Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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Documentário
que conta a história de seis importantes Chefs franceses estreia em Porto
Alegre
Pré-estreia
– 28 de setembro, sábado, às 21h
no
CineBancários
(General
Câmara, 424 – Centro)
O CineBancários
exibe, no dia 28 de setembro, sábado, às 21h, “Por que você partiu?” do diretor
francês Eric Belhassen. O documentário reúne, pela primeira vez, seis dos mais
destacados Chefs franceses que atuam no Brasil: Erick Jacquin (La Brasserie
Erick Jacquin), Alain Uzan (Restaurante Avek), Emmanuel Bassoleil (Restaurante
Skye), Frédéric Monnier (Brasserie Rosário), Laurent Suaudeau (Escola de Arte
Culinária Laurent) e Roland Villard (Hotel Sofitel).
Por que você partiu? é a pergunta que permite
ao diretor Eric Belhassen transformar os Chefs em personagens. Para ir além das
respostas “oficiais”, o realizador viaja até a França em busca das origens de
seus personagens e de respostas mais profundas.
Ele percorre mais de 2000 km em uma espécie de
road movie pelas regiões mais gastronômicas da França, onde reencontra os
familiares e histórias do passado que ajudam a entender as razões que levaram
esses franceses a deixarem seu país em busca de uma nova vida no Brasil.
Tanto para os chefs que partiram quanto para
as famílias que ficaram, a separação é tema central do filme: a separação da
família, da pátria e da sua cultura. As razões dos seus exílios, mesmo se
diferentes para cada um, se conectam todas ao exílio do próprio autor do filme,
que se questiona sobre seu próprio partir, e os motivos que o levaram a deixar
a França, 15 anos atrás.
Essa primeira obra do diretor Eric Belhassen
foi selecionada no Festival do Rio, na categoria Panorama mundial, e foi
convidada para abertura do 30th Miami International Film Festival, na categoria
culinária.
Mais informações vocês conferem na pagina da
sala clicando aqui.
Sinopse: Populares na
Europa medieval, os bestiários eram catálogos que reuniam informação sobre animais
reais e fantásticos, acompanhados por ilustrações e lendas antigas cujas
principais personagens eram animais exóticos. O filme desdobra-se como se de um
livro de imagens fílmicas se tratasse, onde os seres humanos e os animais estão
em exibição. Ao ritmo da mudança das estações do ano, os animais e as pessoas
observam-se entre si. Temos a oportunidade de ver criaturas fascinantes e encantadoras:
por um lado, búfalos, hienas, zebras, rinocerontes, avestruzes, por outro, taxidermistas
e tratadores de animais. Todos habitam organizada e silenciosamente um quadro
que o espectador observa. Uma meditação deslumbrante sobre a consciência da
natureza e as fronteiras entre natureza e "civilização".
Dirigido por Denis Côtécujo seus filmes são confinados aos
circuitos mais alternativos, fornece aqui em sua mais nova obra, inúmeras qualidades
estéticas,
juntamente com uma reflexão que nasce no espectador que assiste. Enquanto a maioria
das salas de cinema passa filmes convencionais,Bestiáire surge como uma verdadeira lufada de ar
fresco, cujos protagonistas são animais
em um zoológico, que embora não digam palavra alguma, expressam seus supostos
modos e sensações que transmitem para a câmera, de acordo com o lugar que eles
estão no momento. Como na maioria das obras deste tipo, parece absolutamente
necessário se criar uma história que enlaça o comportamento humano com os dos
animais (assim como acontece em animações,
documentários ou ficção), mas Bestaire evita
nas armadilhas que ocorrem em outros filmes, apresentando os animais em uma
relação consistente e crua com o os humanos que surgem na tela e com o próprio espectador
que assiste.
A relação entre os animais e os seres humanos, uma vez que é
mostrado, prova por vezes ser pacifica, mas que não esconde o lado hipócrita dessa
relação, para não dizer cruel. A crueldade realista, para não dizer bestial: um
taxidermista agindo friamente com o que faz de melhor, estudantes nas artes
plásticas e visitantes do zoológico. Mas eles estão ali presentes em sua
relação primaria com os animais, isto é, em um desejo de posse e dominação: as cabeças
empalhadas referem se ao troféu de caça, os guardas que controlam o ritmo de
vida no animal, tratadores que alimentam de hora em hora os animais, mas que
não muda o fato deles estarem privando a liberdade do animal dentro do zoológico,
para então dar mais segurança para as massas humanas alienadas que os visitam.
