Quem sou eu

Minha foto
Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

Pesquisar este blog

sexta-feira, 8 de março de 2019

Cine Especial: ‘O Dragão Vive - Glauber Rocha 80 anos’ - Final


Nos dias 09 e 10 de março eu estarei na Cinemateca Capitólio Petrobras, onde participarei do curso “O Dragão Vive - Glauber Rocha 80 anos”, criado pelo Cine Um e ministrado pelo jornalista Lennon Macedo. Abaixo confira as principais obras primas desse grande gênio do nosso cinema.  

'Maranhão 66 – Posse do Governador José Sarney'

Sinopse: Realizado em 1966, por ocasião da posse de José Sarney no Governo do Estado. Em contraponto ao discurso do governador eleito, Glauber filmou a miséria do Maranhão, a pobreza e as esperanças que nasciam dos casebres, dos hospitais.

Glauber Rocha rodou esse pequeno curta em  mostra o senador José Sarney tomando posse no governo maranhense a mais de quatro décadas atrás. Intitulado "Maranhão 66", o filme de sete minutos teria sido “encomendado” por Sarney, à época com 35 anos, ao precursor do Cinema Novo no Brasil. Em uma crônica sobre o vídeo, o jornalista e produtor musical Nelson Motta descreve:

"Com cabelos e bigode pretos, Sarney discursa para o povo na praça, num estilo de oratória que evoca Odorico Paraguaçu, mas sem humor, à sério, que o faz ainda mais caricato e engraçado. Sobre seu palavrório demagógico, Glauber insere imagens da realidade miserável do Maranhão, cadeias cheias de presos, doentes morrendo em hospitais imundos, mendigos maltrapilhos pelas ruas, crianças esquálidas e famintas, enquanto Sarney fala do potencial do babaçu. [...] O discurso de Sarney e as imagens de 'Maranhão 66' são os mesmos do 'Maranhão 2011', num filme trágico, cômico, e, 46 anos depois, profético".


'Di Cavalcanti' (1977)

Sinopse: Velório e enterro do artista plástico Di Cavalcanti, em que além de homenagear o amigo morto, Glauber Rocha fala de arte e política, por meio de uma colagem de imagens.

No dia 6 de setembro de 1897 nascia, no Rio de Janeiro, Emiliano Di Cavalcanti, um dos grandes nomes da pintura brasileira. Ele idealizou e organizou a Semana de Arte Moderna, em São Paulo, em 1922, quando também criou o catálogo e o programa do evento. No ano seguinte, viajou para Paris, onde ficou até 1925. Na Europa, conheceu artistas como Picasso, Matisse, Eric Satie, Jean Cocteau, entre outros. Na sua volta ao Brasil, em 1926, entrou para o Partido Comunista. Nos anos 30, iniciou suas participações em exposições coletivas, salões nacionais e internacionais. Em 1932, foi preso durante a Revolução Paulista. Alguns anos depois, voltou a ser detido por desenhos que satirizavam o militarismo da época. Nos anos 40, voltou a morar em Paris, mas deixou a cidade por conta da Segunda Guerra Mundial. Em 1951, participou da I Bienal de São Paulo e fez uma doação de mais de 500 desenhos ao Museu de Arte Moderna de São Paulo. Em meados da década de 50, foi convidado por Oscar Niemayer para criar as imagens da tapeçaria que seria instalada no Palácio da Alvorada e para pintar as estações para a Via-sacra da catedral de Brasília. Na década de 70, o Museu de Arte Moderna de São Paulo organizou uma retrospectiva da obra do pintor, que recebeu prêmio da Associação Brasileira de Críticos de Arte. Ele morreu no dia 26 de outubro de 1976, no Rio de Janeiro. Um dia após sua morte, Di Cavalcanti foi homenageado pelo cineasta e amigo Glauber Rocha, que rodou o curta metragem durante o velório do pintor. O filme foi conduzido pela narração frenética e radiofônica de Glauber, filmado com uma câmera de 35mm, que incomodou familiares e demais presentes no funeral. O curta ganhou o Prêmio Especial do Júri no Festival de Cannes, em 1977. Sua exibição no Brasil foi proibida pela família de Di Cavalcanti, que considerou uma afronta a iniciativa de Glauber Rocha.


Mais informações sobre o curso clique aqui. 


Me sigam no Facebook,  twitter, Linkedlin e Instagram.  

quinta-feira, 7 de março de 2019

Cine Dicas: Estreias do final de semana (07/03/19)

Capitã Marvel

Sinopse: Nos anos 1990, Carol Danvers, uma agente da CIA, acaba estabelecendo contato com uma raça alienígena e ganha poderes sobre-humanos.

