Quem sou eu

Minha foto
Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

Pesquisar este blog

sexta-feira, 1 de maio de 2015

Cine Dica: O Cinema de Kenji Mizoguchi na Sala P. F. Gastal


O CINEMA DE KENJI MIZOGUCHI NA SALA P. F. GASTAL


Entre os dias 05 e 17 de maio a Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar) apresenta a mostra O Cinema de Kenji Mizoguchi, com seis filmes em película do grande mestre do cinema japonês, incluindoContos da Lua VagaO Intendente Sansho e Oharu – A Vida de uma Cortesã. Com apoio a Fundação Japão e do Escritório Consular do Japão em Porto Alegre, a mostra tem entrada franca. Durante a mostra, acontece uma edição especial do Projeto Raros, com o filme Desejo Assassino, obra-prima deShohei Imamura, um dos principais herdeiros de Mizoguchi dentro da Nouvelle Vague Japonesa.

KENJI MIZOGUCHI

A mostra O Cinema de Kenji Mizoguchi exibe seis filmes realizados durante a década de 1950, a última (e uma das mais prolíficas) do diretor japonês, que morreu precocemente em 1956, aos 58 anos, após várias décadas marcadas por dezenas de obras-primas da história do cinema. A mostra exibe os filmes Oharu – A Vida de uma Cortesã (1952, 16mm) Contos da Lua Vaga (1953, 16mm), A Música de Gion (1953, 35mm), Os Amantes Crucificados (1954, 16mm), O Intendente Sansho (1954, 16mm) e A Nova Saga do Clã Taira (1955, 16mm).

Destacando-se nos principais festivais europeus na década de 1950 (Oharu, Contos da Lua Vaga e O Intendente Sansho receberam prêmios importantes em Veneza), Mizoguchi foi rapidamente alçado ao panteão dos principais realizadores do mundo, especialmente pela crítica francesa, que via na obra do japonês o supra-sumo daquilo que era tido como a principal especificidade do cinema: a arte da mise en scène. Dizia o então crítico Jacques Rivette, na revista Cahiers du Cinéma: “esses filmes - que nos falam, numa língua estrangeira, de histórias às quais nossos costumes e modos de vida são completamente alheios - se comunicam conosco através de uma linguagem familiar. Qual linguagem? A única à qual um cineasta deve reivindicar quando tudo está dito e feito: a linguagem da mise en scène”. Naqueles anos, Mizoguchi era recebido como uma novidade singular no Ocidente, mas já havia realizado mais de cinquenta filmes desde sua estreia, em 1923, ainda no período silencioso do cinema japonês.

Nos anos 1930, Mizoguchi ficou conhecido pelo modo atípico de filmar, construindo a maioria das cenas em apenas um plano, deixando muitas vezes a câmera distante dos atores – num tipo de enquadramento que só seria frequente no cinema contemporâneo. Desde o início, colocou em cena o seu tema favorito: a luta das mulheres e o conseqüente destino trágico num país de costumes patriarcais, tanto em representações contemporâneas quanto em narrativas do período antigo. Nos pós-segunda guerra, Mizoguchi intensificou seu olhar sobre as tragédias femininas, construindo uma série de melodrama sobre a condição da mulher japonesa, entre nobres infelizes, gueixas revoltadas e camponesas dedicadas à família. Na última década de vida, o cineasta apurou ainda mais o seu estilo cinematográfico, trabalhando o plano-sequência e os enquadramentos com uma sensibilidade jamais igualada na história do cinema.  
     

RAROS ESPECIAL

Na sexta-feira, 08 de maio, às 20h, o Projeto Raros exibe o filme Desejo Assassino (Akai Satsui, 1964, 150 minutos), de Shohei Imamura, um dos principais discípulos de Mizoguchi, especialmente no modo como centraliza suas tramas na luta das mulheres para. No filme, também conhecido no Brasil comoSegredos de uma Esposa, Imamura constrói um delicado drama psicológico sobre uma dona de casa que vive com o marido e o filho numa casa em ruínas perto da linha férrea e começa a repensar sua vida após as visitas constantes de um estuprador. O filme é um dos marcos iniciais da Nouvelle Vague Japonesa. A entrada é gratuita.   

GRADE DE PROGRAMAÇÃO

Oharu – A Vida de uma Cortesã (Japão, 1952, 148 minutos)

Baseado em romance de Saikaku Ihara, o filme conta a história da vida de Oharu, uma mulher que na juventude fazia parte da cortê do imperador e que em virtude de um relacionamento acaba como pedinte e cortesã, já senhora.Exibição em 16mm.

Contos da Lua Vaga (Japão, 1953, 94 minutos)

Durante a guerra civil japonesa, no século 16, o pobre oleiro Genjuro e seu cunhado Tobei viajam com as respectivas mulheres à capital da província onde vivem, nas redondezas do lago Biwa, para vender utensílios de cerâmica. Com as vendas, Tobei compra armas e se torna samurai, abandonando a esposa. Genjuro, por sua vez, acaba passando vários dias no castelo da misteriosa Lady Wakasa, quando vai entregar as mercadorias. Exibição em 16mm.

