Batman e Arlequina
Pancadas e Risadas
Sinopse: Batman e Asa
Noturna unem forças com Arlequina para rastrear Hera venenosa e impedir uma
ameaça global.
Criado por Bruce Timm,
Batman: a série animada lançada no início dos anos noventa é considerada para
muito (eu incluso) como a melhor adaptação do universo do homem morcego fora
das HQ. Além de manter um teor sombrio e retrô, a série tinha um trabalho cuidadoso
na elaboração dos vilões, onde às vezes até mesmo eclipsavam a imagem do
protagonista. Mas ninguém em sã consciência imaginava que uma mera coadjuvante
criada especialmente para o desenho acabaria ganhando uma enorme legião de fãs
e essa era ninguém menos que Arlequina.
Surgida a partir do episódio
22, Arlequina foi ganhando mais espaço ao longo do tempo. De uma mera ajudante
do vilão Coringa, ela foi ganhando mais profundidade e fazendo de sua obsessão
pelo palhaço do crime algo para ser analisado de perto. Com o tempo ela ganhou
episódio próprio e até mesmo tendo sua origem contada na já clássica HQ Amor
Louco que foi recentemente publicado pela editora Panini.
Com o sucesso de sua própria
HQ, além de sua marcante participação no filme Esquadrão Suicida (interpretada
por Margot Robbie), não demoraria muito para Warner explorar ainda mais a sua
querida e amalucada palhaça. Eis que os produtores decidiram chamar Bruce Timm
da série clássica e criar uma simples trama com todas as características e traços
daquele desenho. O resultado final talvez venha desapontar aqueles que esperam
uma trama de primeiro mundo, mas o longa animado não é para se levar a sério em
nenhum momento, mas sim se divertir com as estripulias da personagem.
A trama é a típica história
de salvar o mundo, onde Batman e Asa Noturna precisam pedir ajuda Arlequina,
para localizar Era Venenosa e um velho inimigo do Monstro do Pântano para
impedir uma grande catástrofe. É claro que convencer a sociopata palhaça não é
das tarefas mais fáceis e cabe e o ex menino prodígio encarar essa missão. É aí
que acontece um dos momentos mais inesperados da animação, onde vemos Arlequina
saciar a sua seca carnal num Asa Noturna amarrado na cama.
Após o momento
hilário ao estilo “Instinto Selvagem”, o trio parte pelas ruas da cidade em
busca dos seus inimigos. Se a trama não é lá essas coisas, vale mais para ouvir
as tiradas da Arlequina, com direito de ela nunca parar de falar, cantar numa
boate de vilões e soltar inúmeros gases dentro do Batmóvel. Se isso não é o
suficiente para ser engraçado, aguardem para ver o final mais sem noção dessa
animação, mas que se torna hilário graças a uma piada da personagem que vem na hora
certa.
Batman e Arlequina Pancadas e Risadas não é
nenhuma obra prima, mas sim pura diversão e um deleite para os fãs da louca
palhacinha.
Colossal
Sinopse: Glória (Anne
Hathaway) é uma mulher comum que depois de perder o emprego e terminar o seu
relacionamento é forçada a deixar sua vida em Nova York e voltar para sua
cidade natal. Quando surgem relatos noticiosos de que uma criatura gigante está
destruindo Seul, na Coréia, Glória gradualmente percebe que possui uma ligação
com esse fenômeno. Na medida em que os acontecimentos na Coréia saem do
controle, Glória percebe a razão pela qual sua existência aparentemente
insignificante tem um efeito colossal e impactará o destino do mundo.
Colossal, escrito e
dirigido pelo cineasta espanhol Nacho Vigalondo é um filme bastante engenhoso, do
qual se sustenta a todo o momento para contar uma história sobre as decepções da
protagonista em crise. Protagonizado pela talentosa Anne Hathaway, o filme soa
a todo momento de uma forma estranha, principalmente quando percebemos que o
monstro que aparece na Coreia serve apenas como pano de fundo. O longa é
moldado para sermos os sentidos da personagem principal e assim cumpre seu dever
com eficiência em certos momentos, mesmo com inúmeras cenas pouco significativas
para mostrar a falta de expectativa da personagem de Hathaway. As pessoas que a
cercam nessa estranha situação, que parece bastante com algum conto perdido de escritores
de ficção, também tendem ao peculiar e algumas com papel importante no desfecho
e encerramento da trama.
Após um primeiro arco
que começa um tanto que devagar, a continuidade dessa trama rumo a um universo
estranho possui bons momentos, mas que nunca chegam à conclusão que
correspondem a expectativa. O desequilíbrio psicológico toma conta dos
protagonistas, onde somos testemunhas de suas fraquezas errôneas e inconsequentes.
Tudo isso é contornado por um desfecho em que a força feminina apresentada
pelas ações heroicas e de liberdade da protagonista acabam falando mais alto.
Essa ficção moldada com um teor psicológico é um titulo deveras original, mas
que poderia ter ido mais longe do que se imagina.
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