Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
Me acompanhem no meu:
Twitter: @cinemaanosluz
Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com
Se encerrou
ontem, o curso Michelangelo Antonioni em Quatro Atos, ministrado pelo entendedor do assunto Henrique Marcusso.
Durante dois dias, Marcusso simplesmente dissecou cada imagem dos quatro filmes
e explicando os seus significados. Já outros eu que participaram da atividade,
não ficamos muito atrás e demos as nossas opiniões, pois esses quatro filmes de
Antonioni podem gerar inúmeros debates, onde cada um deles irá possuir um
significado diferente.
Impressionado
pela nossa participação, Marcusso enviou para cada um de nos, uma mensagem agradecendo
e elogiando a nossa participação. E como eu gostei muito da maneira que ele
liderou essa atividade, divido as palavras dele com vocês:
Queridos,
Foi um imenso
prazer conhecer vcs e sua bela cidade. Senti-me em casa, muito bem acolhido.
Espero que eu
tenha contribuído para uma apreciação mais sensível de um autor tão importante
na história do cinema.
Vcs foram maravilhosos,
mergulhando fundo em questões tão complexas. Ajudaram-me bastante.
Obrigado! Se
ainda quiserem comentar, discutir algo sobre os filmes fiquem à vontade.
Agradeço
especialmente ao Jorge pela oportunidade e todo apoio. Este projeto de cursos
de cinema da Cena Um é um privilégio. Parabéns! Se morasse em POA, também iria
sempre. Aproveitem!!!
Se vierem a
Sampa, me avisem para combinarmos algo, um café ou uma pizza heheheh...
Envio em anexo
2 fichas complementares: o elenco e a equipe da tetralogia. espero q consigam
abrir.
As atividades do CENA UM é isso. Não só sabermos mais sobre
cinema, mas fazermos novas amizades, que compreendem o que nos cinéfilos curtimos. Será
sempre bem vindo Henrique.
Sinopse:Duas lindas meninas americanas estão em uma viagem pela Europa. Na Alemanha, elas acabam sozinhas à noite com um carro quebrado no mato. Eles procuram por ajudae encontram uma moradia isolada. No dia seguinte, elas acordam aprisionadas no porão da casa, uma clínica improvisada assustadora, junto com um japonês. Um homem mais velho alemão identifica-se como um cirurgião aposentado especializado na separação de gêmeos siameses.No entanto os seus três “pacientes” não estão prestes a serem separados, mas unidos em uma operação horrível. Ele pretende ser aprimeira pessoa a ligar as pessoas através do seu sistema gastrico, a sua fantasia doente de criar “a centopéia humana”.
Polemico
do inicio ao fim, o filme de Tom Six é a típica historia de cientista louco,
com o intuito de realizar o seu sonho macabro em criar algo único, mas
diferente dos clássicos filmes da Universal, a coisa é muito mais bizarra do
que parece. Quando o filme foi exibido no Fantaspoa de 2010, a produção já era
conhecida pela sua polemica, e como já diz o ditado, “falem mal, mas falem de
mim”. Foi justamente devido às pessoas que ouviram a trama bizarra, é que acabaram
indo ao cinema assistir, e o que acabou fazendo do filme se tornar cultuado, mas
de uma forma precipitada.
De
inovador, a trama não tem muito a oferecer, principalmente que de cara, mostra
os clichês básicos dos filmes de terror (garotas viajando, se perdem na floresta
e acabam sendo acolhidas pelo cientista louco), onde esta bem escancarando, que
o ambiente em que as protagonistas ficam não eram para estar. Após o vilão
revelar suas reais intenções, começa uma sub-trama meio que desnecessária, das
garotas tentarem fugir, e como todos sabem (antes de verem o filme), que isso
de nada adiantara e que culminara com a terrível realização da criação centopéia
em seguida.
O
filme daria para ser feito como um curta metragem, mas devido ao enchimento da linguiça na trama, criou se um longa, que por sua vez gerou o bate boca de quem assistiu, acabou
despertando a curiosidade de outras pessoas e deu no que deu. Se a proposta era
para chocar, a mim, por exemplo, não me chocou muito, e não será somente por
chocar que tornara um filme indispensável. E se era, para fazer uma critica aos
nazistas (o cientista louco é alemão), já temos Os Meninos do Brasil!
CENTOPÉIA HUMANA 2
Sinopse: homem que se
torna sexualmente obcecado pelo DVD do primeiro filme e imagina colocar a ideia
da centopeia humana em prática.
Com
certeza o diretor Tom Six deve ter ouvido muitas criticas do seu filme
anterior, principalmente de psicólogos dizendo que seu filme seria perigoso
para mentes fracas. Com isso em mente, ele cria uma trama que é exatamente
isso, ao retratar o personagem Martin como uma pessoa perturbada, obcecada
sexualmente pela idéia bizarra do filme anterior, que ele por sua vez tanto assistiu em seu
trabalho, numa garagem de um prédio. A premissa até que é original, em mostrar
o filme dentro de um filme, e o clima claustrofóbico aumenta, graças a
fotografia em preto e branco, que por vezes lembra o clássico Eraserhead de
David Lynch.
