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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 7 de março de 2024

Cine Dica: CINEMATECA PAULO AMORIM - PROGRAMAÇÃO DE 7 A 13 DE MARÇO DE 2024

 PROGRAMAÇÃO DE 7 A 13 DE MARÇO DE 2024

SEGUNDA-FEIRA NÃO HÁ SESSÕES

O Silêncio dos Inocentes 


SALA PAULO AMORIM


14h45 – DIAS PERFEITOS Assista o trailer aqui.

(Perfect Days – Japão/Alemanha, 2023, 125min). Direção de Wim Wenders, com Koji Yakusho, Min Tanaka, Arisa Nakano, Tokio Emoto. O2 Play/Mubi, 14 anos. Drama.

Sinopse: Hirayama vive em Tóquio e é responsável pela limpeza de vários banheiros públicos. Além do trabalho modesto, ele preenche seus dias com a paixão pela música, pelos livros e pela fotografia de árvores. Hirayama parece perfeitamente feliz com sua rotina metódica, mas alguns encontros inesperados trazem revelações surpreendentes sobre o passado do protagonista. O filme estreou no Festival de Cannes, onde recebeu os prêmios do júri ecumênico e melhor ator para Koji Yakusho, e é um dos cinco indicados ao Oscar de filme internacional.


17h – VIDAS PASSADAS Assista o trailer aqui.

(Past Lives - Estados Unidos/Coreia do Sul, 2023, 105min). Direção de Celine Song, com Greta Lee, Teo Yoo, John Magaro. California Filmes, 12 anos. Drama.

Sinopse: Nora e Hae Sung eram amigos muito próximos na infância, até que a família dela decidiu emigrar para o Canadá. Doze anos depois, eles se reencontram virtualmente e percebem que ainda têm muitas coisas em comum. Depois de mais alguns anos, finalmente, eles ficam frente à frente e têm a chance de confrontar noções de destino, amor e as escolhas que fizeram na vida.


19h – DIAS PERFEITOS

(Perfect Days – Japão/Alemanha, 2023, 125min). Direção de Wim Wenders, com Koji Yakusho, Min Tanaka, Arisa Nakano, Tokio Emoto. O2 Play/Mubi, 14 anos. Drama.

Sinopse: Hirayama vive em Tóquio e é responsável pela limpeza de vários banheiros públicos. Além do trabalho modesto, ele preenche seus dias com a paixão pela música, pelos livros e pela fotografia de árvores. Hirayama parece perfeitamente feliz com sua rotina metódica, mas alguns encontros inesperados trazem revelações surpreendentes sobre o passado do protagonista. O filme estreou no Festival de Cannes, onde recebeu os prêmios do júri ecumênico e melhor ator para Koji Yakusho, e é um dos cinco indicados ao Oscar de filme internacional.


SESSÃO NOSTALGIA – ESPECIAL OSCAR

DIA 10 ÀS 14h – INGRESSOS A R$ 8,00


O SILÊNCIO DOS INOCENTES

(The Silence of the Lambs – EUA, 1991, 118min). Direção de Jonathan Demme, com Jodie Foster, Anthony Hopkins, Scott Glenn, Ted Levine. 14 anos. Drama.

Sinopse: A Sessão Nostalgia deste mês apresenta O SILÊNCIO DOS INOCENTES, vencedor do Oscar de melhor filme em 1992. Baseado no romance homônimo de Thomas Harris, o longa acompanha o embate entre Clarice Starling (Jodie Foster), estagiária do FBI, e o presidiário Dr. Hannibal Lecter (Anthony Hopkins), um psiquiatra brilhante. O filme também venceu o Oscar nas categorias direção, ator, atriz e roteiro adaptado. Após a exibição, os críticos Rodrigo de Oliveira, da Almanaque21, e Bruna Haas, vão debater os filmes do Oscar de 2024.


SALA EDUARDO HIRTZ


15h – HAMLET – ESTREIA  Assista o trailer aqui.

(Brasil, 2022, 87min). Direção de Zeca Brito, com Fredericco Restori, Jean-Claude Bernardet e Marcelo Restori. Anti Filmes, 12 anos. Drama.

