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segunda-feira, 5 de maio de 2025

Cine Especial: Clube de Cinema - 'Bolero: A Melodia Eterna'

Sinopse: Paris, década de 1920. A empresária Ida Rubinstein escolheu Maurice Ravel para compor o balé de sua próxima produção. Em busca de inspiração, o compositor mergulha em suas memórias, amores e fracassos para dar forma à sua obra-prima: o Bolero.

No universo da música existem artistas que se tornam conhecidos por uma única obra, mas sendo o suficiente para entrar na história. Até lá, cabe ao artista passar por percalços e testar a sua força de vontade como um todo. "Bolero: Melodia Eterna" (2024) fala sobre um dos maiores compositores da história, mas do qual se viu envolvido em diversos obstáculos para a realização de sua maior obra prima.

Dirigido por Anne Fontaine, do filme "Agnus Dei" (2015), o filme conta a história sobre o compositor Maurice Ravel, onde o foco está no processo criativo que o levou a criar um dos maiores clássicos da música do último século que foi "Bolero". Para alcançar esse feito, antes disso, a coreógrafa Ida Rubinstein encomendou uma trilha especial para embalar a nova apresentação de balé do seu grupo de dança. Porém, há um bloqueio criativo assombrando o próprio artista e que o fará enfrentar a sua própria pessoa.

Com sensibilidade, Anne Fontaine constrói um filme cujo eventos vistos na tela são de acordo com a visão do seu protagonista, sendo que a sua história é fragmentada e fazendo com que a gente testemunhe o passado e o presente do protagonista em diversos pontos do longa. A escolha para esse formato se dá ao fato de compreendermos melhor o porquê ele ter dificuldade de realizar uma obra que o faça se consagrar, ou os motivos que o levam a não agradar aqueles que se dizem entendedores de uma boa música. Porém, dos fracassos nasce um catalisador que o faz não desistir e pela sua persistência que nos chama atenção no decorrer da história.

Com uma bela reconstituição de época, Anne Fontaine aproveita para nos brindar com uma Paris menos conservadora do início do século e nos revelar uma realidade mais rica e da qual a cultura falava mais alto. A fotografia, por exemplo, transita entre as cores quentes de tempos mais dourados, para uma preta e branca e que revela tempos mais mórbidos e dos quais o protagonista terá que enfrentar. Tudo isso orquestrado por uma visão bem autoral da cineasta, mas da qual funciona ainda melhor graças a ótima atuação de Raphaël Personnaz como Ravel.

Protagonista de títulos como "Julia(s)" (2022),  Raphaël Personnaz talvez tenha obtido aqui o seu melhor desempenho na carreira, onde constrói um Ravel obcecado pela perfeição, mas ao mesmo tempo se sentindo atormentado perante aqueles que o criticam. Curiosamente, esse Ravel se apresenta como um ser respirando somente através da música e cujos outros prazeres ele deixa em segundo plano, muito embora o papel feminino se torne algo importante do decorrer do enredo. Vale destacar que Raphaël Personnaz consegue nos transmitir o sentimento do seu personagem através do seu olhar e o que torna a sua atuação ainda mais poderosa diga-se de passagem.

Em termos de olhar, por exemplo, o filme explora com delicadeza os problemas de saúde que o compositor teve no decorrer dos últimos anos, sendo que há um jogo de cenas sobre até que ponto é verdade ou mentira com relação ao que o protagonista observa. Até lá, o realizador testemunha o seu maior feito que é a criação da música "Bolero' e do qual muito bem apresentado através de duas apresentações, mas criando sentimentos distintos em tais momentos. Após ouvi-la, tudo que podemos fazer é somente lamentar a partida tão precoce deste grande artista e que ainda tinha muito a oferecer em vida.

"Bolero: Melodia Eterna" é sobre a busca pela perfeição no universo da música, mas onde o artista terá que enfrentar os seus detratores além dos seus próprios temores. 

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