Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte.
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Sinopse: Novo capítulo da franquia Jurassic World, Jurassic World: Recomeço acompanha uma equipe intrépida em uma missão para obter amostras de DNA das três criaturas mais colossais da terra, mar e ar.
Stella: Vítima e Culpada
Sinopse: Stella é uma jovem judia alemã que cresce em Berlim durante o regime nazista. Apesar da repressão no país, ela sonha em ser cantora de jazz. A vida da garota se transforma em uma tragédia quando, em fevereiro de 1943, ela é forçada a se esconder com os pais. Porém, após ser capturada e torturada pela Gestapo, Stella aceita uma condição para evitar que ela e a família sejam mandados para o campo de concentração de Auschwitz: trair e deletar outros judeus.
Em comemoração aos 100 anos da estreia de Em Busca do Ouro (The Gold Rush), a Cinemateca Capitólio e a distribuidora Filmes do Estação exibem a obra-prima de Charles Chaplin em cópia restaurada em 4K, no sábado, 05 de julho, às 19h. O valor do ingresso é R$ 16,00.
Na sexta-feira, 4 de julho, às 19h30, a Cinemateca Capitólio apresenta uma edição do Projeto Raros com um marco do cinema noir argentino: Se Eu Morrer Antes de Acordar, de Carlos Hugo Christensen. Com entrada franca, a sessão será apresentada pelo crítico Carlos Thomaz Albornoz.
A partir de quinta-feira, 3 de julho, a Cinemateca Capitólio apresenta sessões gratuitas dos filmes finalistas das categorias Longa-Metragem Ficção, Longa-Metragem Comédia e Longa-Metragem Documentário do Prêmio Grande Otelo 2025.
O universo expandido da franquia Star Wars se torna muito difícil de acompanhar mesmo eu sendo um fã, pois sempre optei mais em acompanhar os filmes para o cinema. Porém, com advento do Dsney+, e devido a fome de riqueza da casa do Mickey Mouse, era inevitável que surgissem mais filmes e séries ao longo desses últimos anos e explorando cada vez mais aventuras de uma galáxia distante. Desses derivados, surge do nada a série “Ahsoka” (2023), cuja personagem central havia surgido lá atrás nas séries de desenhos animados das Guerras Clónicas e que aqui ganha o papel de grande protagonista.
Interpretada por Rosario Dawson, Ansoka surgiu em carne e osso pela primeira vez em "O Mandaloriano", mas sendo o suficiente para os fãs salivarem em ver a sua jedi preferida em uma série somente sua. O pedido foi atendido e o estúdio lança essa série carregada da mitologia do universo criado por George Lucas, mas cujas diversas informações acabam confundindo o marinho de primeira viagem. A série está longe de ser ruim, sendo que ela chega a ser até tão boa quanto a última temporada de "O Mandaloriano".
Porém, pelo fato da protagonista e os demais personagens já tenham sido apresentados em outras mídias a gente demora um pouco para assimilar diversas informações que vão sendo lançadas na nossa frente, além de claro tentar compreender as motivações dos respectivos personagens. Ficamos nos perguntando, por exemplo, o conflito pessoal envolvendo Ahsoka e sua aprendiz Sabine e que, curiosamente, é tanto uma Jedi como uma Mandaloriana.
Claro que isso é tudo uma forma de manter fiel os fãs já antigos da franquia, mas ao mesmo tempo de atrair uma nova leva, mesmo quando a mesma irá demorar para assimilar tantas informações. Porém, separando essa observação, a série é um colírio para os olhos, cujo efeitos visuais que moldam a ação não deve nada para uma superprodução para o cinema e cujo algumas cenas são realmente fantásticas. Pode-se dizer que a cena das baleias alienígenas voadoras irá facilmente entrar entre os melhores momentos de toda a franquia dos últimos anos e quem assistiu sabe do que eu estou falando.
Com a participação mais do que especial Hayden Christensen, "Ahsoka" expande o universo Star Wars para uma nova fronteira, mesmo trazendo consigo diversas informações que podem assustar determinados padawans iniciantes.
"Star Wars: Skeleton Crew"
Nas mãos na Disney o universo expandido de Star Wars alcançou novas esferas e atraindo até mesmo pessoas que nunca haviam dado bola para essa fantasia fantástica criado por George Lucas. Porém, se houve acertos como "O Mandaloriano", por outro lado, a série "The Acolyte" dividiu a opinião do público e da crítica. "Star Wars: Skeleton Crew" (2024), por outro lado, é uma série despretensiosa e que nasceu somente para entreter o público mais jovem na medida certa.