A Música de Gion (Japão, 1953, 85 minutos)

A gueixa Miyoharu precisa de uma grande quantia de dinheiro para o debute de sua aprendiz, Eiko. Para ajudá-la, seu amigo Okimi, que pega o valor emprestado com o empresário Kusuda. Como pagamento, Kusuda quer possuir Eiko e ofertar Miyoharu como presente a Kanzaki, para fechar um negócio. As duas vão contra a tradição e se rebelam. Exibição em 35mm

Os Amantes Crucificados (Japão, 1954, 100 minutos)

Osan e Mohei vivem uma história de amor proibida no Japão do XVII, que por sua paixão vão contra os valores morais predominantes. Mesmo lutando contra todas as adversidades, o amor de ambos acaba de forma trágica. Inspirado na obra do dramaturgo Monzaemon Chikamatsu. Exibição em 16mm.

O Intendente Sansho (Japão, 1954, 120 minutos)

Tamaki viaja com Zushio e Anju, seu casal de filhos. No caminho, ela é enganada e é levada para a ilha Sado, e vê seus filhos serem vendidos como escravos. Dez anos depois, Zushio e Anju sabem da história de uma mulher em Sado famosa por cantar uma triste canção por eles. Os irmãos então fazem de tudo para reencontrar sua mãe.Exibição em 16mm.

A Nova Saga do Clã Taira (Japão, 1955, 108 minutos)

O capitão Tamadori retorna a Kyoto depois de derrotar piratas no mar ocidental. A corte decide não recompensar o capitão, já que reprova o crescente poder de sua classe. Kiyomori, filho do capitão, é enviado pelo pai para a residência de Tokinobu, e se apaixona pela filha do dono da casa, Tokiko. Exibição em 16mm.




GRADE DE HORÁRIOS DA PRIMEIRA SEMANA

05 a 10 de maio de 2015


05 de maio (terça)

17h – Noites Brancas no Píer
20h – A Música de Gion

06 de maio (quarta)

17h – Noites Brancas no Píer
20h – Contos da Lua Vaga

07 de maio (quinta)

17h – O Desejo de Minha Alma (estreia)
20h – O Intendente Sansho

08 de maio (sexta)

17h – O Desejo de Minha Alma
20h – Projeto Raros (Desejo Assassino, de Shohei Imamura)

09 de maio (sábado)

15h – Contos da Lua Vaga
17h – O Desejo de Minha Alma
19h – Oharu – A Vida de uma Cortesã

10 de maio (domingo)

15h – A Nova Saga do Clã Taira
17h – O Desejo de Minha Alma
19h – Os Amantes Crucificados




Sala P. F. Gastal
Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia
Av. Pres. João Goulart, 551 - 3º andar - Usina do Gasômetro
Fone 3289 8133
www.salapfgastal.blogspot.com

quinta-feira, 30 de abril de 2015

Cine Dicas: Estreias do final de semana (30/04/15)

ENTRE ABELHAS

Sinopse: Coisas estranhas começam a acontecer na vida de Bruno (Fábio Porchat), um jovem de quase 30 anos que acaba de se separar da mulher (Giovanna Lancellotti). Bruno tropeça no ar, esbarra no que não vê – até perceber que as pessoas ao seu redor estão desaparecendo, mas só para ele. Os dias correm e a situação só piora. Com a ajuda da mãe (Irene Ravache) e de seu melhor amigo (Marcos Veras), Bruno tentará se adaptar a esse novo mundo, com cada vez menos gente.

CAKE - UMA RAZÃO PARA VIVER

Sinopse: Claire Simmons (Jennifer Aniston) é uma mulher traumatizada e depressiva, que busca ajuda em um grupo para pessoas com dores crônicas. Lá, ela descobre o suicídio de um dos membros do grupo, Nina (Anna Kendrick). Claire fica obcecada pela história desta mulher, e começa a investigar a sua vida. Aos poucos, começa a desenvolver uma relação inesperada com o ex-marido de Nina, Roy (Sam Worthington).

UMA LONGA JORNADA

Sinopse: Baseado no best-seller de Nicholas Sparks, Uma Longa Jornada conta a história de amor complicada entre Luke, um antigo campeão de rodeios, que está tentando voltar, e Sophia, uma universitária que está prestes a embarcar em uma viagem para conseguir o emprego dos seus sonhos no mundo das artes em Nova York. Com caminhos e ideais conflitantes testando o seu relacionamento, Sophia e Luke têm um encontro inesperado com Ira, cujas memórias de seu próprio romance inspiram o jovem casal. Tocando gerações, o entrelaçamento das duas histórias de amor explora os desafios e as recompensas infinitas do amor duradouro.