O filme como um todo é
produzido através das grades das gaiolas, que constantemente fica lembrando o
encarceramento e observação criada em torno dos animais encarcerados gerando em
alguns momentos sublimes, mas também de pura tensão: a cena que mostra zebras
nervosas sendo colocadas em cubículos, da há sensação de que a qualquer momento
elas serão abatidas. Do começo ao fim, somos apenas observadores de mãos atadas
e o filme também abre com pessoas observando, mas de uma forma diferente: seus
olhos observam o animal (jaz empalhado) enquanto suas mãos reproduzem os
contornos no papel. Este processo de trazer o espectador para o local de observador
junto com outras pessoas que surgem na tela, o diretor quer simplesmente encenar
uma relação pré-existente de dominante / dominado que caracteriza a relação ao
animal.
NOTA: O filme novamente será apresentado no próximo sábado as
17horas na sala P.F GASTAL. Mais
informações sobre a sessão Plataforma você encontra na pagina da sala clicando
aqui.
Sinopse: No ano de 2159
existem duas classes de pessoas: os muito ricos que vivem numa estação espacial
imaculada construída pelo homem chamada Elysium e os demais que vivem na Terra
arruinada e superpovoada. As pessoas na Terra estão desesperadas para escapar
da criminalidade e da pobreza do planeta e precisam desesperadamente da
assistência médica de ponta disponível em Elysium mas alguns residentes de
Elysium farão de tudo para impor o cumprimento das leis anti-imigração e
preservar o estilo de vida luxuoso dos seus cidadãos. O único homem com alguma
chance de trazer igualdade a esses mundos é Max (Matt Damon) um sujeito comum
que precisa urgentemente chegar a Elysium. Com a sua vida em risco ele assume a
contragosto uma missão perigosa que o colocará cara a cara contra a Secretária
Delacourt (Jodie Foster) de Elysium e seu exército linha-dura. Se ele for
bem-sucedido entretanto poderá salvar não só a sua própria vida mas também a de
milhões de pessoas na Terra.
Como dito acima na
sinopse, basicamente é isso Elysium: uma premissa simples, mas muito bem orquestrado
na narrativa, proposta pelo cineasta Neill Blomkamp, cuja trama é também de sua
própria autoria. Elysium é pesado em sua proposta que passa, com personagens
inseridos em momentos chaves, com uma trama com começo, meio e fim bem amarrados. Assim como Distrito
9, o diretor novamente expõe a crueldade da diferença social, racial e colocada
na historia de uma forma convincente, mesmo se tratando um futuro incerto, mas
que passa uma metáfora sobre a hipocrisia e preconceito do nosso mundo atual.
O diretor
transmite sua mensagem através de diálogos, que embora curtos em alguns
momentos, são certeiros em sua proposta que quer passar. Novamente Neill Blomkamp prova que é a mais
nova promessa do cinema americano.Se em Distrito 9 ele deu o seu cartão de
visitas, em Elysium ele confirma que é um diretor repleto de idéias, nas quais
possui um estilo próprio em filmar e dirigir os seus atores que escolhe.
Resta
saber se o tema de diferença de classes, discriminação e o sofrimento das
minorias irá se estender para mais um filme. Como sempre. Matt Damon não faz
feio como herói de ação e convence no papel do errante Max, que na oportunidade
que tem de ir para Elysium para se curar, pode também ajudar todos aqueles que
precisam ir.Os brasileiros Wagner Moura e Alice Braga
cumprem muito bem suas funções em seus papeis. Wagner Moura, aliás, conseguiu
ter uma estréia em um filme americano muito mais feliz do que outros que
tentaram, já que seu personagem simplesmente rouba a cena toda vez que surge e
sua participação no ato final é de extrema importância.