Sinopse: O filme combina ficção e documentário para mostrar os dilemas do jovem Hamlet diante de questões pessoais e sociais. O cenário é o caos político no Brasil de 2016, quando os estudantes secundaristas se uniram aos movimentos sociais e tomaram as ruas em protestos. A produção conquistou cinco Kikitos na Mostra de Longas Gaúchos do Festival de Cinema de Gramado (melhor filme, direção, ator, fotografia e montagem), além do prêmio de melhor direção no Festival Internacional de Cine Documental de Buenos Aires.


16h45 – AS 4 FILHAS DE OLFA – ESTREIA Assista o trailer aqui.

(Les Filles d'Olfa - França/Tunísia/Alemanha /Arábia Saudita - 2023, 110min). Documentário de Kaouther Ben Hania. Synapse Filmes, 12 anos.

Sinopse: Olfa é uma mulher tunisiana, mãe de quatro filhas. A família vive um momento doloroso, já que as duas garotas mais velhas desapareceram. A diretora conta a história dessas mulheres com a ajuda de duas jovens atrizes, que vivem as filhas desaparecidas, e uma atriz mais velha, que divide com Olfa seu papel de mãe. Todas passam a morar na mesma casa, protagonizando um cotidiano de esperança, rebelião e sororidade. Indicado ao Oscar 2024 de melhor documentário, o filme conquistou o prêmio da categoria no Festival de Cannes 2023.


19h20 – 20 DIAS EM MARIUPOL – ESTREIA Assista o trailer aqui.

(20 Days in Mariupol - Ucrânia, 2023, 95min). Documentário de Mstyslav Chernov. Synapse Filmes, 16 anos.

Sinopse: Encurralados na cidade ucraniana de Mariupol, um grupo de jornalistas correspondentes da The Associated Press faz o possível para continuar o trabalho de cobrir a invasão russa. Eles são os únicos repórteres internacionais que ainda estão na cidade e registram as imagens de morte e destruição que até hoje são documentos visuais definitivos da guerra. O diretor Mstyslav Chernov é um repórter veterano de guerras e venceu o prêmio Pulitzer pela sua cobertura na Ucrânia. O filme é um dos cinco indicados ao Oscar de melhor documentário.


(NÃO HAVERÁ SESSÃO NOS DIAS 12 E 13, TERÇA E QUARTA)

SESSÃO ESPECIAL – DIA DA MULHER

DIA 12 ÀS 19h15 – ENTRADA FRANCA


O ÚLTIMO POEMA

(Brasil, 2015, 70min). Documentário de Mirela Kruel. Lança Filmes, 12 anos.

Sinopse: Durante 24 anos, a professora Helena Maria trocou correspondências com Carlos Drummond de Andrade. Uma história poética sobre amizade, memória e literatura.

Seguido de um bate-papo com as poetas Paula Taitelbaum e Rafaela Kich.


SESSÃO ESPECIAL – PROJETO SOTAQUES DO CHORO

DIA 13 ÀS 19h30


PLAUTO, UM SOPRO MUSICAL

(Brasil, 2019, 100min). Documentário de Rodrigo Portela. Lança Filmes, 12 anos.

Sinopse: O documentário mostra a trajetória de Plauto Cruz (1929 - 2017), um dos maiores músicos gaúchos e considerado um dos melhores flautistas do Brasil.

Com apresentação dos músicos Dúnia Elias e Giovani Berti.


SALA NORBERTO LUBISCO


14h30 – MEU AMIGO ROBÔ Assista o trailer aqui.

(Robot Dreams - Espanha/França, 2019, 102min). Animação de Pablo Verger. Imovision, 10 anos.

Sinopse: Dog vive sozinho em Manhattan e resolve comprar um robô para lhe fazer companhia. Os dois se tornam grandes amigos e aproveitam o verão em vários passeios pela cidade, ao som do clássico pop “September”, da banda Earth, Wind & Fire. Mas, na última noite do verão, Dog é obrigado a deixar o Robô em uma praia, de onde ele só poderá sair no próximo ano – se a amizade dos dois resistir. O longa é uma adaptação da HQ americana "Robot Dreams", de Sara Varon, e é um dos cinco títulos indicados ao Oscar de melhor animação.


16h30 – LEVANTE Assista o trailer aqui.