Albatroz

Sinopse: O fotógrafo Simão, casado com Catarina, uma compositora de jingles publicitários, se apaixona pela atriz judia Renée, com quem viaja a Jerusalém. Lá ele acaba registrando um atentado terrorista, o que o torna mundialmente famoso. 

Diário de Classe

Sinopse: Três mulheres, uma presidiária, uma transsexual e uma empregada doméstica, têm suas histórias conectadas pela dificuldade de se incluir socialmente. Elas buscam melhorar a vida com a ajuda da sala de aula.

O Rei de Roma

Sinopse: Numa Tempesta é um focado e carismático homem de negócios que, levado por uma gigante ambição em ser bem sucedido, faz qualquer coisa para fechar novos acordos, mesmo que isso o leve a infringir a lei.

Rafiki 

Sinopse: Kena e Ziki são grandes amigas e, embora suas famílias sejam rivais políticas, as duas continuaram juntas ao longo dos anos, apoiando uma a outra na batalha pela conquistas de seus sonhos.


YOMEDDINE: EM BUSCA DE UM LAR

Sinopse: Beshay é um coletor de lixo que decide sair do confinamento de uma colônia de leprosos pela primeira vez e embarca em uma jornada ao Egito para procurar sua família.


Me sigam no Facebook,  twitter, Linkedlin e Instagram.  

quarta-feira, 6 de março de 2019

Cine Dica: LONGA CEARENSE “O ÚLTIMO TRAGO” ESTREIA DIA 7 DE MARÇO NO CINEBANCÁRIOS

Produzido pela Alumbramento Filmes, com co-produção da Bananeira Filmes, filme é dirigido por Luiz Pretti, Pedro Diógenes e Ricardo Pretti


Materiais do filme: http://bit.ly/filme_oultimotrago

Com estreia marcada para o dia 7 de março, nas sessões das 17h e 19h no CineBancários, O ÚLTIMO TRAGO , filme dirigido por Luiz Pretti, Pedro Diógenes e Ricardo Pretti, apresenta algumas das marcas dos diretores: um sentido político agudo e a capacidade de traduzir em sons e imagens os conflitos da sociedade brasileira. Aqui os diretores compõem uma alegoria sobre a herança indígena brasileira através de simbolismos e conseguem dialogar com o momento atual do país. Em um dos diálogos mais fortes do filme, a personagem comenta: “A catástrofe é uma realidade. E suas sombras obstruem a visão.”.
Lançado no 49º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, em 2016, onde levou os troféus candango de melhor montagem (Clarissa Campolina), atriz coadjuvante (Samya de Lavor) e direção de fotografia (Ivo Lopes Araújo), o filme também marca o fim das atividades da produtora Alumbramento, que ao longo de 11 anos de atividade produziu 13 longas – tornando-se um dos coletivos de cinema mais produtivos e premiados da história recente do cinema brasileiro.
O ÚLTIMO TRAGO nasceu a partir do encontro entre a produtora Vânia Catani (O Palhaço, A Festa Da Menina Morta e Narradores de Javé) e os diretores da Alumbramento, que em 2010 lançaram seu primeiro longa, Estrada para Ythaca. A ideia era criar um projeto que reunisse a experiência de produção de Vânia Catani com a ousadia e inventividade dos realizadores. Durante esse percurso, o roteirista Francis Vogner dos Reis se juntou a Pedro, Ricardo e Luiz para juntos desenvolverem o roteiro do filme.
Com fotografia de Ivo Lopes Araújo (A Cidade Onde Envelheço, Tatuagem), O ÚLTIMO TRAGO começa quando uma mulher ferida (Samya de Lavor) é capturada à beira da estrada por um personagem enigmático (Rodrigo Fischer). Em uma boate, sob os olhares de seu captor e do público, ela dança até chegar a uma espécie de transe ritualístico e primal, evocando uma mulher indígena e levando o espectador a outro tempo e espaço: o sertão nordestino em algum momento do século XX, onde novamente a essa figura indígena será evocada. Onírico, alegórico e político, o filme passa por diversos gêneros do cinema, do drama ao suspense, em seus três atos narrativos. E nele “os vivos pedem vingança. Os mortos minerais e vegetais pedem vingança. É a hora do protesto geral. É a hora dos vôos destruidores. É a hora das barricadas, dos fuzilamentos. Fomes, desejos, ânsias, sonhos perdidos, misérias de todos os países, uni-vos!”.
Entre novembro e dezembro de 2015, O ÚLTIMO TRAGO foi rodado no Ceará, durante 5 semanas, nas cidades do Cumbe (Aracati), Missi (Irauçuba), Pecém e Fortaleza. A equipe foi formada por profissionais de diversos estados do Brasil: Ceará, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Brasília e Pernambuco, e contou com recursos da Secretaria de Cultura do Estado do Ceará provenientes do Edital de Cinema e Vídeo, e complementação financeira da Ancine através do Fundo Setorial do Audiovisual.
O elenco apresenta Rodrigo Fischer, Samya de Lavor, Vitor Colares, Romulo Braga, Elisa Porto, Stephane Brodt, Daniel Medina, Nataly Rocha e Mariana Nunes, entre outros. A distribuição comercial de O ÚLTIMO TRAGO é da Lume Filmes.

