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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 7 de março de 2012

Cine Especial: O Cinema de Quentin Tarantino: Parte 5

Nos dias 17 e 18 de março, estarei participando do curso “O Cinema de Quentin Tarantino”, realizado no Cinebancários, criado pelo CENA UM e ministrado pelo cineasta e diretor de teatro Mauro Baptista Vedia. E enquanto o evento não acontece, por aqui, estarei postando tudo o que eu sei sobre esse grande diretor criativo, que foi a melhor coisa que surgiu nos anos 90!

KILL BILL: VOLUME 2
E AGORA BILL?
Sinopse: Após ser traída por Bill (David Carradine) e seu antigo grupo, uma mulher (Uma Thurman) fica à beira da morte por 4 anos. Após despertar do coma ela parte em busca de vingança, indo atrás de cada um dos seus antigos companheiros para matá-los.
Após o final do filme anterior, Tarantino deixou o publico com muita ansiedade, esperando por algo ainda maior que estaria por vir, mas não é que o cineasta foi contra as expectativas do publico, que por sua vez, agradece. Diferente do que foi visto no filme anterior, Tarantino retorna novamente com inúmeros diálogos afiados, e para alegria de muitos, a trama retorna ao passado, no inicio do filme, para esclarecer alguns pontos que ficaram obscuros no ar. Em um belo preto branco, a trama retorna ao massacre dentro da igreja, onde a noiva estava ensaiando o casamento junto com o noivo, e nesse momento, surge finalmente Bill (David Carradine, ótimo). Tarantino nos brinda com a seqüência de uma forma bem ensaiada, onde com uma bela trilha sonora (saída de Três homens e um conflito), as imagens remetem diretamente com o inicio do clássico, Rastros do Ódio.
Como todos sabem o que acontece em seguida, Tarantino simplesmente afasta a câmera da igreja, deixando somente o som e os gritos do horror dominar a cena, de uma forma bem sugestiva e genial. Voltando ao presente, somos apresentados ao personagem Budd (Michael Madsen, espetacular) irmão de Bill, que vive uma vida desregrada, e meio que arrependido do que fez no passado, mas nem por isso, deixara a guarda baixa para noiva e de uma maneira surpreendente, se torna o mais perigoso oponente. Nesta seqüência, Tarantino intensifica mais sua homenagem ao gênero do faroeste, em especial, aos filmes de Sergio Leone, onde a trilha sonora nos remete aqueles clássicos que o diretor Italiano criou. Após uma inesperada reviravolta na trama, a noiva se encontra há sete palmos abaixo, dentro de um caixão (numa seqüência que sentimos o sufoco da protagonista), mas novamente, o filme da uma pausa a esses acontecimentos, e voltamos para o passado. Tarantino nos brinda com á historia do treinamento intensivo da noiva, nas mãos do rígido Pei Mei, personagem super conhecido nos filmes de artes marciais. Por vários minutos, conhecemos a dor (embora necessária) desse treinamento que a noiva passa, desde a carregar baldes, há tentar quebrar uma tabua dura com a mão. Aqui, Tarantino intensifica o close rápido nos rostos dos personagens, algo que ele tirou dos filmes de Kung fu de antigamente, e que acabou se tornando uma de suas marcas registradas.
Retornando a noiva enterrada, Tarantino de uma forma bem deliciosamente gradual, nos presenteia com uma de suas melhores cenas que ele filmou durante a carreira. Embalada com uma impressionante trilha sonora, que da vontade de gritar um olé de tão boa (cortesia do amigo Robert Rodriguez, que fez a trilha ao preço de um dólar). Partindo novamente para a vingança, a noiva vai de encontro com o seu alvo anterior. Mas antes que isso aconteça (e que acaba mudando os seus planos) surge outro grande alvo da protagonista, Elie Drive (Daryl Hannh, na melhor coisa que fez desde Blade Runner), onde nos brinda com suas atitudes imprevisíveis, nos explica sobre um determinado tipo de cobra, e de brinde, nos diz qual realmente é o nome da noiva. O encontro das duas entidades femininas, não deve nada as cenas de luta e sangue que já foram apresentadas nestes dois filmes, porém, o embate termina de uma forma imprevisível.
Por fim, chegamos ao tão aguardado confronto da noiva com Bill, mas quem disse que esse encontro seria um embate normal entre o bem e o mal? Tarantino não foi quem disse, e o encontro de ambos os personagens (com o direito a uma grande surpresa para a noiva), gera inúmeros conflitos internos, não só deles, como também para o espectador que assiste e que acaba não sabendo exatamente como deseja que o filme termine. Neste ato final, Tarantino nos entrega qual é o verdadeiro significado (da saga) da vingança e de suas conseqüências. Por um momento compreendemos a noiva, suas motivações e desejos de vingança, porém, compreendemos as motivações de Bill, e até mesmo nos fascina com a sua teoria sobre Superman, que acaba tendo tudo haver com a noiva, (embora esse momento soe meio artificial, já que é Tarantino e não Bill falando). Ambos, na verdade cometeram erros um com o outro e que não souberam administrá-los em determinado momento do percurso, e mesmo que aja o perdão de ambos os lados, só existe uma forma de tudo terminar. Tarantino então sela o destino do casal em conflito de uma forma super satisfatória, que embora a protagonista se sinta feliz por fora, no fundo guarda uma grande tristeza, numa cena onde Uma Thurman desaparece por completo, e vemos somente a noiva caindo na real com tudo que passou, mas feliz com o que conseguiu. Assim, o cineasta encerra a saga da noiva, fazendo agente não sair da poltrona tão facilmente, criando um dos melhores créditos finais dos últimos anos, e desejando que num futuro quem sabe, ele retorne aquele universo cheio de energia e referencias ao mundo pop!

