Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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Brasil, Taiwan, Argentina, Alemanha/ 2024/ Drama/97 min
Direção: Nele Wohlatz
Sinopse: Distantes de suas terras natais, e alheios à cultura recifense, Xiao Xin, Fu Ang e Kai subvertem a lógica do turista desejando acumular experiências ou somar destinos em sua lista pessoal. Eles operam na lógica da subtração. Assim, caminham sempre, porém sem rumo definido.
Elenco:
Brasil, Taiwan, Argentina, Alemanha 2024 Ficção cor 97 min.
SONHAR COM OS LEÕES
Brasil/Drama/ 2024/88min.
Direção: Paolo Marinou-Blanco
Sinopse: “Sonhar com Leões” é uma tragicomédia surreal sobre a eutanásia. Gilda, uma imigrante brasileira vivendo em Lisboa, chegou ao fim da linha.
Elenco: Denise Fraga, João Nunes Monteiro, Joana Ribeiro, Victoria Guerra.
O ÚLTIMO AZUL
Brasil/ Drama/ 2024/
Direção: Gabriel mascaro
Sinopse: Tereza tem 77 anos, reside em uma cidade industrializada na Amazônia e recebe um chamado oficial do governo para residir numa colônia habitacional compulsória onde idosos devem "desfrutar" de seus últimos anos, permitindo que a juventude produza sem se preocupar com os mais velhos. Antes do exílio forçado, Tereza embarca numa jornada pelos rios e afluentes para realizar um último desejo que pode mudar seu rumo para sempre.
HORÁRIOS DE 18 a 24 DE SETEMBRO(não há sessões nas segundas-feiras):
15h: SONHAR COM OS LEÕES
17h: O ÚLTIMO AZUL
19h: DORMIR DE OLHOS ABERTOS
Ingressos: Os ingressos podem ser adquiridos a R$ 14,00 na bilheteria do CineBancários. Idosos (as), estudantes, bancários (as), jornalistas sindicalizados (as), portadores de ID Jovem e pessoas com deficiência pagam R$ 7,00. São aceitos PIX, cartões nas bandeiras Banricompras, Visa, MasterCard e Elo. Na quinta-feira, a meia-entrada é para todos e todas. EM TODAS AS QUINTAS TEMOS A PROMOÇÃO QUE REDUZ O VALOR DO INGRESSO PARA TODOS E EM TODAS AS SESSÕES PARA R$ 7,00.
Sinopse: Após 20 anos longe, Odisseu é lançado às margens de Ítaca. O rei descobre que mudou muito desde que partiu para lutar. Não sendo mais o poderoso guerreiro que seu povo lembra, Odisseu deve enfrentar seu passado para salvar sua família.
"Odisseia" de Homero é tido para os estudiosos como uma das melhores e mais importantes obras literárias da história. Portanto, no decorrer das décadas, foi muito difícil transpor para as telas do cinema uma adaptação digna de nota e o que faz a tarefa de Christopher Nolan para a sua aguardada versão ser praticamente ingrata. Mas enquanto ela não chega temos "O Retorno" (2024) versão mais intimista e humana do conto literário e que merece ser conferido.
Dirigido por Uberto Pasolini, a trama conta a história de Odisseu (Ralph Fiennes) que após vinte anos afastado devido às diversas batalhas decide voltar para Ítaca. Abatido após a Guerra de Tróia e duas décadas guerreando longe de casa, ele encontra um reino em desordem e em uma disputa sangrenta pelo trono. Sua esposa Penélope (Juliette Binoche) aguarda pelo seu retorno, mas é quase sempre persuadida a escolher um pretendente que deseja tomar o poder e seu filho Telêmaco (Charlie Plummer) enfrenta ameaças de morte o tempo todo.
O primeiro contato que eu tive sobre "Odisseia" foi no desenho clássico "DuckTales", onde os personagens centrais viajaram ao passado e deram de encontro com Odisseu. Ali já se podia ver os mais diversos obstáculos que o protagonista deveria enfrentar, desde um ciclope como também sereias demoníacas. Claro que hoje em dia com os recursos de ponta que existem é praticamente garantido adaptar fielmente essas passagens do livro que antes era praticamente impossível.
