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Sapucaia do Sul/Porto Alegre, RS, Brazil
Sócio e divulgador do Clube de Cinema de Porto Alegre, frequentador dos cursos do Cine Um (tendo já mais de 100 certificados) e ministrante do curso Christopher Nolan - A Representação da Realidade. Já fui colaborador de sites como A Hora do Cinema, Cinema Sem Frescura, Cinema e Movimento, Cinesofia e Teoria Geek. Sou uma pessoa fanática pelo cinema, HQ, Livros, música clássica, contemporânea, mas acima de tudo pela 7ª arte. Me acompanhem no meu: Twitter: @cinemaanosluz Facebook: Marcelo Castro Moraes ou me escrevam para marcelojs1@outlook.com ou beniciodeltoroster@gmail.com

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quarta-feira, 16 de outubro de 2024

Cine Dica: CINEMATECA CAPITÓLIO PROGRAMAÇÃO 17 a 23 de outubro de 2024

Anatomia de Uma Queda 

GOETHE-INSTITUT PORTO ALEGRE E CINEMATECA CAPITÓLIO APRESENTAM MOSTRA 7X SANDRA HÜLLER

A partir de quinta-feira, 17 de outubro, o Goethe-Institut Porto Alegre e a Cinemateca Capitólio apresentam a mostra 7x Sandra Hüller. Idealizada pelo CineSesc de São Paulo, a programação destaca a arte de uma das atrizes mais celebradas do cinema contemporâneo, incluindo sessões gratuitas de filmes cultuados como As Faces de Toni Erdmann, de Maren Ade. A mostra também apresenta sessões regulares, com ingressos a R$ 16,00, de duas obras premiadas protagonizadas pela atriz alemã: Anatomia de uma Queda, de Justine Triet, Palma de Ouro no Festival de Cannes, e Zona de Interesse, de Jonathan Glazer, vencedor do Oscar de Melhor Filme Internacional.

Mais informações: https://www.capitolio.org.br/novidades/7776/7x-sandra-huller/


O MASSACRE DA SERRA ELÉTRICA - 50 ANOS

No sábado, 19 de outubro, às 20h, a Cinemateca Capitólio apresenta uma sessão especial de O Massacre da Serra Elétrica, obra-prima de Tobe Hooper lançada em 1974. O valor do ingresso é R$ 16,00.

VENDA ANTECIPADA - A partir de terça-feira, 15 de outubro, nos horários de abertura da bilheteria da Capitólio. Aceitamos apenas dinheiro.

Mais informações: https://www.capitolio.org.br/eventos/7752/o-massacre-da-serra-eletrica-2/


FILME DE ANDRÉ NOVAIS OLIVEIRA EM CARTAZ

A partir de quinta-feira, 17 de outubro, a Cinemateca Capitólio exibe a comédia romântica O Dia que Te Conheci, o mais novo filme de André Novais Oliveira. O valor do ingresso é R$ 16,00.

Mais informações: https://www.capitolio.org.br/eventos/7101/o-dia-que-te-conheci/


GRADE DE HORÁRIOS

17 a 23 de outubro de 2024


17 de outubro (quinta-feira)

15h – O Dia que Te Conheci

16h20 – Anatomia de uma Queda

19h – Zona de Interesse


18 de outubro (sexta-feira)

15h – O Dia que Te Conheci

16h20 – Anatomia de uma Queda

19h – Conversando Sobre o Tempo


19 de outubro (sábado)

15h – Zona de Interesse

17h – As Faces de Toni Erdmann

20h – O Massacre da Serra Elétrica


20 de outubro (domingo)

15h – O Dia que Te Conheci

16h30 – Zona de Interesse

18h30 – Sisi & Eu


22 de outubro (terça-feira)

15h – O Dia que Te Conheci

16h30 – Zona de Interesse

19h – Nos Corredores


23 de outubro (quarta-feira)

15h – O Dia que Te Conheci

16h30 – Zona de Interesse

19h – Exílio

terça-feira, 15 de outubro de 2024

Cine Especial: Próximo Cine Debate - 'Dias Perfeitos'

Sobre o Filme: Wim Wenders possui uma sensibilidade na construção sobre a jornada dos seus personagens, sendo que eles sempre estão em uma busca constante por algum objetivo e obtendo na reta final o que estavam, enfim, procurando. Se em "Paris Texas" (1984) vemos o protagonista buscar uma reconciliação com a sua esposa, do outro, em "Asas do Desejo" (1987) um anjo não descansa até descobrir os significados do que é ser um ser humano. "Dias Perfeitos" (2023) vemos um protagonista não em busca de algo, mas sim buscando seguir em frente em meio ao ritmo constante de uma grande metrópole.

