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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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segunda-feira, 30 de julho de 2018

Cine Dica: Curso Filosofia no Cinema - 2ª edicao

CURSO 


Apresentação

Por muitos séculos os questionamentos filosóficos da humanidade ficaram restritos às discussões acadêmicas e às páginas dos livros. Há pouco mais de 100 anos surgiu uma nova forma de arte - o Cinema – que popularizou os conceitos básicos da Filosofia e convidou o público a articular seus próprios questionamentos filosóficos através da linguagem audiovisual acessível às massas.


Alguns questionamentos levantados pela Filosofia são universais e, portanto, são objeto de preocupação e reflexão para qualquer pessoa, podendo desta forma ser abordados por diversos pontos de vistas em filmes que não se pretendem reflexivos. Entretanto, a Filosofia como disciplina tem produzido conceitos e teorias capazes de nos fazer compreender de forma múltipla e plural tais questionamentos, de modo que a ideia fundamental deste curso é oferecer ao participante conceitos filosóficos que o possibilitem enxergar o Cinema com um outro olhar.


Proposta

O Curso Grandes Temas da Filosofia no Cinema - 2ª edição, ministrado por Rafael Alves de Oliveira, não terá como objetivo produzir uma crítica cinematográfica. A atividade foi estruturada para proporcionar aos participantes um contato inicial com grandes conceitos da Filosofia, tendo o Cinema como elemento mediador. Para tanto, o curso terá como metodologia o debate, a provocação filosófica e o estímulo à reflexão crítica.

Publico alvo
Atividade aberta a todos os interessados. Não é necessário nenhum conhecimento prévio em Filosofia ou Cinema para acompanhar o conteúdo do curso.

Conteúdos

O curso terá como objeto de análise e reflexão os seguintes filmes:



CLUBE DA LUTA (EUA, 1999). Direção: David Fincher.
Temas abordados: As três transformações do espírito; transvaliação dos valores morais.
Pauta: Estabelecer uma conexão entre os conceitos desenvolvidos por Nietzsche e com isto produzir uma reflexão sobre a relação entre nossos hábitos sociais, valores morais e os processos envolvidos no desenvolvimento de ambos.


A DESCOBERTA (EUA, 2017). Direção: Charlie McDowell.
Temas abordados: Absurdo e suicídio.
Pauta: Compreender como estes conceitos permeiam o filme e tensioná-los através da abordagem produzida por Albert Camus dos conceitos trabalhados. Provocar a reflexão principalmente sobre a questão do suicídio.



OLD BOY (KOR, 2003). Direção: Park Chan-wook.
Temas abordados: Absurdo e liberdade.
Pauta: Compreender como estes conceitos permeiam o filme e tensioná-los através da abordagem produzida Jean Paul Sartre. Provocar reflexão sobre a liberdade e os diversos tipos de amor.



TROPA DE ELITE 2 (BRA, 2010). Direção: José Padilha
Temas abordados: Estruturas de poder e violência.
Pauta: Promover uma discussão sobre as concepções de poder presentes no pensamento de Jürgen Habermas, Hannah Arendt e Michel Foucault. Os participantes serão instigados a refletir sobre a atual situação política de nosso país a partir de alguma dessas concepções.



UMA OUTRA HISTÓRIA AMERICANA (EUA, 1998), Direção: Tony Kaye
Temas abordados: Estruturas de poder e violência.
Pauta: Promover uma discussão sobre as concepções de poder presentes no pensamento de Jürgen Habermas, Hannah Arendt e Michel Foucault. Os participantes serão instigados a refletir questões relacionadas ao fascismo, nazismo e totalitarismo.



CAPITÃO FANTÁSTICO (EUA 2016). Direção: Matt Ross.
Temas abordados: Desobediência civil e autossuficiência.
Pauta: Compreender como Henry David Thoureau se apropriava destes conceitos em sua vida cotidiana e refletir a respeito das reais possibilidades de seus usos nos dias de hoje.


Ministrante: Rafael Alves de Oliveira
Professor de Filosofia e mestrando em Filosofia pela UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul). Editor do blog "Cinesofia" que aborda o Cinema e a Filosofia fazendo conexões e leituras interligando temas diversos como ética, violência, cultura, quadrinhos e video game.



Curso
GRANDES TEMAS DA FILOSOFIA NO CINEMA
2ª edição
de Rafael Alves de Oliveira

Datas: 11 e 12 de Agosto (sábado e domingo)

Horário: 14h às 17h

Duração: 2 encontros presenciais (6 horas / aula)

Local: Cinemateca Capitólio Petrobras

Investimento: R$ 95,00
* Desconto para pagamento por depósito bancário:
a) R$ 80,00 (primeiras 10 inscrições)
b) R$ 90,00 (demais inscrições)

Formas de pagamento: Depósito ou transferência bancária / Cartão de crédito (PagSeguro)

Material: Certificado de participação e Apostila

Informações
cineum@cineum.com.br  /  Fone: (51) 99320-2714

Realização
Cine UM Produtora Cultural

Patrocínio
Apoio
Cinemateca Capitólio Petrobras

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sexta-feira, 27 de julho de 2018

Cine Especial: Storytelling: Os Fundamentos da Narrativa: FINAL


Nos dias 28 e 29 de Julho eu estarei na Cinemateca Capitólio de Porto Alegre, participando do curso Storytelling: Os Fundamentos da Narrativa, criado pelo Cine Um e ministrado pelo roteirista Cris Derois. Enquanto os dias da atividade não chegam destaco aqui os principais filmes que serão analisados durante a atividade e sobre o que eles tem em comum um com o outro.   