Porém, Uberto Pasolini vai para um caminho inverso, ao mostrar Odisseu já tendo enfrentado inúmeros obstáculos em seu passado para então finalmente chegar a sua terra. Por conta disso vemos um protagonista ferido, cheio de cicatrizes, mas que muitas delas são emocionais e das quais podemos ver em seu olhar que quase se desprende da lucidez. Curiosamente, o personagem me fez lembrar de outro clássico literário, "O Coração das Trevas", onde a encruzilhada de um homem pode transformá-lo como um todo, mas o levando para um caminho sombrio.
Mesmo com os seus mais de sessenta anos Ralph Fiennes surpreende com um físico digno de nota, onde o seu corpo remete aos heróis clássicos da mitologia grega e sendo um intérprete digno de nota para incorporar um personagem como Odisseu. Sua atuação tanto funciona quando nos transmite as suas motivações que o fizeram ser o que era, como também nas lutas físicas que exige total preparo físico e competência. Já adianto que a clássica passagem do protagonista com o seu arco e flecha se torna o momento em que o intérprete se entrega de corpo e alma ao personagem.
Juliette Binoche, novamente, nos brinda com uma ótima atuação, ao interpretar uma mulher firme no que sente pelo marido e não sendo uma presa fácil para os homens daquele reino que anseiam pelo poder. Curiosamente, tanto ela como Ralph Fiennes já havia trabalhado há vários anos no clássico "O Paciente Inglês" (1996) e aqui novamente repetem a parceria e demonstrando total sintonia de ambos em cena. Já Charlie Plummer até que não faz feio ao interpretar Telemachus, mas sofrendo da sombra de Ralph Fiennes quando contracenam juntos.
Com belas locações naturais, além de uma fotografia digna de nota, o filme funciona muito bem com um épico mais pé no chão, mas cuja atuações do seu elenco faz com que o longa se eleve na medida que o tempo avança. Infelizmente existe a grande possibilidade de o filme ser esquecido no decorrer do tempo quando for lançado o épico multimilionário de Christopher Nolan. Porém, somente o tempo dirá o que realmente acontecerá nos próximos meses.
"O Retorno" é uma adaptação eficaz de uma das passagens mais importantes da "Odisseia", sendo muito mais humana e menos fantasiosa.
Na sexta-feira, 19 de setembro, às 19h, a Cinemateca Capitólio e a distribuidora Zeta Filmes apresentam uma sessão especial de Deuses da Peste, comentada pela dupla que assina a direção, Gabriela Luiza e Tiago Mata Machado. A mediação será feita pela programadora e pesquisadora Juliana Costa. Deuses da Peste foi o grande vencedor da competição Olhos Livres da 28ª Mostra de Cinema de Tiradentes. O valor do ingresso é R$ 16,00.
No dia 20 de setembro, sábado, às 18h00, a AAMICCA, com o apoio da Cinemateca Capitólio, promove mais uma Sessão AAMICCA, exibindo o filme Noite (Gilberto Loureiro, 1985), em cópia restaurada, na comemoração dos seus 40 anos. Após a sessão, teremos um bate-papo com a professora Dra. Maria da Glória Bordini, especialista na obra de Erico Verissimo, e o jornalista cultural e crítico de cinema Roger Lerina. A mediação ficará a cargo de Pedro Guindani, da AAMICCA. Entrada franca.
Entre os dias 21 de setembro e 10 de outubro, a Cinemateca Capitólio apresenta a mostra Alucinação dos Mapas, com dezoito filmes produzidos em países como Taiwan, Marrocos, Brasil, Estados Unidos, Níger e Espanha, realizados entre as décadas de 1950 e 2020.
Na abertura, em 21 de setembro, serão exibidos os filmes O Retorno do Aventureiro, de Moustapha Alassane; Os Príncipes Negros de Saint-Germain-des-Prés, de Ben Diogaye Beye; e O Desprezo, de Jean-Luc Godard.
Sinopse: Na segunda temporada, Wandinha volta às aulas na Nunca Mais, com uma nova leva de desgostos: no novo ano escolar, ela precisa lidar com um novo diretor, uma perseguidora e problemas com os seus poderes.
