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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'A Prima Sofia'

Sinopse: A história gira em torno da relação de Naima, uma jovem de 16 anos, e da prima dela, Sofia. As duas vivem em mundos bem distintos e Sofia chega para mostrar isso. Ela vem de Paris, com todo um glamour e em busca de aproveitar o verão. 

O polêmico "365" cairá no limbo do esquecimento unicamente por querer vender a imagem da mulher fácil, da qual é comprada pelo glamour, mas sendo submetida aos prazeres machistas do homem. Esse tipo de mulher pode até existir, mas há também aquelas conscientes sobre atos e consequências quando se deseja pelo modo mais fácil de determinada situação. "A Prima Sofia" fala sobre juventude, amadurecimento e de como a vida vale mais a pena através de certo sacrifício ao invés do modo mais fácil de se obter o que nós queremos.  

Dirigido por Rebecca Zlotowski, a trama se concentra na jovem de 16 anos Naïma que vive em Cannes e decidiu tirar o verão para decidir o que vai fazer com o resto de sua vida. Quando Sofia, sua prima de 22 anos, chega para passar as férias, ela é seduzida pelo seu estilo de vida livre e juntas as duas vivem aventuras. Porém, haverá consequências e das quais irão lhe fazer refletir sobre a vida.  

Assim como o clássico "Beleza Roubada" (1996) de Bernardo Bertolucci, o filme explora a perda da inocência durante a juventude, assim como também o desejo por tempos mais inocentes e dourados. Sofia possui uma aura cheia de energia, da qual atrai a sua prima Naima e fazendo com que ela se infiltre nesta realidade mesmo caso um dia ela termine. Embora com algumas cenas quentes de sexo, a cineasta Rebecca Zlotoski procura não polemizar o assunto, mas sim de forma coerente e que nos faça pensar com relação sobre reais sentimentos das duas protagonistas vistos na tela.  

Visualmente o filme me lembrou muito o clássico francês "Desprezo" (1963), do mestre Jean-Luc Godard e cuja as protagonistas possuem alguns pontos semelhantes, porém, com destinos bem diferentes. Interpretada pela modelo Zahia Dehar, Sofia possui uma imagem jovial rica, mas que não esconde em seu olhar cicatrizes das quais busca desvencilhar através do prazer. Zahia Dehar está ótima em cena, mesmo com limitações visíveis com relação a sua interpretação, mas que soube contornar desse problema graças ao roteiro feito sob medida para ela.  

Porém, o filme pertence a personagem Naima. Interpretada pela estreante atriz Mina Farid,  Naima seria uma representação do nosso olhar com relação ao mundo que ela testemunha de sua prima e do qual fica fascinado por ela. Porém, elementos centrais que a cercam no decorrer da história lhe fazem transitar entre a razão e desejo e fazendo com que ela fique até mesmo confusa em alguns momentos.  

Tanto Sofia como Naima são na realidade dois lados da mesma moeda. Enquanto Naima deseja se tornar uma espécie de Sofia e aproveitar a realidade de sua prima, por outro lado, Sofia enxerga em Naima uma época mais pura e inocente, mas da qual não pode mais alcança-la, pois deve seguir em frente e enfrentar as consequências de suas próprias escolhas. Em resumo, não é pela beleza ou riquezas que moldam a pessoa, mas sim suas ações é o que dizem sobre ela própria.  

"A Prima Sofia" é mosaico de cores quentes sobre a juventude, da qual facilmente ela se acaba no momento em que se deseja amadurecer precocemente.  



Onde Assistir: Netflix 


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quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'Crip Camp: Revolução Pela Inclusão'

Sinopse: Um acampamento de verão inovador motiva um grupo de jovens com deficiência a criar um movimento em busca de novos caminhos para um mundo com mais igualdade. 