(Brasil/França/Uruguai, 2023, 100min). Direção de Lillah Halla, com Ayomi Domenica, Grace Passô, Loro Bardot, Onna Silva. Lira Filmes/Vitrine Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Às vésperas de um campeonato de vôlei decisivo para seu futuro como atleta, Sofia, de 17 anos, descobre uma gravidez indesejada. Na tentativa de fazer um aborto, ela acaba se convertendo em alvo de um grupo fundamentalista decidido a detê-la a qualquer preço. Mas Sofia conta com o apoio da família e do seu time para enfrentar o grupo e decidir o que é melhor para ela neste momento. O filme, que abriu o Frapa em novembro passado, ganhou os prêmios de melhor direção e montagem no Festival do Rio 2023.


18h45 – EU, CAPITÃO Assista o trailer aqui.

(Io Capitano – Itália/Bélgica/França, 2023, 121min). Direção de Matteo Garrone, com Seydou Sarr, Moustapha Fall, Issaka Sawadogo. Pandora Filmes, 14 anos. Drama.

Sinopse: Seydou e Moussa são dois adolescentes senegaleses que partem do Dakar rumo à Europa, protagonizando uma odisseia contemporânea que tem como objetivo uma vida melhor. No caminho, eles enfrentam todos os obstáculos possíveis: o mar, o deserto, os animais e os seres humanos. Premiado no Festival de Veneza como melhor diretor, Matteo Garrone construiu seu filme a partir dos relatos de adolescentes que vivem em um centro de acolhimento em Catânia, na Itália. O filme é um dos cinco indicados ao Oscar de filme internacional.

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PREÇOS DOS INGRESSOS:

TERÇAS, QUARTAS e QUINTAS-FEIRAS: R$ 14,00 (R$ 7,00 – ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). SEXTAS, SÁBADOS, DOMINGOS, FERIADOS: R$ 16,00 (R$ 8,00 - ESTUDANTES E MAIORES DE 60 ANOS). CLIENTE BANRISUL: 50% DE DESCONTO EM TODAS AS SESSÕES MEDIANTE PAGAMENTO COM O CARTÃO DO BANCO.

Estudantes devem apresentar Carteira de Identidade Estudantil.

Outros casos: conforme Lei Federal nº 12.933/2013.

A meia-entrada não é válida em festivais, mostras e projetos que tenham ingresso promocional. Os descontos não são cumulativos. Tenha vantagens nos preços dos ingressos ao se tornar sócio da Cinemateca Paulo Amorim. Entre em contato por este e-mail ou pelos telefones: (51) 3136-5233, (51) 3226-5787.


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Cine Dica: Streaming -'Ficção Americana'

Sinopse: Monk é um escritor negro brilhante, mas seus livros não são populares já que ele se recusa a retratar negros de forma estereotipada em seu trabalho. 


"Ficção Americana" é um daqueles casos de filmes que chegam de forma discreta, mas logo vai chamando atenção da crítica especializada por onde passa. Atualmente sendo exibido no Amazon Prime Vídeo, o filme está concorrendo a cinco Oscar deste ano, incluindo de melhor filme. Esse reconhecimento gradual é deveras previsível, já que o filme possui quase todos os ingredientes para obter certo êxito necessário.

O filme é baseado em uma sátira, pincelada com momentos de romance e drama, do qual foi publicado pelo escritor Percival Everett em 2001 e que busca escancarar o racismo e o lado hipócrita do mercado editorial norte americano e ao mesmo tempo à própria indústria cinematográfica de Hollywood. Na trama, acompanhamos Monk Ellison (Jeffrey Wright), um professor universitário e escritor negro cujos livros são reconhecidos no meio, mas não populares pelo grande público. Tentando vender a sua nova ideia, ele resolve escrever um livro cheio daqueles estereótipos que o mercado acha que descrevem a experiência afro-americana – pais ausentes, morte, pobreza, tráfico de drogas – e o envia para seu editor. Para a sua surpresa, o livro obtém sinal verde para ser publicado.

Jeffrey Wright, conhecido desde a sua consagração pela série “Westworld”, constrói um ótimo trabalho em sua atuação e da qual lhe rendeu a sua primeira indicação ao Oscar. Com um roteiro criativo, os realizadores não se intimidaram em tocar o dedo na ferida, ao se revelar corajoso o suficiente para levantar certos questionamentos que muitos de hoje fogem por medo. A estreia na direção do roteirista da série limitada da HBO, “Watchmen”, “Cord Jefferson”, faz que com que queiramos observar mais de perto os seus próximos projetos, pois este já se torna brilhante para dizer o mínimo. Com a mão segura na direção, ele obtém com certo êxito ao saber cruzar momentos dramáticos com pitadas do mais puro humor inteligente e do qual poucas vezes estamos assistindo ultimamente e o que torna o resultado admirável diga-se de passagem.

