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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Cine Especial: Dentro do Planeta dos Macacos (final)

Com a chegada de Planeta dos Macacos: A Origem, que foi sucesso de publico e critica nos EUA, aproveito aqui para relembrar os primeiros filmes dessa serie de ficção científica que conquistou inúmeras pessoas de todo o mundo desde o final dos anos 60.



A Batalha do Planeta dos Macacos
Sinopse: Quinto e último filme da série de ficção científica Planeta dos Macacos. Roddy McDowall está novamente na pele de Cesar, o macaco que liderou a rebelião de seus semelhantes contra os humanos opressores no filme anterior. Alguns anos no futuro, os humanos praticamente destruiram a Terra numa guerra nuclear e os sobreviventes são cidadãos marginais numa sociedade já dominada por macacos. Caesar é o líder e prega uma coexistência pacífica com os humanos, mas existem símios que pensam diferente e querem uma guerra. Ao mesmo tempo, os humanos que restaram se unem para tomar de volta a civilização, iniciando uma batalha entre humanos e algumas facções dos macacos.
Diferente do filme anterior, esse é o mais leve da série e que encerra de uma forma satisfatória toda a saga, mostrando os macacos e os humanos que restaram de uma guerra nuclear, unidos de uma forma pacifica. McDowall novamente interpreta o líder Cesar e encerrando um circulo que começou no primeiro filme ao interpretar o personagem Cornelios. Atualmente, muitos fãs da serie reconhecem que o grande segredo do sucesso dessa saga cinematográfica se deve a não somente ter tido boas historias, mas também por ter personagens carismáticos e interpretados com atores competentes (como Mcdowall) que atuaram como se fossem seus últimos papeis de suas carreiras.
Durante a produção desse filme, foi acertado que esse seria o ultimo da saga, mas a mania pelo mundo dos macacos falantes continuaria, numa serie de TV de 13 capítulos, numa serie de desenho animado. Isso fora uma serie de HQ e inúmeros brinquedos que foram lançados, após o grande sucesso de audiência que os filmes obtiveram quando foram exibidos para TV. Situação como essa que só se viria no final dos anos 70 com a chegada de Star Wars, mas como a historia conta, foram os macacos que chegaram primeiro.

Curiosidade: Roddy MacDowall e Natalie Trundy são os únicos atores a aparecerem em quatro dos cinco filmes da série. Roddy MacDowell apenas não esteve em De Volta ao Planeta dos Macacos (1970), enquanto que Natalie Trundy não integrou o elenco de O Planeta dos Macacos (1968);


Planeta dos Macacos (2001)
Sinopse: Após sofrer um acidente na espaçonave em que estava, Leo Davidson (Mark Wahlberg) chega em um planeta estranho e primitivo, onde os humanos migalham por sua subsistência, são caçados e escravizados por primatas tiranos, que formam o poder local. Sem concordar com a opressão imposta à raça humana, Leo logo se torna uma séria ameaça ao status quo local e dá início à uma revolução social no planeta.
Alguns amam e outros odeiam essa versão comandada pelo genial diretor Tin Burton, mas se fomos analisarmos bem, poderia ter sido muito pior. Não se tornou pior simplesmente pelo fato de Burton não ter tido a intenção de fazer uma refilmagem do clássico (que considerava uma missão impossível), mas sim fazer uma visão pessoal sobre á historia e com isso escapou de entrar numa fria. Ao criar sua visão própria, Burton também se afastou um pouco das questões que o filme original tanto destacava como religião e discriminação, mas elas estão todas lá, mas de uma forma mais amenizada, concentrando-se mais no conflito entre os humanos e macacos. É neste ponto que se tem o melhor e o pior desse filme. De melhor (do lado dos macacos) temos a interpretação extraordinária de Tim Roth (Cães de Aluguel), onde exala o mais puro ódio contra os humanos e com seus trejeitos de macaco impressionantes que fazem o ator simplesmente desaparecer, e não somente pela incrível maquiagem, mas por ter se entregado ao personagem de tal forma que até hoje não perdôo a academia por não ter dado uma indicação ao Oscar para ele. Por outro lado, temos o lado ruim da produção que é justamente o protagonista interpretado pelo sem expressão (pelo menos neste filme) Mark Wahlberg. Vindo de sucessos como Boogie Nights e Três Reis na época, Mark é bom ator quando quer, mas neste filme, quando deveria demonstrar certo empenho, ele entra e sai da trama sempre com a mesma expressão vazia e nada convincente. Nem mesmo quando ele encara pela primeira vez os macacos falantes, Mark não faz muito esforço perante algo até então impossível de existir.
Tirando esse deslize, assim como no original, Burton também reservou um final surpresa, que se por um lado não superou o final impressionante do filme de 68, pelo menos não faz feio e levantou inúmeras duvidas aos que assistiram e que acabou gerando debates que duraram por um bom tempo. Visto hoje, é um filme de Burton, com sua visão própria da historia, e se não foi um dos melhores de sua carreira, pelo menos serviu para impedir que outro diretor metido a esperto cometesse a heresia de fazer uma copia de cada cena do clássico. E por outro lado, serviu para o diretor conhecer sua cara metade que é Helena Bonham Carter.

