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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

Cine Dica: Em Cartaz - 'Sebastian'

Sinopse: Um escritor começa a viver uma vida dupla como profissional do sexo para pesquisar seu romance. 

O mercado do sexo é algo que perdura há séculos e atendendo normalmente pessoas que buscam, ou prazer, ou a chance de preencher o vazio em suas vidas. Nos últimos tempos, porém, esse mercado sofreu uma metamorfose devido à internet, onde as pessoas buscam encontros sexuais virtualmente, ou até mesmo nem sequer tendo mais contato humano diga-se de passagem. "Sebastian" (2024) se torna interessante ao nos revelar uma análise sobre o comportamento humano perante tempos em que o sexo está se tornando cada vez mais banal para dizer o mínimo.

Dirigido por Mikko Mäkelä, o filme conta a história de Max (Ruaridh Mollica), um aspirante a escritor que utiliza um álter ego para desenvolver seu primeiro romance. Seu desejo é escrever um livro sobre o trabalho sexual atual e para isso cria para si o nome de Sebastian e do qual fará com que adentre o universo da prostituição e para que assim obtenha bastante material para escrever. Porém, Max vai aos limites do seu desejo no decorrer do tempo.

Mikko Mäkelä constrói uma trama em que o protagonista procura agir de forma mecânica perante os vários encontros sexuais que ele obtém. Ao mesmo se observa que o filme é uma crítica acida com relação ao submundo do sexo, cada mais levado ao artificialismo e cujo toque acaba se tornando cada vez mais secundário. Porém, uma vez que Max opta em obter contato através dos seus encontros se tem esses conflitos de sentimentos e o que irá levá-lo a dúvidas e novos rumos ao seu livro.

O ator Ruaridh Mollica constrói para si um personagem complexo, onde em alguns momentos ficamos nos perguntando se a sua rotina com relação ao sexo entre outros homens seria algo verossímil ou se tudo acontece somente quando ele escreve o seu livro. Ruaridh Mollica provoca essa dúvida na gente, principalmente através de uma edição de cenas eficaz e com direito até mesmo a se alinhar com uma boa trilha sonora. É mais um caso de talento em cena se casar com perfeição com um diretor cuja a sua pretensão é nítida em querer fazer um cinema mais autoral.

Claro que o filme não é para todos os gostos, principalmente para aqueles que se sentirem incomodados com determinadas cenas de sexo, por vezes, explicitas. Ao mesmo tempo, o protagonista se perde em alguns momentos, seja devido ao roteiro, ou por algum passo em falso em que o cineasta acabou cometendo na reta final da história como um todo. Talvez os conflitos em que o protagonista se depara seja uma espécie de síntese de uma sociedade atual que não consegue exatamente administrar os seus sentimentos com o sexo simplesmente corriqueiro.

O filme vem neste momento de dúvida atual, principalmente em meio a uma geração em que o sexo talvez não seja de total suma importância, mas havendo entre esses jovens uma obsessão de se tornar uma celebridade instantânea através das redes. Há, portanto, uma análise sobre essa crise de identidade, onde procuramos ser outro ser dessa realidade complexa, quando na verdade deveríamos ser nós mesmos sem nos preocuparmos com que os outros acham que deveríamos ser. O filme pode ser pretensioso em alguns momentos, mas obtém a chance de fazer com que pensemos sobre tudo isso.

"Sebastian" é uma análise sobre a solidão contemporânea em meio às mais diversas possibilidades que nos tornam menos humanos na medida em que o tempo passa. 


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Cine Dica: CINEMATECA CAPITÓLIO PROGRAMAÇÃO 20 a 28 de fevereiro de 2025

O Anjo Negro no Mundo Cão

O Anjo Negro no Mundo Cão

 CINEMA ESQUEMA NOVO – SEGUNDA SEMANA

O 15º Cine Esquema Novo – Arte Audiovisual Brasileira segue em exibição na Cinemateca Capitólio, até o dia 23 de fevereiro, com sessões da Mostra Competitiva Nacional, da Mostra Outros Esquemas e da Mostra de Acervo. A programação tem entrada gratuita.