Curiosamente, o filme nos leva ao questionamento sobre atos e consequências em que arte passa através de um sistema que tem somente ambição pelas vendas. A cruzada do protagonista em busca pelo reconhecimento através de um livro feito de uma maneira como ele não queria é especialmente divertida e recheada de passagens inteligentes e que faz nos prender na cadeira. Ao defender a sua visão, o protagonista se vê preso dentro de uma jaula, pois é deveras difícil quebrar o lado hipócrita de uma sociedade que se diz do bem, mas que possui mãos sujas de um passado vergonhoso e que jamais será esquecido.

O filme já seria perfeito com todos esses pontos ditos acima, porém, ele não se limita somente pela sua proposta, mas se expandindo através do seu grande elenco. É através deles que observamos perspectivas distintas uma da outra com relação a situação em que o personagem vive, mas que os leva ao ponto de início e fazendo com que o debate siga prosseguindo. Quando achamos que está tudo resolvido, eis que o protagonista e os demais personagens se veem na chance de obterem o que querem, mas cujo dilemas permanecem, pois seja a questão racial, ou familiar, são assuntos que não são fáceis de se concluir, mesmo quando Hollywood insiste em nos dizer que sempre haverá um final feliz.

"Ficção Americana" pode até não levar o Oscar de melhor filme deste ano, mas é aquele pequeno filme questionador que vem no momento certo em um momento em que o mundo se torna cada vez mais hipócrita e que tenta acobertar os erros do passado. 

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terça-feira, 5 de março de 2024

Cine Dica: Em Cartaz - '20 Dias em Mariupol'

Sinopse: Uma equipe de jornalistas fica presa dentro da cidade sitiada de Mariupol, após a invasão russa. Eles lutarão para continuar o trabalho de documentação das atrocidades do conflito. 

Quando olhamos para trás para entender os motivos que levam ao surgimento de uma grande guerra a resposta não é imediata, pois o horror causado por ela se torna tão gigantesco que nenhum motivo irá justificar tamanha tragédia causada. Em tempos de ódio e desinformação a situação ainda piora, principalmente quando os causadores da tragédia tentam ocultar a verdade através de falso testemunho vindo da própria grande potência. Portanto, "20 Dias em Mariupol" (2023) foi um ato de coragem de jornalistas que optaram em registrar um verdadeiro inferno na terra.

Dirigido por Mstyslav Chernov, o documentário nos joga junto com a equipe de jornalistas que se vê encurralada na cidade de Mariupol - enquanto lutam para continuar cobrindo a invasão russa do território. Graças ao grupo, foram capturadas imagens da destruição causada pela guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Porém, Vladimir Putin nega que as imagens sejam verdadeiras e acusando que seja fake news.

Com uma abertura que se entrelaça com os momentos finais da obra, Mstyslav Chernov procura nos passar ao máximo a mudança radial que a cidade Mariupol passou do início até o seu final com a invasão Russa. Através de sua câmera testemunhamos depoimentos de pessoas desesperadas ao perderem tudo, além de familiares que morreram ou simplesmente desapareceram em meio aos bombardeiros constantes ao longo dos dias de terror. Tudo embalado com uma câmera nervosa, sempre em movimento e nos passando a sensação de insegurança a todo momento.

Não há como não se emocionar nas cenas em que vemos pessoas sendo socorridas pelos médicos que ainda lutam pela vida em meio ao inferno, ou quando testemunhamos os seus esforços, porém, em vão para salvar vidas que foram estilhaçadas em poucos segundos. As cenas por si só já nos causam choque, ao vermos pessoas mutiladas por fragmentos, perdas de membros do corpo ou até mesmo de mães que estavam prestes a dar à luz e terem sido mortas covardemente. Quando vemos, por exemplo, um bebê sendo reanimado por um grupo de médicos acaba se tornando um sopro de esperança, mesmo quando ela dura pouco tempo na tela.