Sinopse
Uma mulher resgatada à beira da estrada incorpora o espírito de uma guerreira indígena
desencadeando uma série de eventos que atravessam os tempos e os espaços. Do sertão nordestino
ao litoral, séculos de lutas de dominação e resistência.


FICHA TECNICA:
Gênero : Suspense-Faroeste
Duração : 93 min
Ano : 2016

Elenco : Rodrigo Fischer, Samya de Lavor, Vitor Colares Romulo Braga, Elisa Porto, Stephane Brodt, Daniel Medina, Nataly Rocha, Mariana Nunes; Demick Lopes ; 
Fernando Piancó; Ana Luiza Rios, Iara Lilu , Larissa Siqueira e Uirá dos Reis
Roteiro : Francis Vogner dos Reis, Luiz Pretti, Pedro Diógenes e Ricardo Pretti
Direção : Luiz Pretti, Pedro Diógenes e Ricardo Pretti
Coprodutora : Vania Catani

Facebook

HORÁRIOS DE 07 A 13 DE MARÇO:

Dia 07 de março:
15H – Lembro mais dos corvos + Tea for two (curta)
17h – O último trago
19h – O último trago

Dia 08 de março:
15H – Lembro mais dos corvos + Tea for two (curta)
17h – O último trago
19h – O último trago

Dia 09 de março:
15H – Lembro mais dos corvos + Tea for two (curta)
17h – O último trago
19h – O último trago

Dia 10 de março:
15H – Lembro mais dos corvos + Tea for two (curta)
17h – O último trago
19h – O último trago

Dia 12 de março:
15H – Lembro mais dos corvos + Tea for two (curta)
17h – O último trago
19h – O último trago

Dia 13 de março:
15H – Lembro mais dos corvos + Tea for two (curta)
17h – O último trago
19h – O último trago

Os ingressos podem ser adquiridos por R$ 12,00 na bilheteria
do cinema ou no site ingresso.com . Idosos, estudantes,
bancários sindicalizados, jornalistas sindicalizados,portadores
de ID Jovem e pessoas com deficiência pagam
R$ 6,00. Aceitamos Banricompras, Visa, MasterCard e Elo.


SOBRE OS DIRETORES
O ÚLTIMO TRAGO é o quinto longa-metragem dirigido e escrito de forma coletiva por Luiz e Ricardo
Pretti e Pedro Diógenes. Antes, eles dirigiram juntos COM OS PUNHOS CERRADOS e, em parceria
com Guto Parente, os filmes ESTRADA PARA YTHACA, OS MONSTROS e NO LUGAR ERRADO. Esses
filmes foram todos exibidos e premiados em importantes festivais no Brasil e no exterior com
destaque especial para o prêmio de melhor filme (júri oficial e júri da crítica) no Festival de
Tiradentes e um prêmio especial do júri na competição internacional do BAFICI. (Argentina).
Individualmente já dirigiram curtas e longas que foram exibidos em importantes festivais como
Veneza (Orizzonti), duas vezes em Rotterdam (Spectrum), duas vezes em Oberhausen, Roma
(Cinema XXI), Locarno (Corti d'autore) e Viennale (Propositions), entre muitos outros. Seu mais
recente longa, COM OS PUNHOS CERRADOS, que teve sua estreia no Festival de Locarno em 2014,
foi premiado no festival de Santa Maria da Feira (Portugal), Transcinema (Peru), Festival Del Cine B
(Chile) e Cine Under (Recife).