Curiosidade: O ator Charlton Heston, que protagonizou O Planeta dos Macacos original, aparece neste filme fazendo uma pequena ponta, interpretando justamente um macaco velho e sábio;


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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Cine Clássico: DRÁCULA VERSÃO EM ESPANHOL

VERSÃO LATINA DO CLÁSSICO DE 1931 MERECE SER REDESCOBERTA
Sinopse Drácula (Carlos Villarias) é um conde vindo dos Cárpatos que aterroriza Londres por carregar uma maldição que o obriga a beber sangue humano para sobreviver. Após transformar uma jovem em vampira ele concentra suas atenções em uma amiga dela, mas o pai da próxima vítima se chama Van Helsing, um cientista holandês especialista em vampiros que pode acabar com seu reinado de terror.
Muitos desconhecem, mas houve uma segunda versão (com atores latinos) do clássico estrelado por Bela Lugosi e para muitos é superior a produção estrelada pelo astro. A versão de Drácula em espanhol foi feita para o público de língua Espanhola, em uma época em que a dublagem não era uma opção e muito menos legendas. Com isso, era filmado toda noite, após a equipe de Tod Browning terminar seu trabalho e como a equipe e o diretor George Melford assistiam as gravações do original eles tinham a oportunidade de melhorar e muito a sua produção que era filmada a noite e era usado exatamente o mesmo ambiente e equipamentos, mas ao mesmo tempo eles melhoraram bastante cenas chaves da produção americana como apresentação de Drácula para o personagem Renfield, onde a câmera deixa o foco das costas desse ultimo e vai em direção a Drácula numa cena cem cortes e muito bem trabalhada. Além de inúmeras cenas alongadas e muito bem aprimoradas onde é focado partes diferentes do cenário e algumas cenas que ficaram inexistentes na versão americana aparecem nesta versão como o destino da personagem Luci. Portanto a parte técnica desta versão em espanhol ficou muito melhor, mas o problema é que eles não tinham Bela Lugosi, e Carlos Villarias chega a ser meio que cômico com sua maneira de interpretar o vampiro, principalmente quando arregala os olhos tentando ser assustador ou tentando (negativamente) imitar Lugosi, mas não deixa de ser um clássico e um grande filme que merece ser descoberto pelos fãs de cinema de carteirinha.

Curiosidade: O filme estreou no México e em Nova Iorque em abril de 1931 e em maio em Los Angeles, sendo um grande sucesso, assim como sua versão em inglês. Mesmo assim, foi um dos últimos filmes de língua espanhola produzidos em Hollywood.


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Cine Especial: Dentro do Planeta dos Macacos: Parte 2

Com a chegada de Planeta dos Macacos: A Origem, que foi sucesso de publico e critica nos EUA, aproveito aqui para relembrar os primeiros filmes dessa serie de ficção científica que conquistou inúmeras pessoas de todo o mundo desde o final dos anos 60.


Fuga do Planeta dos Macacos
Sinopse: Dois cientistas símios, Cornelius (Roddy McDowell) e Zira (Kim Hnter) - na verdade havia mais um, Milo (Sal Mineo), que morreu acidentalmente - retornam no tempo e chegam no século XX, em Los Angeles. Quando eles revelam sua habilidade para falar primeiramente são tratados como curiosidade, mas depois como uma grande ameaça, quando o governo crê na história que a Terra .
Pode não ser o melhor, mas é o filme que mais tenho carinho por focar no casal Cornelius (Roddy McDowell) e Zira (Kim Hnter) que antes personagens secundários, (mas que roubavam a cena nos filmes anteriores), desta vez são os protagonistas no passado onde os humanos ainda dominavam a terra. Os momentos em que os personagens contracenam e são paparicados no mundo dos humanos são as melhores partes do filme, mas ao mesmo tempo, a trama não foge do lado mais serio dos filmes anteriores. O final é trágico e talvez o mais triste da serie, mas como sempre, deixa uma luz esperança futura e ao mesmo tempo uma desculpa para dar continuidade a série cinematográfica.


