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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 20 de julho de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'Lost Girls - Os Crimes de Long Island'

Sinopse: O drama sobre uma mãe desesperada para encontrar a sua filha desaparecida e que encontra resistência na polícia, que não se dedica com afinco a investigar o que aconteceu com ela.

Não é fácil para determinados documentaristas passar a experimentar novos rumos na carreira, como no caso, por exemplo, transitar para os filmes de ficção. Liz Garbus é uma ótima cineasta no ramo dos documentários, pois basta assistir ao "What Happened, Miss Simone?", baseado na vida da lendária cantora e ativista Nina Simone, para constatarmos isso. Ao fazer o seu primeiro filme de ficção, "Lost Girls - Os Crimes de Long Island" ela nos apresenta um filme com alguns defeitos, mas com uma carga bastante pesada e reflexiva sobre a realidade impune em que nós vivemos.
Baseado no livro do escritor e repórter Robert Kolker, o filme conta a história de Mari Gilbert (Amy Ryan), que está desesperada para encontrar sua filha, que desapareceu em Long Island. Com isso, ela acaba ajudando a polícia a descobrir diversos casos de assassinatos não resolvidos.
Tanto o livro como o filme são baseados nos casos reais dos assassinatos de jovens garotas que foram brutalmente assassinadas e cujas as histórias de cada uma renderia um material farto até mesmo para uma série documental. Ao invés disso, Liz Garbus opta por um longa-metragem de pouco mais de uma hora e meia e fazendo com que várias subtramas sobre as outras vítimas ficassem de fora. Se por um lado ficamos um tanto que frustrados ao imaginarmos sobre como teria sido melhor executado essas histórias neste outro formato, por outro lado, esse problema é contornado quando filme não se torna uma mera trama policial.
Ao invés disso, o filme gira em torno do drama da figura de Mari, de suas filhas e dos atos e consequências que elas obtiveram ao longo da vida. Mari, por exemplo, é a típica norte americana que se vira sozinha, mãe solteira e moldada pelo machismo atual que lhe cuspiram na cara. Amy Ryan, indicada ao Oscar pelo filme "Medo da Verdade" (2007), dá um show de interpretação ao carregar o filme nas costas, ao sintetizar a dor física e mental de uma mulher consciente dos seus erros, mas não permitindo que lhe pisem como um todo.
A sua presença em cena compensa a falta de experiência de Liz Garbus na direção deste tipo de obra, mesmo quando essa última se esforça em nos passar algo que nos faz pensar ao fim da sessão. Em resumo, é um filme sobre o universo das mulheres que tentam viver de forma independente, mas que sofrem nas mãos, tanto de homens criminosos, como também de homens da justiça incompetentes e que as tratam como lixo. O ato final não nos traz nenhum conforto, principalmente com relação ao destino de alguns personagens, mas não tinha como ser diferente.
"Lost Girls - Os Crimes de Long Island" é sobre casos criminais sem solução contra as mulheres e cujas as suas vozes não podem serem caladas pelo lado sombrio dos homens. 

Onde Assistir: Netflix. 

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domingo, 19 de julho de 2020

Cine Especial: 'Cinema Paradiso' - Paixão Imortal

Sinopse: O menino Toto se encanta pelo cinema e inicia uma grande amizade com o projecionista de sua pequena cidade. Já adulto e agora um cineasta bem-sucedido, Toto volta a lembrar de sua infância ao descobrir que seu velho amigo faleceu.

