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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 7 de março de 2013

Cine Dica: Em DVD e Blu-Ray: UM GATO EM PARIS



Sinopse: Dino é um gato de estimação que leva uma vida dupla em Paris. Durante o dia, ele mora com Zoe, uma garotinha muda, cuja mãe Jeanne é detetive da polícia da cidade. À noite, Dino sai de fininho pela janela para trabalhar com Nico, outro gato que, apesar de seu enorme coração, é um talentoso ladrão, capaz de grandes artimanhas. Certo dia, Dino traz de presente para Zoe um bracelete bastante caro. Lucas, assistente de Jeanne, percebe que o objeto pertence a uma coleção que acabou de ser roubada. Agora, as duas vidas de Dino estão prestes a colidir, já que Zoe, curiosa com as escapadas noturnas de seu gatinho, resolve segui-lo. Quando a menina cai nas garras do gângster Victor Costa, um bandido que planeja roubar uma obra de arte valiosa, Dino e Nico terão de se unir para resgatar Zoe.

Indicado ao Oscar de melhor longa de animação em 2012, essa pequena historia policial poderia ter sido muito bem  transformada em filme com atores em carne e osso. Em vez disso, se tornou uma bela animação, que embora com um teor um tanto que adulto (onde envolve ladrões e gângsteres) em alguns momentos, é bem acessível para todas as idades.  A relação de uma menina que fala pouco (devido a morte do pai) com o seu gato de estimação é apenas o estopim para o inicio de uma grande aventura, onde o gato acaba se envolvendo com um ladrão de jóias mas de bom coração.
A trama por vezes se torna uma mera desculpa para apresentar incríveis imagens de Paris, feitas em animação tradicional, provando que essa velha arte sempre terá espaço nas salas de cinema. Curto, divertido e para toda a família assistir numa tarde de sábado.     


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quarta-feira, 6 de março de 2013

Cine Especial: BRIAN DE PALMA: O PODER DA IMAGEM: Parte 7

Nos dias 10 e 11 de março, estarei participando do curso Brian de Palma: O Poder da Imagem, criado pelo CENA UM  e ministrado pelo jornalista Leonardo BomFim. Enquanto os dois dias não chegam, por aqui, estarei escrevendo tudo o que eu sei sobre os filmes desse cineasta, que muitos o consideram como sucessor (ou imitador) de Alfred Hitchcock.
IRMÃS DIABÓLICAS 
Sinopse: Danielle (Margot Kidder) é suspeita de ter assassinado seu namorado. Aparentemente, ela foi vista cometendo o crime pela sua vizinha e repórter Grace (Jennifer Salt). No entanto, as investigações se complicam quando é revelado que Danielle tem uma irmã siamesa, que pode estar envolvida com o episódio.
Até a pouco tempo, eu acreditava que Brian de Palma começou a filmar que nem Alfred Hitchcock a partir do filme Vestida para Matar. Mas essa obsessão do cineasta pelo mestre do suspense já vinha de muito antes, mais precisamente em 1973, com o seu pequeno filme Irmãs Diabólicas. A trama é sobre assassinato, envolvendo duas irmãs siamesas problemáticas (Margot Kidder), mas isso serve somente como estopim, para que De Palma possa criar uma trama, cujas peças chaves já até vimos em outros filmes conhecidos de Hitchcock (desde PsicoseJanela Indiscreta). Com isso, quando começam a surgir esses momentos, já temos uma noção do que irá acontecer no final, que felizmente, isso é contornado pela direção eficaz do cineasta, que se por um lado lembra às vezes Hitchcock, por outro ele consegue inovar: a cena em que a vitima da trama tenta pedir socorro em uma janela é digno de nota, pois De Palma cria um verdadeiro jogo de câmera, onde em alguns momentos, vemos a tela dividida e presenciamos a mesma situação em perspectivas diferentes.              
Para minha grande surpresa, foi ver Margot Kidder (a eterna Lois Lane de Superman de 78) num papel com tantas camadas complexas e que não teve como eu não deixar de me lembrar dos problemas de saúde e mentais que ela teve no decorrer dos anos e que infelizmente a impossibilitou de crescer ainda mais na carreira. 