Mais informações: /https://cineesquemanovo.org


HOMENAGEM A AUGUSTO PATZLAFF DA SILVA

Nos dias 25, 26 e 27 de fevereiro, a Cinemateca Capitólio convida o público para a mostra Vossa imagem me segue aos fundos bosques, em homenagem à memória de uma grande amizade e agente da cinefilia porto alegrense, Augusto Patzlaff da Silva. Na semana de véspera de Carnaval, serão exibidos três filmes preferidos de Augusto: Carol (2015), de Todd Haynes; Profanação (1962), de Jules Dassin; e Teorema (1968), de Pier Paolo Pasolini.


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/novidades/8457/vossa-imagem-me-segue-aos-fundos-bosques-em-memoria-de-augusto/


THRILLER ERÓTICO ITALIANO NO PROJETO RAROS

Na sexta-feira, 28 de fevereiro, a Cinemateca Capitólio apresenta uma edição do Projeto Raros com Arabella: O Anjo Negro no Mundo Cão, thriller erótico dirigido pelo italiano Stelvio Massi, protagonizado pela atriz grega Tinì Cansino. Com entrada franca, a sessão será apresentada pelo pesquisador Carlos Thomaz Albornoz.  


Mais informações: https://www.capitolio.org.br/eventos/8450/projeto-raros-arabella-o-anjo-negro-no-mundo-cao/


GRADE DE HORÁRIOS

20 a 28 de fevereiro de 2025


20 de fevereiro (quinta-feira)

15h – Boom Shankar – O filme perdido do Guará

17h – A figura da quimera seria mais adequada + Sertão, América + A Ordem Reina

19h – O Milagre de Helvetia +  Sunset Fever + Roberto Baggio + Urban Solutions


21 de fevereiro (sexta-feira)

15h – Arte da Diplomacia (2023, 90min), de Zeca Brito - A10

17h – A Edição do Nordeste + O Sonho de Anu + O Cavalo de Pedro

19h – Para Lota


22 de fevereiro (sábado)

15h – Mostra de Acervo: Acervo do Museu de Arte do Rio Grande do Sul - MARGS

16h – Mostra de Acervo: Obras do acervo da Fundação Vera Chaves Barcellos (FVCB):

16h50 - Debate Mostra de Acervo com curadores e representantes de instituições

18h – Afluente + Virtual Genesis + Nau

19h30 – Quebrante + Enxofre + Ode + Animais Noturnos


23 de fevereiro (domingo)

15h – Mostra de Acervo: Obras do Acervo do Cine Esquema Novo

16h – Mostra de Acervo: Obras do Acervo do Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul (MACRS):

17h – Premiação Mostra Competitiva Brasil

19h30 – Um Corpo Só


25 de fevereiro (terça-feira)

15h – Sol de Inverno

17h – Luiz Melodia - No Coração do Brasil

19h – Carol


26 de fevereiro (quarta-feira)

15h – Sol de Inverno

17h – Luiz Melodia - No Coração do Brasil

19h – Profanação


27 de fevereiro (quinta-feira)

15h – Sol de Inverno

17h – Luiz Melodia - No Coração do Brasil

19h – Teorema


28 de fevereiro (sexta-feira)

15h – Sol de Inverno

17h – Luiz Melodia - No Coração do Brasil

19h30 – Projeto Raros: Arabella – O Anjo Negro no Mundo Cão


1ª a 5 de março – RECESSO CARNAVAL

terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Cine Dica: Em Cartaz - 'Capitão América: Admirável Mundo Novo'

Sinopse: Sam se vê no meio de um incidente internacional após se encontrar com o Presidente Thaddeus Ross.

Desde que atingiu o seu teto com "Vingadores - Ultimato" (2019) o estúdio Marvel transitou entre qualidade e mediocridade, com pontos positivos como "Pantera Negra: Wakanda Para Sempre" (2022) e muitos negativos como "Thor: Amor e Trovão" (2022). Por conta disso, o público e a crítica começaram a ter a sensação que o gênero de heróis para o cinema entrou em declínio, principalmente pelo fato que tanto a Marvel, como também a sua concorrente Warner/DC, não estão se arriscando em tentar criar algo novo. "Capitão América: Admirável Mundo Novo" (2025) é um filme que tinha o potencial para colocar o estúdio de volta aos trilhos, mas é somente um bom passa tempo que nos faz perguntar se irá ser relembrado ou não no seu devido tempo.