O cinema não vai morrer, não agora e talvez isso nunca venha acontecer. Mas aqui fala alguém que ama a sétima arte, que ama apreciar um belo filme ao lado de pessoas, mesmo quando essas sejam desconhecidas, pois não tem coisa melhor do que apreciar algo ao lado de alguém que tem o mesmo pensamento. Portanto trate de ficar com um pé atrás com relação ao que eu falo, pois sou suspeito, um amante do cinema e que vezes essa paixão cega.
A morte do cinema sempre esteve à espreita, talvez desde quando essa arte foi criada. Os seus criadores, os irmãos Lumière, não deram crédito a sua própria criação, veio então o cinema sonoro, cinema a cores, a televisão, vídeo cassette, DVD, Blu-Ray e, enfim, a Netflix. Tudo isso não foi o suficiente para matar o cinema, pois há um público sempre fiel para manter o seu coração pulsando e não permitindo que isso aconteça. Infelizmente vivemos a sombra do Coronavírus, o que obrigou vários cinemas a fecharem suas portas e fazendo com que muitos cinéfilos fiquem em prontidão pela retomada.
Será como antes? Difícil responder essa pergunta, mas o cinema sempre estará ali a nossa espera, pois a nossa história nos mostra que as artes prevalecem perante aos ventos da mudança, ou até mesmo da ignorância que nos cerca. O próprio cinema já lançou obras primas que são verdadeiras declarações de amor com relação a essa arte de contar histórias. Em um desses casos, o clássico do cinema italiano "Cinema Paradiso" (1988) é sem sombra de dúvida o exemplo mais genuíno.
Dirigido por Giuseppe Tornatore, do filme "Malena" (2001) o filme se passa nos anos que  antecederam a chegada da televisão em uma pequena cidade da Sicília, o garoto Toto (Salvatore Cascio) ficou hipnotizado pelo cinema local e iniciou uma amizade com Alfredo (Philippe Noiret), projecionista que se irritava com certa facilidade, mas tinha um enorme coração. Todos estes acontecimentos chegam em forma de lembrança quando Toto (Jacques Perrin), agora um cineasta de sucesso, recebe a notícia de que Alfredo faleceu.
Giuseppe Tornatore tinha a intenção de que esse filme fosse uma espécie de "obituário" dos cinemas tradicionais e da indústria cinematográfica em geral. Porém, após o sucesso do filme, ele nunca mais mencionou isso. E com razão, pois o filme não é sobre a extinção sobre o cinema, mas sim como a sua magia prevalece através das memórias daqueles que sempre apreciaram a sétima arte. O pequeno Toto é uma espécie de representação de todo o cinéfilo que cresceu e levou essa paixão consigo, mesmo quando os ventos da mudança vem para destruir tudo.
O filme fala sobre a magia da infância, sobre épocas mais douradas, mas dando lugar ao amadurecimento, paixões não correspondidas e sobre os dilemas que o passado nos ensina. A relação de amor e amizade de  Toto com o projecionista Alfredo é o coração pulsante do filme e é através dele que a sala de cinema vista no filme ganha vida a cada projeção vista na tela. Não deixa de ser apaixonante ver diversos clássicos na tela servindo, tanto como ingredientes crucias dentro da trama, como também símbolos que nos provoca pura nostalgia.
Nostalgia, aliás, que se torna o motor que move em diversos momentos do filme, principalmente quando a trilha sonora composta pelo mestre  Ennio Morricone dispara em nossos ouvidos e fazendo a gente se emocionar como um todo. Assim como no clássico "Era Uma Vez no Oeste" (1968) a sua trilha sonora nos passa a sensação sobre o começo do fim das coisas, sobre a morte e o nascimento de uma nova ideia. No ato final do filme nós sentimos na pele a morte do cenário principal da trama, mas ficamos aliviados quando no epílogo constatamos que as nossas memórias pela sétima arte jamais serão destruídas.
Curiosamente, eu havia comprado esse filme em DVD anos atrás, mas havia colocado na minha prateleira particular e me esquecendo então de assistir. Foi então que o mestre  Ennio Morricone veio a falecer dias atrás e decidi assistir aos filmes que ele havia composto as suas trilhas sonoras. Devo agradecer a mim mesmo pelo meu desleixo, pois se eu tivesse assistido a esse filme antes, talvez, não teria o mesmo impacto.
Assistir "Cinema Paradiso"  agora, em um momento em que todos os cinemas se encontram fechados, faz ele ser mais atual do que nunca, mesmo quando o maior vilão contra essa arte seja bem diferente do que foi visto nos anos oitenta. Eu chorei junto com o protagonista, pois amor talvez seja a única forma de manter essa nossa paixão intacta e desfrutar futuramente ao lado de várias pessoas que sentem essa mesma sensação boa. "Cinema Paradiso" é uma declaração de amor a todos cinéfilos e que desejam sempre que as salas de cinema sobrevivam mesmo em tempos nebulosos que nos assombram.  

Onde Assistir: Em DVD e Google Play Filmes. 

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sexta-feira, 17 de julho de 2020

Cine Dica: Festival de Cinema de Gramado se reinventa e apresenta 48ª edição on-line

Mostras competitivas serão exibidas no Canal Brasil.