Mas
o que começa como uma premissa interessante acaba descambando para o explicito,
quando Martin, gradualmente vai seqüestrando suas vitimas na garagem do prédio,
para nas escondidas de um deposito, criar uma centopéia humana com doze
pessoas. Apartir daí, o filme é puro terror explicito graficamente, onde o único
intuito, é mostrar a degradação, tanto de Martin, como de suas vitimas em meio
a situação bizarra e asquerosa, com direito de fezes e sangue serem jogados na
tela sem excitar.Começa
melhor que o filme original, mas acaba se perdendo no caminho de uma forma bem
pior.
A pergunta que fica é o que Tom Six irá inventar para tentar se superar
num inevitável terceiro filme? Aja estomago forte!
Sinopse:
Eles são os foras-da-lei mais perigosos que o Oeste já viu. A cada novo golpe,
as chances de algo dar errado vêm aumentando, o que faz com que eles decidam
que chegou a hora de parar. Só que um trem carregado de armas é uma remessa
valiosa demais para passar despercebida pelos ladrões 'aposentados'.
Considerado
por muitos como o melhor filme de Sam
Peckinpah (Sob o Domínio do Medo), sendo que aqui, também como co-roteirista. É
um faroeste diferente, centrado na psicologia dos personagens e na estética da violência
(os massacres e as lutas são marcados pelo uso da câmera lenta e da teleobjetiva).
Excelente fotografia de Lucien Ballard, que se deixa seduzir pelas amplas paisagens,
e elenco impecável, principalmente Willian Holden e Robert Ryan.
O ato final
é inesquecível, inesperado e difícil de sair de memória do cinéfilo. Sendo algo
similar com os finais de Uma Rajada de Balas e Butch Cassidy, só que aqui, o
dia do juízo para os personagens se a longa em minutos intermináveis. onde é apresentadas umas
das sequências mais violentas de tiroteio da historia do cinema.
To na pressa gente,
portanto vamos as estréias desse final de semana:
O Corvo
Sinopse: O escritor Edgar Alan Poe (John Cusack) está na caça de um
assassino serial que imita os crimes de seus contos e ainda sequestrou sua
noiva Emily (Alice Eve). Para ajudá-lo na investigação o detetive Emmet (Luke
Evans) assume o caso e pretende dar um fim aos terríveis assassinatos quesão
seguidos de charadas criadas pelo criminoso que desafia a inteligência do autor
num jogo de gato e rato.
O Homem Que Não
Dormia
Sinopse: Alguns habitantes de um lugarejo remoto são acometidos pelo
mesmo pesadelo. A chegada de um peregrino de origem misteriosa irá deflagrar o
conflito interno em que vivem determinando uma ruptura radical em suas vidas.
Plano de Fuga
Sinopse: Capturado pela polícia do México quando fugia da policia
americana na fronteira Driver é jogado em uma das prisões mais violentas do
mundo. Lá ele receberá a ajuda de um garoto de 9 anos que lhe passará
informações vitais para a sua sobrevivência.
Uma Longa Viagem
Sinopse: O documentário revela a história de três irmãos tendo como fio
condutor a trajetória do mais novo que viaja para Londres em 1969 enviado pela
família para que não participasse da luta armada contra a ditadura no Brasil
seguindo os passos da irmã que acabou tornando-se presa política . Misturando depoimentos e memórias dos irmãos com nove anos passados no
exterior pelo caçula o filme detalha cartas e também entrevistas com ele que
chegou a ser internado em instituições psiquiátricas. Um relato triste e ao
mesmo tempo bem humorado de um núcleo familiar e suas convicções.
Romance de Formação
Sinopse: Romance de Formação acompanha jovens que carregam consigo a
responsabilidade de crescer dentro de grandes instituições acadêmicas. Quatro
estudantes vivem no dia-a-dia seus sonhos e anseios de uma vida e profissão de
grandes realizações. Nesse percurso eles alcançam muitas conquistas e deixam
para trás várias ilusões.
Nos dias 19 e 20 de
Maio, participarei do curso MICHELANGELO ANTONIONI EM 4 ATOS, criado
pelo CENA UM e
ministrado pelo professor de cinema Henrique Marcusso. Diferente dos cursos anteriores que eu já participei, Marcusso irá
somente fazer uma analise minuciosa sobre a Tetralogia Existencial que Antonioni havia criado nos anos 60. Enquanto a atividade não chega,
por aqui, falarei um pouco dos quatro filmes que serão abordados durante o
curso.
O Deserto Vermelho
Sinopse: Chuva,
neblina, frio e poluição assolam a cidade industrial de Ravenna, na Itália.