Os anos sessenta e setenta foram épocas em que o excluído ganhou fala, forma e sendo que o mesmo não estava interessado mais em voltar para as sombras. O Festival de Woodstock, por exemplo, foi uma espécie de janela para o mundo assistir a pessoas de diversas cores, pensamentos e modos de agir que iam contra ao sistema implantado pelos governos daqueles tempos. O documentário "Crip Camp: Revolução Pela Inclusão" fala de um pequeno pedaço dessa história, mas que abriria um leque de novas possibilidades e maior liberdade para pessoas com deficiência.
Dirigido por  Nicole Newnham e James Lebrecht, o documentário fala sobre acampamento Crip Camp, onde  ninguém de lá poderia imaginar que aqueles verões juntos na floresta seriam o começo de uma revolução. No final da estrada de Woodstock, o Camp Jened era um acampamento para adolescentes deficientes. Esse grupo de campistas transformados em ativistas moldaram o futuro do movimento dos direitos das pessoas com deficiência e mudaram a legislação de acessibilidade para todos.
O documentário pode ser visto na forma de dois atos, mas interligados como um todo. O primeiro ato, por exemplo, se concentra no acampamento Crip Camp, onde vemos diversas pessoas em que cada uma possui uma deficiência específica, mas que lá se interagem em total harmonia e longe de qualquer olhar preconceituoso daquela época. Muitas dessas cenas são gravadas em Super-8, cujas as cenas registram momentos descontraídos, humanos e, por vezes, bastante divertidos.
Algumas dessas pessoas desse cenário logo vão evoluindo, saindo dos seus pontos seguros e decidindo procurar pelos seus direitos. É aí que o filme avança, onde nos é apresentado um segundo ato completamente diferente, mas sendo estrelados por essas mesmas pessoas que gritam pelos direitos de mudanças. No momento em que os EUA estavam explodindo entre os vários protestos que surgiam pelos direitos iguais, eis que esse pequeno grupo incomum chamou atenção naqueles tempos de mudanças.
Pela aprovação do artigo 504, que possibilita o melhor deslocamento e acesso para as pessoas com deficiência, vemos esses mesmos protestarem em cenas de grande impacto e fazendo a gente até mesmo temer pelos destinos de alguns em cena. Não deixa de ser curioso observar alguns políticos em determinados momentos do documentário, sendo que alguns demonstram total aversão pelo artigo e não querendo aprová-lo. Em tempos em que vivemos de retrocessos vindos da extrema direita, notasse que o passado preconceituoso, infelizmente, ainda ecoa em nosso presente.
O documentário também serve como denúncia pela forma como essas pessoas eram mal tratadas e cujas as instituições precárias e desumanas da época pareciam mais um cenário de puro horror infinito. Portanto, ao vermos alguns desses personagens centrais retornando anos mais tarde no que era antes  Crip Camp na reta final do documentário, constatamos o dever cumprindo em suas expressões, pois eles fizeram um bem maior para diversas pessoas que buscavam uma voz a ser ouvida. A luta por outros diversos direitos ainda prossegue e o documentário serve para ser visto, revisto e fazer a fé se revigorar como um todo.
"Crip Camp: Revolução Pela Inclusão" é a luta pelos direitos iguais de pessoas que, para alguns, são minorias, mas cujo os gritos tornam-se gigantes perante os preconceituosos. 

Onde Assistir: Netflix. 

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terça-feira, 25 de agosto de 2020

Cinema especial: Série “The Head”

 Terça feira, 21 de Agosto de 2020


Disponível pela plataforma Globoplay, a série The Head, mistério na Antártida, possui em sua origem, referências de Agatha Christie em “Assassinato no Expresso Oriente” e a Casa de Papel. Porém, para os fãs de filme de terror, podemos observar o filme o “Enigma de outro mundo”, onde o mesmo, aparece sendo exibido, dentro da sala da Polaris (VI), para os personagens da série, criando uma atmosfera de eu já vi isso antes? Mas, não se engane.


Álvaro Morte, o Professor de La casa de papel, é um dos atores do elenco da série e que possui em seu currículo, diversas outras produções exibidas no Brasil. Além de Álvaro, a série conta com um elenco que vale a pena conferir pela atuação.