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terça-feira, 6 de março de 2012

Cine Especial: O Cinema de Quentin Tarantino: Parte 4

Nos dias 17 e 18 de março, estarei participando do curso “O Cinema de Quentin Tarantino”, realizado no Cinebancários, criado pelo CENA UM e ministrado pelo cineasta e diretor de teatro Mauro Baptista Vedia. E enquanto o evento não acontece, por aqui, estarei postando tudo o que eu sei sobre esse grande diretor criativo, que foi a melhor coisa que surgiu nos anos 90!

Kill Bill - Volume 1
A VINGAÇA NUNCA FOI TÃO POP!

Sinopse: A Noiva (Uma Thurman) é uma perigosa assassina, que trabalha em um grupo liderado por Bill (David Carradine) e que é composto principalmente por mulheres. Ela está prestes a se casar com Bill, mas no dia de seu casamento seu noivo e companheiras de trabalho se voltam contra ela, quase a matando. Ela fica 5 anos em coma, até despertar com um único desejo: vingança.
Anos atrás, eu havia adquirido com um colega meu de serviço, um livro intitulado CINEMA - UM ZAPPING DE LUMIÈRE A TARANTINO, escrito pelo jornalista e critico de cinema Luís Carlos Merten. Nele, ele fazia um panorama desde os primodios do cinema, até Quentin Tarantino, onde ele deu grande destaque e de como o cineasta injetou sangue novo no cinema dos anos 90. Só que então, Merten relança o mesmo livro (em 2002), só que de uma forma diferente, com mais conteudo e (pasmen) detonando Tarantino, por sua falta de ideias novas em não lançar um novo filme. Talves, Merten estivesse chateado com o cineasta, pelo fato que, de 1997 a 2002, Tarantino não lançava mais nenhum outro filme, mas quem disse que ele era obrigado a lançar filmes um atrás do outro?
O mestre Stanley Kubrick, por exemplo, levava anos para filmar um proximo filme, e isso se devia, pelo fato do cineasta não conseguir adquirir sempre uma boa historia, que realmente valesse a pena para ser lançada nas telas. Merten deveria ter sido mais paciente, pois um ano depois dele ter lançado essa segunda impressão do seu livro, eis que Tarantino surge com um dos seus projetos mais ambiciosos, que carregava consigo durante anos. Kill Bill nasceu com a ideia basica sobre a “vingaça” e suas consequencias, mas elas, viriam depois, já que no primeiro filme da noiva vingativa (Uma Thurman, novamente espetacular) não haveria tempo para reflexões e sim ação total e um verdadeiro banho de sangue. Tarantino nos da poucas explicações do que está acontecendo na tela, e tudo que sabemos, é que se trata de uma ex assassina, que no dia de seu casamento, é pega em uma emboscada dentro da igreja, onde ela é brutalmente espancada pelos seus ex colegas e leva um tiro na cabeça do seu ex namorado e chefe (David Carradine não aparecendo o rosto), e para piorar, ela estava grávida. Claro, que ela sobrevive e parte para a vingança, onde ela caça um por um os seus algozes. Neste trajeto, Tarantino novamente injeta sua forma de filmar, como havia sido visto em seus outros filmes, mas em termos de diálogos aos montes, eles