A Conquista do Planeta dos Macacos
Sinopse: Uma praga exterminou os cães e os gatos da face da Terra, o que fez com que os macacos se tornassem animais de estimação. Eles são tratados como escravos, o que revolta Caesar (Roddy McDowell), o filho de Cornelius e Zira, que perdeu os pais ainda cedo e foi criado pelo dono de um circo. Ele passa a liderar uma rebelião dos macacos contra os humanos.
O mais violento filme da serie, tanto que muitos consideraram violento demais para ser assistido por certos jovens, mas se a intenção era mostrar os macacos dominando a terra e derrotando uma humanidade sem escrúpulos, não havia como ser diferente. Principalmente que os filmes da serie Planeta dos Macacos caminhavam um pouco com a realidade do que estava acontecendo e quando essa quarta parte foi lançada (1973) havia um numero cada vez maior de atos de violência, rebeldia, protestos e a luta cada vez maior pelo direito de expressão do lado discriminado como no caso a comunidade negra. Visualmente o filme lembra por alguns momentos Fahrenheit 451 (de François Truffaut) que era a mais recente referencia em retratar um futuro opressor onde os governantes que comandavam com mão de ferro. Roddy McDowell, que antes havia feito Cornelius nos filmes anteriores, aqui era mais do que lógico interpretar o seu filho Cesar que se levanta contra os humanos e liderara os macacos para um futuro melhor para a sua raça, e aqui, consegue obter uma de suas melhores interpretações de toda a série.

Curiosidades: A Conquista do Planeta dos Macacos traz a primeira aparição de Natalie Trundy como macaca. Nos filmes anteriores ela foi vista como humana. A cena da batalha final sofreu cortes da 20th Century Fox, devido à violência. A intenção era obter uma censura mais branda para o filme.


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terça-feira, 23 de agosto de 2011

Cine Dica: Em DVD e Blu-Ray: Reencontrando a Felicidade

NICOLE KIDMAN RETORNA AOS TRILHOS

Sinopse: Becca (Nicole Kidman) e Howie Corbett (Aaron Eckhart) formavam uma família feliz, mas suas vidas viraram do avesso após a morte do filho, Danny (Phoenix List), num acidente de carro. Depois de largar a carreira de executiva para virar dona de casa, ela tenta redefinir sua vida se cercando dos familiares e pessoas bem intencionadas para ajudar a superar a dor da perda. Enquanto dá início a uma "estranha" amizade com o jovem Jason (Miles Teller), motorista do carro no fatídico acidente, seu marido mergulha no passado, buscando apoio em estranhos que poderiam oferecer algo que a esposa não consegue. Assim, perdidos em seu sofrimento, os Corbett fazem escolhas surpreendentes para seu futuro.
Desde que ganhou o Oscar pelo filme As Horas, Nicole Kidman sofreu com inúmeros filmes medíocres que foi atuando no decorrer dos anos, fortalecendo cada vez mais a maldição “pós Oscar”. Felizmente, a atriz voltou ao estrelato ao atuar neste filme decente e honesto, baseado numa peça da Broadway.O interessante nesta produção, dirigida por John Cameron Mitchell, esta na forma que é apresentado a trama. Vemos um casal em crise que vive participando num grupo ajuda, mas não temos no inicio uma exata idéia do porque eles estarem assim, e sim, ela vai se revelando gradualmente até todas as peças se encaixarem de uma forma simples e eficaz. Tanto Nicole Kidman como Aaron Eckhart estão ótimos em seus respectivos papeis como um casal a beira de uma crise e de um possível divorcio e sentimos uma bela química de ambos em cena. Eckhart alias se sobressai em vários momentos e não é a toa que muitos desejaram que ele voltasse na seqüência de Cavaleiro das Trevas. Destaco também o ótimo desempenho da veterana Dianne Wiest (Hannah e Suas Irmãs) como mãe da personagem principal.

Curiosidade: O diretor John Cameron Mitchell se sentiu atraído pelo projeto por questões pessoais. Aos 14 anos, ele perdeu um irmão de 10 por problemas no coração. O fato foi tão rápido e inesperado que, até hoje, ele e a família ainda estão sob efeito do acontecimento.


