

Don Segundo Sombra
Direção: Manuel Antín,
(Don Segundo Sombra, 1969, 105 min.) 

Um relato ocorrido nos pampas argentinos onde Fábio Cáceres recorda dos tempos de criança e juventude no campo ao lado se “seu padrinho” Don Segundo Sombra, um gaúcho solitário pelo qual Fábio seguirá seus passos pela forte admiração e de onde aprenderá sobre o orgulho de ser gaúcho. Exibição em DVD sem legendas.

Contos Gauchescos
Direção: Henrique de Freitas Lima e Pedro Zimmermann
(2012, 100 minutos)

O tropeiro leal e valoroso Blau Nunes (Pedro Machado) conduz os espectadores por cinco episódios, que misturam ficção e documentário: o documentário sobre a vida e o legado do escritor, que abre o filme, e as adaptações dos contos Os Cabelos da China, Jogo do Osso, Contrabandista e No Manantial. Exibição em DVD.

O Gaúcho
Direção: Jacques Tourneur
(Way of Gaucho, 1952, 90 minutos)

Argentina, década de 1870. Um rico latifundiário, Don Miguel Aleondo (Hugh Marlowe), voltou de Buenos Aires para as pastagens infinitas conhecidas como pampas, para trazer ainda mais civilização de influência europeia ao seu país recém-unificado. Para os gaúchos, contudo, os selvagens, cowboys orgulhosos e violentos que vivem uma existência nômade a cuidar do gado, este desenvolvimento acabará por significar a sua destruição. Exibição digital com legendas em português no Projeto Raros.

Martín Fierro
Direção: Liliana Romero e Roberto Fontanarrosa (animação).
(Martín Fierro, 2007, 87 min.)
O filme, com desenhos animados do celebre desenhista rosarino Roberto Fontanarrosa, revisita a primeira parte do livro nacional clássico da literatura gauchesca, o Martín Fierro, escrito por José Hernández em 1872. Exibição em DVD.

O Deserto Negro
Direção: Gaspar Scheuer
(El Desierto Negro, 2007, 91 min.)

O filme conta a historia de um fugitivo perseguido por um grupo de soldados. A perseguição fica registrada por marcas deixadas e decifradas por rastreadores. Com o passar dos dias o caso vai se esclarecendo: o “réu” teria cometido algo terrível no passado e a um jovem soldado lhe cabe a duvidosa glória de enfrentá-lo e matá-lo. Exibição em DVD.

El Grito en la Sangre
Direção: Fernando Musa
(El Grito en la Sangre, 2012, 97 minutos)

El grito en la sangre é uma adaptação do romance Sapucay, de Horacio Guarany, de 1952. Em algum lugar do interior da Argentina, a crença popular sustêm que quando um homem morre traído, ele deve ser vingado por seu primogênito, para que sua alma descanse em paz. Exibição em DVD sem legendas.

Aballay, O Homem Sem Medo
Direção: Fernando Spiner
(Aballay, El Hombre Sin Miedo, 2011, 100 min.)

Baseado no conto Aballay, de Antonio Di Benedetto, Fernando Spiner transpõe fielmente a história da busca de Aballay, um pobre menino, pelo assassino de seu pai. A história se passa dez anos após o crime, quando Aballay já tornou “homem feito”. No filme Spiner cria uma série de personagens fundamentais para a construção da narrativa, um “western-gauchescho”.  Exibição em DVD.

Samurai
Direcao: Gaspar Scheuer

(Samurai, 2012, 96 min. )
Nos finais do século XIX a casta Samurai é abolida do Japao. Saigo, líder da ultima casta de samurais inicia uma rebelião, mas seu exercito é massacrado.  Uma família japonesa busca exílio na Argentina e o avo da família delira obcecado que Saigo está por perto montando um novo exercito para combater o Império.  Takeo, seu neto, se apega aos delírios do avo e se rebela fugindo de sua casa no campo em busca de Saigo, com a convicção de encontra-lo nessas novas terras.  Exibição em DVD.


GRADE DE HORÁRIOS

13 a 18 de setembro

13 de setembro (terça)
17h – Don Segundo Sombra
19h – Aballay, O Homem Sem Medo

14 de setembro (quarta)
20h – Sessão de lançamento de Som Sem Sentido, de Gabriela Bervian

15 de setembro (quinta)
17h – Aballay, O Homem Sem Medo
19h – Don Segundo Sombra

16 de setembro (sexta)
17h – Aballay, O Homem Sem Medo
19h – O Deserto Negro

17 de setembro (sábado)
16h – Sessão Plataforma (Terra Natal – Iraque Ano Zero, de Abbas Fahdel)

18 de setembro (domingo)
17h – O Deserto Negro
19h – Contos Gauchescos

20 de setembro (terça)
17h – Samurai
19h – El Grito en la Sangre

21 de setembro (quarta)
17h – El Grito en la Sangre
19h – Martin Fierro, La Pelicula

22 de setembro (quinta)
17h – Contos Gauchescos
19h – O Deserto Negro

23 de setembro (sexta)
17h – Samurai
20h – Projeto Raros (O Gaúcho, de Jacques Tourneur)

24 de setembro (sábado)
16h – Sessão Plataforma (Terra Natal – Iraque Ano Zero, de Abbas Fahdel)

25 de setembro (domingo)
17h – Samurai
19h – Martin Fierro, La Pelicula
 
Sala P. F. Gastal
Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia
Av. Pres. João Goulart, 551 - 3º andar - Usina do Gasômetro
Fone 3289 8133