A trama segue quatro jovens que, após se perderem na galáxia, embarcam em uma jornada perigosa e emocionante para encontrar o caminho de volta para casa. Nessa jornada, eles enfrentam desafios e descobrem segredos ocultos do universo, enquanto aprendem a confiar uns nos outros e a superar suas próprias limitações. No meio do caminho, o pirata espacial Jod (Jude Law) que decide ajudar o jovens, mas tendo desejos ocultos que serão revelados aos poucos na história.
Quando a primeira trilogia de "Star Wars" foi lançada o cinema vivia uma nova fase com relação aos longas de aventura, onde em alguns casos haviam crianças como protagonistas e sempre se metendo em altas aventuras. "Os Goonies" (1985) é um ótimo exemplo a ser lembrado e acredito eu que os realizadores de "Star Wars: Skeleton Crew" tenham crescido assistindo a esses filmes e servindo de base para a criação da série. Você pode não ter nenhum conhecimento prévio do universo expandido de "Star War" que irá compreender e se identificar com os personagens centrais da história.
Com ótimos efeitos visuais, a série é leve, descontraída, com ótimas cenas de ação e sendo protagonizado por personagens cativantes. As crianças, por exemplo, cada uma tem uma personalidade distinta e sendo bem construídas na medida de cada episódio que passa. Porém, o grande destaque fica para atuação de Jude Law, que aqui é uma espécie de anti-herói e que se difere de outros que já apareceram neste universo expandido.
O lado bom disso tudo é que a série possui começo, meio e fim bem amarrados e portanto pode muito bem se encerrar por aqui. Contudo, como falamos de uma franquia bilionária, não me surpreenderia se a Disney decidisse criar um segundo ano e com uma nova leva de aventuras para esses pequenos personagens. Resta, porém, saber o quanto de pessoas assistiram no decorrer de cada episódio.
"Star Wars: Skeleton Crew" é uma agradável surpresa para os fãs de Star Wars que aguardavam uma boa aventura e nenhum pouco pretensiosa.
A primeira cinesemana de julho destaca dois títulos assinados por diretoras mulheres. A italiana Valeria Bruni-Tedeschi dirige JOVENS AMANTES, baseado em suas memórias pessoais durante o período em que cursou artes dramáticas na França. Já a francesa Anne-Sophie Bailly conduz PEDAÇO DE MIM, com foco na relação de uma mãe e seu filho com deficiência.
A semana ainda traz várias sessões especiais, incluindo a exibição, em parceria com a revista Almanaque 21, de DE VOLTA PARA O FUTURO, que completa quatro décadas de lançamento nos cinemas, enquanto o crítico Waldemar Dalenogare comenta o faroeste POR UM PUNHADO DE DÓLARES, de 1961.
Seguem em cartaz DREAMS, o filme ganhador do Festival de Berlim e que completa a elogiada trilogia do norueguês Dag Johan Haugerud, e também O GRANDE GOLPE DO LESTE, com Sandra Hüller, ambientado às vésperas da reunificação da Alemanha. Esta é a última semana de exibição do longa chinês LEVADOS PELAS MARÉS, que traça um panorama do seu país nas últimas duas décadas, e do filme ENTRE DOIS MUNDOS, protagonizado por Juliette Binoche.
Entre as produções brasileiras, destacamos a exibição de AS CORES E AMORES DE LORE, documentário sobre a pintora Eleonere Koch, filha da psicanalista Adelaide Koch, que entra em cartaz em sessões compartilhadas com o longa VIRGÍNIA E ADELAIDE.
Confira a crítica completa no site oficial da sala clicandoaqui.
Filmes baseado em vídeo game quase sempre se tornaram um fracasso de bilheteria e os motivos para isso é o que não faltam. Se no passado era praticamente impossível criar uma trama boa baseada em um jogo que não tinha exatamente um enredo, hoje a situação é ainda mais complexa, pois a trama dos games de hoje realmente existem, parecendo praticamente um filme, mas se estendendo muito além de duas horas de duração. Eu particularmente evito esses jogos de hoje em dia, pois se são praticamente um longa metragem então para que ser levados ao cinema?
Eis que então a resposta veio com a série "The Last of Us", baseado no que que muitos dizem ser o melhor jogo de vídeo game dos últimos tempos. A premissa é aquela velha conhecida de sempre, onde surge um vírus que infecta aos poucos a humanidade e fazendo deles uma espécie de zumbis, só que desta vez interligada com raízes e fazendo com que os mesmos saiam debaixo da terra. Mas para minha surpresa essas criaturas se tornam secundárias perante os outros problemas que a dupla principal enfrenta.