Na trama, acompanhamos a história de Hirayama (Koji Yakusho), homem que vive sua vida de forma modesta como zelador e limpando banheiros em Tóquio. Porém, o filme revela uma outra faceta de sua pessoa, desde ao fato dele ser um apreciador por músicas, livros e fotos que ele tira de arvores ao longo do tempo. Porém, no decorrer da trama, determinados personagens fazem com que a sua rotina mude um pouco, mas jamais impedindo de ser ele mesmo.

Confira a minha crítica completa já publicada clicando aqui e participe para o próximo Cine Debate.

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Cine Dica: Cinema da UFRGS tem programação com filmes de suspense e terror


De 14 de outubro a 07 de novembro, a Sala Redenção apresenta a mostra “Suspense e os caminhos do medo: Adaptações literárias no cinema francês”. Realizada em parceria com a Aliança Francesa de Porto Alegre, a programação exibe seis filmes franceses de suspense. Para além do gênero, os longas em cartaz também têm em comum o fato de serem adaptações cinematográficas de obras literárias, permitindo uma reflexão sobre como o suspense se molda a diferentes meios.

A seleção de filmes conduz o espectador por narrativas em que o medo assume formas distintas, em meio a cenários sombrios e personagens misteriosos. Conhecido por muitos como o Hitchcock francês, o diretor Henri-Georges Clouzot é o destaque da programação, com três filmes em cartaz: “O Salário do Medo”, “As Diabólicas” e “O Assassino Mora no 21”. A mostra ainda exibe “Os Olhos sem Rosto”, de Georges Franju; “Uma Tão Longa Ausência”, de Henri Colpi; e “O Rei dos Elfos”, de Marie-Louise Iribe.

A programação tem entrada franca e é aberta à comunidade em geral. O cinema da UFRGS está localizado no campus central da Universidade, com acesso mais próximo pela Rua Eng. Luiz Englert, 333.

Confira a programação completa no site oficial clicando aqui. 

segunda-feira, 14 de outubro de 2024

Cine Dica: Em Cartaz - 'O Aprendiz'

Sinopse: Retrato sobre o jovem Donald Trump, buscando se destacar em Nova York nos anos 1970, e sua influência por Roy Cohn, o advogado que ajudou a moldá-lo. 

Ali Abbasi é um diretor iraniano que pegou gosto na realização de filmes que retratam a desconstrução da figura do monstro, do qual pode ser extraído tanto da ficção como também do nosso mundo real. No genial "Border" (2018) ele nos leva para um conto de fadas sombrio que ocorre justamente em nosso mundo, enquanto "Holy Spider" (2023) o monstro é meramente humano e que pode estar muito mais próximo de nós do que imaginamos. "O Aprendiz" (2024) se entrelaça muito bem com o último citado, mas que infelizmente é o retrato real de alguém que obteve o poder máximo dos EUA.

Com roteiro de Gabriel Sherman, acompanhamos os primeiros passos da carreira do empresário Donald Trump (Sebastian Stan) e que posteriormente se tornaria o 45º presidente dos Estados Unidos da América. Na trama, acompanhamos ele erguer o império de negócios imobiliários da família enquanto tenta fugir de processos que o perseguem. Porém, é na relação que estabelece com o advogado Roy Cohn (Jeremy Strong) que Trump aprende as artimanhas e os truques necessários para se tornar poderoso.