O documentário cria em nós uma grande angústia, pois o cineasta e sua equipe tentam de todas as maneiras em fugir da cidade e para assim enviar todas as imagens para que o mundo possa ver o genocídio sendo provocado naquele local. Infelizmente mais dois anos já se passaram e o conflito entre as potências ainda continua e fazendo a gente somente desanimar perante a desumanidade da raça humana. Ao menos ainda existe pessoas que se arriscam para registrar os verdadeiros fatos e que assim a história julgue de forma correta e sem remorso.

Indicado ao Oscar de melhor Longa Documentário de 2024, "20 Dias em Mariupol" é o registro nu e cru sobre os horrores de uma guerra sem sentido e cuja origem do conflito já não faz o menor sentido uma vez que a tragédia já extrapolou todos os sentidos. 

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Cine Dica: Sessão Clube de Cinema 10/03/2024 - "Vidas Passadas"

Segue a programação do Clube de Cinema no próximo final de semana. Teremos sessão no domingo, 10 de março, dia da cerimônia do Oscar, às 10 horas da manhã na Cinemateca Paulo Amorim.


SESSÃO DE DOMINGO CLUBE DE CINEMA

Local: Sala Eduardo Hirtz, Cinemateca Paulo Amorim, Casa de Cultura Mario Quintana

Data: 10/03/2024, Domingo, às 10:00 da manhã


"Vidas Passadas" (Past Lives)

EUA / Coreia do Sul, 2023, 105 min, 12 anos

Direção: Celine Song

Elenco: Greta Lee, Teo Yoo, John Magaro

Sinopse: Nora e Hae Sung eram amigos muito próximos na infância, até que a família dela decidiu emigrar para o Canadá. Doze anos depois, eles se reencontram virtualmente e percebem que ainda têm muitas coisas em comum. Depois de mais alguns anos, finalmente, eles ficam frente a frente e têm a chance de confrontar noções de destino, amor e as escolhas que fizeram na vida. O filme é um dos 10 indicados ao Oscar 2024 de melhor filme.

Atenciosamente,

Carlos Eduardo Lersch

Diretor de Programação CCPA.

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segunda-feira, 4 de março de 2024

Cine Dica: Em Cartaz - 'Duna - Parte 2'

Sinopse: Paul Atreides se une a Chani e aos Fremen enquanto busca vingança contra os conspiradores que destruíram sua família. Enfrentando uma escolha entre o amor de sua vida e o destino do universo, ele deve evitar um futuro terrível que só ele pode prever. 

Por muito tempo a obra prima literária "Duna", escrita por Frank Herbert, era considerada por muitos como algo infilmável. Vários anos atrás, por exemplo, David Lynch levou para as telas a sua versão mutilada pelo estúdio e devido aos recursos limitados o filme jamais alcançou a plenitude que o livro passava para os fãs. Tudo isso mudou quando entrou em cena Denis Villeneuve.

Responsável por títulos indispensáveis como "Incêndios" (2010) e "A Chegada" (2016), Villneuve ousou em realizar uma continuação do clássico "Blade Runner" (1982) e por conta disso não é de surpreender do mesmo em ter aceitado em fazer uma nova adaptação para o cinema sobre "Duna". Para a sua sorte vivemos tempos em que o CGI cria mundos fantásticos, mas cabe o realizador nos passar determinado peso nas cenas e sendo algo que não se vê muito nas telas hoje em dia. Porém, "Duna -Parte 2" (2024) não é somente superior a primeira parte também comandada por Villeneuve, como também nos passa a sensação de que aquele universo é real e ao mesmo tempo nos transmitindo questões que são debatidas há décadas e que perduram até nos dias de hoje.

A trama começa exatamente onde a primeira parte havia se encerrado, onde vemos o jovem Paul Atreides (Timothée Chalamet) se unindo ao povo Fremen para se reerguer após a sua casa  Atreides ter sofrido um duro golpe vindo do próprio imperador. Em sua jornada ele começa a obter visões, o que faz dele a grande possibilidade de ser o predestinado que o povo Fremen tanto estão esperando. Porém, nem tudo é de acordo como nós imaginamos.

Embora possua uma visão autoral na realização dos seus filmes é impressionante como Denis Villeneuve consegue unir a sua arte de contar histórias com uma saga já existente no imaginário das pessoas que amam a leitura. O filme é fiel as diversas passagens do livro, mesmo tendo algumas adaptações que o realizador faz para que o longa flua melhor e nos passe algo mais cinematográfico do que literário. Em termos de cinema, o filme é um belo espetáculo que eu não testemunhava já um bom tempo.