Este é o cenário em que acompanhamos Joel (Pedro Pascal), um sobrevivente durão que é contratado para levar a jovem Ellie (Bella Ramsey) para fora da zona de quarentena opressiva onde vive. Os dois devem encontrar um grupo de rebeldes paramilitares que se rebelou contra as autoridades. Porém, eles descobrem no caminho que Ellie está possivelmente infectada com o vírus, apesar da jovem não apresentar os sintomas recorrentes da doença. Por conta disso, eles acreditam que a imunidade de Ellie pode ser a chave para encontrar a cura do vírus e potencialmente salvar a humanidade.
Diferente do que se imagina, a dupla central não irá enfrentar os zumbis a todo momento, mas sim a própria insanidade do homem que desperta no momento que encara o real Apocalipse que surge e ficando tudo fora do controle. Embora eu não tenha jogado o jogo há quem diga que a fidelidade é quase 100%, mas ao mesmo tempo a produção caminha de forma independente e não obrigando as pessoas a terem que conhecer o vídeo game. Destaque para a dupla de intérpretes Pedro Pascal e Bella Ramsey, sendo que essa última já era uma jovem atriz conhecida pelas últimas temporadas de "Game Of Thrones", mas aqui ganhando a consagração definitiva, onde protagoniza um dos episódios mais violentos e dramáticos da série e fazendo da atriz uma das melhores revelações dos últimos tempos.
Com o sucesso da primeira temporada era inevitável que logo chegasse um segundo ano. Infelizmente esse novo arco perdeu um pouco do seu folego, principalmente após os desdobramentos do segundo episódio, apontado por muitos como um dos melhores e mais angustiantes episódios da série, mas fazendo com que os demais seguintes não superassem em termo de qualidade. Outro fator que anda acontecendo é da atriz Bella Ramsey estar sendo criticada pelo fato de sua atuação estar se afastando por demais da imagem da personagem no vídeo game e fazendo com que o futuro da série se torne duvidoso. Resta esperar para ver o que irá acontecer mais adiante, sendo que a meu ver a série precisa se encerrar de forma digna o quanto antes e não se estender e cair em uma vala comum como das demais séries que foram mais além do que deveriam.
"The Last of Us" se torna desde então uma grata surpresa para aqueles que achavam que o gênero de horror apocalíptico estava esgotado, quando na verdade se encontra ainda bem vivo.
Protagonizado pela premiada Laure Calamy, longa francês “Pedaço de Mim” chega ao CineBancários dia 3 de julho
Também estão em cartaz no cinema o documentário IMO e o filme O SILÊNCIO DAS OSTRAS
“Pedaço de Mim”, longa de estreia da diretora francesa Anne-Sophie Bailly, estrelado por Laure Calamy (Dez Por Cento, Contratempos, Uma mulher do mundo, Minhas Férias com Patrick entre outros) e os jovens Charles Peccia Galletto e Julie Froger, chega ao CineBancários dia 3 de julho. O filme, que participou do Festival de Veneza 2024, na competição Mostra Orizzonti, tem a produção da Les Films Pelléas e é distribuído no Brasil pela Filmes do Estação.
Na história, Mona, uma mulher divorciada, vive com seu filho Joel, um adulto neurodivergente. Os dois compartilham uma relação profunda, que é abalada quando Mona descobre que a namorada de Joel, também neurodivergente, está grávida.
O filme é protagonizado pela atriz Laure Calamy, que levou o prêmio de Melhor Atriz no César Awards 2021 - principal premiação do cinema francês - por seu papel na comédia “Minhas Férias com Patrick”.
PROGRAMAÇÃO DE 03 A 09 DE JULHO
Em cartaz:
IMO
Brasil/ Documentário/ 2024/ 71min.
Direção: Bruna Schelb Corrêa
Sinopse: Três mulheres revisitam suas memórias e, neste ambiente regido por suas angústias, podem vislumbrar reações possíveis a situações que já viveram. Memória é lugar de voltar, ainda que doa.
O SILÊNCIO DAS OSTRAS
Brasil/ Drama/ 2024/ 127min.
Direção: Marcos Pimentel
Sinopse: A vida de uma garota que nasceu numa vila de operários de uma mina e tem que aprender a lidar com sucessivas perdas. Com o fim da mineração, o local se transforma em uma cidade-fantasma. Sem ter para onde ir, ela e seu cachorro são os únicos que não abandonam o lugar, até que o rompimento de uma barragem dizima a região. Após perder todos os seus mundos, Kaylane nsiste em sobreviver e resistir. Um filme sobre crescer e sonhar em meio à poeira, à lama e ao silêncio.