Ugo, o gerente de uma usina local, é casado com Giuliana, uma dona de casa que
sofre de problemas psicológicos. Numa viagem à Patagônia, ela conhece o
engenheiro Zeller, o que pode mudar sua vida. Em O Deserto Vermelho, Antonioni,
no auge de sua forma, aborda os temas centrais de sua filmografia: a
incomunicabilidade e a solidão do homem contemporâneo.
O filme se tornou
conhecido como uma espécie de epílogo para a Trilogia da Incomunicabilidade de
Michelangelo Antonioni, que com o tempo, acabou se tornando a Tetralogia Existencial, que havia começado com A
Aventura (1960). Um dos grandes trabalhos de Monica Vitti, atriz com quem
Antonioni foi casado. Ela faz a dona de casa angustiada, que não sabe direito
de onde lhe vem tanto incomodo diante do mundo em que ela vive. A trilha sonora,
a fotografia em cores de Carlo Di Palma, valem ao filme uma ambientação muito
marcante e apreensiva. É mais uma tentativa de retratar a vida alienada na
sociedade contemporânea daquele tempo, e que se comparado atualmente, não envelheceu nenhum pouco. Monica não sabe a razão
da sua infelicidade. E essa é a tese de Antonioni, não sabemos o porquê, ele
está oculto e faz parte da própria alienação que se alastra em todos os personagens.
Para além desse retrato da alienação, existe a
matriz do desconforto que atravessa, tanto os filmes anteriores, como esse. Bem como os
diálogos esparsos e os longos planos-sequência que ajudam a compor um quadro de
seres humanos em relações truncadas consigo mesmo e, por consequência, com os
outros. Por outro lado, no filme em questão, Antonioni utiliza as cores pela
primeira vez, e essa decisão contribui decisivamente para transformar o filme
em um denso estudo sobre vácuos de comunicação assinalados pela policromia.
Tudo o que a câmera do cineasta filtrou em preto e branco nos filmes anteriores, se
converte aqui em cores vibrantes, especialmente o vermelho do título. É
interessante notar o trabalho cuidadoso da fotografia assinada por Carlo Di
Palma, que, curiosamente, viria a clicar filmes de ninguém menos que Woody
Allen, em títulos como Hannah e suas irmãs (Hannah and her sisters, 1986) e A
era do rádio (Radio days, 1987). No caso de O deserto vermelho, suas lentes
captam com acuidade os matizes dramáticos necessários ao dimensionamento do
estado acachapante de Giuliana, deslocada de seu mundo. Um epilogo mais do que bem feito.
Sinopse: Quico e
André viajaram a trabalho a uma casa de campo. Em pouco tempo, percebem-se
envolvidos num culto de canibais liderado por Molly, uma antiga hippie
especialista na preparação de kebabs feitos de carne humana. “Matar ou
morrer?”, essa é a questão. E é aí que se percebe que, quando a vida está
difícil, não há nada melhor do que carne crua.
Deveria se criar um gênero
intitulado “filme clichê”, pois sempre uma hora ou outra, surgem filmes, que
sempre quando agente assiste, imediatamente percebemos que já assistimos aquilo
antes. Ou simplesmente, uma produção como essa nasce, unicamente para satisfazer
os desejos do cineasta, em prestar homenagem aos filmes que ele assistiu ao
longo da vida. Essa ultima descrição, bate exatamente com a intenção do
cineasta Tirso Calero, que com um orçamento apertadíssimo e com apenas 20 dias
de filmagem (onde o resultado não esconde a estética de um filme feito para a tv),
cria um amontoado de momentos neste Carne Crua, que por vezes lembram qualquer tipo de filme de
zumbi que surgiu nos últimos 50 anos, como também qualquer continuação de Sexta
feira 13 vida. Até mesmo uma pequenina homenagem ao polemico Holocausto Canibal
pode ser visto a milhares de quilômetros de distancia (desde que você seja uma
pessoa antenada).
O filme em nenhum
momento pode se levar a serio, pois a intenção (segundo o próprio diretor)
nunca foi essa. A trama é recheada de diálogos, que oscilam entre o afiado e o
tosco, com direito a piadas de humor negro, que fazem nascer certo sorriso no
rosto, mas às vezes, algumas piadas soam até forçadas demais, com o direito há
um dos personagens mencionar uma possível continuação para a historia. Ou seja,
beira até para uma sátira, onde tudo que é largado na tela é absurdo, e sendo
um filme clichê, não faltam também momentos de muito sangue, pedaços de gente, sexo
e mulheres com grandes peitos para todos os gostos. Mas e o elenco como fica?
Canastrice para todos os lados, onde quem se sai melhor na trama, é a “vitima
protagonista”, vivido pelo esforçado Diego Arjona, que pelo visto, levou a produção
bem a serio, pois nos simpatizamos com o (pasmem) drama que ele passa.
Divertido, nada imaginativo,
mas que pode sim ser até apreciado na tela grande, embora não seja um filme para
as massas e muito menos para aqueles que busquem algo de original.