Dirigido por Julius Onah, a trama mostra Sam (Anthony Mackie) assumindo de forma definitiva a responsabilidade de ser o novo Capitão América aos olhos do mundo. Ao mesmo tempo Thaddeus Ross (Harrison Ford) assume como novo Presidente dos EUA e tendo ambição de explorar o adamantium que se encontra no gigantesco corpo celestial localizado no oceano. Porém, alguém nas sombras começa armar contra o Presidente e fazendo com que ele perca o controle e revelando a sua nova face.

"Capitão América - Soldado Invernal" (2014) é para mim um dos melhores filmes do estúdio, cuja trama é um grande jogo de espionagem político e alinhado com as melhores cenas de ação e luta até o momento. Ao meu ver o estúdio tentou resgatar essa atmosfera neste novo filme, mas que infelizmente a promessa fica mais na superfície, já que me passou aquela sensação que boa parte disso foi limado e dando a entender que a Marvel está com medo de se arriscar em algo novo. Na abertura, por exemplo, parece que teríamos um paralelo entre a ficção com os fatos políticos reais que os EUA estão vivendo atualmente, mas logo vemos que o filme somente dá continuidade ao que já foi apresentado neste universo compartilhado.

Se por um lado é positivo eles reconhecerem que "O Incrível Hulk" (2008) existe dentro deste universo, por outro, há explicações demais para o público, como se fosse essencial sabermos sobre os diversos eventos ocorridos em outros títulos como "Eternos" (2021) e fazendo com que o filme perca a sua identidade como um todo. Ou seja, o filme se torna apenas outra peça para os próximos eventos do estúdio e diminui o seu valor do qual poderia ter sido positivo. Para piorar, personagens como aquele interpretado por Giancarlo Esposito são jogados de qualquer jeito dentro da trama, como se algo tivesse ficado de fora da montagem final, mas que, felizmente, isso não acontece com o vilão Líder, novamente interpretado por Blake Nelson e que se torna peça principal da trama.

Começando como coadjuvante nestas produções, o ator Anthony Mackie se sai bem como o novo Capitão América, principalmente ao se distanciar da imagem conhecida de Steve Rogers e sendo um herói mais humano e frágil em alguns momentos. Harrison Ford, por sua vez, teve a missão ingrata de interpretar um personagem que um dia pertencia a William Hurt, mas estamos falando do eterno Indiana Jones e, portanto, o papel não é um desafio para o intérprete, mas sim mais um trabalho acumulado em sua extensa carreira. É uma pena, portanto, que a sua transformação como Hulk Vermelho tenha sido revelada pelos trailers, já que o momento é de pura tensão e culminando em um bom embate entre ele e o Capitão.

Em termos de ação o filme é eficaz, principalmente com relação ao embate entre os aviões e o protagonista diante do Gigante Celestial. Infelizmente o estúdio, mais uma vez, cria efeitos visuais precários, principalmente nas cenas ao fundo que são claramente falsas e só faltando surgir do nada o fundo verde. Ou seja, o estúdio não aprendeu com os erros do que foi visto no já citado "Thor: Amor e Trovão".

Em suma, o filme diverte, dá continuidade ao que já foi visto e abrindo as portas para os possíveis novos eventos do estúdio. Porém, é aquele mesmo problema de sempre, do estúdio não arriscar, não dar personalidade própria ao longa e nos passando aquela sensação que poderia ter sido mais do que deveria. Se dependermos só da Marvel a falta de originalidade dentro do gênero irá perdurar ainda por um longo tempo.

"Capitão América: Admirável Mundo Novo" é um curioso exemplo de como a Marvel tem medo de se arriscar e lançar algo que poderia se diferenciar de suas contrapartes. 

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Cine Dica: PROGRAMAÇÃO CINEBANCÁRIOS DE 20 a 26 DE FEVEREIRO

 ESTREIA:


ALMA DO DESERTO

Brasil-Colômbia /Documentário/ 2024/87 min.

