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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Cine Especial: Nouvelle Vague: Parte 12

Nos dias 10 e 11 de dezembro, estarei participando do curso, *Nouvelle Vague – História, Linguagem e Estética*, no Museu da Comunicação (Rua dos Andradas, 959 – Porto Alegre / RS). Enquanto os dois dias não vêm, por aqui, estarei postando um pouco sobre esse movimento Francês, que acabou fortalecendo o termo “cinema de autor.”

Nas Garras do Vício
Sinopse: Depois de 12 anos, François (Jean-Claude Brialy) retorna à sua vila, na França, onde passou toda a infância. Ele percebe que a localidade não sofreu grandes mudanças, ao contrário das pessoas, que nem mais reconhece. François dedica especial atenção ao seu problemático amigo Serge (Gérard Blain), que passa o dia inteiro às voltas com a bebida, sem dar qualquer atenção à esposa grávida.

A partir de meados da década de 1950, Chabrol e os seus colegas críticos - Eric Rohmer, François Truffaut, Jean-Luc Godard e Jacques Rivette - foram veementes na condenação do cinema francês contemporâneo, expressando a insatisfação com a tradição, enquanto que foram simultaneamente chamados para uma revisão radical da forma em que os filmes eram feitos e o que seria mais relevantes para um público moderno. Na década que se seguiu, todos estes cinco cinéfilos tiveram a sua oportunidade de pegar numa câmera e mostrar a sua própria visão do cinema. Claude Chabrol foi o primeiro a fazê-lo, mas, ironicamente, seria o último a encontrar o sucesso neste novo trabalho.
Os primeiros filmes de Chabrol são muito diferentes dos filmes com os quais ele é mais conhecido hoje, dramas psicológicos com um toque hitchcockiano, sombrios e um pouco bem-humorados. Estes filmes parecem ser obra de um realizador completamente diferente - mais experimental, mais ousado, mais disposto a chocar o público. Le Beau Serge não é o mais ilustre dos trabalhos iniciais de Chabrol, mas é um dos seus filmes mais interessantes, em que já podemos ver os temas que predominam nos últimos anos, nomeadamente um desgosto para a moralidade burguesa falhada. Estilisticamente, o filme parece ter sido influenciado por obras italianas neo-realistas da década anterior. Chabrol rodou o filme inteiro em exteriores, empregando atores não profissionais para todos os papéis secundários e autores bastante inexperientes para os papéis principais. O local é sombrio, fotografia de baixo contraste a preto e branco com ausência de iluminação artificial dão ao filme um sentido austero da realidade que não poderia ser mais diferente da elegância polida de filmes posteriores de Chabrol.
Le Beau Serge reúne três dos atores que viriam a ser estreitamente associados à Nouvelle Vague francesa: Jean-Claude Brialy, Gérard Blain e Bernadette Lafont. Muitos especialistas consideram este, verdadeiramente, o primeiro filme da Nouvelle Vague.


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Cine Dica: Em DVD e Blu-Ray: Planeta dos Macacos: A Origem

Leia minha critica, já publicada, clicando aqui

Leia também: Por Dentro do Planeta dos Macacos: Parte 1, 2, 3, e mais,  dublagem x legenda.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Cine Especial: Nouvelle Vague: Parte 11

Nos dias 10 e 11 de dezembro, estarei participando do curso, *Nouvelle Vague – História, Linguagem e Estética*, no Museu da Comunicação (Rua dos Andradas, 959 – Porto Alegre / RS). Enquanto os dois dias não vêm, por aqui, estarei postando um pouco sobre esse movimento Francês, que acabou fortalecendo o termo “cinema de autor.”