A sempre ótima Jodie Foster me impressionou
pelo fato de interpretar uma personagem tão desprezível, sendo que ela nada
mais é do que uma referencia da política norte americana, com relação as pessoas
que tentam a todo ano entrar no país de forma clandestina. Porém, nem de
metáforas vive o filme e Sharlto Copley é uma prova disso. Ele havia trabalhado
com o diretor em Distrito 9 e aqui ele faz um vilão extremamente detestável e
uma verdadeira grande ameaça para os protagonistas. A fotografia de Elysium novamente
repete a técnica do filme anterior do cineasta, onde o mundo é composto de inúmeros casebres
que se estendem até onde a vista alcança .
Mas, assim como aconteceu
no filme anterior, todo o cenário caindo
em ruínas acaba que ajudando a contar a história. O contraste entre a Terra,
que mais parece um planeta sem vida, com o verdadeiro éden que é a estação
espacial Elysium é valorizado em cada centímetro da cenografia. Os efeitos do
filme, embora simples, são eficazes, sendo que a primeira vista de Elysium nos
primeiros minutos não tem como deixar de se impressionar.
As explosões, tiros, mortes são de uma forma
crua, suja e que explora o contato cada vez mais inevitável da maquina com o
ser humano. Aqui no caso, o personagem de Matt Damon usa um exoesqueleto que o torna
forte num determinado tempo. Não teve como eu não me lembrar de Robocop,sendo
que essa sensação é a mesma que eu senti em Distrito 9 e o que me faz acreditar
que Neill Blomkamp teria sido uma escolha
mais lógica para a nova versão que está sendo comandada atualmente por José Padilha.
Enfim, Elysium é uma
boa ficção científica que vai muito mais além do que um mero entretecimento.
Nos faz refletir sobre o nosso mundo atual e que nos faz acreditar cada vez mais que o futuro
será muito mais sombrio que nos possamos imaginar se não tomarmos uma
providencia com nos mesmos.
SESSÃO
PLATAFORMA EXIBE DOCUMENTÁRIO CANADENSE BESTIAIRE NA SALA P. F. GASTAL
O filme da Sessão
Plataforma de setembro é Bestiaire, do canadense Denis Côté, que participou dos
festivais de Sundance, Berlim e Toronto. Imagine Bestiaire como um filme
residência em um zoológico. Cotê faz um filme não sobre animais, mas sobre
imagens em extinção. Uma meditação sobre a vida e o movimento, sobre a criação
de imagens para representação do real, onde a todo o momento a câmera está
revelada como intermediador imprescindível desse processo. Não é um filme
apenas sobre a câmera e enquadramentos. Mas com seus rígidos e belíssimos
quadros, Cotê faz com que o espectador e os personagens (vale ressaltar personagens
não dirigíveis), troquem olhares constantes. Uma intimidadora experiência.
Bestiaire será exibido dia 24 de setembro, às 20h, com reprise no sábado, dia
28 de setembro, às 17h. O valor do ingresso é de R$ 3,00.
Bestiaire. Canadá, 2012, 72 minutos. Direção
de Denis Côté. Documentário. Exibição em Blu-ray, com legendas em português.
Abaixo, texto dos
curadores Davi Pretto e Giovani Borba e da produtora Paola Wink sobre o projeto
Sessão Plataforma:
BASE
Uma base para se
estar mais próximo aos filmes, pensando os filmes e pensando o cinema.
Foi com esse desejo
que concebemos a Plataforma; imaginando uma estrutura horizontal, praticamente
suspensa, onde se pode ir além. Um espaço para compartilhar a experiência
cinematográfica da sala, e que vai além dela, e a descoberta de novos filmes,
de novos realizadores. Lugar que nos aproxima do horizonte e nos convida a
contemplar, nos convida a refletir.
A Plataforma carrega
um conjunto de ideias e ações que venham a encontrar novos caminhos para a
situação paradigmática que nos encontramos atualmente na cinematografia
brasileira. Vemos uma quantidade grande, ainda que desigual, de ações e
investimentos governamentais, aliado com a facilidade trazida pela
transformação para os equipamentos digitais (câmeras, projetores, etc). Vemos
uma quantidade bastante significativa, e que cresce exponencialmente, de filmes
nacionais lançados, inúmeros novos realizadores de lugares que antes eram
desprovidos da possibilidade de produzir. Vemos a formação e crescimento de
movimentos e realizadores que buscam uma produção mais horizontal e igualitária
de criação coletiva, que corre em paralelo e independente de um modelo
industrial. Porém há ainda um abismo que distancia a possibilidade de diálogo e
inclusão desses filmes e cineastas com produções de grande orçamento e o
circuito comercial “de shopping”. Nessa inclusão, quando ocorre, essas obras
são forçadas a se enquadrar em um modelo industrial, que se propuseram a contrapor.