Direção: Mónica Taboada-Tapia

Sinopse: Vencedor do prestigiado Queer Lion no 81º Festival de Veneza, ALMA DO DESERTO narra a emocionante história de Georgina, uma mulher trans da etnia Wayúu, que luta pelo direito à sua identidade reconhecida. Após perder seus documentos em um incêndio criminoso, ela embarca em uma jornada de coragem e resiliência para recuperá-los.


EM CARTAZ:

AS CORES E AMORES DE LORE

Brasil/ Documentário/ 2024 / 80 min.

Direção: Jorge Bodanzky

Sinopse: Feito a partir de uma série de encontros entre o diretor Jorge Bodanzky e a pintora alemã Eleonore Koch, única discípula de Volpi, radicada no Brasil desde a Segunda Guerra Mundial, o filme retrata os últimos anos da artista, que viveu livre e intensamente, dedicando sua vida à arte.

AOS PEDAÇOS

Brasil/ Drama/ 2020 / 93 min

Direção: Ruy Guerra

Sinopse:Eurico Cruz amanhece irritado. Sabe que algo está por acontecer. Eurico vive de viagem entre casas idênticas, uma construída no deserto, outra numa praia tropical. Em cada casa, vive uma de suas esposas, Ana e Anna. Nesse labirinto de espaços iguais recebe a perturbadora visita de Eleno. Um bilhete lhe anuncia sua morte.

Elenco: Emílio de Mello,Simone Spoladore,Christiana Ubach


HORÁRIOS DE 20 A 26 DE FEVEREIRO (não há sessões nas segundas-feiras):

15h: AS CORES E AMORES DE LORE

17h: AOS PEDAÇOS

19h: ALMA DO DESERTO


Ingressos

Os ingressos podem ser adquiridos a R$ 14,00 na bilheteria do CineBancários. Idosos (as), estudantes, bancários (as), jornalistas sindicalizados (as), portadores de ID Jovem e pessoas com deficiência pagam R$ 7,00. São aceitos cartões nas bandeiras Banricompras, Visa, MasterCard e Elo. Na quinta-feira, a meia-entrada é para todos e todas.

EM TODAS AS QUINTAS TEMOS A PROMOÇÃO QUE REDUZ O VALOR DO INGRESSO PARA TODOS E EM TODAS AS SESSÕES PARA R$ 7,00.


CineBancários/ Rua General Câmara, 424 – Centro – Porto Alegre/ (51) 3030.9405 ou

C i n e B a n c á r i o s 

Rua General Câmara, 424, Centro 

Porto Alegre - RS - CEP 90010-230 

Fone: 51- 30309405

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

Cine Dica: Em Cartaz - 'Emilia Pérez'

Sinopse: Rita trabalha em um escritório de advocacia mais interessado em lavar dinheiro do que em servir a lei. Para sobreviver, ela ajuda um chefe do cartel a sair do negócio para que ela possa finalmente se tornar a mulher que sempre sonhou ser.

Não existe o bem e o mal, mas sim somente atos e consequências que definem as pessoas. Porém, sempre haverá aquele caso de pessoas que buscam as suas redenções, mesmo quando o passado persiste em lhe perseguir. "Emília Pérez" (2024) é sobre a busca pela redenção de determinados personagens, mesmo quando a solução soe das mais imprevisíveis e por vezes forçado em algumas passagens.

Dirigido por Jacques Audiard, do ótimo "Ferrugem e Osso" (2012) a trama se concentra em um México que é de acordo com que os Europeus pensam sobre o país, onde assistimos  advogada Rita (Zoe Saldana) que desperdiça seu talento fazendo parte de uma empresa de baixa qualidade ao invés de servir à justiça. Certo dia uma proposta indispensável surge para ela: ajudar o temido chefe do cartel, Juan Del Monte, a se aposentar do seu negócio e desaparecer para sempre. Para isso, ele deseja alcançar o seu maior desejo desde jovem que é se transformar em uma mulher e assim nasce Emília Pérez (Karla Sofía Gascón).