 Beijos Proibidos
TERCEIRA PARTE DA SAGA DE ANTOINE DOINEL ONDE O LEVA PARA O CAMINHO DO AMADURECIMENTO

Sinopse: Terceiro capítulo da série Antoine Doinel, o alter-ego do diretor François Truffaut. Neste episódio, Doinel (Jean-Pierre Leaud) é afastado do exército por insubordinação. Ele arruma um emprego de vigia noturno num hotel e, depois, de investigador particular. Enquanto isso, Antoine apaixona-se pela charmosa Sra. Fabienne Tabard (Delphine Seyrig).
Devido ao sucesso com o seu filme Os Incompreendidos, François Truffaut decidiu o que para muitos naquela época era uma raridade, criar uma série de filmes com o mesmo personagem. Nesta terceira parte Antoine conhece aquela que em breve irá se casar, ao mesmo tempo se mete em inúmeras situações aliadas com bom humor e refinamento. Infelizmente o segundo filme de Antoine Doinel (O Amor aos Vinte Anos) ou continua inédito para o Brasil, ou nunca tive sorte de achar ele nas locadoras. Mas, segundo minhas pesquisas pela rede, todos estrelados pelo personagem Daniel, podem ser encontrados pela internet, que são eles: Os Incompreendidos, O Amor aos Vinte Anos, Beijos Proibidos, Domícilio Conjugal, O Amor em Fuga. Portanto, quem não conseguiu comprar, ou a locadora perto de sua casa lhe deu cano, vale então a pena seguir esse meio alternativo, pois a cine série com Daniel, é inesquecível.

Curiosidades: Oscar 1969 (EUA). Indicado na categoria melhor filme em língua estrangeira. Globo de Ouro 1969 (EUA). Indicado na categoria de melhor filme estrangeiro.


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Cine Dica: Em Cartaz: MOSTRA DE CINEMA VENEZUELANO: BLOQUES

Sinopse: No edifício Bloque 1, vive Manuel, um homem solitário e taciturno cujo comportamento afasta todos à sua volta, incluindo seu próprio filho. Em meio à rotina e ao álcool, surge para ele a esperança de um novo amor: Norma, cozinheira de um bar, que entra em sua vida sem se dar conta. Para o edifício Bloque 2, mudam-se os Aristigueta, família venezuelana de classe alta, empobrecida por conta das más decisões financeiras do pai. Alejandra, a filha mais velha, vive em Nova York há alguns anos, ignorando a realidade em que vivem sua família e seu país.
Bloques (ou vida em bloco) é um retrato de indivíduos que se entregam e outros que não se entregam ao mundo que vive. Dirigido por Alfredo Hueck e Carlos Caridad, acompanhamos a primeira historia de Manuel (qualquer semelhança desse personagem com o do filme O Grande Lebowski é mera coincidência) que não se importa nem um pouco com o seu jeito perante as pessoas ou muito menos com a situação em que vive, simplesmente, deixa as coisas acontecerem. Quando surge a personagem de Norma, vê nela uma chance de dar a volta por cima na vida, mesmo numa situação que já parece ser tarde demais. Um dos grandes destaques desse segmento, fica por conta da montagem engenhosa em que agiliza a trama, além de vários planos seqüências sem cortes (como a cena do banheiro), ao mesmo tempo em que faz um belo casamento com uma fotografia pálida e cinzenta, onde representa o aspecto interior de cada um dos personagens. Com um final em aberto, o primeiro seguimento do longa, é o melhor desde já.
Bloque 2, ao retratar a vida de uma mãe, com seus dois filhos, depois de perderem seus bens após o patriarca ser preso, o tom da produção muda completamente, mesmo que a trama se passe no mesmo prédio da trama anterior. O filme retrata personagens que simplesmente não querem pertencer aquele mundo e tentam de todas as formas desvencilharem dele, mesmo que a trama retrate o ambiente com uma fotografia colorida e reconfortante. Talvez por isso, esse segmento se torne um tanto deslocado e muito mais lento, principalmente com as situações que são resolvidas com soluções um tanto que fáceis demais, mas felizmente, é compensado pelo jovem elenco desse seguimento, principalmente pela atriz que faz Alejandra.
Apesar dos passos em falsos, o filme é um ótimo pequeno retrato do individuo comum da Venezuela, onde uns aceitam e outros não, viverem em determinada situação, sendo que, às vezes o mundo não é cruel e miserável com agente acha, mas às vezes, somos-nos mesmos que não tomamos jeito. Sendo que, basta um empurrão para ajeitar as coisas.


Em Cartaz: :CineBancários
Rua General Câmara, nº 424 – Centro Porto Alegre / RS CEP: 90010-230
Fone (51) 3433-1205.