Elenco: Lavinia Castelari, Bárbara Colen, Lucas Oranmian, Lira Ribas.
HORÁRIOS DE 03 A 09 DE JULHO
15h: IMO
16h40: O SILÊNCIO DAS OSTRAS
19h: PEDAÇO DE MIM
Não há sessões nas segundas-feiras
Ingressos
Os ingressos podem ser adquiridos a R$ 14 na bilheteria do CineBancários. Idosos (as), estudantes, bancários (as), jornalistas sindicalizados (as), portadores de ID Jovem e pessoas com deficiência pagam R$ 7. São aceitos cartões nas bandeiras Banricompras, Visa, MasterCard e Elo.
Na quinta-feira, a meia-entrada (R$ 7) é para todos e todas.
CineBancários
Rua General Câmara, 424 – Centro – Porto Alegre
Mais informações pelo telefone (51) 3030.9405 ou pelo e-mail cinebancarios@sindbancarios.org.br
É sempre bom de vez em quando assistir um filme sem muitas expectativas, mas que lhe surpreende de forma positiva. Em alguns casos, por exemplo, são filmes cuja lição de moral lhe serve para até mesmo remeter situações do seu cotidiano e que acaba servindo de bom exemplo. "Sementes Podres" (2018) Nos diz que nós não nascemos de acordo com que as pessoas acham quando nos veem, mas sim é através de nossas ações que falam por nós.
Dirigido por Kheiron, o filme conta a história de Wael, interpretado pelo próprio cineasta, que é um ex-menino de rua que ganhava a vida com pequenos golpes após o término da guerra. Certo dia, a sua mãe adotiva Monique (Catherine Deneuve), apresenta um velho conhecido, agora encarregado de uma organização de apoio a adolescentes problemáticos. E a partir da convivência com seis adolescentes com dificuldades, o jovem vigarista pode encontrar a redenção como mentor do grupo, e tem a chance de curar seu passado para encontrar seu lugar na sociedade.
De origem iraniana, o diretor Kheiron com certeza fez esse filme a partir das coisas que testemunhou ao longo da vida, seja nos tempos em que viveu no Irã, como também na sua transição para a França. No caso do seu personagem, nós podemos constatar que a própria vida dura o moldou para se tornar uma pessoa melhor, mas para isso precisou de uma mão amiga para enfrentar os obstáculos para que não caminhasse no caminho errado. No decorrer do filme, por exemplo, vemos a trama transitar entre o presente e o passado e fazendo a gente compreender o porquê ele ter chegado naquele ato inicial que nós o conhecemos.
O charme do filme está em sua interação com os jovens problemáticos, mas que possuem certo talento e que basta um pequeno empurrão para que possam ser despertados. É nesta interação entre uma pessoa vivida e jovens que mal sabem sobre o certo e errado que se encontra o coração do filme como um todo, pois são nestes momentos em que todos nos identificamos, seja para aqueles que tiveram uma experiência parecida na escola, como também nas primeiras semanas do seu novo emprego. São esses momentos com diálogos afiados que nos prende do começo até o final da trama, principalmente quando cada daqueles jovens possui uma história complexa e que basta se abrirem para compreendermos elas.
E como é bom ver Catherine Deneuve ainda ativa e demonstrando talento perante a jovens que ainda mal começaram no ramo artístico, mas que enxergam nela um exemplo a ser seguido. Se consagrando ainda nova no clássico "Repulsa do Sexo" (1965), Deneuve poderia facilmente se tornar uma coadjuvante de luxo, mas sempre quando surge em cena se destaca de uma maneira poderosa e mesmo em papeis como esse que não se exige muito de sua pessoa. Sua interação com ator e cineasta Kheiron é outro ponto a favor da obra como um todo e sendo graças a eles que se obtém a nossa atenção desde o início.
Ao final, o filme nos passa a questão que para se construir uma sociedade perfeita basta prestarmos atenção na maneira de como direcionamos as pessoas para as escolhas coerentes e não os deixar à própria sorte. Portanto, a cena em que o protagonista e seus jovens começam a prestar atenção nas pessoas em volta de uma praça simboliza o fato que devemos prestar mais atenção com que acontece em sua volta, e não somente pensar somente em sua pessoa. Nos pequenos gestos de virtude é que pode se encontrar a solução para grandes problemas.
"Sementes Podres" é uma grata surpresa vinda do cinema francês e cuja sua lição de moral é universal.