SOBRE A ALUMBRAMENTO
O ÚLTIMO TRAGO é o 13 º longa da produtora ALUMBRAMENTO que surgiu no ano de 2006 reunindo
um grupo de jovens artistas em Fortaleza que compartilham o desejo de produzir arte em diálogo
com as mais diversas linguagens e colocar como questão central a produção criativa de imagens no
cinema e nas artes visuais. Nesses 10 anos de trajetória, a ALUMBRAMENTO produziu 13 longas e
mais de 30 curtas, se consolidou como uma das produtoras mais atuantes no cenário audiovisual
independente brasileiro. Os filmes produzidos pela ALUMBRAMENTO circularam e foram premiados
nos mais importantes festivais do mundo como Veneza (Itália), Locarno (Suíça), Roterdã (Holanda),
Roma (Itália), Viennale (Áustria), FidMarseille (França), Bafici (Argentina), Oberhausen (Alemanha);
e do Brasil: Mostra de Tiradentes, Mostra Internacional de São Paulo, Janela Internacional de
Cinema do Recife, Semana dos Realizadores, Cine Ceará, entre outros. Em 2016 a Alumbramento
teve um filme na competitiva do Festival de Brasília com O ÚLTIMO TRAGO .

SOBRE A BANANEIRA FILMES
Criada em 2000 pela produtora Vania Catani, a Bananeira Filmes é uma das mais prestigiadas
produtoras de cinema no Brasil, e tem como característica principal o investimento em produções
independentes de notória qualidade artística. Somadas, suas produções já foram exibidas em 403
festivais em 48 países e receberam mais de 188 prêmios. Ao longo destes anos, destacam-se A festa
da menina morta, de Matheus Nachtergaele, selecionado para a Mostra Un Certain Regard no
Festival de Cannes em 2008, e a bem sucedida parceria com o ator e diretor Selton Mello, que
começou com Feliz Natal e se repetiu com O Palhaço, que levou mais de 1,5 milhão de pessoas ao
cinema e foi escolhido para representar o Brasil na por uma vaga no Oscar® de Melhor Filme
Estrangeiro. A última parceria entre diretor e produtora é o longa O filme da minha vida, inspirado
na obra Um pai de Cinema do escritor chileno Antônio Skármeta. As suas mais recentes coproduções
La playa, El Ardor e Jauja tiveram estreia internacional no Festival de Cannes.
A produtora investiu ainda especialmente na produção de longas de diretores estreantes como Anita
Rocha da Silveira, com Mate-me Por Favor (estreia internacional no Festival de Veneza 2016),
Redemoinho, de José Luiz Villamarim e Deserto, de Guilherme Weber e Serial Kelly, de René
Guerra. A coprodução Zama, de Lucrécia Martel, teve sua premiére internacional no Festival de
Veneza 2017. Vania Catani iniciou sua carreira no final da década de 80 com o vídeo independente,
ao lado de uma nova geração de realizadores que surgiu em Belo Horizonte. Trabalhou como
produtora de TV e com o Forumbhzvideo – Festival de Vídeo e Arte Eletrônica, esteve em contato
com o melhor da Vídeo-Arte mundial. A partir da segunda metade da década de 90, com a chamada
Retomada do Cinema Brasileiro, voltou-se para a produção cinematográfica, sempre mantendo um
interesse particular pelo mercado independente. Em 1997, produziu a série de TV Os Nomes do
Rosa e o longa Outras Estórias, ambos dirigidos por Pedro Bial. Integra desde 2018 a Academia de
Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. Em 2000, já instalada no Rio de Janeiro, fundou a
BANANEIRA FILMES, produtora independente que desenvolve, produz e lança projetos ousados e de
grande qualidade artística.

C i n e B a n c á r i o s 
Rua General Câmara, 424, Centro 
Porto Alegre - RS - CEP 90010-230 
Fone: (51) 34331204 

Cine Dica: Raiva, Wajib, Um Elefante Sentado Quieto, Rasga Coração e Curtas Gaúchos (6 a 13 de março)

CINEMA DE PORTUGAL, CHINA E PALESTINA EM CARTAZ CURTAS-METRAGENS GAÚCHOS EM EXIBIÇÃO JORGE FURTADO DEBATE RASGA CORAÇÃO
Rasga Coração