The Head foi criada pelos irmãos espanhóis Álex e David Pastor, contribuindo com filmes de invasões Zumbis, vírus e demais anomalias ficcionais que conhecemos, porém, não vamos com muita sede ao pote. A série inclui no seu tempero, seis primeiras temporadas e uma boa dose de disparates à moda das séries de outro espanhol, como o Álex Pina de La Casa de Papel e Vis à Vis. O ritmo é acelerado, não existe monotonia e a cada capítulo, nos perguntamos, o que é isso?

Quando o inverno se intensifica no Polo Sul, uma pequena equipe, conhecida como Winterers, permanece na estação de pesquisa Polaris (VI), para continuar um estudo inovador e crucial na luta contra as mudanças climáticas. Com a chegada da primavera, o comandante Johan Berg (Alexander Willaume) retorna à estação apenas para descobrir que todos os pesquisadores estão mortos. Um assassino está à solta, e Annika (Laura Bach), esposa de Johan, está desaparecida.

A série é considerada um thriller psicológico e possui em seus seis capítulos, críticas relevantes ao tratamento dado às mulheres, por homens imponentes em cargos de gestão e comando de pesquisas, que os incluem como deuses e não seres humanos, acima de tudo e de todos.

A crítica ácida, refere-se ao grande domínio de um projeto muito bem arquitetado e posto em prática na estação Polaris (VI), que consegue nos surpreender no final desta primeira temporada.

Grandes questões ficam evidentes na série e a crucial é, que em termos de preservação de meio ambiente, nos formatos sociais atuais, todos nós somos culpados, até que se prove o contrário.


Referências:

BOSCOV I. Em “The Head”, Agatha Christie e “Casa de Papel” se encontram na Antártida. Disponível em: https://veja.abril.com.br/blog/noblat/2020-a-eleicao-dos-laranjais/

Postado por: Ana Lúcia Schmidt Castelo

Centro/RJ, Brasil.

Mestranda em Administração, graduada em Pedagogia, Arquivologia e concluindo a graduação em Letras. Apaixonada por cinema com preferência por filmes de terror e colaboradora do Blog: “Cinema cem anos de luz, Arte e reflexão” do amigo Marcelo Castro Moraes.

segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Cine Dica: FRAPA online começa dia 24 de agosto

 FRAPA online começa dia 24 de agosto

Oitava edição do evento reúne roteiristas e players de todo o país


Press release - O oitavo FRAPA (Festival de Roteiro Audiovisual de Porto Alegre) começa no dia 24 de agosto, em novo formato. Em função das ações de enfrentamento da COVID-19, a edição deste ano será exclusivamente pela internet. A mostra de curtas e lives inspiradas no formato das clássicas mesas de debate serão abertas ao público em geral. Considerado o maior evento do gênero na América Latina, o FRAPA é uma realização da Coelho Voador e Epifania Filmes, e tem direção de Leo Garcia e produção executiva de Mariana Mêmis Müller. Maiores informações no site frapa.art.br.

Um dos destaques deste ano, o FRAPA[LAB], feito em coprodução com o Projeto Paradiso, abre o festival de 24 de agosto a 18 de setembro. No laboratório serão atendidos os 12 finalistas do Concurso de Roteiros, com reuniões coletivas e individuais com os consultores Aleksei Abib, Inés Bortagaray, Jaqueline Souza,  Julio Rojas e Victor Lopes. A seguir, os Pitchings do Concurso de Roteiros serão transmitidos ao vivo, na fanpage do FRAPA no Facebook, do dia 21 ao dia 24 de setembro. 

Na Mostra Competitiva de Curtas, o público poderá assistir e votar no júri popular entre os dias 23 e 30 de setembro, através do site do evento. As categorias incluem “melhor roteiro”, “melhor diálogo”, “melhor final” e “melhor personagem”. Os vencedores serão anunciados em live no dia 1º de outubro, junto com os premiados do Concurso de Roteiros. O festival termina com as Rodadas de Negócios, que acontecem de 5 a 9 de outubro. Amazon, Globo Filmes, Netflix, O2 Filmes e RT Features estão entre os 43 players participantes que recebem os projetos de roteiristas nesta edição.