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Cine Dica: Meu Amigo Claudia



Sinopse: Documentário sobre a ativista, atriz, cantora e travesti Claudia Wonder, grande agitadora cultural da cidade de São Paulo. Através de depoimentos e material de época acompanhamos a trajetória de Claudia e, em paralelo, a história do país nos últimos 30 anos.

É interessante observar, que nos últimos documentários nacionais que eu assisti, sempre tem como pano de fundo determinado período de nossa historia brasileira, mais especificamente anos 60,70 e 80. Filmes como Tropicália e DZI Croquetes, são obras que retratam determinado movimento artístico, mas que sempre sofriam em decorrência da ditadura na época. Meu Amigo Claudia é mais ou menos isso, onde temos depoimentos da atriz, cantora e travesti Claudia Wonder, que dentre outras coisas que fez durante a vida, se tornou grande estrela da musica nas noites de São Paulo e se tornando um dos símbolos do rock brasileiro daquele período. Isso sem contar o seu inicio de carreira, que começou como atriz nos filme do gênero pornochanchada, onde na maioria dos casos, os travestis eram tratados na trama com boas doses de humor.
Infelizmente Claudia não conseguiu escapar da opressão da época contra os gays, tanto que durante o filme, ela conta inúmeras historias de como ela e seus amigos sofriam certos abusos das autoridades. Além de depoimentos de Leão Lobo que fortalece essas informações, é de ficarmos espantados de certos recortes de jornal da época, que são jogados na tela e revelam a intolerância daquele período, que infelizmente só piorou ainda mais quando estourou a paranóia sobre a Aids e que se achava que os gays haviam gerado a doença. Mas buscando os seus direitos de ir, vir e ser o que bem entender, Claudia foi adiante e aos poucos viu o seu país começar a ter uma mente mais aberta, principalmente após o fim da ditadura, onde qualquer resquício dela começou a se esfarelar no inicio dos anos 90.
Infelizmente Claudia Wonder veio a falecer em 2010, mas deixando um legado de coragem e individualismo para todos que desejam dizer e fazer o que pensam. Embora sem muitas ambições, o filme de estréia do Dácio Pinheiro, não é somente um pequeno tributo a essa personagem, como também uma boa reconstituição dos fatos, de um período distante de nossa historia que não deve ser esquecido.  

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terça-feira, 5 de março de 2013

Cine Especial: BRIAN DE PALMA: O PODER DA IMAGEM: Parte 6


Nos dias 10 e 11 de março, estarei participando do curso Brian de Palma: O Poder da Imagem, criado pelo CENA UM  e ministrado pelo jornalista Leonardo BomFim. Enquanto os dois dias não chegam, por aqui, estarei escrevendo tudo o que eu sei sobre os filmes desse cineasta, que muitos o consideram como sucessor (ou imitador) de Alfred Hitchcock.     
Missão Impossível

Sinopse: Durante uma missão de rotina em Praga, Ethan Hunt e seu grupo de agentes caem numa emboscada. Ethan descobre que apenas ele e uma outra agente sobreviveram. Ao ser acusado de ser o traidor que falhou a missão ele foge e tenta provar sua inocência, mas o verdadeiro inimigo está dentro da própria agência.