É fácil ficarmos com o pé atrás antes de assistir a esse título, já que no passado tivemos vários longas que romancearam determinadas figuras do mundo político e que não correspondia com as nossas expectativas. Por outro lado, seria errôneo da nossa parte esperar um retrato de Donald Trump de um jeito mais estereotipado, ou bem vilanesco, assim como se fazia com Adolf Hitler nos filmes antigos. Porém, Ali Abbasi procura levar para as telas um Trump mais humano, o que não foge muito da figura contraditória que todos nós conhecemos.

No primeiro ato, por exemplo, assistimos um Trump querendo crescer no meio da elite de uma Nova York caindo aos pedaços, pois estamos nos últimos anos da década de setenta e cuja cidade vivia com inúmeras crises e que a deixava no fundo do poço. O jovem Trump tem a consciência que é preciso comer pelas beiradas para crescer neste cenário, nem que para isso venda a sua própria alma. Embora não seja o Diabo em pessoa  Roy Cohn, muito bem interpretado por Jeremy Strong, sabe muito bem quais as cartas que precisa usar para se manter no poder e aceita ser aliado de Trump para o mesmo crescer nos negócios, mas mal sabendo o que dali em diante estava criando.

Pode-se dizer que o primeiro ato o filme pertence a Strong, já que o seu Roy não possui escrúpulos e ensinando o futuro Presidente a jamais baixar a guarda nos seus investimentos, nem que para isso trapaceie e deixe até mesmo familiares pelo caminho. Com uma edição ágil, além de uma reconstituição precisa sobre o lado decadente da Nova York daqueles tempos, vemos ascensão de Trump crescer de forma gradual para entendermos como esse tipo de ser chegou ao maior poder do Planeta. Felizmente a sua figura não é algo caricato como nós imaginaríamos em um primeiro momento e muito disso se deve ao desempenho de Sebastian Stan.

Mais conhecido mundialmente como o Soldado Invernal do universo MCU, Sebastian Stan já demonstrou versatilidade nos seus trabalhos, pois basta pegarmos como belo exemplo "Eu, Tonya" (2017). Porém, o interprete simplesmente desaparece, ao saber construir para si um Trump no princípio inocente com relação aos negócios, mas também não escondendo a sua ambição de subir ao topo, nem que para isso comece a driblar as leis a todo custo. Vemos, portanto, a sua ascensão, possível queda, para então se dar conta que para sobreviver no sistema criado por lobos será preciso ser um caçador implacável.

Curiosamente, o filme é também um retrato sobre a promessa em obter a Utopia que os americanos tanto queriam naqueles tempos e que estava sendo prometido pelo Presidente Ronald Reagan. Donald Trump, por sua vez, era o garoto propaganda, que abriria Cassinos para atender aqueles que queriam obter dinheiro fácil e para assim ganhar grande prestigio. Mesmo sendo perseguido pela lei, Trump não recuava, tinha resposta na ponta da língua e sintetizando a personalidade televisiva que acabou se tornando um dia.

Claro que, no lado de cá da tela, o verdadeiro Trump irá odiar esse filme, principalmente ao revelar o seu lado frágil com relação as mulheres e na sua obsessão em jamais em demonstrar fragilidade. Ali Abbasi, por sua vez, falha um pouco na sua direção na reta final da produção, ao usar o personagem Roy como a figura arrependida ao dar vida a sua criatura maquiavélica, mas que contradiz sobre o que ele foi no início do longa. Trump, por sua vez, somente seguiu as regras do jogo, mas ao ponto de jamais recuar e obtendo um poder que coloca em xeque o futuro dos EUA e talvez do próprio planeta.

Embora irregular em alguns momentos, "O Aprendiz" se torna eficaz ao nos colocar diante dos ingredientes que moldaram Ovo da Serpente, ou melhor, o próprio Donald Trump. 

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Cine Dica: Sessão Comentada Clube de Cinema 15/10: "Até Que a Música Pare" na Cinemateca Paulo Amorim

Temos uma programação especial do Clube de Cinema de Porto Alegre para AMANHÃ (terça-feira, 15/10) às 19h30, com uma sessão comentada do filme "Até Que a Música Pare". Além da exibição, teremos a honra de receber Tula Anagnostopoulos, responsável pela montagem do filme, que participará de uma conversa mediada pelo nosso presidente, Paulo Casa Nova. É uma oportunidade única para conhecer mais sobre o processo criativo e os bastidores da obra, rodado na serra gaúcha.