PARA O QUE DER E VIER

Sinopse: Ben Baker (Galifianakis) é um homem com comportamento infantil, que vive no sofá de um amigo praticamente todo o tempo.  Seu amigo, Steve Dallas (Wilson), é um repórter do tempo com relativo sucesso, mas que vive uma vida superficial. Quando Ben recebe a notícia da morte de seu pai, Steve o ajuda a voltar para casa, onde os dois se reencontram com a irmã bem-sucedida, Terri (Poehler), e a madrasta hippie, Angela (Laura Ramsey) - que tem a mesma idade deles. A leitura do testamento faz com que Ben repense a vida, o que não necessariamente inclui o apoio da “nova” família.

NOITE SEM FIM

Sinopse: O mafioso do Brooklyn e matador profissional Jimmy Conlon (Neeson), que era conhecido como o Coveiro, já viveu dias melhores. Amigo de longa data do chefão da máfia Shawn Maguire (Harris), Jimmy, hoje aos 55 anos, é assombrado pelos pecados cometidos no passado – além de ser perseguido por um persistente detetive da polícia que há 30 anos está a um passo atrás de Conlon. Ultimamente, parece que o único consolo de Jimmy está no fundo de um copo de uísque.


Me sigam no Facebook, twitter e Google+

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Cine Dica: Em Cartaz: O OLHAR INVISÍVEL

Sinopse: Em Buenos Aires, no mês de março de 1982, a ditadura militar começa a ser contestada pelas ruas da cidade. María Teresa (Julieta Zylberberg), uma professora de 23 anos, trabalha no prestigioso Colégio Nacional de Buenos Aires, conhecido por formar as classes dirigentes do país. O chefe dos vigilantes, Sr. Biasutto (Osmar Núñez) percebe nela a candidata perfeita para ser o "olho invisível": aquela que vê tudo, que espia e controla todos, sem que eles saibam que estão sendo observados. Aos poucos, ela começa a levar essa missão muito a sério... O filme é baseado no romance "Ciências Morais" de Martin Koham.

Ao assistir esse filme, não pude deixar de reparar de que, como ele se parece e muito, com o genial Frances A Professora de Piano  de 2000. Em ambos os casos, as protagonistas possuem certas obssessões que as levam para um caminho sem volta. A diferença é que naquele filme de Michael Haneke, a protagonista ia ao extremo para saciar as suas necessidas e enquanto aqui, há uma luta interna dentro da própia protagonista em conter os seus desejos, cujo eles talvez ela acredite que sejam  pecaminosos.
Interpretada pela atriz Julieta Zylberberg, María  vive numa encruzilhada em querer manter os seus valores dos quais a tornaram o que ela é intactos. Para tanto, faz de tudo para denúnciar alunos rebeldes da escola, mesmo quando na realidade não havia necessidade para tanto. Isso chama atenção do diretor  Biasutto  (Osmar Núñez) que, vê nela uma pessoa capaz de apontar para ele certos alunos que, na visão dele, são  subversivos unicamente por fumar.
Tanto  María como  Biasutto são pesssoas formadas pela aura dos tempos da Ditadura Argentina, mas mal sabendo eles que já viviam em tempos que o famigerado regime cairia. Em ambos os casos, são dois lados da mesma moeda, em que tentam se manter como pessoas corretas (para não dizer conservadoras), mas que mais cedo ou mais tarde a carapuça há de cair e fortemente. María, por exemplo, não consegue esconder os seus desejos, principalmente quando começa a observar (escondida no banheiro)  os jovens alunos com mais atenção, lhe despertando então desejos dois quais ela se culpa, quando na verdade nem deveria.
Uma vez que os protagonistas se deixam dominar pelos seus desejos selvagens, talvez  se  vê ali uma espécie de metáfora com relação a alto estima frustada de um povo dominado por regras, mas que já estava mais do que na hora de reagir. O cineasta Diego Lerman foi engenhoso com relação a sua ultima cena, sendo uma representação que sintetiza, não somente o que os protagonistas passaram e fizeram, como também a reação do povo Argentino nas ruas e que se ouvia além dos muros da escola.
O Olhar Invisível é um filme para ser vistos por pessoas conservadoras de ontem e hoje que, acreditam estarem seguindo em linha reta, quando na verdade vivem o dia a dia na corda bamba  e que mais cedo ou mais tarde irão encarar as suas reais naturezas. 


Me sigam no Facebook, twitter e Google+

Cine Dicas: Em Blu-Ray, DVD, Netflix e locação via TV a Cabo



Neste feriadão curtem bons filmes em casa com toda a família reunida. 
 As aventuras do avião vermelho

Leia a minha critica já publicada clicando aqui.  
 
Grandes Olhos
Leia a minha critica já publicada clicando aqui.



Êxodo: Deuses e Reis

Leia a minha critica já publicada clicando aqui.


Foxcatcher - Uma História que Chocou o Mundo
 Leia a minha critica já publicada clicando aqui



Me sigam no Facebook, twitter e Google+