Somando dois mais dois, é mais do que lógico que Brian de Palma foi convidado para dirigir o primeiro Missão Impossível, devido a boa repercussão que teve do seu ultimo filme, Pagamento Final, pois aquela seqüência final do metro, provou que De Palma estava mais do que habito a fazer boas cenas de ação que a produção exigia. Baseado na clássica série de TV, o filme foi estrelado e produzido por Tom Cruise (no auge da carreira), que por causa disso, tinha a palavra final no desenvolvimento da produção. Embora até hoje a historia soe um tanto que confusa em alguns momentos, isso era compensando graças à direção de Palma, que embora estivesse em território novo (e sob supervisão de Cruise), conseguia injetar sua visão pessoal na elaboração de seqüência chaves da historia. Momentos como no inicio do filme, em que o grupo de agentes está numa missão dentro da festa, De Palma cria um verdadeiro clima de filme noir (algo que seria mais visto em Dália Negra).              
Mas quando se trata de cenas em que o diretor filmou neste filme, não tem como não deixar de lembrar, da famosa cena em que Tom Cruise está pendurado e precisa a todo custo pegar um disquete com uma lista importante. A seqüência é toda silenciosa, com o direito ao fato do protagonista não poder falar ou tocar em nada, porque senão o alarme dispara (a seqüência da gota de suor é digna de nota). Por fim, a seqüência alucinante do trem em que o mocinho enfrenta os vilões (com direito a um helicóptero dentro de um túnel), provou que De Palma não se intimidou em usar efeitos especiais e o resultado final é garantia certa de diversão.
Com o sucesso do filme, Missão Impossível foi o inicio de uma nova franquia do cinema, mas que infelizmente o diretor não retornaria nos capítulos seguintes, pois Tom Cruise preferiu que cada filme houvesse um diretor diferente no comando.   

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Cine Dica: Em Cartaz: HITCHCOCK



Sinopse: Adaptação do livro "Alfred Hitchcock And The Making Of Psycho". Retrata os bastidores do clássico do suspense Psicose (1960), com foco no romance entre o diretor Alfred Hitchcock (Anthony Hopkins) e sua esposa e parceira Alma Reville (Helen Mirren).

Se hoje curtimos certos filmes, em que o primeiro nome que vem à mente é do próprio diretor, muito se deve isso a Alfred Hitchcock, pois ele é considerado um dos primeiros autores na direção, no qual colocava sua visão pessoal de fazer filmes na tela do cinema. Sua filmografia é vasta, na maioria positiva e que fez escola: Brian de Palma (Dublê de Corpo, Vestida para Matar) é talvez o melhor exemplo e o mais bem lembrado de todos, pois o seu modo de filmar lembra bastante os métodos de filmagens mestre do suspense. Atualmente, o diretor é mais conhecido do que nunca, mesmo depois de mais de trinta anos após sua morte e, portanto era questão de tempo que houvesse um filme que retrate (em parte) a sua vida.
Baseado no livro "Alfred Hitchcock And The Making Of Psycho", o filme explora um pouco os bastidores das filmagens, daquele que seria um dos seus maiores sucessos (Psicose), mas diferente do que muitos imaginam, o filme se concentra mais na relação do cineasta com a sua esposa Alma Reville (Helen Mirren, competente como sempre). Se por um lado isso possa parecer um tanto que frustrante, do roteiro não se concentrar no dia a dia das filmagens, por outro somos brindados pelo bom desempenho do casal: Anthony Hopkins cada vez melhor, depois do seu retorno da aposentadoria e aqui finalmente parece se afastar da imagem do seu mais famoso personagem (Hannibal Lecter). Hopkins interpreta com elegância esse ícone da sétima arte, onde até mesmo imita os trejeitos que ele possuía, embora o nariz empinado incessante do ator tenha me incomodado um pouco, assim como a sua maquiagem pesada, que visivelmente lhe incomodava.
Mas é Helen Mirren que da o show de interpretação e honra com justiça uma peça chave do sucesso do cineasta que foi Alma Revile. Sem ela, Hitchcock talvez não tenha tido o mesmo sucesso que teve, pois Alma dava as suas sugestões certeiras, tanto no roteiro como na montagem e Mirren passa essa sensação de que ela foi realmente à muleta de ajuda do diretor. Com isso, o roteiro mostra essa parceria em desequilíbrio, no momento em que Alma decide ajudar na criação de um roteiro para outro roteirista, despertando então um ciúme escondido do cineasta, que ao mesmo tempo começa a enfrentar os seus demônios interiores. Falando neste ultimo, é um momento em que o filme aproveita, mas logo vai sendo esquecido, sendo que muitos se perguntam para onde foi parar.
Em vez de terem se concentrado em algo que seria dispensável em seguida, deveriam então ter explorado mais os coadjuvantes, sendo que a maioria deles está muito bem: Scarlett Johansson surpreende pela caracterização perfeita de Janet Lee, assim como James D'Arcy, uma reencarnação perfeita de Anthony Perkins, numa cena que sintetiza muito bem o do porque de Hitchcock ter escolhido ele para um personagem tão complexo. Os poucos momentos que esses personagens secundários surgem em meio à retratação das filmagens do filme, são dignos de nota (a reconstituição de como foi à filmagem do chuveiro é perfeita) e que nos faz lamentar mais ainda pelo fato da produção não ter se concentrado nestes momentos. Curto, redondinho e com um final que nos brinda com uma cena deliciosa, onde o cineasta se diverte e se satisfaz com o resultado final de sua cria, mas que ao mesmo tempo, a trama termina de um modo bem previsível e com um verdadeiro clima de final de novela. Se não fosse por esses altos e baixos, o filme faria jus à imagem do mestre do suspense, mas no final das contas é uma pequena homenagem e sem muitas pretensões. 