A democratização das salas de cinema não legitimaria esse novo cinema, afinal
essas obras já percorrem um circuito completo por si só. Festivais, mostras,
cineclubes e exibições online que já somam números de público para essas obras,
maiores que filmes de grande orçamento que pairam apenas em uma rede
convencional de exibição. É imprescindível pensarmos como esses dois modelos de
fazer cinema podem interagir sem a necessidade de nenhum deles perder sua
personalidade.
Essa questão da afirmação e preservação do
âmago desse novo cinema também é indiretamente abalada quando ações do estado
de financiamento fazem realizadores submeter seus projetos em modelos
clássicos, onde são exigidos documentos dignos de uma proposta industrial.
Roteiros, metas e justificativas. Projetos de realizadores internacionais
renomados que trabalham com propostas fluídas e híbridas de encontro e acaso
dificilmente seriam aprovados em editais no modelo encontrado no Brasil. Ainda
parece que esbarramos em um pensamento de criação de um produto óbvio, como uma
linha de montagem. Mais uma vez, vemos uma tentativa inadequada de controlar e
definir o descontrole.
A diversidade cinematográfica atravessa as
fronteiras entre gêneros, bitolas, formatos, meios de exibição, de linguagem e
metragem. Desta mesma maneira, pensamos que uma janela para este outro cinema
pode se apresentar de maneiras também diversas, onde o formato com que se
apresentam os filmes é parte de uma proposta artística.
Foi deste pensar os filmes que queremos mostrar
e como mostrá-los, que surge a Sessão Plataforma. Com o entendimento de que a
Plataforma não está para uma mostra, tampouco festival de filmes. Nossa
proposta é oferecer uma sessão única, e mesmo exibindo regularmente, essa
premissa da sessão única faz de cada uma das sessões, uma nova edição, para um
pequeno universo específico de cinema. Onde cada filme traz uma reflexão,
imprime uma ideia, aponta novos caminhos, proporciona um outro olhar. Uma
experiência cinematográfica periódica e extensiva; um formato horizontal, ao
invés do formato vertical, intensivo e anual de eventos do gênero.
A Sessão Plataforma é apenas uma das vertentes
desta rede maior que propomos para refletir, exibir, escrever e produzir junto
com esse novo cinema. Desta Plataforma, nosso olhar se lança neste horizonte,
em busca da produção contemporânea ao redor do mundo que explora nas
possibilidades narrativas e estéticas, sem artifícios mirabolantes, que
atritam, provocam e instigam; que possam reinventar o fazer cinematográfico, sob
a ótica das mais diferentes culturas, de onde volta e meia nos surpreendem as
cinematografias pouco conhecidas.
Sinopse: O filme conta a
história da família Terra Cambará durante dois séculos começando nas Missões e
seguindo pelo século XX. Sob o ponto de vista desta família passa a história do
Rio Grande do Sul e o drama de seu povo na cidade fictícia de Santa Fé.
É uma verdadeira missão impossível
adaptar um épico como esse de Erico Veríssimo, cujo resultado não teve como
sair 100% positivo. Embora o diretor Jayme Monjardim consiga condensar o grande
épico de altos e baixos de uma família em meio a inúmeras guerras que
aconteceram na historia do Sul num filme de apenas duas horas de duração, o
resultado acaba se tornando um tanto que irregular, principalmente em algumas
passagens do tempo. A meu ver, a trama fluiria muito melhor se o filme fosse de
duas para três horas de duração, ou então adaptassem a historia novamente numa mini
série para TV, cujo formato rendeu um pequeno clássico da TV brasileira anos atrás.