 A partir de 7 de março, a Cinemateca Capitólio Petrobras apresenta três novos filmes na programação: o chinês Um Elefante Sentado Quieto, de Hu Bo; o palestino Wajib – Um Convite de Casamento, de Annemarie Jacir e o português Raiva, de Sérgio Tréfaut. O diretor português participa de um debate no dia 12 de março, às 20h.
De 7 a 13 de março, uma edição especial do projeto Curta na Cinemateca apresenta os três melhores curtas gaúchos de 2018, escolhidos pela ACCIRS – Associação de Críticos de Cinema do Rio Grande do Sul. Os filmes Princesa Morta do Jacuí, de Marcela Bordin, Um Corpo Feminino, de Thaís Fernandes e Catadora de Gente, de Mirela Kruel, serão exibidos diariamente antes do longa palestino Wajib – Um Convite de Casamento.
Na segunda-feira, 11 de março, às 19h30, a Cinemateca Capitólio Petrobras apresenta a reprise da sessão comentada de Rasga Coração, novo filme de Jorge Furtado. O diretor e integrantes da equipe participam de uma conversa com o público após a sessão.
O valor do ingresso é R$ 16, com meia entrada para estudantes e idosos.

FILMES
 UM ELEFANTE SENTADO QUIETO
(Da xiang xi di er zuo)
230 min., 2018, China, DCP
Direção: Hu Bo
Distribuição: Zeta Filmes
Sob o sombrio céu de uma pequena cidade no norte da China, as vidas de diferentes protagonistas estão interligadas. Para proteger um amigo, o jovem Wei Bu empurra o valentão da escola escada abaixo e foge do local após o garoto ser hospitalizado com risco de vida. Wang Jin, um vizinho de 60 anos, vive em conflito com seu filho e nora que querem colocá-lo em um asilo fétido e decide se juntar a Wei. Além disso, Huang Ling, a melhor amiga e colega de classe de Wei Bu, está atormentada por manter um caso com o vice-diretor da escola. Desesperados, os três decidem fugir juntos, enquanto, do outro lado da cidade, o irmão mafioso do valentão ferido, as autoridades da escola e os pais promovem uma caçada implacável a Wei. Baseado na história favorita de Hu Bo, a qual faz parte de seu próprio romance intitulado Huge Crack.

RAIVA
84 min., 2018/Portugal/Brasil/França, DCP
Direção: Sergio Tréfaut
Distribuição: Pandora Filmes
Portugal, 1950. Nos campos desolados do Baixo Alentejo, maltratados pelo vento, pela miséria e a fome, a violência explode: dois assassinatos numa noite. Qual a origem desses crimes? Baseado no romance Seara de Vento de Manuel da Fonseca, Raiva conta a história de uma família de camponeses, que luta pelo trabalho e pela dignidade durante a ditadura portuguesa.

 WAJIB – UM CONVITE DE CASAMENTO
96 min., 2017/ Palestina, DCP
Direção: Annemarie Jacir
Depois de anos vivendo na Itália, Shadi retorna à Nazaré com uma missão: entregar convites para o casamento de sua irmã individualmente para cada convidado, de acordo com o costume palestino local. Para isso, terá que realizar a atividade ao lado de seu pai, Abu Shadi.

 CATADORA DE GENTE
2018, 18’, DCP
Direção: Mirela Kruel
Um retrato de Maria Tugira Cardoso, que há 30 anos dedica sua vida à catação de lixo, em Uruguaiana, no interior do Rio Grande do Sul. Com sua fala lúcida a respeito da vida e de suas complexidades, Tugira narra sua história e propõe ao espectador uma reflexão profunda sobre as desigualdades sociais do Brasil.

UM CORPO FEMININO
2018, 20’, DCP
Direção: Thais Fernandes
Quando nomeamos uma coisa, ela perde ou ganha sentido? Um corpo feminino propõe um jogo aparentemente simples – pergunta para mulheres de diversas gerações a definição de algo que em teoria as unifica. Parte de um projeto transmídia, o filme é a porta de entrada para uma narrativa que possui muitos pontos de vista e nenhuma resposta certa.

PRINCESA MORTA DO JACUÍ
2018, 17’, DCP
Direção: Marcela Bordin
O arqueólogo Margot Moreira retorna ao lugar onde nasceu, a zona de exclusão chamada Depressão Central. Lá, o sol nunca para de brilhar.