ficam um pouco de lado neste primeiro capitulo, dando mais espaço a narração off da protagonista, que em muitos momentos, conta um pouco sobre aqueles que ela vai caçar, em especial, O-ren (Lucy Liu). Ao contar a historia da origem da personagem de Liu, Tarantino entra em um território até então inédito de se contar uma historia em seus filmes, sendo que esse seguimento, foi todo criado em animação japonesa, orquestrada pelos mesmos criadores do clássico Fantasma do Futuro. Em mais de cinco minutos, somos bombardeados por inúmeras cenas violentas, onde o sangue jorra aos montes, embalado por uma trilha, que nos lembra a trilogia de Sergio Leone. Ou seja, uma verdadeira mistura rara, mas que fascina.
Mas essa animação não ficaria apenas nisso, em ao lembrar o universo oriental, sendo que todo o resto da trama (pelo menos neste primeiro filme) se voltaria para o mundo do sol nascente como um todo. Tanto que Tarantino convida uma lenda do cinema japonês Sonny Chiba num papel crucial. Além de o cineasta vestir a sua protagonista, numa roupa amarela que lembra diretamente o lendário Bruce Lee em seu ultimo filme (O Jogo da Morte). Com essa roupa e a espada na mão, Tarantino joga a protagonista na famosa seqüência da "casa de chá", onde o cineasta brinca a torto e a direito com a sua câmera (fazendo uma verdadeira panorâmica dentro do ambiente), embalado com uma trilha sonora agitadíssima e (novamente) contagiante. Após a apresentação do local, acontece um dos maiores massacres do cinema recente, onde a Noiva mata os 88 loucos (todos vestidos de Kato, personagem clássico de Bruce Lee), de O-ren. Nesta seqüência tudo acontece, desde  cabeça rolando, sangue jorrando, câmera rápida, câmera lenta, fotografia em preto e branco e lutas as escuras. Por um momento, nos perguntamos... Tarantino surtou? Longe disso, sendo que as próprias cenas que ele cria, nos dizem para não levarmos nada a sério, pois tudo ali é saído de um universo, onde tudo acontece de uma forma animalesca, tosca e divertida. Pois mesmo em um mar de sangue em volta, chegamos a nos balançar ao agito das cenas, com a trilha sonora maneira ao fundo.
Após esse ato final, algumas perguntas ficam no ar, alvos ainda estão vivos e Tarantino nos bombardeia com uma assustadora revelação, que poderá (ou não) mudar os planos da noiva assassina, no finalzinho do filme. Tudo isso, foi para fazer o publico esperar com ansiedade por mais um delírio visual no volume dois. Porém, nem tudo é o que se parecia!
Curiosidade: Quentin Tarantino deu o roteiro de Kill Bill e sua protagonista a Uma Thurman como presente pelo seu aniversário de 30 anos, em 2000.


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Cine Dica: Em Cartaz: Hiroshima - Um Musical Silencioso

Sinopse: Juan (Juan Stoll) trabalha numa padaria e quando chega em casa, seus pais deixam uma série de tarefas para ele, que são cumpridas antes dele sair ao encontro da namorada e dos amigos. Mas ele toca numa banda de rock e é no palco que o jovem caladão se diverte.