Nunca um deserto cheio de areia foi tão vivo como agora, assim como os efeitos visuais que fazem daquele mundo soar mais verossímil e nos passando a sensação de até mesmo ter sido rodado em outro planeta. Tudo é gigantesco, nos passando a sensação de voltarmos no tempo, quando desfrutarmos de grandes épicos como "Lawrence da Arábia" (1962), que eram feitos tudo na mão e na força de vontade dos realizadores da época. Com uma fotografa sublime, além de uma edição de arte primorosa, o filme é desde já dono de um dos melhores visuais cinematográficos do ano e isso não é pouco.

É difícil até mesmo escolher qual é a minha cena preferida, mas destaco especialmente duas. A cena em que vemos Paul cavalgar em cima de um imenso verme da areia nos faz prender a respiração de forma imediata e se você for assistir em uma ótima sala de cinema terá espetáculo redobrado em todos os sentidos. Porém, a cena em que nos é apresentado o vilão Feyd-Rauth Harkonnen, interpretado por Austin Butler, em uma batalha mortal no meio de um grande coliseu é de um espetáculo do qual não se via há tempos e cuja fotografia quase em preto e branco me fez respirar ainda mais fundo.

Mas se o filme é um espetáculo visualmente, o enredo e assim como os seus personagens, fazem com que a obra obtenha coração como um todo. Acima de tudo, "Duna" é uma trama sobre jogo político, onde um passo em falso faz com que um personagem acabe sofrendo um grande golpe, pois ele pode não servir nas ambições de outros neste grande jogo de xadrez. É um filme que fala de questões que vai desde a colonização desenfreada que continua até hoje, como também a dizimação de povos que são quase riscados do mapa ao longo dos séculos. Portanto, o escritor Frank Herbert não somente escreveu uma ficção que falasse sobre os tempos que ele testemunhava no seu presente, como também criando uma trama que prevaleceria até nos dias de hoje.

E não é só isso, pois a história nos fala sobre até que ponto as crenças podem servir para ajudar um povo, sendo que ela pode ter algum fundamento, como também sendo apenas uma cortina de fumaça que oculta o seu verdadeiro proposito. É neste ponto, por exemplo, que o filme toca ainda mais em assuntos espinhosos, principalmente em tempos atuais em que vemos o mundo ser dominado por uma extrema direita que usa a palavra de Deus para obter aliados, seguidores absorvidos por crenças e fazendo a gente sofrer sérias consequências. Em tempos em que somos cada vez mais afogados por franquias vazias, ao menos o filme vem para nos dar certa esperança ao fazermos refletir sobre a nossa própria realidade em volta.

E como não poderia deixar de ser, o filme é moldado por grandes personagens e que cada um fala por si. Paul é aquele típico predestinado cético com relação ao seu destino, mas que usa a ideia para ajudar em seus verdadeiros propósitos e fazendo a gente conhecer uma outra faceta de sua pessoa. Já a sua mãe, interpretada por Rebecca Ferguson, novamente nos passa uma imensa ambiguidade, pois nunca sabemos ao certo as suas reais intenções com relação ao seu filho e principalmente sobre quais os seus objetivos futuros. Porém, é curioso como a personagem Chani, interpretada por Zendaya, cresce na medida em que a trama avança, pois nos identificamos devido ao seu ceticismo com relação a profecia e que enxerga tudo como uma grande armação política.

Acima de tudo, é um filme que nos faz questionar o mundo em que vivemos, onde se encontra cada vez sendo mais soterrado através de guerras, cobiça e do desejo de grandes potências em consumir os recursos de outras terras para se sustentar, nem que para isso acabe com tudo em volta. Portanto, ao vermos a personagem Chani abraçar um difícil caminho, constatamos que abraçar a razão é um desafio mais árduo para se obter, mas também recompensador para aqueles que anseiam por algo mais lúcido na vida ao invés de se afogar através das ambições de outras pessoas. Uma jornada de herói complexa, mas que tem tudo a ver com as nossas vidas.

Novamente com uma épica trilha sonora de Hans Zimmer, "Duna - Parte 2" é verdadeiro espetáculo cinematográfico, onde em um futuro universo distante existe uma trama de um grande jogo político e do qual  se torna a síntese do nosso próprio mundo real que se encontra sempre em conflito.  