Após anunciar a mudança de data de agosto para setembro, o 48º Festival de Cinema de Gramado se reinventa. O evento programa para este ano uma edição on-line e com exibição no Canal Brasil. A decisão, mesmo exigindo adaptações e novas regras, parte do entendimento de que é necessário manter a realização, mas de forma segura, diante do cenário de pandemia, e como importante janela para o setor audiovisual, já bastante impactado. “Até aqui, foram 47 edições apoiando a produção nacional, mesmo nos momentos mais difíceis, desde a valorização dos curtas, escola e porta de entrada para grandes cineastas. Mais do que nunca, é hora de honrarmos a nossa tradição e mantermos a cooperação e parceria com realizadores. Além disso, o modelo é totalmente inovador, inédito no país. É mais um desafio para Gramado, no ano em que temos novos curadores (Pedro Bial e Soledad Villamil, que passam a compor a curadoria ao lado de Marcos Santuario), equipe reduzida e patrocinadores afastados, no momento. Nosso compromisso é inovar e evoluir”, avalia o gerente de projetos da Gramadotur, autarquia municipal responsável pela realização do Festival, Diego Scariot.
Vale salientar que o Festival de Cinema de Gramado e a cidade de Gramado sempre mantiveram uma relação estreita com o audiovisual brasileiro. “É um compromisso assumido pelo Festival ao longo de sua história, entendemos que realizar essa edição com tantos e novos desafios é uma responsabilidade que devemos levar adiante, ainda mais considerando o difícil momento vivido pelo segmento já antes da pandemia e que só se agravou no atual cenário”, complementa Diego.
Para viabilizar o novo formato, a organização buscou a parceria do Canal Brasil, como exibidor das Mostras Competitivas - longas-metragens brasileiros e estrangeiros e curtas-metragens brasileiros. Além da exibição inédita, o Canal mantém sua cobertura jornalística e a transmissão ao vivo da cerimônia de premiação. O conteúdo terá espaço no canal de tv por assinatura, disponível pelas principais operadoras de TV por assinatura do país. Os conteúdos, incluindo o Prêmio Assembleia Legislativa de Cinema – Mostra Gaúcha de Curtas, ficarão ainda disponíveis por 24h também no Canal Brasil Play, transmitido via streaming.
"O Canal Brasil sempre esteve com o Festival de Gramado, não só fazendo a cobertura jornalística e oferecendo o Prêmio Canal Brasil, como transmitindo ao vivo para todo o país a cerimônia de premiação. Ficamos muito felizes quando o Festival nos procurou propondo este formato e será uma honra poder levar para o público a programação da 48ª edição. Vamos escrever juntos mais esse capítulo da nossa parceria. Vida longa ao Festival de Gramado", diz Carlos Wanderley, gerente de produção do Canal Brasil.
A cerimônia de premiação deve acontecer no palco do Palácio do Festivais, em formato que atenda todos os protocolos de segurança à disposição em setembro.
“Entendemos que na mesma medida do nosso desafio, essa é também uma grande oportunidade de expandirmos o alcance do Festival. Estamos muito felizes em levar produções incríveis e inéditas para todo o Brasil. É uma maneira de democratizar o evento. Sabemos que vamos retomar nosso formato presencial, com público na cidade, mas por agora, levar uma programação tão valiosa para um número sem limite de pessoas têm nos empolgado muito. Vamos realizar e mais uma vez fazer história na trajetória do evento que já enfrentou com sucesso tantas outras crises”, comenta a diretora de eventos da Gramadotur, Iara Sartori.
A relação do Canal Brasil com o Festival de Gramado começou antes mesmo do canal ir ao ar pela primeira vez, há 22 anos. Foi em Gramado que, em 1998, aconteceu o primeiro Prêmio Aquisição Canal Brasil de Curtas-Metragens – que em 2013 passou a se chamar Prêmio Canal Brasil de Curtas. Os 10 filmes premiados foram exibidos na primeira seleção da faixa “Curta na Tela”. Desde então, o canal esteve presente em todas as edições do Festival, seja com o Prêmio Canal Brasil de Curtas, seja como coprodutor de filmes - já que é o principal coprodutor de cinema brasileiro da América Latina, com 333 longas-metragens coproduzidos em uma década -, e ainda através da cobertura jornalística e da transmissão ao vivo em rede nacional da cerimônia de encerramento do festival. O cinema brasileiro é parte expressiva do DNA do Canal Brasil, que já exibiu mais de 5 mil filmes, entre longas e curtas-metragens, além de diversos programas que abordam o tema e suas infinidades.
Inscrições para longas gaúchos iniciam nesta sexta, 17
As inscrições para a mostra competitiva de Longa-metragem Gaúcho (LMG) iniciam nesta sexta-feira, 17, e seguem até o dia 29. Com intuito de valorizar a produção do Rio Grande do Sul, o Festival de Cinema de Gramado promove desde 2018 a mostra exclusiva para títulos regionais. Os interessados devem acessar o site http://www.festivaldegramado.net/