APOCALYPSE NOW (1979)



Sinopse: Capitão (Martin Sheen) tem a missão de encontrar e matar coronel (Marlon Brando), que aparentemente enlouqueceu e se refugiou nas selvas do Camboja, onde comanda um exército de fanáticos.



O projeto de Apocalypse Now teve início quando os Estados Unidos ainda estavam envolvidos na Guerra do Vietnã. Seria a primeira produção da American Zoetrope, empresa criada por Francis Ford Coppola e George Lucas, em 1969. Lucas queria dirigir o roteiro, escrito por John Milius, (que faria mais tarde Conan: O Bárbaro), Coppola como produtor, tentou levantar dinheiro, mas nenhum estúdio quis apostar em um filme sobre uma guerra impopular e ainda arriscar a vida de técnicos a atores em uma zona de guerra. Anos mais tarde, embalado com o sucesso de Poderoso Chefão, 1 e 2, Coppola retornou ao projeto. 
Lucas já havia começado a fazer Guerra nas Estrelas, e Coppola assumiu a direção e a produção. Mesmo com a retirada das tropas americanas, em 1973, e o fim da guerra, dois anos depois, o Exército americano não deu apoio á produção. Em fevereiro de 1976, Coppola começou a filmar nas Filipinas, onde a geografia é semelhante á do Vietnã e as Forças Armadas tinham equipamentos iguais aos usados na guerra. Sua intenção era rodar o filme nas mesmas condições em que a história é contada.
Ou seja, equipe, elenco teriam de enfrentar a selva. Por pouco não entra também na luta armada. O governo Filipino combatia uma guerrilha comunista no sul do país. Houve ocasiões em que as batalhas reais ocorreram a menos de 20 km dos locais de filmagem. Por vezes, pilotos e aeronaves tinham de combater a guerrilha e abandonavam o trabalho.
Com a frequente troca de pilotos, as cenas tinham de ser ensaiadas várias vezes. E esses não foram os únicos problemas. Logo nos primeiros dias de filmagens um dos atores principais foi substituído. Escolhido depois Steve McQueen, Al Pacino e Jack Nicholson recusaram o papel, Harvey Keitel faria o capitão Willard, mas voltou para casa após duas semanas de filmagem. As razões nunca foram explicadas.
Dizem que Coppola não gostou do desempenho de Keitel. Martin Sheen foi então escolhido. Aos 36 anos e fumando cerca de três maços de cigarro por dia, Sheen se considerava fora de forma, mas não viu problemas em enfrentar as 16 semanas previstas de filmagem na selva que seriam 34 no total. Não bastasse o calor da selva, atores e técnicos ainda sofriam com um roteiro constantemente reescrito por Coppola. 
Para completar, em meados de maio, um tufão Olga atingiu as Filipinas, causando mais de 200 mortes entre a população e destruindo os cenários. Os trabalhos foram suspensos por dois meses. A imprensa, que já vinha noticiando os problemas da produção, chamava o filme de Apocalipse When (Apocalipse Quando) e Apocalipse Forever (Apocalipse para sempre). Segundo o diretor, a verdadeira razão para a má vontade dos jornalistas era o tema abordado.
No entanto, as complicações existiam de fato e eram muitas. Com orçamento e cronograma estourados, Coppola ainda queria mudar o fim da história-Wilard e Kurtz lutando juntos numa batalha contra os vietcongues que, segundo o diretor, não resolvia as questões morais propostas pelo filme. Porém, para reescrever o final, seria preciso adiar ainda mais a participação de Marlon Brando, que ameaçava abandonar a produção sem devolver o milhão de dólares que receberá adiantado. Nicholson, Pacino e Robert Redford foram cogitados, mas o papel não mudou de mãos. Em março de 1977, Martin Sheen sofreu um infarto agudo.
Chegou a receber a extrema-unção. Para não interromper as gravações, Coppola chamou Joe Estevez, Irmão de Sheen e também ator. Filmado de costas, em planos abertos, ele gravou uma parte da narração. Em meados de abril, Martin voltou para filmar seus closes. Quando Brando chegou, o roteiro ainda não estava definido, o ator não havia lido a novela que inspirou o roteiro de Milius-Coração das Trevas, de Joseph Conrad-e ao contrário do que prometerá, não tinha perdido peso. Coppola e o diretor de fotografia, Vitorio Storaro, decidiram filmar Brando na penumbra, e muitas cenas foram rodadas com monólogos improvisados.
Ao fim de 238 dias, produziram-se mais de 200 horas de filme, que ocuparam quatro editores por quase dois anos. Em 1979, Apocalypse Now foi exibido no Festival de Cannes ainda como um trabalho em andamento. Mesmo assim, levou a Palma de Ouro, prêmio dividido com Tambor (De Blechtrommel) de Volker Schlondorff. Com um orçamento estimado de 31 milhões e meio de dólares, o filme arrecadou mais de 150 milhões. Em 2001, foi lançado a versão Redux. Com 49 minutos a mais, traz cenas inéditas do tenente-coronel Kilgore (Robert Duvall), uma nova sequência com as coelhinhas da Playboy e o encontro com uma família de fazendeiros de borracha franceses, que combate os nacionalistas vietnamitas há gerações. 
Só toda está história de como foi desenvolvido esse filme daria para fazer outro filme, mas Coppola fez todos os sacrifícios para o seu projeto seguir a diante, e chegou lá. O filme até hoje se encontra sempre nas listas dos melhores filmes de guerra e nos melhores filmes de todos os tempos. Apocalypse Now é uma prova para se fazer uma obra prima do cinema exigisse bastante esforço e empenho, quem dera que essas gerações novas de diretores cumprissem a mesma coisa, talvez eles temam o seu próprio Apocalipse.
  
Leia também partes 1 e 2.
Saiba mais sobre o curso clicando aqui.


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