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Cine Especial: Dentro Do Planeta dos Macacos: Parte 1

Com a chegada de Planeta dos Macacos: A Origem, que foi sucesso de publico e critica nos EUA, aproveito aqui para relembrar os primeiros filmes dessa serie de ficção científica que conquistou inúmeras pessoas de todo o mundo desde o final dos anos 60.



O PLANETA DOS MACACOS
Sinopse: George Taylor (Charlton Heston), um astronauta americano, viaja por séculos em estado de hibernação. Ao acordar, ele e seus companheiros se vêem em um planeta dominado por macacos, no qual os humanos são tratados como escravos e nem mesmo tem o dom da fala.
Baseado no romance de Pierre Boulle (autor da Ponte do Rio Kwai) que julgava a historia infilmável. Um triunfo dos roteiristas Michael Wilson e Rod Serling (criador do seriado Além da Imaginação) e de Schaffner. Rendeu quatro continuações e duas series de TV, uma delas como desenho animado. Ganhou um Oscar especial de melhor maquiagem para John Chambers. Com personagens cativantes, o grande destaque fica para o casal de macacos Cornelius (Roddy McDowell) e Zira (Kim Hnter) que seriam peças importantes de toda a saga. O filme em si, era um retrato do medo daquela época perante as mudanças que poderiam surgir futuramente e ao mesmo tempo uma espécie de critica a hostilidade, crenças e a guerra um contra os outros. Tudo moldado num único filme e que se encerra com chave de ouro devido à inesperada cena final que entrou para historia do cinema.

Curiosidade: O Oscar especial dado a John Chambers aconteceu porque na época o Oscar não tinha entre suas categorias a de melhor maquiagem. Assim sendo, como forma de reconhecimento pelo trabalho feito em O Planeta dos Macacos nesta área, resolveu-se por dar a Chambers um Oscar honorário;


De Volta ao Planeta dos Macacos
Sinopse: Tentando resgatar Taylor (Charlton Heston), que desapareceu na missão anterior, Brent (James Franciscus), um outro astronauta, atravessa uma fenda do tempo e chega até 3955 D.C. Porém sua nave se espatifa no mesmo planeta em que Taylor desapareceu. Ao ir para a Zona Proibida, Brent gradativamente vê que aquilo são os escombros de Nova York. Paralelamente os símios resolvem atacar a Zona Proibida, que Brent ao explorar descobre uma raça de mutantes, que se comunicam telepaticamente e que adoram uma bomba atômica, que é capaz de destruir a Terra inteira.
Em termos de comparação, essa seqüência é inferior ao original, tanto em historia como tecnicamente em termos de produção. Tudo devido a um orçamento apertado que acabou em parte prejudicando o filme em alguns momentos (como alguns macacos figurantes usando somente mascara inanimada em vez da maquiagem especial do primeiro filme). Porém, o ato final reserva momentos emocionantes, com uma seqüência final, que se por um lado não superou a cena final marcante do filme anterior, por outro, demonstrou novamente ousadia em terminar a trama de uma forma pessimista e que faz pensar.

Curiosidade: É o único dos cinco filmes da série que não é estrelado por Roddy McDowell, que não pôde participar por já estar comprometido com outro filme;



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segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Cine Dica (especial) GRETCHEN FILME ESTRADA