Assessoria de Imprensa:
Pauta – Conexão e Conteúdo | (51) 99992-7654 | (54)99950-2615 https://pautaassessoria.com.br/
Vera Carneiro | vera@pautaassessoria.com.br
Daiane Evangelista | daiane@pautaassessoria.com.br
Gramado, 16 de julho de 2020.

Cine Dica: Clássicos do terror compõem mostra online da Sala Redenção pelas próximas semanas


Contando com quatro longas de terror que marcam suas épocas, Mistérios da Meia-Noite é o novo ciclo online da Sala Redenção pelas próximas duas semanas. A primeira parte da mostra é construída com filmes que estão gratuitamente disponíveis no site The Internet Archive, e vai até a próxima sexta-feira (17/07), encerrando com um debate virtual.


MISTÉRIOS DA MEIA-NOITE

Como uma celebração dos cantos escuros da alma, a Sala Redenção, de 10 a 17 de Julho de 2020, apresenta a mostra Mistérios da Meia-Noite, com uma curadoria formada por quatro produções que de certa forma nos mostram o potencial do terror como gênero cinematográfico. Seja ao refletir os nossos medos coletivos como sociedade ou apenas construindo uma atmosfera angustiante que suga o espectador para dentro dessa aventura macabra, o cinema de terror fala não através de palavras, mas através de uma ambientação, explorando seus temas a um nível quase primitivo.
Os filmes disponíveis nesta mostra estão disponíveis no Internet Archive, um acervo digital de conteúdos gratuitos liberados para acesso livre e aberto, composto por livros, filmes, discos e milhões de outros materiais que estão em domínio público.Comecemos com A Casa dos Maus Espíritos, de 1959, dirigido por William Castle. Com o Mestre do Macabro Vincent Price no papel de um milionário excêntrico que convida cinco pessoas para uma festa assombrada, prometendo 10 mil dólares a quem sobrevivesse a uma noite na casa. Se esforçando ao máximo para não ser levado a sério, é uma amálgama de efeitos práticos retirados de atrações de circo, onde somos surpreendidos e cativados a cada truque e trapaça.
Angustiante é um bom termo para descrever o segundo filme da mostra, O Parque Macabro. Envolto em uma atmosfera de estranhamento, vemos a protagonista, recém chegada a uma nova cidade para assumir “só um emprego…” como organista de igreja, literalmente incomunicável com os locais, totalmente desconectada de sua realidade. Produzido de forma independente pela equipe de uma produtora de vídeos educativos, esse filme assombra e desorienta, continuando com o espectador por um bom tempo depois de terminados os créditos.
A Noite dos Mortos-Vivos dispensa introduções: essa obra-prima de George Romero está, por bem ou por mal, impressa na história cultural de nossos tempos, inspirando incontáveis obras, tanto dignas quanto profanas. Independentemente de sua influência na cultura pop, é um filme reflexivo, um retrato levemente distorcido da nossa realidade, levado a seu extremo, onde é explorado o limite da sociedade e os horrores provocados – por humanos vivos, diga-se de passagem – em resposta a uma crise.
Finalizando esse percurso, temos Hausu, um festival psicodélico de horrores do outro lado do mundo. É um caleidoscópio formado por imagens alegóricas e subconscientes desenvolvidas pelo diretor em parceria com a sua filha pequena, antigas lendas e monstros folclóricos japoneses, construído a partir de uma constante experimentação, propositalmente surreal. Uma experiência tanto bizarra quanto impressionante.

Texto: Vitor Cunha, bolsista na Sala Redenção e curador da mostra.
Confira a programação online da sala no site oficial clicando aqui.

quinta-feira, 16 de julho de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'Bala Perdida'

Sinopse: Um mecânico acusado de assassinato precisa encontrar o carro que contém a única prova de sua inocência: a bala do crime. 