“Nosso esforço na transposição do festival para o formato online foi o de manter a proximidade entre os roteiristas que a experiência do FRAPA proporciona”, explica a produtora Mariana Mêmis Müller. “Trabalhamos para assim manter a cadeia produtiva aquecida e continuar com nossos roteiristas em formação”, conclui. Um dos destaques deste ano, o FRAPA[LAB] - coprodução com o Projeto Paradiso - vai atender os 12 finalistas do concurso de roteiros. Entre os consultores estarão Aleksei Abib, Inés Bortagaray (Uruguai), Jaqueline Souza,  Julio Rojas (Chile) e Victor Lopes.


Cronograma

24 de agosto a 18 de setembro - FRAPA[LAB]

21 a 24 de setembro - Pitchings On-line (21 e 22 de setembro - categoria Piloto de Série; 23 e 24 de setembro - categoria Longa-Metragem)

23 a 30 de setembro - Mostra Competitiva de Curtas On-line

1º de outubro - Live de Premiação - Concurso de Roteiros e Mostra Competitiva de Curtas 

5 a 9 de outubro - reuniões Rodada de Negócios On-line


Canais de comunicação

Facebook: https://www.facebook.com/festivalderoteiro/

Instagram: https://www.instagram.com/frapa.festival

Twitter: @frapa_festival

YouTube: https://www.youtube.com/user/frapatube/featured


Sobre o FRAPA

O Festival de Roteiro Audiovisual de Porto Alegre é o primeiro e maior evento inteiramente voltado ao roteiro de cinema e televisão na América Latina. Inspirado em festivais do gênero consagrados no exterior, o FRAPA acontece de maneira ininterrupta desde 2013. Durante quatro dias por ano, profissionais de todo o continente se reúnem para trocas de experiência e networking. Além de apostar na qualificação profissional de roteiristas e dar visibilidade a projetos, o FRAPA é uma rara oportunidade para que criadores se aproximem de canais, produtoras e distribuidoras. A atração já trouxe à capital gaúcha nomes como James V. Hart ("Drácula de Bram Stoker"), Carolina Kotscho ("2 Filhos de Francisco"), Braulio Mantovani ("Cidade de Deus"), Vera Egito (“Elis”), Antonia Pellegrino ("Primavera das Mulheres"), Luiz Bolognesi ("Uma História de Amor e Fúria") e Pablo Stoll (“Whisky”), entre outros. Conspiração Filmes, Fox, NBCUniversal, Netflix, O2 Filmes e Vitrine Filmes foram algum dos players que já participaram do FRAPA.


Isidoro B. Guggiana

Assessoria de Imprensa

T 55 51 9 9923 4383

isidoro.guggiana@gmail.com

quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'Viveiro'

Sinopse: Na esperança de encontrar o lugar perfeito para morar, um jovem casal acompanha um estranho corretor de imóveis até um bairro misterioso repleto de casas idênticas.  


A década de cinquenta da realidade norte americana pode ser interpretada em diversas formas. Da minha parte, eu acho que era um período em que o governo de lá tentava passar ao máximo a propaganda de sociedade perfeita e da qual jamais se desequilibraria. Porém, foi a partir do momento em que o presidente Kennedy teve a cabeça estourada em um atentado que foi então que os americanos perderam a sua inocência. 

Olhando para trás, se percebe que foi uma espécie de sistema controlador, do qual o governo fazia de tudo para passar ao mundo a propaganda sobre a terra das oportunidades e de esperanças a serem sempre conquistadas. O cinema, por sua vez, sempre usou essa realidade maniqueísta como uma espécie de metáfora para realização de determinados filmes. Pegamos, por exemplo, o clássico "Eles Vivem" (1988), onde a sociedade convivia e sendo controlada por seres alienígenas que se interagem com elas. 

Por conta disso, se percebe que a nossa realidade, mesmo ela aparentando certa normalidade, possui um material farto para se criar histórias fantásticas e das quais podem nos fazer pensar e gerar inúmeros debates. Porém, é difícil para a maioria dos cinéfilos de hoje, acostumados sempre com o cinema convencional, embarcarem em uma trama que fará os mesmos se perguntarem sobre o que está acontecendo na história. "Viveiro" vem para dividir o público, sendo que muitos irão questionar o que assistiram, mas essa é a principal intenção do projeto como um todo.  