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segunda-feira, 4 de março de 2013

Cine Especial: BRIAN DE PALMA: O PODER DA IMAGEM: Parte 5


Nos dias 10 e 11 de março, estarei participando do curso Brian de Palma: O Poder da Imagem, criado pelo CENA UM  e ministrado pelo jornalista Leonardo BomFim. Enquanto os dois dias não chegam, por aqui, estarei escrevendo tudo o que eu sei sobre os filmes desse cineasta, que muitos o consideram como sucessor (ou imitador) de Alfred Hitchcock.   
Scarface
  
Sinopse: Um criminoso cubano exilado (Al Pacino) vai para Miami e em pouco tempo está trabalhando para um chefão das drogas. Sua ascensão na quadrilha é meteórica, mas quando ele começa a sentir interesse na amante do chefe (Michelle Pfeiffer) este manda matá-lo. 

Meio que ignorado na época do seu lançamento, Scarface ganhou status de Cult ao longo do tempo e para alguns, consideram como obra prima de Brian de Palma. Talvez o que tenha afastado o publico a principio, tenha sido o seu teor  polêmico para a época e que impressiona até nos dias de hoje. Muita  violência, palavrão e o personagem principal Tony Montana (Al Pacino completamente surtado) mostra ser uma entidade enlouquecida durante boa parte do filme e que não mede nenhum esforço para eliminar os seus inimigos, mesmo que leve tudo pelos ares.
 O filme conta também com várias frases de efeitos, que fizeram do mesmo se tornarem ainda mais memoravel: "The World is Yours", "You fuck with me, you fuck with the best", e a famosa "Say hello to my little friend". Scarface aparece sempre facilmente entre os melhores  filmes de gangster da história do cinema, e o personagem Tony Montana (para muitos) é considerado o melhor desempenho de Al Pacino. Curiosamente Scarface é uma refilmagem de "Scarface - A Vergonha de Uma Nação", filme de Howard Hawks e estrelado por Paul Muni, que embora seja um clássico, muitos consideram a versão de Palma muito superior.
Se alguém ainda tem duvida das qualidades do filme, assista e aprecie a um dos maiores tiroteios e mortes da historia do cinema, que rola no ato final do filme e onde o personagem de Al Pacino enlouquece de vez. Esse momento foi tão marcante, que anos depois foi lançado um vídeo game e dando continuidade exatamente aonde a historia havia terminado.
  
  O Pagamento Final

Sinopse: Ex-detento porto-riquenho faz de tudo para ficar longe de seu passado de traficante de drogas. Mas acaba sentindo-se dragado de volta à vida que tanto desejava evitar. Arruma um emprego num clube noturno e retoma um caso com uma dançarina.   