"Até Que a Música Pare" acompanha Chiara, matriarca de uma família de origem italiana, que, após a saída dos filhos de casa, resolve se juntar ao marido em suas viagens de trabalho pelos botecos da região. O casal enfrenta os desafios de mais de 50 anos de vida em comum, em uma história tocante sobre companheirismo, mudanças e redescobertas.

Associados do CCPA têm entrada gratuita. Os ingressos para o público em geral estarão à venda na bilheteria por R$ 16,00 e R$ 8,00 (meia-entrada). 


SESSÃO COMENTADA CLUBE DE CINEMA

Local: Sala Eduardo Hirtz, Cinemateca Paulo Amorim, Casa de Cultura Mario Quintana (Rua dos Andradas, 736 - Centro Histórico)

Data: 15/10/2024, terça-feira, às 19h30


"Até Que a Música Pare"

Brasil, 2023, 100 min, 12 anos

Direção: Cristiane Oliveira

Elenco: Cibele Tedesco, Hugo Lorensatti, Elisa Volpatto

Sinopse: O terceiro longa da premiada diretora Cristiane Oliveira ("Mulher do Pai" e "A Primeira Morte de Joana") foi rodado nos belos cenários da serra gaúcha, entre os municípios de Antonio Prado e Veranópolis. A trama segue Chiara, uma senhora idosa e descendente de italianos, que decide acompanhar o marido em suas viagens como vendedor. Após anos dedicados à família, agora, com os filhos crescidos e fora de casa, ela se vê diante de importantes decisões sobre o seu futuro. Com diálogos em Talian (mistura do Português com a língua dos imigrantes que vieram do Norte da Itália), o filme foi premiado com os Kikitos de Melhor Atriz e Direção de Arte na Mostra Sedac/Iecine de Longas Gaúchos.

Contamos com sua presença, até lá!

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domingo, 13 de outubro de 2024

Cine Dica: Próxima Sessão CineClube Torres - 'Persépolis'

A programação de filmes de animação segue com "Persépolis" de Marjane Satrapi e Vincent Paronnaud, na segunda-feira, dia 14, às 20h. Após a comédia da semana passada, um drama autobiográfico de animação, na Sala Audiovisual Gilda e Leonardo, localizada na UP Idiomas. "Persépolis" é um filme, baseado na graphic novel autobiográfica homônima em quatro capítulos da Marjane Satrapi, escrito e dirigido pela Satrapi e por Vincent Paronnaud. No filme, uma jovem iraniana vivencia a queda do Xá e de seu regime brutal, no entanto, ela acaba se revoltando contra as imposições fundamentalistas do novo regime teocrático, especialmente contra as mulheres.

A animação segue uma técnica expressionista, investindo num preto-e-branco predominante e cenas coloridas em tons foscos. As vozes das personagens, em francês, são da Gabrielle Lopes (Marjane criança), Chiara Mastroianni (Marjane jovem e adulta), Catherine Deneuve (mãe) e a veterana Danielle Darrieux (avó). Premiado em França (dois Cesar, melhor filme de estreia e melhor roteiro, e prêmio do júri no Festival de Cannes) "Persépolis é uma obra historicamente abrangente e psicologicamente complexa, o que não a impede também de ser simultaneamente engraçada e profundamente tocante." (Pablo Villaça, Cinema em Cinema).

A sessão, com entrada franca, integra a programação continuada realizada nas segundas feiras, na Sala Audiovisual Gilda e Leonardo, pelo Cineclube Torres, associação sem fins lucrativos com 13 anos de história, em atividade desde 2011, Ponto de Cultura certificado pela Lei Cultura Viva federal e estadual, Ponto de Memória pelo IBRAM, Sala de Espetáculos e Equipamento de Animação Turística certificada pelo Ministério do Turismo (Cadastur), contando para isso com a parceria e o patrocínio da Up Idiomas Torres.

O que: Exibição do filme “Persepolis”, integrado no ciclo de animações nacionais e internacionais.

Onde: Sala Audiovisual Gilda e Leonardo, na escola Up Idiomas, Rua Cincinato Borges 420, Torres

Quando: Segunda-feira, dia 14/10, às 20h.