GRADE DE HORÁRIOS
6 a 13 de março de 2019

6 de março (quarta)
14h – Conto de Verão
16h– Homem Livre

18h – A Lei do Desejo
20h – Faça a Coisa Certa

7 de março (quinta)
14h - Um Elefante Sentado Quieto
18h - Raiva
20h – Um Corpo Feminino + Wajib - Um Convite de Casamento

8 de março (sexta)
14h - Um Elefante Sentado Quieto
18h - Raiva
20h – Princesa Morta do Jacuí + Wajib - Um Convite de Casamento

9 de março (sábado)
14h - Um Elefante Sentado Quieto
18h - Raiva
20h – Catadora de Gente + Wajib - Um Convite de Casamento

10 de março (domingo)
14h - Um Elefante Sentado Quieto
18h - Raiva
20h – Um Corpo Feminino + Wajib - Um Convite de Casamento

12 de março (terça)
14h - Um Elefante Sentado Quieto
18h – Princesa Morta do Jacuí + Wajib - Um Convite de Casamento
20h - Raiva + debate

13 de março (quarta)
14h - Um Elefante Sentado Quieto
18h - Raiva
20h - Catadora de Gente + Wajib - Um Convite de Casamento

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Cine Dica: Em Cartaz: "Não Olhe" - Freud Explica

Sinopse: Uma solitária jovem de 18 anos não encontra suporte familiar e nem amigos para que possa desabafar sobre os problemas de sua vida. Cansada, ela começa a conversar com o próprio reflexo no espelho apenas para externalizar sua angústia.


O filme "O Amante Duplo" (2018) de François Ozon criou um dos mais curiosos jogos psicológicos do cinema recente, onde o jogo de câmera, efeitos, e se alinhando com grandes talentos culminou com o seu final surpreendente. Inevitável, portanto, que surgisse filmes que tentasse alcançar o mesmo efeito, mesmo correndo sério risco de ficar aquém do esperado. "Não Olhe” segue uma premissa semelhante, não obtendo o mesmo grande resultado, mas não significa que soe dispensável.  
Maria (India Eisley) irá completar 18 anos, mas a chegada na vida adulta não lhe traz nenhum fruto: pouco sociável, mantém uma relação monótona com os pais, jamais teve namorados ou algo do gênero e sem muitas expectativas para com relação ao futuro. Sua única amiga, Lily (Penelope Mitchell) troca beijos e carícias com o namorado na frente dela e despertando aos poucos os seus desejos dos quais ela nunca alcança.  
Seu pai (Jason Isaacs) é um cirurgião plástico e que acaba saindo com várias pacientes. A mãe (Mira Sorvino) torce por uma melhora no casamento e tenta convencer a sua filha a ir no baile de formatura. Porém, Maria começa a conversar com seu outro lado obscuro através do espelho e despertando nela desejos antes nunca consumados.  
Para o cinéfilo de plantão o filme faz referência a todo o momento ao clássico "O Médico e o Monstro", mas aqui a origem do lado obscuro do ser humano não vem de nenhuma fórmula de laboratório, mas sim de traumas psicológicos que, por vezes, soam inverossímeis, mas também toleráveis. Embora novo na área, o cineasta Assaf Bernstein procura não explicitar sobre o que acontece na tela, mas sim deixar que nós tiremos as nossas próprias conclusões sobre o que acontece na história. O resultado é um filme tenso que, embora saibamos o que virá acontecer em seguida, faz com que não desviamos o olhar.  
Aliás, é notório que há todo um cuidado em cada cena em que o cineasta elabora, onde os jogos de sombras e espelhos, além dos reflexos nos vidros, não são jogados na trama de uma forma gratuita, mas sim esses simbolismos se encontram lá para se casar com a proposta principal da trama. A fotografia obscura e efeitos visuais primários, porém, eficazes, fizeram me lembrar dos filmes de suspense psicológico que emergiram após o estrondoso sucesso de "Psicose" (1960). Ainda é cedo dizer se Assaf Bernstein terá uma carreira promissora, mas se seguir essa linha, obviamente falaremos mais dele daqui em diante.  
Em questão de elenco o sucesso é parcial. Embora nova na área da atuação, India Eiley impressiona no seu papel duplo, mesmo que em alguns momentos o seu desempenho poderia ter se encaminhado por caminhos ainda mais corajosos. E se atuação ambígua de Jason Isaacs soa mais do que óbvia, por outro lado, é bom ver Mira Sorvino de volta numa atuação digna de nota, mesmo que em pouco tempo de tela.  
Com um final em aberto com relação ao destino dos respectivos personagens, “Não Olhe” é aquele típico suspense psicológico que nos prende atenção, mesmo quando determinadas perguntas ficam no ar e que somente serão respondidas quando Freud explicar.  


Me sigam no Facebook,  twitter, Linkedlin e Instagram.