Muitos consideraram que a parceria de Brian de Palma com Al Pacino em Scarface era algo insuperável, mas eis que em 1993 é lançado O Pagamento Final, que se por um lado não é superior ao filme anterior com os dois, por outro não deve em nada em termos de qualidade. O filme em si, sintetiza muito bem a famosa frase que Al Pacino lançou em O Poderoso Chefão 3 (“quando acho que estou livre disso, eles me arrastam”), já que o protagonista o tempo todo tenta escapar dos seus antigos hábitos de um passado violento que não quer mais, mas o universo em que vive lhe faz ir num caminho sem volta. É nestes momentos que surge um belo casamento de um bom desempenho de Pacino, com a direção eficaz e engenhosa de Palma, que nos brinda com seqüências alucinantes, como a perseguição dentro do metro e com os dois atentados, que alias, são estrelados por um jovem Sean Penn.          
Brian de Palma ainda nos brinda com uma bela reconstituição de época (anos 70) e uma trilha sonora caprichada, que sintetiza aquele período e moldado por grandes sucessos da musica que são lembrados até hoje. Embora o inicio do filme da uma grande dica do que esperar no final, O Pagamento Final é  aquele típico filme que nos prende do inicio ao fim, mesmo sabendo o que irá ocorrer no final. 

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Cine Dica: Clássicos Brasileiros na Sala P. F. Gastal


SALA P. F. GASTAL RETOMA PROGRAMAÇÃO
COM CLÁSSICOS TRANSGRESSORES DO CINEMA NACIONAL

 A Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro (3º andar) retoma sua programação a partir de terça-feira, 5 de março, com uma mostra de filmes brasileiros que têm em comum a irreverência, a originalidade e a inventividade formal de seus realizadores. Intitulada Clássicos Transgressores do Cinema Nacional, a mostra reúne filmes dos diretores Rogério Sganzerla, Andrea Tonacci, Ozualdo Candeias, Carlos Reichenbach, André Luiz Oliveira, José Mojica Marins, Edgard Navarro, Ruy Guerra, Djalma Limongi Batista e Ivan Cardoso, e conta com o apoio da Programadora Brasil, projeto do Ministério da Cultura destinado à difusão do cinema nacional de qualidade.
A programação inclui 12 filmes, entre longas, médias e curtas-metragens, e é uma oportunidade rara para o público conhecer títulos muito comentados mas pouco vistos, como o cultuado Superoutro, de Edgard Navarro, e Um Clássico, Dois em Casa, Nenhum Jogo Fora, de Djalma Limongi Batista (considerado o primeiro filme a abordar abertamente a questão da homessexualidade no cinema brasileiro), além de rever na tela grande obras marcantes da história do cinema brasileiro, como Os Cafajestes, O Bandido da Luz Vermelha e Filme Demência.
  
PROGRAMAÇÃO

 LONGAS
  
O Bandido da Luz Vermelha, de Rogério Sganzerla (Brasil, 1968, 92 minutos)
Marginal paulista coloca a população em polvorosa e desafia a polícia ao cometer os crimes mais requintados. Conhece a provocante Janete Jane, famosa em toda a Boca do Lixo, por quem se apaixona.
Acompanha o curta Brasil (1981), de Rogério Sganzerla.
  
Bang Bang, de Andrea Tonacci (Brasil, 1970, 85 minutos)
O ator de um filme em realização vive sem distinção a sua realidade pessoal e a ficção de seu personagem. Busca um sentido e uma saída daquela situação enquanto é perseguido por bandidos, um mágico, uma fantasia amorosa, um bêbado, sua auto-imagem.... A comicidade, os motivos da perseguição, as situações, os personagens, a cenografia, os diálogos e a trilha sonora, que utiliza temas conhecidos de outros filmes, remetem a símbolos, metáforas e à recusa da possível lógica narrativa, permitindo ao espectador uma sensação análoga à do personagem central.
  
Os Cafajestes, de Ruy Guerra (Brasil, 1962, 90 minutos)
Jandir, um rapaz de origem pobre, e Vavá, seu amigo playboy, vivem no submundo de drogas e sexo de Copacabana. Desesperado diante da perspectiva de perder sua mesada, já que seu pai banqueiro está falido, Vavá propõe a Jandir um plano para chantagear o tio, que tem uma amante. Filme que provocou escândalo à época de seu lançamento por trazer o primeiro nu frontal do cinema brasileiro, protagonizado pela atriz Norma Bengell.
  
Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver, de José Mojica Marins (Brasil, 107 minutos, 1967)
O funerário Jozefel Zanatas (Zé do Caixão) procura pela “Mulher Superior”, com a qual espera gerar o “Filho Perfeito”, ser que esteja acima dos seres humanos normais e que perpetue seu sangue. Em sua procura, tortura e mata as mulheres que julga inferiores, bem como qualquer um que se interponha em seu caminho. Acompanha o curta O Universo de Mojica Marins, de Ivan Cardoso.
A sessão do dia 8 de março será comentada pelo jornalista Thomaz Albornoz.
  
Filme Demência, de Carlos Reichenbach (Brasil, 1985, 90 minutos)
Após assistir impotentemente à falência de sua pequena indústria de cigarros, Fausto mergulha no interior de si mesmo. Rompe com Doris, a esposa infiel, rouba o revólver do zelador do prédio em que mora, e sai pela noite de São Paulo em busca de Mira-Celi, seu paraíso imaginário. Uma original releitura do mito de Fausto pelo cineasta Carlos Reichenbach, em filme que é considerado sua obra-prima. Prêmio de melhor direção no Festival de Gramado.
  
A Margem, de Ozualdo Candeias (Brasil, 1967, 91 minutos)
Inspirado em acontecimentos reais publicados em jornais populares, o filme aborda o dia a dia da população pobre que vive às margens do rio Tietê, sob o ponto de vista de quatro personagens. Eles observam uma mítica mulher que desce o rio em uma canoa. Acompanha o curta Uma Rua Chamada Triumpho 969/70, de Ozualdo Candeias.
  
Meteorango Kid – Herói Intergalático, de André Luiz Oliveira (Brasil, 1969, 80 minutos)
O filme narra, de maneira anárquica e irreverente, as aventuras de Lula, um estudante universitário, no dia do seu aniversário. De forma absolutamente despojada, mostra, sem rodeios, o perfil de um jovem desesperado, representante de uma geração oprimida pela ditadura militar e pela moral retrógrada de uma sociedade passiva e hipócrita. O anti-herói intergalático atravessa este labirinto cotidiano através das suas fantasias e delírios libertários, deixando atrás de si um rastro de inconformismo e um convite à rebelião em todos os níveis.
   
MÉDIAS E CURTAS

 Brasil, de Rogério Sganzerla (Brasil, 1981, 13 minutos)
Captado durante a gravação do décimo disco de João Gilberto, intitulado Brasil,  gravado no cinquentenário de seu nascimento, que contou com a participação de Caetano Veloso, Gilberto Gil e Maria Bethânia. A execução do disco em diferentes fases e distâncias, registradas em contraponto com flashes de personalidades da vida nacional, representa uma situação limite e indaga: O que é o Brasil? O que é o brasileiro?

Um Clássico, Dois em Casa, Nenhum Jogo Fora, de Djalma Limongi Batista (Brasil, 1968, 29 minutos)
Antônio perambula por São Paulo. À noite, encontra um parceiro na Galeria Metrópole, Isaías, para se relacionar sexualmente. Apesar da intensa relação que acontece entre os dois, Isaías pede que Antônio o mate.

Uma Rua Chamada Triumpho 969/70, de Ozualdo Candeias (Brasil, 1971, 11 minutos)
A região da Boca do Lixo paulistana e as pessoas do meio cinematográfico que por ali circulavam são registradas em fotografias de autoria do diretor Ozualdo Candeias.

Superoutro, de Edgard Navarro (Brasil, 1989, 48 minutos)
Um louco na rua tenta libertar-se da miséria que o assedia e acaba por subverter a própria lei da gravidade. Acompanha o curta Um Clássico, Dois em Casa, Nenhum Jogo Fora, de Djalma Limongi Batista.

O Universo de Mojica Marins, de Ivan Cardoso (Brasil, 1978, 26 minutos)
A vida e a obra do ator, diretor e produtor paulista José Mojica Marins, penetrando em seu estúdio e mostrando seu mundo.
  
Mais informações e horários das sessões, vocês conferem na pagina da sala clicando aqui.

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