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Cine Dica: MOSTRA DESTACA A VANGUARDA FEMINISTA DE YVONNE RAINER

Primeira mostra do ano na Cinemateca Capitólio, “Yvonne Rainer em 5 atos” traz a Porto Alegre, entre os dias 8 e 10 de março, cinco sessões gratuitas com nove filmes da diretora norte-americana Yvonne Rainer (nascida em 1934), realizados entre os anos de 1966 e 1990.

Yvonne Rainer é considerada uma das artistas performáticas mais influentes do século XX, vista por críticos como a realizadora de vanguarda norte-americana mais importante desde Maya Deren e Marie Menken, e sua obra apresenta um olhar feminista sobre questões de gênero e de sexualidade, trabalhando simultaneamente com as linguagens da dança, do teatro e do cinema experimental e ensaístico. Dançarina, coreógrafa, escritora e cineasta, Yvonne Rainer nasceu em São Francisco e iniciou a sua carreira na Nova Iorque vanguardista dos anos 1960. Próxima de coreógrafos importantes da época como Martha Graham ou Merce Cunningham, com quem estudou, e de músicos e compositores fundamentais como John Cage, Rainer começa a coreografar na transição para os anos sessenta, sendo uma das fundadoras do grupo experimental Judson Dance Theatre, experiência que ela traz para o cinema alguns anos depois.

A mostra apresenta um recorte dessa obra fundamental para a compreensão do pensamento do século XX, de suas vanguardas artísticas e de suas militâncias políticas, reunindo os seus primeiros curtas-metragens, compilados na sequência Cinco Peças Fáceis (1966-1969), seus dois primeiros longas-metragens, A Vida dos Performers (1972) e Filme Sobre uma Mulher que… (1974), e dois de seus filmes da fase dos anos 1980, O Homem que Invejava as Mulheres (1985) e Privilégio (1990). A mostra também conta com um debate entre a crítica e programadora de cinema Juliana Costa e a pesquisadora de dança Priscila Pasko, após a exibição de Cinco Peças Fáceis, no dia 10.


DIVULGAÇÃO COMPLETA: https://www.capitolio.org.br/novidades/6991/yvonne-rainer-em-5-atos/


GRADE DE HORÁRIOS

07 a 13 de março de 2024


07 de março (quinta-feira)

14h50 – O Menino e a Garça

19h – Mal Viver


08 de março (sexta-feira)

14h50 – O Menino e a Garça

17h – Mal Viver

19h30 – Projeto Raros: Filme Sobre uma Mulher Que... 


09 de março (sábado)

14h50 – O Menino e a Garça

17h – A Vida de Performers

19h – Privilégio


10 de março (domingo)

14h50 – O Menino e a Garça

17h – Cinco Peças Fáceis + debate

19h – O Homem que Invejava as Mulheres 


12 de março (terça-feira)

14h50 – O Menino e a Garça

17h – Embarque!

19h30 – Porto Alegre 250 anos


13 de março (quarta-feira)

14h50 – O Menino e a Garça

17h – Mal Viver

19h – Lupicínio Rodrigues - Confissões de um Sofredor (pré-estreia)

sexta-feira, 1 de março de 2024

Cine Especial: Conhecendo 'A Filha de Ryan'

David Lean foi o melhor representante dos filmes épicos que o cinema poderia proporcionar na era de ouro do cinema. Ele é responsável por obras primas como "A Ponte do Rio Kwai" (1957), "Lawrence da Arábia" (1962) e "Doutor Jivago" (1965). O segundo, aliás, está entre os melhores filmes de todos os tempos, sendo uma superprodução que não se faz mais hoje em dia, já que eram tempos em que tudo era feito na mão e cenários feitos por computador era algo que nem se imaginava. Porém, quando o cinema começou a mudar na virada dos anos sessenta para os setenta o realizador sentiu a realidade bater a sua porta.

Eram tempos em que épicos já não atraiam mais tanto o público, sendo que foi um período em que a "Nova Hollywood" estava dominando e o público exigia maior realismo. Mesmo assim David Lean era um realizador que ganhava carta branca devido ao seu passado grandioso e, portanto, faria qualquer filme que estivesse em seu alcance mesmo correndo sério risco de prejuízo. "A Filha de Ryan" (1970) é um filme fora do seu tempo, sendo uma obra representativa de tempos mais dourados, mas que não soube se encaixar direito com o período em que foi lançado.