Jacques Audiard havia me impressionado no passado com o seu filme "Dheepan - O Refúgio" (2015), já que lá ele cria ângulos de câmera incomuns, principalmente em seu ato final onde ocorre um verdadeiro massacre. Aqui não é diferente, pois ele é corajoso ao inserir o subgênero musical em uma trama recheada de crimes, mortes e violência, mas tudo embalado por números musicais que, em alguns casos, parece uma crítica acida com relação ao universo que aqueles personagens estão convivendo. O filme pode ser facilmente criticado, e com razão, ao ser um retrato do México nas mãos de um diretor francês, mas o realizador sabe o vespeiro que está enfrentando e procura fazer algo que agrade tanto gregos como troianos, mesmo quando a maioria dos mexicanos que forem assistir com certeza irão reprova-lo.

Com um elenco recheado de astros, a atriz Karla Sofía Gascón é a que mais se sobressai em um papel complexo, onde a sua obsessão em buscar a sua redenção não é o suficiente para apagar o seu passado, mesmo quando se entrega de todas as formas para ajudar as famílias de suas próprias vítimas. Neste último caso, por exemplo, há um paralelo entre a guerra do tráfico e as consequências trazidas pelos anos de chumbo dos países latinos da América do sul. Em ambos os casos há corpos para serem desenterrados e fazendo que o passado sombrio sempre ecoe para aqueles que fogem dele.

Curiosamente, a atriz Zoe Saldana, super conhecida pelo público através dos blockbusters norte-americanos, se sobressai em um papel que é um verdadeiro contraste do que já havia feito até hoje e surpreendendo até mesmo nos números musicais, mesmo quando eles soem no mínimo artificiais. Porém, não é surpresa que Selena Gomez esteja mais do que à vontade ao cantar e dançar em cena, mas ao mesmo tempo surpreendendo em momentos em que se exige maior dramaticidade de sua pessoa. Portanto, não é surpresa o filme ter duas músicas indicadas para o próximo Oscar.

Em tempos de "Coringa - Delírio a Dois" (2024) e "Wicked", o filme de Jacques Audiard parece que vem em um momento que o gênero musical novamente retorna em cena, mesmo quando uma parcela do público rejeita a ideia. Em um momento em que o cinema não sabe ao certo sobre qual será o próximo passo para renovar a arte cabe, portanto, um retorno ao passado e ver quais as fórmulas de sucesso podem ser usadas hoje em um novo contexto. No caso de  "Emília Pérez" é um dos filmes mais fora da curva do cinema recente e por isso mesmo, para o bem ou para mal, merece ser conferido para ser lembrado ou esquecido no seu devido tempo.

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domingo, 16 de fevereiro de 2025

Cine Dica: "A Camareira" da diretora mexicana Lila Avilés na tela do Cineclube Torres, na segunda dia 17 de fevereiro, às 20h.

 O filme integra a programação continuada do cineclube na Sala Audiovisual Gilda e Leonardo, junto da Up Idiomas Torres.


O delicado filme, com um tom semidocumental, é ambientado em luxuoso hotel de cidade do México, e acompanha as atividades diárias de uma jovem funcionária, a Evellyn.Em ritmo lento, com câmera fixa, é revelado assim todo o sistema de opressão, de gênero e de classe, que caracteriza espaços de trabalho nos quais são colocados diretamente em contato pessoas de extração social extremamente desiguais. Inevitável o paralelo com outro filme mexicano, Roma, porém bem mais amargo no tom, sem apresentar o humanismo e a sororidade familiar que caracterizam a história de Afonso Quaròn.

As filmagens foram feitas em 17 dias e financiadas pela própria cineasta, que assina o roteiro a partir do livro "Hotel" da fotógrafa e artista plástica francesa Sophie Calle. Após passar por dezenas de festivais, o longa foi escolhido para representar o México no Oscar de 2020. "Delicado e duro. Incomoda e constrange o espectador, obrigando-o a olhar para uma realidade deliberadamente invisibilizada. Mas também encanta profundamente com sua leveza e graciosidade" (Isabella Thebas, INC Instituto de Cinema)

A sessão, com entrada franca, integra o 10° Ciclo de filmes de expressão ibero americana, realizado na Sala Audiovisual Gilda e Leonardo, pelo Cineclube Torres, associação sem fins lucrativos com 13 anos de história, em atividade desde 2011, Ponto de Cultura certificado pela Lei Cultura Viva federal e estadual, Ponto de Memória pelo IBRAM, Sala de Espetáculos e Equipamento de Animação Turística certificada pelo Ministério do Turismo (Cadastur), contando para isso com a parceria e o patrocínio da Up Idiomas Torres.