A França é conhecida por fazer inúmeras obras primas do cinema, pois basta prestigiarmos, por exemplo, a época do movimento "nouvelle vague" iniciado em 1959 para termos uma vaga ideia do que eu estou falando. Porém, diferente do que alguns desavisados imaginam, o país não se prende somente na realização de um ou outro gênero, mas sim nos surpreendendo na realização de vários. Em 2001, por exemplo, o mundo foi pego de surpresa com a realização do já clássico "Pacto dos Lobos" de Christophe Gans, um filme baseado em fatos verídicos ocorridos no ano de 1765, mas misturados com ação e terror de uma forma até então inédita e surpreendendo a crítica no mundo a fora naquela época.
Enquanto isso, atualmente, o cinema norte americano se sustenta com vários gêneros para entreter a massa, que vai desde aventura, fantasia e ficção científica. Porém, o filme de ação de alta velocidade se sustenta somente com a franquia atual "Velozes e Furiosos" que, convenhamos, já deveria ter terminado a muito tempo após ter se entregado a histórias absurdas e efeitos visuais que beira ao artificialismo vertiginoso.  É aí que a França faz a sua lição de casa com o seu filme "Bala Perdida", cuja a sua trama é até bastante simples, mas se concentrando na melhor forma de se criar cenas de ação surpreendentes.
Dirigido pelo estreante Guillaume Pierret, o filme inicia nos apresentando Lino (Alban Lenoir), um ladrão que deseja roubar uma joalheria usando um carro fortificado para atravessar uma loja. Claro que o plano dá errado e o ladrão é preso. Porém, o mesmo é recrutado pelo chefe da polícia, para agora usar o seu talento para o bem e ajudar a polícia a fortificar as viaturas locais no combate ao narcotráfico.
Ele aceita a proposta e, desta forma, passa a retornar à prisão apenas para dormir. Entretanto, quando o líder da equipe é assassinado, Lino logo é considerado suspeito do crime. Com isso, ele precisa fugir e encontrar algum meio de provar sua inocência. Não demora muito para que tudo vire uma perseguição de gato e rato e nos levando para momentos imprevisíveis como um todo.
Diferente do cinema de ação norte americano, "Bala Perdida" possui uma ação cuja as consequências virão mais cedo do que se imagina. Por mais absurdas que elas possam ser em alguns momentos, os realizadores fazem questão de seus personagens se machucarem a cada movimento e fazendo a gente até temer pelo destino do protagonista. Alban Lenoir se sai bem como um herói humano que se encontra no lugar errado e na hora errada, mas que se vira a todo custo para salvar a sua pele a cada minuto.
Em termos de ação e luta corporal o filme é um colírio para os olhos, principalmente para aqueles cinéfilos que se encontram com as vistas cansadas de efeitos visuais desnecessários do cinema norte americano. Aqui não há nada disso, mas sim carros de verdade batendo, explodindo e pegando fogo de verdade a todo momento, ao ponto de fazer com que a gente sinta o peso das cenas que são muito bem filmadas e que não deve em nada aos filmes de ação com carros e motocicletas dos  anos setenta. Já as cenas de luta são outro ponto positivo, sendo elas cruas, violentas e, assim como as cenas de ação com os carros, tendo sérias consequências.
É uma pena, portanto, que os minutos finais o filme se renda ao famigerado gancho para uma inevitável continuação, mas nada que tire o brilho dessa surpresa a lá francesa. "Bala Perdida" é um ótimo exemplo de como se faz um filme de ação de qualidade sem uso de pirotecnia, mas sim com criatividade e na preocupação de se filmar cada cena. 

Onde Assistir: Netflix.

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quarta-feira, 15 de julho de 2020

Cine Dica: Durante a Quarentena Assista: 'The Old Guard'

Sinopse: Sinopse: Andy é uma mercenária imortal com nada menos que 6 mil anos de idade. Ela e seu grupo agem em segredo, mas acabam sendo expostos depois de uma missão trazer à tona as habilidades extraordinárias de cada um. 