A trama se passa em uma cidade irlandesa no ano de 1916, onde uma jovem chamada Rose (Sarah Miles) se apaixona por um professor mais velho (Robert mitchum) e ambos se casam. Porém, a relação não era de acordo como ela imaginava ela acaba se apaixonando por um oficial britânico (Christopher Jones) e ambos iniciam um relacionamento proibido. Porém, um rapaz com deficiência mental (John Mills) expõe para todos da cidade que uma mulher casada está tendo um caso com um oficial britânico.

Falando assim parece que o filme nem de longe nos soa como uma grande produção, mas David Lean tirava leite de pedra em tramas das mais simples, mas moldando-as para nos passar algo estupendo na tela grande. As belas paisagens do vilarejo da Irlanda visto na tela já são um show se fossem vistas ao vivo, mas da maneira como ele as filma se torna ainda mais grandioso. Recentemente eu havia visto "Os Banshees de Inisherin" (2023) de Martin McDonagh, que nos faz querer visitar o país só por aquelas imagens, mas aqui rodado por David Lean fez o desejo aumentar ainda mais.

Portanto, é até perdoável que uma história simples sobre adultério é o que mova essa superprodução. Muito embora esses outros assuntos são algo rotineiros dentro da filmografia do cineasta, mas orquestrando elas de uma forma que se diferenciava dos outros filmes da época. Vale destacar a primorosa fotografia, cujo verde dos bosques são algo que nos faz saltar os olhos e não é à toa que acabou levando um merecido Oscar pela categoria.

Com relação ao elenco se destaca Sarah Miles ao construir para a sua Rose uma jovem inocente perante a sua realidade, mas não escondendo o seu desejo de voar muito mais além daquele vilarejo e indo contra os desejos do bom padre da cidade e do qual é interpretado com intensidade por Trevor Howard. Já Robert Mitchum nos brinda com mais um papel curioso de sua carreira, já que o seu personagem possui uma noção clara com relação aos fatos, seja com relação ao vilarejo conservador que convive, como também a possibilidade de estar sendo traído pela sua esposa. A cena em que ele segue atrás das pegadas na praia dos dois amantes é desde já um dos grandes momentos do filme.

Porém, é preciso destacar o veterano John Mills que ao interpretar um deficiente mental do lugar rouba a cena toda vez que surge em cena, principalmente pelo fato de não sabermos em um certo momento no que ele realmente pensa, muito embora saibamos que ele nutre uma paixão pela protagonista. Mas talvez a maior falha do filme em termos de interpretação se encontre justamente no intérprete do amante, já que Christopher Jones nos passa uma atuação petrificada e que não combina com um personagem trágico e que carrega os horrores da guerra como um todo.

Talvez por esse deslise ou outro o filme não foi muito bem recebido pela crítica na época, mesmo tendo feito um sucesso considerável através do público. O que pesa, talvez, é justamente o que eu disse acima, ser uma superprodução fora de sua época em um momento em que o cinema de Hollywood e no mundo estavam passando por uma certa metamorfose, onde os gostos e os anseios do público estavam mudando e cujo glamour dos anos dourados do cinema norte americano já encontravam no passado. David Lean, por sua vez, sofreu com isso, principalmente pelo fato que ele voltaria somente a lançar um filme vários anos depois, intitulado "Passagem para a Índia" (1984), mas o estrago já estava feito e esse viria ser a sua última obra rodada.

Conhecendo agora "A Filha de Ryan" percebo a obsessão que o realizador tinha pela grandiosidade do cinema e do qual ele gostaria de levar ao longo da vida, mesmo quando lhe custasse bastante caro para dizer o mínimo. Portanto, não deixa de ser curioso a cena final da história, onde vemos um determinado personagem apreensivo com o futuro dos personagens principais, mas ao mesmo tempo sendo uma cena simbólica sobre o futuro desconhecido que o cineasta enfrentaria, assim como também as mudanças que o próprio cinema passaria. Hoje sabemos todo esse resultado e talvez o realizador não estivesse tão errado com relação aos seus desejos.

"A Filha de Ryan" foi a última grande superprodução de David Lean que representa tempos mais dourados do cinema, mas dos quais ficariam em um passado mais dourado e dando lugar ao cinema mais realístico. 

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