Serviço:

O que: Exibição do filme "A Camareira" de Lila Avilés (México) - 1h42m

Onde: Sala Audiovisual Gilda e Leonardo, junto à escola Up Idiomas, Rua Cincinato Borges 420, Torres

Quando: Segunda-feira, 17/2, às 20:00


Ingressos: Entrada Franca, até lotação do local (aprox. 22 pessoas).

Cineclube Torres

Associação sem fins lucrativos

Ponto de Cultura – Lei Federal e Estadual Cultura Viva

Ponto de Memória – Instituto Brasileiro de Museus

Sala de Espetáculos e Equipamento de Animação Turística - Cadastur


CNPJ 15.324.175/0001-21

Registro ANCINE n. 33764

Produtor Cultural Estadual n. 4917

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Cine Especial: 'Seven - 30 Anos Depois'

A turbulenta estreia no cinema com o filme "Alien 3" (1992) não foi o suficiente para que David Fincher desistisse da sétima arte. A sorte veio através do roteirista Andrew Kevin Walker, que escreveu uma sombria e enigmática história policial nos tempos em que morava em Nova York. Foi uma fase que o próprio estava sofrendo de depressão, pois ele não conseguia fazer carreira na indústria cinematográfica.

Vale lembrar que estamos na metade dos anos 90, cuja a década começou com o cinema sendo sacudido com o sucesso "O Silêncio dos Inocentes" (1991), de Jonathan Demme, e colocando os filmes protagonizados por serial killer como a nova fonte de lucro para os estúdios. Talvez, o filme que tenha adquirido melhor reconhecimento após o sucesso de jonathan Demme tenha sido "Copycat - a vida imita a morte" (1995), mas logo sendo eclipsado pelo surpreende filme de David Finher que foi "Seven" (1995).

Com o roteiro de Andrew Kevin Walker, o cineasta criou uma trama em que ela não se passa em uma cidade conhecida e tão pouco ela tem nome. A chuva é torrencial, relembrando os velhos filmes Noir, com um direito uma fotografia de luzes, e cores que se entrelaçam com o lado obscuro daquela realidade decadente. O diretor de fotografia Darius Khondji disse certa vez que sua inspiração veio do reality Show americano "Cops", que seguia a rotina de policiais, xerifes e investigadores nos EUA, e acabou ajudando a traçar os planos de filmagem usados no filme, como por exemplo, quando o ator é captado na altura dos ombros pela câmera que está no banco de trás.

O ponto forte da produção é a química da dupla central, interpretados pelos atores Morgan Freeman e Brad Pitt. Esse último, aliás, obtém uma das suas primeiras grandes atuações da carreira nas mãos de Fincher e conseguindo se distanciar cada vez mais do estereotipo de galã. Posteriormente, Pitt ganharia outro papel de sua vida pelas mãos do cineasta que "O Clube da Luta" (1999).

Os personagens Mills e Somerset, interpretados pelos atores acima, possuem caminhos opostos dentro da lei, mas que precisarão se unir contra algo que não conseguem compreender. O assassino em si, comete os seus crimes se inspirando nos Sete Pecados Capitais levantados pelo cristianismo e resultando em situações, por vezes, imprevisíveis. Além das reviravoltas surpreendentes da trama, o filme é carregado de vários simbolismos, além de explorar o universo literário que se torna prato cheio para os amantes da leitura.

Passados 30 anos desde o seu lançamento, não resta menor dúvida que o filme possui um dos finais mais imprevisíveis do seu tempo. Além de uma soberba interpretação de Kevin Spacey, que no mesmo ano estrelaria "Os Suspeitos" (1995), o final se casa com perfeição com a proposta dos seus realizadores, mas que com certeza causou temor nos executivos prevendo um mal retorno vindo do público e da crítica. Os fins justificam os meios e hoje "Seven - Os Sete Crimes Capitais" entra fácil na lista dos melhores filmes da década de 90 e um dos melhores da história do cinema.

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