Tim Burton nasceu para adaptar "A Família Addams", sendo que até hoje nunca entendi como ele não conseguiu a vaga como diretor nas adaptações feitas no início dos anos noventa. Porém, antes tarde do que nunca, já que como produtor e diretor de alguns episódios, a série "Wandinha" (2022) logo se tornou o maior sucesso da história da Netflix e muito se deve a sua genialidade alinhada com excentricidade. Eis então que chegamos a "Wandinha: 2ª Temporada" (2025) ano que não é somente superior ao primeiro, como também explora ainda mais esse universo sombrio protagonizado pela nossa pequena ovelha negra.
Na trama, Wandinha (Jenna Ortega) retorna à escola Nunca Mais após os eventos do ano anterior. Porém, começa a ter visões da morte de Enid (Emma Myers) e faz de tudo para evitar a morte da melhor amiga. Além disso, Tyler (Hunter Doohan) ainda pode ser uma ameaça, além de uma figura misteriosa que surge e possui uma forte ligação com os Addams.
Olhando para trás se sente que Tim Burton talvez não tenha tido total liberdade criativa para a realização da primeira temporada. Porém, devido ao enorme sucesso, o realizador obteve carta branca para acrescentar o seu lado mais autoral e que todo fã que se preze irá adorar. Está tudo lá, desde ao acrescentar uma animação em stop motion, como também inserir homenagens mais do que notórias de clássicos como "Frankenstein" (1931).
Outro fator que contribui para que esse segundo ano tenha se tornado melhor é o fato de a trama principal obter maior destaque e fazendo com que as histórias secundárias se tornassem quase irrelevantes. Nada contra elas, mas a subtrama envolvendo Bianca (Joy Sunday) com a sua mãe não engrena e somente essa sensação é amenizada graças a presença de Steve Buscemi ao interpretar o novo diretor da escola. Quando essas subtramas não surgem é então que Wandinha comanda o espetáculo, ou mais precisamente Jenna Ortega.
Vinda de diversas séries de tv, além de alguns filmes de sucesso como "Pânico" (2022), Ortega se entregou de tal forma para a personagem que fica agora difícil imaginarmos outra atriz com tamanha dedicação. Contudo, é preciso reconhecer que o seu desempenho melhora ainda mais com os demais personagens em cena, principalmente com a Loba Enid, vivida com intensidade pela atriz Emma Myers e se tornando uma espécie de cara metade colorida da protagonista. Ambas juntas em cena se tornam o coração da série, sendo que o episódio em que elas trocam de corpos revela ainda mais o grande potencial de ambas as atrizes.
Curiosamente, é até mesmo surpreendente que surja a possibilidade de novos talentos que possam se equiparar a dupla central da trama, mas é exatamente isso que aconteceu. Agnes de Mille, vivida pela jovem atriz Evie Templeton, é uma espécie de representação do que é os seguidores mais fanáticos que a série acabou obtendo, mas brilhando e tendo personalidade própria a partir do momento em que ela começa a se tornar ela mesma. Portanto, a cena em que ela dança com Enid, embalado com a mais nova música de Lady Gaga, se torna uma redenção da personagem muito bem-vinda e fazendo com que a gente torça pelo seu retorno na já anunciada terceira temporada.
Diferente do primeiro ano, esse segundo deixa mais pontas soltas para serem exploradas no ano seguinte, principalmente com relação ao destino de alguns personagens que se encontram agora indefinidos. Isso é o suficiente para que os fãs criem diversas teorias, mas que servem como combustível para que o status da série não diminua no decorrer do tempo. Resta saber se o terceiro ano terá a proeza de manter todo esse sucesso.
Entre alguns erros e vários acertos, "Wandinha: 2ª Temporada" expande ainda mais o universo dos Addams, nos brindando com ótimas atuações da maioria do elenco e destacando ainda mais o lado autoral do mestre Tim Burton.
De 15 a 19 de setembro, a Sala Redenção apresenta a mostra “Lanceiros Negros”, série de sessões especiais em homenagem a artistas e pensadores pretos. O título faz referência aos soldados negros da chamada Revolta Farroupilha (1835-1845), ou Guerra dos Farrapos, símbolos de força e resistência.
A programação apresenta um percurso pelas trajetórias de personalidades como Martin Luther King Jr., Odilon Lopez, Ava Duvernay e Lázaro Ramos, que romperam com o silenciamento histórico e se tornaram referências ao provocar as formas hegemônicas de narrar o mundo por meio do cinema. Sua presença nas telas convoca memórias, corpos e vozes negras para ocupar o centro das narrativas.