Essa produção Uruguaia dirigida por Pablo Stoll (Whisky e 25 Watts), a principio, parece um documentário, onde vemos o protagonista ( Juan Andrés Stoll, irmão do diretor) andar por uma determinada rua, para então chegar a sua casa. A câmera o segue, sem cortes, apenas seguindo e observando a suas reações conforme ele vai chegando aonde vive. Quando finalmente ele lê o que os seus pais deixaram escrito para ele fazer, é então que, finalmente depois de quase dez minutos de projeção, é que aparece o titulo do filme.
Além dessa abertura interessante, o que torna o filme Uruguaio Hiroshima - Um Musical Silencioso, incomum, é o fato da historia não ter diálogos, ou melhor, dizendo, os diálogos estão lá, mas nos não ouvimos o que eles dizem, e sim nos somente lemos em letreiros (como um filme mudo) o que o protagonista e outros personagens em sua volta estão dizendo. A proposta do filme é fazer com que agente preste atenção nas reações e gestos do personagem perante aos lugares que ele passa, ou com as pessoas que ele cruza, e nesse caso, o diretor é feliz em criar essa idéia, pois imediatamente nos simpatizamos, tanto com jornada do personagem, como ele em si. A jornada do personagem, alias, é interessante por ele buscar algum objetivo na vida, mesmo não demonstrando isso, e durante um dia inteiro, o vemos perambulando nas ruas, conversando com amigos, e em alguns momentos, acontecem conseqüências durante sua passagem nos lugares em que ele passa. Apesar de serem conseqüências pequenas, são pequenos momentos em que a trama nos diz que “o tempo não para” e a vida processe, mesmo que às vezes não a acompanhemos ela. O protagonista vive nesta encruzilhada da duvida e na incerteza de qual é ó seu caminho, mas até ele descobrir, ficamos por um momento, desejando que ele continue prosseguindo por onde ele passe, para ver o que acontece.
Apesar de curto, é um filme de grande conteúdo e que merece ser descoberto!

Em Cartaz:  Rua General Câmara, 424, Centro - POA
Horários: 15h e 17h


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Cine Curiosidade: Tarantino na mídia

CURSO SOBRE QUENTIN TARANTINO GANHA DEVIDO DESTAQUE NO JORNAL DO COMÉRCIO!


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segunda-feira, 5 de março de 2012

Cine Especial: O Cinema de Quentin Tarantino: Parte 3

Nos dias 17 e 18 de março, estarei participando do curso “O Cinema de Quentin Tarantino”, realizado no Cinebancários, criado pelo CENA UM e ministrado pelo cineasta e diretor de teatro Mauro Baptista Vedia. E enquanto o evento não acontece, por aqui, estarei postando tudo o que eu sei sobre esse grande diretor criativo, que foi a melhor coisa que surgiu nos anos 90!


Jackie Brown
Assim como fez com John Travolta, Quentin Tarantino resgata outros atores da década de 70 neste pequeno clássico de 1997
Sinopse: Jackie Brown é uma aeromoça, funcionária de uma companhia aérea de segunda linha, que reforça o seu baixo salário trazendo para o país dinheiro sujo de um traficante de armas, Ordell Robbie. Um dia, ela é pega por policiais com uma alta soma numa mala. Mas estes lhe oferecem a liberdade se os ajudar a pegar o traficante.
Terceiro filme de Tarantino que abriu mão de um roteiro original para adaptar o livro Poche de Run, de El More Leonard (O Nome do Jogo). Ignorado no Oscar/98 (só Foster foi lembrado com uma indicação a coadjuvante) leva as telas uma trama aparentemente banal que ganha tensão, suspense e humor por meio de sua criatividade. Repleto de referencias dos anos 70 (figurinos, trilha sonora, cenários) resgatou dois atores daquele tempo (Grier e Foster), da época colocou grandes nomes (Deniro, Fonda, e Keaton) em papeis menores, mas importantes. Mais maduro, Tarantino abandonou a estética da violência explicita dos seus filmes anteriores e talvez por isso na época fosse um tanto que incompreendido, mas jamais esquecido. Um dos grandes momentos chaves do filme, que mostra toda a criatividade do diretor, é uma seqüência de trocas de bolsas em um vestuário. Tarantino retorna pelo menos umas três vezes no local dos acontecimentos, para mostrar a mesma trama, mas de ângulos diferentes, focando o destino de cada um dos personagens em decorrência a esses eventos na loja de roupas. Com um uso criativo de montagem de imagens, essa seqüência, apesar de simples é eficaz, que de quebra, é onde os atores estão em seus melhores momentos, em especial a Robert Deniro, Bridget Fonda.