Dirigido por Lorcan Finnegan, o filme conta a história de um casal que procuram uma casa ideal para que possam morar juntos. Porém, após conhecerem um subúrbio onde todas as casas são idênticas, eles se veem presos em um complicado labirinto infinito. Quando eles percebem que o local não é nada do que imaginavam, pode ser tarde demais. 

O prólogo já coloca os nossos pensamentos em movimento, já que testemunhamos um pássaro expulsando um outro recém-nascido para assim apossar do seu ninho. Essa abertura seria uma espécie de representação com relação da questão em obter a sobrevivência, não importando as consequências, mesmo quando as próprias revelam o pior de cada pessoa. Ao testemunharem uma situação incomum, o casal passa a testarem as suas forças físicas e mentais para sobreviverem nessa realidade que não dá nenhuma explicação a eles.  

O cenário, por sua vez, é justamente a realidade que o sistema norte americano queria vender para a sociedade norte americana da década de cinquenta, mas sendo ela sem vida, mesmo colorida, e nos passando uma sensação de realidade plástica propositalmente. Aqui, o sistema controlador não seria necessariamente vindo do governo, mas sim de outro poder já inserido algum tempo e passando a nos controlar gradualmente. Isso acaba abrindo um leque para outras diversas interpretações e cada um levantará a sua própria teoria.  

Já o casal em si nada mais é do que uma representação de um casal contemporâneo, sendo que se amam, mas que não desejam serem controlados, seja pelo sistema ou por eles próprios. Na medida em que o tempo avança, ambos enfrentam os seus lados mais obscuros, assim como os típicos obstáculos que um casal enfrentaria em uma situação de normalidade. Porém, a inserção de um terceiro personagem seria uma espécie de metáfora de um casamento desgastado com a vinda de um filho, mas aqui visto de uma forma ainda mais absurda, para não dizer assustadora.  

Tanto Jesse Eisenberg, como  Imogen Poots, vista pela primeira vez em "V de Vingança" (2006), estão ótimos em seus respectivos papéis, sendo que essa última passa para nós através do seu olhar toda a loucura que a sua personagem começa experimentar. Curiosamente, a interpretação de ambos sintetiza o mesmo estado mental que o nosso, já queremos saber o que está realmente acontecendo, mas o próprio roteiro não nos dá as informações suficientes para obtermos.  Porém, é um filme a ser degustado, revisitado, pois cada momento é algo para ser dissecado aos poucos.  

Resumidamente, eu interpreto como um filme que retrata um sistema controlador querendo nos controlar e fazer de nós como mercadoria para que, posteriormente, seja descartada. O final não dará satisfação para aqueles que buscam alguma solução para obter uma compreensão, mas sim um modo de adquirir um bom tempo de questionamentos, reflexão e de debates acalorados. "Viveiro" te convida para assistir uma trama incomum, porém, uma metáfora sobre controle e alienação que enfrentamos do nosso próprio mundo real. 

Onde Assistir: Google Play Filmes. 

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quarta-feira, 19 de agosto de 2020

Cine Dica: WARNER BROS. PICTURES PARTICIPA DE FESTIVAL ‘DE VOLTA PARA O CINEMA’

 Idealizado por Érico Borgo, projeto é o maior Festival já realizado no Brasil em número de salas e entra em cartaz a partir da reabertura dos cinemas.


A Warner Bros. Pictures estará presente com nove filmes no Festival “De Volta Para o Cinema”, que celebra a reabertura do circuito exibidor no Brasil. O projeto estará nos cinemas a partir de 3 de setembro nas cidades onde as salas estiverem abertas, e os filmes entrarão em cartaz sempre na primeira semana de abertura dos cinemas em cada cidade. Os preços são fixos, sendo R$ 10,00 para salas convencionais e R$ 20,00 para salas VIP, além da meia-entrada.