Destaque para o documentário “Otelo, O Grande” (2023), que retrata a vida de um dos maiores artistas do Brasil, que fez frente ao racismo com talento, humor e inteligência; e “Aleluia, o canto infinito do Tincoã” (2017), cuja sessão, parte da programação do Unimúsica 2025, é seguida de bate-papo com Mateus Aleluia e a diretora do filme, Tenille Bezerra.
A mostra conta com sessões em homenagem a artistas contemporâneos do cinema, como o diretor e roteirista Ryan Coogler, à frente da franquia “Pantera Negra”; o cineasta Spike Lee, considerado um dos grandes nome de sua geração; e a atriz Viola Davis, primeira mulher negra a conquistar o título “Egot” – acrônimo em referência aos quatro principais prêmios do entretenimento estadunidense: Emmy, Grammy, Oscar e Tony.
Também são homenageados Ruth de Souza, primeira artista brasileira indicada a um prêmio de melhor atriz em um festival internacional de cinema, o Festival de Veneza, por seu trabalho no filme Sinhá Moça (1954); Zezé Motta, intérprete de mais 100 personagens em seis décadas de carreira na televisão, no cinema e no teatro; e Milton Gonçalves, premiado ator conhecido por seus papéis em “Eles não usam black-tie” (1981), “O que é isso, companheiro?” (1997) e “Carandiru” (2003).
A entrada é gratuita e aberta ao público em geral. A Sala Redenção está localizada no campus centro da UFRGS, com acesso mais próximo pela Rua Eng. Luiz Englert, 333. Confira a programação completa da sala no site oficial clicandoaqui.
O próximo encontro será em 16.09.2025 das 19h30min às 20h30min, vamos discutir o filme Uma Bela Vida (2025) do diretor Costa-Gavras: Le Dernier Souffle (tradução livre "O último suspiro").
Sobre o Filme: Costa-Gavras sempre foi um diretor ferrenho ao realizar longas que exploram as questões políticas e como elas se movem com relação ao sistema que os domina. Atualmente, por exemplo, existe uma população cada vez maior de idosos e fazendo muitos se perguntarem qual seria o melhor destino para eles enquanto o tempo e o dinheiro nunca dormem. "Uma Bela Vida" (2025) nos mostra a força de vontade de uns para que pessoas em seus momentos finais de vida sejam mais dignos enquanto outros tentam compreender essa realidade sem ter medo do inevitável fim.
Confira a minha crítica já publicada clicando aquie participe do próximo Cine Debate.
O início dos anos noventa foi crucial para que os efeitos visuais feitos por computador dessem o seu passo à frente. A Industrial Light & Magic, por exemplo, começou aquela década surpreendendo com "O Exterminador do Futuro 2" (1991) e mudando para sempre a indústria quando trouxe os dinossauros para as telas de uma forma realista em "Parque dos Dinossauros" (1993). Porém, um pequeno estúdio mudaria o mercado das animações, ou seja, o estúdio Pixar.
Pixar Animation Studios é um estúdio americano de animação por computador com sede em Emeryville, Califórnia, uma subsidiária da Disney Studios Content de propriedade da The Walt Disney Company. A Pixar começou em 1986 como parte da divisão de computadores Lucasfilm, conhecida como Graphics Group, antes de sua cisão como uma corporação em 3 de fevereiro de 1986, com financiamento do cofundador da Apple, Steve Jobs, que se tornou seu acionista majoritário.
No decorrer dos anos oitenta o estúdio foi lançado curtas experimentais em que os desenhos eram feitos pelos primeiros recursos de computação gráfica. "Luxo Jr" (1986) era um simples curta mostrando a relação de uma luminária com uma pequena e suas interações com uma pequena bola. O curta foi o suficiente para que os técnicos do estúdio pensassem mais para frente e abrissem a possibilidade de lançar um primeiro longa de animação em computador da história. Isso levou quase dez anos para acontecer com o lançamento de "Toy Story" (1995).