Felizmente os produtores
foram hábeis em já no inicio da historia, em conseguir prender atenção do espectador, no
momento que surge a alma penada do Capitão Rodrigo (Tiago Lacerda) ao visitar
pela ultima vez sua amada Bibiana (Fernanda Montenegro), que através dela, se
inicia o conto da família que se estende em dois séculos. Já no inicio, nos é
apresentado o melhor e o pior da produção: se a interpretação de Fernanda
Montenegro é ótima como sempre, o mesmo não se pode dizer de Tiago Lacerda, cujo
seu desempenho soa um tanto que forçado demais e sua teimosia de ficar sorrindo
o tempo todo, parece mais que ele está imitando descaradamente Tarcisio Meira,
que foi interprete do personagem na já citada mini série.
Com isso, o espectador que
assiste deseja no fundo que o filme tão cedo não chegue ao ponto em que ele
surge ainda vivo e deseja desfrutar um pouco mais do primeiro (e melhor) ato da
trama. Aliás, Ana Terra com certeza foi à melhor personagem feminina criada por
Veríssimo, pois devido as suas atitudes e opiniões fortes, representa uma
mulher a frente daquele tempo. Nada melhor então do que ter uma atriz que faz
jus a personagem e Cléo Pires da um show de interpretação, ao injetar um ar
selvagem, de uma onça dentro de uma gaiola, mas pronta para se libertar e se
entregar a um amor proibido.
Embora com as
irregularidades aqui e ali, o final entrega para o publico em geral, uma trama
que já temos uma idéia de como ela acaba desde o inicio. Pode até agradar as
grandes massas, principalmente os mais tradicionalistas daqui, mas que com
certeza irá desagradar aqueles que buscam algo de mais corajoso numa superprodução
brasileira como essa. Agora quem ficar durante os créditos de encerramento,
ambos os lados que eu já citei, irão de concordar que a musica em "inglês" que é
cantada, simplesmente não tem nada a ver com que nos foi apresentado durante as
duas horas de projeção.
Obra-prima de Raoul
Ruiz, Mistérios de Lisboa ganha mais uma semana na Sala P.F. Gastal e permanece
em cartaz no cinema da Usina do Gasômetro (3º andar) até dia 29 de setembro.
O filme mergulha o
espectador num turbilhão incontrolável de aventuras e desventuras,
coincidências e revelações, sentimentos e paixões violentas, vinganças, amores
desgraçados e ilegítimos em uma atribulada viagem por Portugal, França, Itália
e Brasil.
Numa Lisboa de intrigas e identidades ocultas,
encontramos uma série de figuras que dominam o destino de Pedro da Silva, órfão
de um colégio interno. Entre eles, está o Padre Dinis, que de aristocrata e
libertino se converte em justiceiro; uma condessa roída pelo ciúme e sedenta de
vingança; e um pirata sanguinário que se torna um próspero homem de negócios.
Todos eles atravessam a história do século XIX e ajudam Pedro na busca por sua
identidade.
Vencedor de Prêmio da Crítica da Mostra
Internacional de Cinema de São Paulo e do prestigiado Prix Louis Delluc na
França em 2010, Mistérios de Lisboa é um dos testamentos cinematográficos de
Ruiz, morto em 2011. Pouco exibido no Brasil, o cineasta foi um dos principais
nomes do Novo Cinema Chileno dos anos 1960, país do qual precisou fugir após o
Golpe de Estado em 1973. Radicado na França, compôs uma filmografia ímpar com
mais de 100 títulos, com destaque para A Hipótese do Quadro Roubado (1978), As
Três Coroas do Marinheiro (1983), A Vila dos Piratas (1983), além de O Tempo
Redescoberto (1998), abusada adaptação da obra de Marcel Proust. Considerado
pelo crítico Inácio Araújo como “um herdeiro direto de Orson Welles e Jorge
Luis Borges, na medida em que aceita o mundo como constituído por aparências, a
partir das quais compõe seus labirintos”, Ruiz faz de seu cinema uma
investigação constante sobre a natureza das imagens. Produzido para a
televisão, para ser exibido em capítulos, Mistérios de Lisboa foi captado e
finalizado em formato digital. Na Sala P. F. Gastal o filme será exibido na
íntegra, em uma sessão com cerca quatro horas e meia. O elenco do filme conta
com as estrelas francesas Léa Seydoux, Clotilde Hesme e com o ator português e
galã global Ricardo Pereira. A exibição será em blu-ray, no projetor de alta
definição do espaço, o que assegura a qualidade da projeção.
Mais informações e horários
das sessões, vocês conferem na pagina da sala clicando aqui.