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Cine Dica: Em Cartaz: DRIVE

UM CULT INSTANTÂNEO

Sinopse: Ryan Gosling interpreta neste filme um piloto profissional que trabalha em cenas de perseguição de carros em Hollywood. Além disso, ele usa sua habilidade e precisão no volante como motorista em assaltos. Dentro do seu mundo solitário ele conhece Irene (Carrey Mulligan), cujo marido sairá da prisão em poucos dias. Disposto a ajudar essa família a pagar uma antiga dívida, ele se dividirá entre usar todas as suas habilidades para salva-lá ou embarcar em uma fulminante paixão.
De novo, a trama de Drive não tem nada, mas a forma que o diretor Colas Winding Refn (Guerreiro Silencioso) dirige, faz com que a historia nos soe fresca e contagiante. Há claro elementos que nos lembra outros filmes como Taxi Drive, Carga Explosiva e até mesmo Os Brutos também amam, porém, Winding faz a diferença ao usar câmera para capturar a cada momento os sentimentos dos seus personagens, sendo que consegue puxar para fora todo o peso que os personagens carregam durante a historia, em especial do motorista. Ryan Gosling (Namorados para Sempre) faz aqui o personagem da sua vida, onde ele passa uma carga de sentimentos múltiplos na tela, onde por vezes, só temos uma idéia exata de quais suas intenções, quando conhece Irene (Carrey Mulligan). Apartir daí, sabemos que o personagem busca um pouco de paz consigo mesmo, para então quem sabe, possa se livrar de certos serviços que usa com o seu carro.
Mas apartir que o marido de Irene surge, já temos um palco armado para a queda de cada um dos personagens no decorrer do filme. Para não soar familiar (embora aconteça realmente) Winding Refn faz de cada seqüência crucial, um momento em que a imagem (com uma bela câmera lenta) se misture com os sentimentos que rola na cabeça dos personagens, em especial do motorista. Momentos, como a famosa cena do elevador, ou quando o protagonista usa uma mascara para ir a caça de um determinado personagem, são momentos em que uma direção segura e a competência do elenco fazem a diferença no filme. É interessante também como o diretor foca determinados detalhes, que embora banais para uns, possam ser uma pista do que está por vir, como o desenho de um escorpião na jaqueta do motorista, sendo que ela representa toda a ambigüidade do personagem.
Saído consagrado em Cannes (como o premio de melhor direção) e com uma trilha sonora que crava na mente de quem assiste, Drive é um daqueles casos raros do cinema atual, onde todas as peças estão lugar, para então funcionar de forma redondinha e ser aceito positivamente ao longo do tempo de sua exibição. Pode ter sido esnobado no ultimo Oscar, mas ganhou o premio principal, que é o reconhecimento gradual ao longo do tempo, mesmo num espaço tão curto de tempo!

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sexta-feira, 2 de março de 2012

Cine Especial: O CINEMA DE QUENTIN TARANTINO: Parte 2

Nos dias 17 e 18 de março, estarei participando do curso “O Cinema de Quentin Tarantino”, realizado no Cinebancários, criado pelo CENA UM e ministrado pelo cineasta e diretor de teatro Mauro Baptista Vedia. E enquanto o evento não acontece, por aqui, estarei postando tudo o que eu sei sobre esse grande diretor criativo, que foi a melhor coisa que surgiu nos anos 90!
Pulp Fiction: Tempo de Violência
O MELHOR FILME DA DECADA DE 90!