Parte do projeto #JuntosPeloCinema – colocado em prática por mais de 200 profissionais do setor no Brasil – o Festival é idealizado por Érico Borgo e conta com apoio de estúdios, exibidores, produtores e um board de curadores.

Confira abaixo a lista de filmes da Warner que você pode conferir nas telonas. A programação completa está disponível no site oficial do festival.


Superman (1978)

Matrix

Invocação do Mal

O Exorcista (Versão do Diretor)

O Iluminado

Harry Potter e a Pedra Filosofal

O Senhor dos Anéis - A Sociedade do Anel

Batman: O Cavaleiro das Trevas

Mulher-Maravilha

Festival “De Volta Para o Cinema”


Quando: A partir de 3 de setembro. Consulte a programação no site.

Valores: R$20,00 (Salas VIP), R$ 10,00 (Salas Convencionais), além de meia-entrada. Mais informações:https://www.devoltaparaocinema.com.br/

Instagram/Twitter @devoltaparaocinema


terça-feira, 18 de agosto de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'MISTER PIP'

 Sinopse: O senhor Watts é o único homem branco que vive na ilha de Bougainville. Ele decide ensinar às crianças do local a história do livro "Grandes Expectativas", de Charles Dickens. 


Em tempos em que o autoritarismo sobrevive se camuflando de democracia sempre acaba surgindo poderosos com o intuito de extorquir patrimônios naturais de outros povos. Em meio a isso, a cultura vs ignorância duelam de igual para igual e culminando na vitória do primeiro, mesmo tendo tido diversos sacrifícios em meio ao percurso. "Mister Pip" (2012) fala sobre o poder do conhecimento que pode mudar o mundo, mas para isso é preciso enfrentar inúmeros obstáculos.

Dirigido por Andrew Adamson, do primeiro filme "Sherk" (2001), o filme conta a história de uma pequena ilha da Papua Nova Guiné, onde Mr. Watts (Hugh Laurie) é o único homem branco. Este professor decide reabrir uma escola, e ensinar às crianças a história do livro Grandes Esperanças, de Charles Dickens. A adolescente Matilda (Xzannjah Matsi) fica fascinada com o romance, mas seus sonhos são interrompidos pela dura realidade local, quando inimigos chegam à ilha em busca de rebeldes, e um mal entendido leva-os a crer que o jovem Pip é um homem perigoso.

O filme pode ser dividido em dois atos distintos, onde no princípio testemunhamos a cultura vs crença, mas das quais começam a conviver em harmonia. Porém, ambição e ignorância é que se torna o principal veneno do segundo ato, que vem para invadir o cenário e fazendo daquela realidade um verdadeiro pesadelo. Em meio a isso, cabe a jovem Maltida abraçar a magia da literatura para não desistir de sua própria vida.

Logicamente, o filme nos chama atenção pela atuação sempre competente de Hugh Laurie. Conhecido mundialmente como protagonista da série  "House" (2004 a 2012) sua atuação como professor de literatura da trama se equipara a outros professores do cinema, que vai desde ao que foi visto "Ao Mestre com Carinho" (1967), como também do "Sociedade dos Poetas Mortos"(1989). Com uma personalidade complexa, seu personagem nos emociona a cada cena e sua última aparição na história é sem dúvida um dos momentos mais angustiantes de todo o longa.

Além dos filmes já citados, o longa também não se difere de outras obras como, por exemplo, "Farenheit 451" (1966), já que ambos os casos colocam o papel do livro como um símbolo de resistência perante os horrores criados pelo próprio homem. Aliás, esse horror sempre acontecerá enquanto houver a ambição pelas fontes de riqueza, mas o bem mais valioso que é o conhecimento sempre se tornará intocável enquanto houver uma pessoa em busca para abraçá-lo. Maltida encara o verdadeiro horror de frente, mas é graças ao amor pela literatura ensinado pelo professor Mr. Watts que fará toda a diferença.

Com um final esperançoso, mesmo com o horror que testemunhamos, "Mister Pip" fala sobre conhecimento e fé e dos quais ambos elementos podem sim caminhar em frente para enfrentar as adversidades que podem nos alcançar. 


Onde assistir: Completo pelo Youtube 


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