Sinopse: Há 30 anos Gretchen rebola por muitos Brasis. Rebolou por oito copas do mundo, por quatro papados, com e sem inflação, antes e depois do divórcio, pré e pós utopias. Rebolou na ditadura, na morte de Tancredo Neves, na queda de Collor, no governo de Lula. Em 2008, Gretchen decidiu parar de rebolar. Candidatou-se à prefeitura da Ilha de Itamaracá (PE) pela coligação PPS-PV. Este documentário narra a última turnê e a primeira campanha política da rainha do rebolado.
Em determinado momento desse documentário, uma pessoa dispara que o tempo de campanha é que nem um show de circo. Não deixa de ser a mais pura verdade, porque entre campanha e outra, as coisas sempre continuam as mesmas e quatro anos depois começa tudo outra vez com o mesmo espetáculo de verdades e mentiras, doa o que doer. Gretchen Filme Estrada é um verdadeiro pequeno retrato desses dias exaustivos, seja para a pessoa que está se candidatando, seja para as pessoas que esperam por uma melhora significativa vinda disso tudo.
Mas diferente do que muitos imaginam o filme não se prende ao passado artístico de Gretchen, mas sim em sua jornada complicada dentro do mundo da campanha política daquela humilde cidade. Muito embora, tanto os bons e maus tempos do seu passado carregam consigo em cada momento que a cantora surge em cena, seja quando está se apresentando em circo (irônico) seja quando está fazendo sua campanha em meio ao povo. De uma forma bem crua, sem muitos recursos nem nada, o documentário dos cineastas Paschoal Samora e Eliane Brum mostram não só o lado de uma campanha que nos todos conhecemos como também os bastidores das engrenagens de como funciona esse circo.
É interessante ver Gretchen ensaiando um discurso, para depois falar as mesmas frases em um debate dos candidatos da cidade local, mas por mais que tenta se esforçar, não rende muitos frutos a ela, já que, por mais que tenha rebolado durante toda a sua vida, às vezes não é o suficiente para ganhar uma eleição. Além de claro haver brigas internas, há falta de dinheiro, exploração dos concorrentes pelo seu passado e certo desinteresse do público pela campanha, onde claramente podemos ver isso em uma apresentação sua no circo. 
A mesma câmera que havia filmado um público feliz pela sua apresentação no início, começa a mostrar sinais de cansaço, não somente pela imagem pálida que a cantora já foi um dia, mas também por se sentirem desgastados perante um circo sem fim de promessas e propagandas que inundam aqueles dias. No final das contas, é um filme que não mostra nem vitoriosos e nem derrotados, mas sim o que todo mundo já sabe, as coisas continuarão as mesmas, seja para a cidade de Itamaracá ou para qualquer cidade que passou ou passa pelas mesmas situações.
Gretchen não ganhou as eleições, mas pelo menos os seus dias de campanha por lá serviram para mostrar a nossa cara verdadeira perante a um circo de promessas e sonhos não cumpridos.
o 
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sábado, 20 de agosto de 2011

Cine Dica: Em Cartaz: Balada do Amor e do Ódio

OS DIAS RUINS QUE MOLDAM UM PALHAÇO 
Sinopse: Durante a Guerra Civil espanhola , o Palhaço Branco, recrutado a força pela milícia destrói a foiçadas os soldados do Exercito Nacional sempre vestido de palhaço. Muitos anos depois, Xavier, o filho do palhaço vai trabalhar como o Palhaço Triste num circo onde encontra figuras das mais extraordinárias. Ali ele encontra Sergio, outro palhaço. É o início da historia dos dois na luta pelo amor da mais bonita e sedutora mulher do circo.
Vencedor do prêmio de melhor roteiro e melhor direção do festival de Veneza de 2010, o filme de Alex de La Iglesia usa o cenário da Guerra civil Espanhola, com sua áurea e queda do governo presidente Carrero Blanco como pano de fundo para criar uma historia de perdas, amor, loucura e vingança, embalado com o mais puro humor negro a lá Tarantino, mas ao mesmo tempo que lembra elementos da trilogia Coreana da Vingança e umas pitadas de Sin City.
Nesta salada toda, se criou um retrato de pessoas que foram afetadas devido a governos com mão de ferro, guerras sem sentido, que fazem delas, por hora contidas e por hora se tornam verdadeiras bestas selvagens que nascem no mais fundo de suas almas. Isso é muito bem retrato nos personagens Javier (interpretado por Carlos Areces) e Sérgio (Antonio de La Torre). Se o primeiro tenta seguir os passos da profissão de seu pai em meio ao caos, o segundo unicamente se torna um palhaço para encontrar um sentido na vida ao ver as crianças rindo em vez de ficar matando para sobreviver. Mas tudo isso vai à ladeira baixo quando ambos perdem a cabeça quando se apaixonam pela mesma mulher, a bela trapezista Natalia (Carolina Bang). O que se tem a seguir é a briga e selvageria de dois homens um contra ao outro por causa de uma mulher, sendo que essa ultima, por vezes sente prazer ao ver o conflito que causa entre esses homens que chegam ao ponto maximo da loucura de um ser humano em meio a fatos históricos da Espanha.
Dividido em três atos distintos, todos muito bem amarrados e bem agilizados, graças a uma incrível montagem rápida e certeira, o filme se beneficia graças também a bela fotografia que por vezes chega ao ponto de ser em preto e branco, para unicamente retratar o lado  pálido do estado de espírito desses personagens em meio a um país que brincou com suas vidas e de pessoas cruéis que perderam o bom senso com o tempo. Se vocês se perguntam qual foi o dia ruim do Coringa (Heath Ledger ) de Batman: Cavaleiro das Trevas para ter se tornado uma entidade do caos, os palhaços de Balada do Amor e do Ódio podem muito bem lhe darem as respostas.


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