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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Cine Especial: Nouvelle Vague: Parte 10

Nos dias 10 e 11 de dezembro, estarei participando do curso, *Nouvelle Vague – História, Linguagem e Estética*, no Museu da Comunicação (Rua dos Andradas, 959 – Porto Alegre / RS). Enquanto os dois dias não vêm, por aqui, estarei postando um pouco sobre esse movimento Francês, que acabou fortalecendo o termo “cinema de autor.”

Masculino-Feminino

Sinopse: A relação entre dois jovens, um militante e uma cantora, em meio às transformações ideológicas e comportamentais na França dos anos 60, momentos antes de Maio de 68.
Algumas pessoas mal informadas acabam dizendo que assistindo a um filme de Jean-Luc Godard é como assistir no final das contas toda a sua filmografia, isso porque sempre quando forem assistir outros de seus filmes sempre encontrara a mesma coisa. Claro que eu da minha parte discordo completamente, mas a um motivo para essas pessoas mal sintonizadas pensarem dessa forma. Muito se deve ao fato do diretor sempre tocar nas feridas da época como a política que se dividia entre a esquerda e a direita, ao mesmo tempo em que começou a surgir cada vez mais inúmeros grupos de jovens que representavam ambos os lados e que acabavam por gerar esses conflitos.
Em meio a isso surgiam certas revoluções, tanto culturais como de costumes e é ai que esse genial filme toca no assunto sobre a difícil vida do homem daquele tempo de tentar de todas as formas interagir com a mulher numa época em que cada vez mais ela se torna independente. E assim, o diretor cria uma historia original em meio a esses diversos assuntos, e isso é muito bem retratado no jovem casal central, interpretados de forma brilhantes pelos atores Jean-Pierre Léaud e Chantal Goya cujos diálogos beiram ao surrealista e ao mesmo tempo com um humor negro que até hoje não envelheceu.
Jean-Pierre Léaud, por exemplo, possui momentos sublimes e ao mesmo tempo seu personagem não foge muito do padrão adotado em outro personagem em que ele interpretou por anos apartir do filme Os Incompreendidos de François Truffaut. Tanto, que por alguns momentos inclusive, vemos os mesmos trejeitos do personagem Antoine neste personagem que aqui ele interpreta o que não significa que ele ficou marcado por um único personagem, muito pelo contrario, mas essa sempre foi à forma de Jean atuar e não é por isso que será rotulado como um ator limitado.
No final das contas, Masculino, Feminino é um excelente filme da 'nouvelle vague' francesa, e se pensarmos bem, era algo bem a frente do seu tempo e ao mesmo tempo um verdadeiro retrato das mudanças das relações amorosas que estavam surgindo, Coisa que o cinema americano demorou a engrenar e mostrar em suas telas.

Curiosidade: A bela Brigitte Bardot (que havia trabalhado com o diretor em Desprezo) faz uma pequena ponta numa seqüência rodada num Café parisiense.


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Cine Dica: Em DVD: APROXIMAÇÃO (2007)

Sinopse: Após a morte de seu pai, Ana (Juliette Binoche), uma mulher francesa de origem israelense, sai em busca de sua filha, que ela abandonara quando era adolescente. Essa jornada a leva à Gaza, durante a desocupação de Israel.