Ingressos: Entrada Franca, até lotação do local (aprox. 22 pessoas).


Cineclube Torres

Associação sem fins lucrativos

Ponto de Cultura – Lei Federal e Estadual Cultura Viva

Ponto de Memória – Instituto Brasileiro de Museus

CNPJ 15.324.175/0001-21

Registro ANCINE n. 33764

Produtor Cultural Estadual n. 4917


sexta-feira, 11 de outubro de 2024

Cine Especial: Clube de Cinema - 'O Espírito da Colmeia'

 Nota: Filme exibido para os associados no dia 06/10/24   

Para entender a proposta deste filme lançado em 1973 pelas mãos do diretor Victor Erice, é preciso entender que a trama se passa nos anos quarenta, numa cidade do interior espanhol, em pleno poder do ditador Francisco Franco. Porém, o filme está distante de ser político, mesmo tendo símbolos subliminares no decorrer do percurso, mas o que fala mais alto é o impacto que o clássico filme “Frankenstein” (1931) de James Whale causa na menina Ana (Ana Torrent).

A partir disso, ela começa a imaginar a chegada daquele monstro do cinema à fazenda onde mora com os pais e a irmã mais velha, Isabel. Esta última, com intenções peculiares, assusta Ana com brincadeiras questionáveis, reforçando a garota ingênua, o sentimento de medo e confusão mental sobre o que é real e ficção naquele mundo. Como seus pais estavam pouco presentes no seu dia a dia, só restava a Ana seguir as determinações da irmã e a coisa se complica quando ela ajuda um soldado desertor do exército. Seria ele a personificação do tal monstro “Frankenstein”? O filme ainda vai muito mais além para aqueles que apreciam uma análise mais a fundo do lado psicológico das crianças e o clássico “O Espírito da Colmeia” neste quesito não decepciona.

Essencialmente, a sensibilidade do filme dá luz àquilo que não pode ser visto ou tocado. É a presença do espírito sem corpo, como diz Isabel. Na medida em que o tempo passa, será o contato com e descoberta do corpo que iluminará a consciência da criança levando-a ao seu florescer. Victor Erice disse que o título veio de um livro sobre as comunidades das abelhas e da qual o fascinava.

É interessante a presença invisível do tal espírito a quem as abelhas parecem obedecer cegamente enquanto fazer seus deveres. No filme, o não visto, porém sentido, pensado, ouvido, lembrado, temido, está presente na vida das personagens que habitam um casarão frequentemente tomado pela luz da hora mágica sobre os vitrais das janelas com formatos de colmeia. O filme é permeado por um natural amarelo do sol iluminando a casa-colmeias e suas abelhas operárias sem muita consciência do espírito que as ronda. A cor da vida e do quente sol entrando na casa, nutrindo ainda a vida e as renovações.

Mas talvez o maior trunfo do cineasta esteja realmente na passagem da chegada do filme “Frankenstein” na cidade, além do vazio que é a vida dos pais de Ana e, claro, ao focar a própria Ana com um carinho que poucas vezes diretores conseguem com crianças. O diretor, por sua vez, consegue, entre outras coisas, filmar Ana Torrent realmente assistindo o filme “Frankenstein” pela primeira vez na vida, junto com todas aquelas crianças, e a imagem de seu rosto expressando medo e curiosidade simbolizam o que seria o filme de Erice daquele momento em diante.

A menina sorri apenas uma vez no filme inteiro, e está quase sempre com um semblante sério ou triste, mas mesmo assim é encantadora, um imã para os nossos olhos, talvez até por nunca interpretar, ela apenas e tão-somente é aquela Ana. O final do filme, emulando a famosa cena do filme de James Whale é tão lírica, sutil e tocante que pode chegar a causar inveja em muitos cineastas. Não me admiraria, por exemplo, se este filme serviu de inspiração para que Guilherme Del Toro para a realização do seu "O Labirinto do Fauno" (2006).

"O Espírito da Colmeia' é uma análise delicada sobre o olhar inocente perante a realidade complexa da vida adulta e ao mesmo tempo uma bela declaração de amor ao cinema.   

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