Sinopse: Três histórias são apresentadas de forma não cronológica ao público. Em uma, conhecemos Vincent Vega (John Travolta) e Jules Winnfield (Samuel L. Jackson), dois mafiosos que devem fazer uma cobrança, que termina em chacina e com uma violenta seqüência no carro. Em outra história, Vincent deve levar a mulher de seu chefe (Uma Thurman) para se divertir enquanto ele viaja, mesmo com todos os boatos que rodeiam o caso. Por último, conhecemos Butch Coolidge (Bruce Willis), um boxeador que deve lutar em um combate com vencedor pré-definido, mas que surpreende a todos, vence e foge com o dinheiro da luta para provar o seu valor, sendo perseguido logo após.
O mais importante (e melhor) filme Americano da década de 90, premiado com o Oscar de roteiro Original (do diretor Tarantino) e Palma de Ouro em Cannes em 94. É pouco para esse filme pop, nervoso, violento, mordaz, verborrágico e na maioria das vezes genial. Começa melhor e termina brilhantemente. Tem atuações perfeitas como Jackson e marca o retorno de Travolta em especial a uma cena de dança com Uma Thurman. Se muitos achavam que Cães de Aluguel era o máximo que poderiam esperar de Quentin Tarantino, muitos desses então devem ter ficado de queixo caído com a revolução da forma de filmar e contar historia que foi esse filme de 94. Assim como o filme anterior, a trama explora o mundo dos gângsteres, mas de uma forma similar do que já foi visto, onde os diálogos afiados e muito espertos dominam durante todo o filme de uma forma, que não tem como cansar deles, porque são soberbos.
Mas o mundo não estava preparado naquela época para Pulp Fiction, tanto que muitos colegas cinéfilos da época, simplesmente não entenderam o vai e vem da historia, sendo que muitos ficaram confusos, quando um dos personagens centrais da historia, morre repentinamente no meio do filme, para depois surgir ainda vivo perto do final da trama. Essa forma de se contar a historia, foi sem sombra de duvida, uma forma de Tarantino fazer o espectador prestar 100% de atenção do que está vendo, sendo que ao longo dos anos, essa forma de apresentar um enredo, foi ainda mais aprimorada atingido o auge em filmes como Amnésia e 21 Gramas. Tarantino ainda por cima não deixa de focar em nenhum momento os seus personagens, onde vemos eles não só falando, mas vendo suas mudanças de expressões no rosto a cada momento, de acordo com a situação em que eles estão passando, fazendo das seqüências, quase uma espécie de filme documentário.
Como sempre, a trilha sonora é outro grande trunfo da trama, sendo que cada seguimento da historia (dividida em quatro partes, mais um prólogo e um epilogo) possui suas trilhas sonoras, que de uma forma bem redondinha, faz um ótimo casamento com as cenas, em especial, dos momentos juntos dos personagens de John Travolta e Uma Thurman. Alias o seguimento onde aparece os dois lado a lado, é sem sombra de duvida o melhor de toda a produção, já que ambos estão a vontade em seus respectivos personagens, onde imediatamente se cria um laço de sintonia de ambos, sendo no dialogo (onde as palavras do mundo de Tarantino saem da boca deles) ou então nos olhares. Uma Thurman faz aqui o papel de sua vida e merecia realmente ter levado um Oscar para casa, pois sua imagem de Mia Wallace (dançando com Travolta) ficou registrada para sempre na mente dos cinéfilos. Samuel L. Jackson é outro que saiu ganhando, tanto, que não foi somente o seu personagem, mas também o próprio ator, que acabou virando um ícone pop. As cenas onde ele dispara (literalmente) palavras da bíblia, ou quando tenta buscar redenção no momento em que excita em não matar um casal de assaltantes é momentos nos quais até hoje Jackson tenta se superar (apesar de ter chegado perto em Jackie Brown, também de Tarantino).
Ao longo dos anos, os fãs do filme levantaram inúmeras teorias sobre inúmeras mensagens subliminares, ou até mesmo situações não explicáveis no decorrer da trama, como do porque de não aparecer o que tem dentro da maleta, ou qual o significado do curativo na nuca Marcelos Wallace. Isso e muito mais, serviu para aumentar a aura pop e de obra prima do cinema que Tarantino lançou com esse filme, fazendo do cinema independente algo tão importante quanto à super produções, que pipocaram os anos 90, e que na maioria delas, se tornaram dispensáveis. Nada mal para um filme com orçamento modesto ( R$12 milhões de dólares), mas com um grande conteúdo significativo e que merece ser sempre visto e revisto inúmeras vezes!

EXTRA: Fiquem abaixo com a trilha sonora do filme, que embalou inumeras baladas nos anos noventa e ainda hoje! 


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