"Highlander" (1986) clássico filme de ação e aventura sobreviveu ao tempo como uma curiosa história sobre guerreiros imortais e que estavam condenados a matarem uns aos outros até somente haver um. Mas para Hollywood uma vez só não basta, ao ponto que o filme teve continuações, séries, derivados, mas jamais chegando ao patamar que o original havia obtido. Porém, Hollywood não desistiu e foi procurar outros heróis que sobrevivessem muito além do seu devido tempo.
Se por um lado podemos contar com os infindáveis Dráculas imortais que nos foi apresentado ao longo dos anos, do outro, temos um Wolverine que foi interpretado sempre com intensidade pelo ator Hugh Jackman. Neste último caso, tanto o personagem como os seus  demais colegas foram extraídos das HQ no ano 2000 para o cinema, sendo que essa arte de contar histórias possui infindáveis personagens imortais e que podem render uma boa franquia. É aí que chegamos a "The Old Guard", filme que nada mais é do que uma espécie de releitura de "Highlander" para os novos tempos, indefinidos em que vivemos, mas com alguns pontos positivos que não podem ser ignorados.
Dirigido pela cineasta Gina Prince-Bythewood, do filme "A Vida Secreta das Abelhas" (2009), o filme conta a história de Andy (Charlize Theron) e seus companheiros que formam um grupo de soldados que possuem a inestimável virtude da vida eterna. Eles vivem através dos anos oferecendo seus serviços como mercenários para aqueles que podem pagar, se passando como seres humanos comuns entre os demais. No entanto, tudo muda com a descoberta de que existe uma outra imortal que atua como fuzileira naval.
Baseado na HQ escrita por Greg Rucka, o prólogo da trama que nos é apresentado não demora muito para nos contar que esses personagens são seres imortais e que possuem uma grande virtude pela prática do bem em tempos em que a humanidade vai cada vez mais se declinando para sua extinção. É uma pena, portanto, que os trailers e divulgações já nos revelavam o verdadeiro dom desses protagonistas, pois abertura é toda construída de uma forma para que nos pegasse de surpresa quando fosse revelado as suas reais naturezas e motivações genuinamente humanas. Apesar desse ato falho, isso é logo compensado com aparição da personagem Nile Freeman (KiKi Layne), fuzileira que descobre da pior maneira que é uma nova imortal e da qual se torna uma representação do nosso olhar com relação essa realidade fantástica que irá testemunhar.
Só com a história em si o filme talvez não se sustentaria, já que ela sofre um pouco ao ser recheada de clichês já vistos em outros filmes dentro do gênero, além de soluções fáceis e, por vezes, previsíveis. O vilão Merrick, interpretado pelo ator Harry Melling, até nos convence de passagem, mas suas intenções com relação aos imortais se torna tão batida que parece que estamos presenciando uma espécie de  déjà-vu ao longo da história. Ao menos, os heróis quase nunca nos soam unidimensionais, pois são genuinamente humanos, identificáveis  e muito se deve pelo bom desempenho dos atores, principalmente vindo de Charlize Theron.
Provando ser uma das maiores e mais versáteis atrizes do cinema atual, além de um Oscar na bagagem pelo filme "Monster" (2003), Theron provou ter fibra em filmes de aventura, ação e ficção científica, pois basta pegarmos exemplos como a obra prima "Mad Max: Estrada da Fúria" (2015) e "Atômica" (2017) para termos uma vaga ideia. Aqui ela faz o seu dever de casa, ao construir uma protagonista que carrega uma bagagem cheia de história e passando para nós o desejo no seu íntimo de desvencilhar dela.
Em termos de ação, atriz prova que se sente mais do que a vontade em dar porrada e são por essas cenas que constatamos que suas idas dentro desse gênero talvez não se tornem mais passageiras. Aliás, é notório que a cineasta Gina Prince-Bythewood também fez o seu dever de casa com relação as cenas de luta, pois elas revelam que possuem os mesmos ingredientes de sucesso que moldaram a franquia "John Wick", ou até mesmo o recente "Aves de Rapina: Arlequina e Sua Emancipação Fantabulosa". As cenas de ação em si são um verdadeiro balé, empolgantes e cuja a sequência final dentro de um prédio se torna um dos grandes momentos do filme.
Com um gancho para uma inevitável sequência, "The Old Guard" é um filme de ação recheado de clichê, mas positivo ao ser honesto em sua proposta em querer somente nos entreter do começo ao fim. 

Onde Assistir: Netflix 

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terça-feira, 14 de julho de 2020

Cine Especial: 'X-Men: O Filme - 20 anos depois'