Aproximação, é um drama que mostra toda a habilidade do israelense Amos Gitai, que mais do que nunca, ligado ao seu país. O diretor divide aqui seu enredo em duas partes, que se completa com um prólogo e um epilogo. O prólogo, alias, é um longo plano-sequência dentro de um trem, onde mostra o israelense Uli (Liron Levo) conhecendo e beijando uma palestina, interpretada por Hiam Abbass ("O Visitante"). Quando questionados por um oficial sobre a estranheza daquele envolvimento, o israelense diz que aquilo não é nada político, simplesmente são apenas duas pessoas que se cruzaram por ali. Hiam logo completa: "Não é nada simbólico. Só estamos no mesmo trem." Nesse momento, o diretor mostra um encontro simples de dois mundos diferentes, mas que basta isso, para gerar certa desconfiança para outros olhos preconceituosos e paranóicos.
Após essa pequena historia, o filme tem inicio a primeira parte, onde vemos um reencontro da francesa Ana (Juliette Binoche, formidável) com seu meio-irmão Uli (visto no prólogo) para o funeral do pai deles. Neste momento, é construída a forma de relação de ambos os irmãos, que por um momento, sentimos certo ar ambíguo, já que Ana está muito feliz com a morte do pai, e por alguns momentos, percebemos que ela começa, sutilmente, a dar em cima do próprio irmão, e mesmo que, minutos depois somos informados que eles não são irmãos de sangue, não deixa de haver no ar, certo desconforto, e tudo se deve a isso ao desempenho assombroso de Juliette Binoche. Atriz que me fez mudar de opinião, tudo de que eu achava dela como atriz profissional, ao assistir o filme Copia Fiel que estreou neste ano. Aqui, é mais do que uma prova, da versatilidade que ela tem, por dentro e por fora.
Com o final da primeira parte, (com a participação da lendária atriz Jeanne Moreau) o filme muda radicalmente e mostra uma nova faceta de Ana, onde ela se vê obrigada a regressar a Israel após ler uma cláusula no testamento de seu pai. Lá, ela vai reencontrar num kibutz a filha, a quem abandonou criança e que virou herdeira dos bens do avô. Quanto a Uli, ele vai para Gaza, como soldado do Exército, que terá a difícil missão de retirar judeus assentados em territórios palestinos. Curiosamente, o diretor já havia tocado no assunto sobre esse acontecimento histórico em Free Zone (2005), contudo, não torna esse filme repetitivo, muito pelo contrário. Ao criar uma historia de busca, perdas e redenção, o diretor cria momentos (já citados aqui) formidáveis e um desfecho arrebatador, onde há um longo plano seqüência, onde ocorre o desencontro de duas personagens, e o publico ao assistir isso, fica impotente, tanto com relação aos personagens que se separaram, como também situação daquele povo que sofreu por questões políticas.
Com trama e planos de câmera formidáveis, pela sua originalidade, Aproximação talvez seja apenas um aperitivo do que esta por vir nos próximos projetos de Amos Gtai, e se for esse o caso, o jantar promete ser arrebatador.



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segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Cine Especial: Nouvelle Vague: Parte 9

Nos dias 10 e 11 de dezembro, estarei participando do curso, *Nouvelle Vague – História, Linguagem e Estética*, no Museu da Comunicação (Rua dos Andradas, 959 – Porto Alegre / RS). Enquanto os dois dias não vêm, por aqui, estarei postando um pouco sobre esse movimento Francês, que acabou fortalecendo o termo “cinema de autor.”

A Noite Americana
François Truffaut. aqui faz uma verdadeira declaração de amor a sétima arte

Sinopse: Um dos filmes que melhor representa as loucuras que se passam em um set de filmagem. Um ator que fica deprimido porque sua noiva sai com um dublê, uma atriz que se entregou às bebidas e não consegue lembrar de suas falas e muitas outras confusões, que o diretor deve fazer de tudo para contornar, até gravarem uma das cenas mais importantes do filme: a que o dia deve ser transformado em noite artificialmente.
François Truffaut sem duvida é um dos gênios do cinema francês. Aqui ele faz uma verdadeira declaração de amor e retrata de uma maneira bem humorada o dia á dia de um set de filmagens que durante o percurso, de semanas de filmagens, até a da finalização de um filme, pode acontecer de tudo. Atenção pelas cenas em que o diretor presta seu amor e carinho ao cinema. Seu alter-ego (Ferrand), em flashbacks, relembra sua infância, quando roubava pôsteres dos filmes em cartaz, entre eles, do filme Cidadão Kane, coisa que o próprio Truffaut confessou que fazia quando jovem, ou então na cena quando o diretor recebe um telefonema do compositor do filme para mostrar-lhe uma música, que esta seria o tema de amor de outro filme de Truffaut. Neste momento, enquanto ouve a música ao telefone, ele abre uma encomenda que recebera de vários livros sobre cinema e diretores como Hitchcock e Godard, que vão sendo exibidos com a música de amor ao fundo.

Curiosidades: O nome do filme é uma alusão à técnica criada nos Estados Unidos para filmar uma cena noturna durante o dia, usando um filtro especial nas lentes da câmera. O filme é dedicado às irmãs Lillian e Dorothy Gish.


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