O filme foi dirigido pelo estreante John Lasseter, que na época foi um dos fundadores da Pixar e que supervisionava os primeiros curtas metragens. O longa conta a história de Andy que vive brincando com os seus brinquedos, em especial com o Cowboy Woody, dublado pelo ator Tom Hanks. Certo dia, porém, Andy ganha de aniversário o boneco Buzz Lightyear, dublado por Tim Allen, e fazendo despertar ciúmes de Woody. Porém, da rivalidade surge amizade entre os dois, principalmente quando precisam unir forças para retornarem para casa de Andy após se perderem devido aos diversos eventos no decorrer da trama.
Mesmo já se passando três décadas, o filme ainda impressiona pelo seu visual rico em detalhes, desde as sombras como os reflexos dos personagens muito bem trabalhados e detalhados. É claro que algumas coisas envelheceram mal, como no caso dos movimentos dos personagens humanos como de Andy, mas isso acaba se tornando um mero detalhe que acaba passando despercebido. Embora revolucionário visualmente, o que nos chama atenção é pela sua rica história sobre amizade e como o filme desperta uma grande nostalgia com relação a nossa infância.
Assistir a "Toy Story" é como abrir uma máquina do tempo para mim, em uma época da qual não tinha que me preocupar com nada, a não ser brincar no meu quarto e soltar a minha imaginação ao máximo. A cena dos soldados de plástico, por exemplo, remete aos meus tempos em que brincava despreocupado com os meus bonequinhos do meio da sala e criava diversas histórias de acordo com que surgia na minha imaginação. O maior trunfo, portanto, do estúdio foi ter criado um longa em que todas as crianças e até mesmo os adultos se identificavam e fazendo com que até mesmo a revolução da animação ficasse em segundo plano.
Os personagens principais são o coração do filme, principalmente a dupla central Woody e Buzz. Tom Hanks e Tim Allen se entregaram por completo ao dar as vozes para os protagonistas, sendo que hoje fica até mesmo difícil de imaginar outras vocês que fizesse com que esses personagens se tornassem tão carismáticos e queridos pelo público. Vale destacar também a ótima dublagem brasileira, da qual Woody foi dublado pelo já falecido Alexandre Lippiani, enquanto Buzz foi dublado por Guilherme Briggs e sendo apontado desde então como um dos melhores dubladores do nosso país.
Outro charme do filme está nas passagens da trama em que remete alguns clássicos do cinema, como no caso do já citado "Parque dos Dinossauros, como também "Star Wars" (1977), "Os Caçadores da Arca Perdida" (1981) e "O Vingador do Futuro" (1990). Curiosamente, é interessante observar que o longa contém os mesmos elementos de até mesmo um filme de terror, devido a passagem da dupla central na casa do menino malvado Sid e cujo seus brinquedos se tornaram visualmente peculiares devido aos maus tratos causados pelo dono. Essa passagem, por exemplo, para aqueles que gostam de filmes de horror clássico, acaba se tornando um deleite para dizer o mínimo.
Com um ato final cheio de aventura e emoção, o filme acabou ganhando críticas bastante positivas para época, atraindo um grande público e se tornando um enorme sucesso. O filme deu até mesmo origem a uma franquia, sendo que acabou obtendo quatro continuações, curtas e séries de tv. Na noite do Oscar de 1996 John Lasseter recebeu o Óscar de Contribuição Especial, além de três indicações ao Óscar de 1996, duas para Randy Newman por Melhor Canção Original ("You've Got a Friend in Me") e Melhor Trilha Sonora em Comédia e Melhor Roteiro Original pelo trabalho de Joel Cohen, Pete Docter, John Lasseter, Joe Ranft, Alec Sokolow, Andrew Stanton e Joss Whedon, tornando-o o primeiro filme animado a ser nomeado nesta categoria.
Não é preciso ser gênio que após todo esse sucesso vários estúdios quiseram repetir o mesmo feito ao lançarem longas de animação em computação gráfica. Porém, esse recurso se torna vazio quando não cria uma boa história e é exatamente isso que o estúdio Pixar sempre colocou em primeiro lugar, ao criar uma trama caprichada, humana e da qual qualquer um se identifica mesmo com todos os elementos fantásticos vistos na tela. Pode-se dizer que atualmente o estúdio não está no mesmo patamar do passado, mas o seu legado continua irretocável.
"Toy Story" é um marco da história do cinema e mudando o mercado de animações de uma forma jamais vista.